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BIOLOGIA CELULAR E

HISTOLOGIA

1ª etapa

Luiza Ramos
Medicina FAMINAS-BH

Luiza Ramos 1
MEMBRANA PLASMÁTICA

A membrana plasmática é um
envoltório celular lipoproteico –
formado por uma bicamada lipídica e
proteínas. Ela possui canais altamente
seletivos e bombas (proteínas de
membrana) que controlam a entrada e
saída de substâncias da célula. Assim,
essa estrutura é responsável pela
comunicação entre os meios intra e
extracelular.

A bicamada lipídica

• O tipo de lipídeo mais comum na membrana plasmática são os fosfolipídeos. Dentre


eles, a fosfatidilcolina é predominante. Essas moléculas apresentam a cabeça
hidrofílica e a cauda hidrofóbica.
• A bicamada se arranja de forma energeticamente favorável, considerando a
natureza anfipática dos fosfolipídios. As moléculas se configuram de forma que as
cabeças hidrofílicas fiquem expostas à água nas duas superfícies, e as caudas
hidrofóbicas fiquem justapostas no interior da bicamada interagindo entre si, sem
contato com a água.
• A bicamada possui capacidade de autosselamento. Ou seja, quando há rompimento
da membrana, formando uma ponta livre exposta à água, as moléculas se
rearranjam espontaneamente para eliminar a ponta livre, formando uma esfera
fechada.
• As moléculas se movimentam e trocam de lugar sem sair do plano da bicamada.
Porém, elas não conseguem passar de uma bicamada para a outra
espontaneamente. Esse movimento, que ocorre com gasto de energia, é chamado
de flip-flop e só é possível com o auxílio de proteínas como as flipases.

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Fatores que influenciam na fluidez da bicamada
Fluidez é a facilidade com que as moléculas se movimentam no plano da bicamada. Ela
é importante pois permite a rápida difusão de substâncias e a fusão de membranas
diferentes. Os fatores que interferem nessa fluidez são:

1. Temperatura: Quanto maior a temperatura, maior a energia cinética e,


consequentemente, maior a fluidez.
2. Presença de colesterol: O colesterol é uma molécula pequena e rígida que
preenche os espaços vazios. Por isso, quanto mais colesterol, menor a fluidez.
3. Tamanho da cauda do lipídio: Quanto maior a cauda, maior será o atrito entre
as moléculas, portanto, haverá menor fluidez.
4. Presença de insaturações: Cada ligação dupla aumenta do ângulo da ligação,
criando dobras que dificultam o empacotamento das moléculas. Assim, quanto
mais insaturações, maior será a fluidez.

A assimetria da bicamada
As duas metades da bicamada possuem composições diferentes. Isso acontece,
principalmente, em razão de dois fatores:

• Diferença da concentração de fosfolipídios em cada monocamada;


• Transporte de membrana: As membranas são sintetizadas no retículo
endoplasmático e transportadas por meio de vesículas que se fundem a outras
membranas. Durante o transporte, a orientação da bicamada em relação ao
citoplasma é preservada. Portanto, a localização de certas moléculas já é definida.
Glicolipídios (glicocálice), por exemplo, são observados apenas na camada externa.

Proteínas de membrana

Quanto à função, as proteínas de membrana são classificadas em:

• Transportadoras: Transportam nutrientes, metabólitos e íons. Bombas de sódio


e potássio.
• Âncoras: Ancoram macromoléculas à membrana. Integrinas.
• Receptoras: Recebem sinais químicos e os transportam para o interior da célula.
• Enzimas: Catalisam reações. Adenilato ciclase.
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Quanto à forma de associação à membrana, podemos classificá-las em:

• Proteínas integrais

A) Transmembrana: Se localizam entre as moléculas de lipídios. Possuem parte


apolar (interior) e polar (pontas).
B) Associadas à membrana: Estão localizadas inteiramente no citosol e associadas à
metade interna da membrana.
C) Ligadas por meio de lipídios: Inteiramente externas à bicamada, conectadas por
ligações covalentes com lipídios.

• Proteínas periféricas

D) Ligadas por meio de proteínas: Interagem fracamente com outras proteínas de


membrana.

Proteínas de passagem única: A cadeia Proteínas de passagem múltipla: A


polipeptídica atravessa a camada cadeia polipeptídica atravessa a camada
apenas uma vez. mais de uma vez.

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TRANSPORTE DE MEMBRANA

De forma geral, a estrutura da membrana plasmática faz com que moléculas


hidrofóbicas tenham alta capacidade de penetração na célula. Entretanto, a presença
de proteínas na membrana permite que água, moléculas hidrofílicas e íons também a
atravessem.

Tipos de proteínas de transporte

Transportadoras: Permite a passagem apenas de substâncias que se encaixam no seu


sítio de ligação (específicas). Transporte mais lento.
Canais: Permite a passagem de quaisquer substâncias que tenha determinada carga e
tamanho (inespecíficas). Transporte mais rápido.

Tipos de transporte

Transporte passivo: As moléculas fluem espontaneamente de acordo com o gradiente


de concentração. Não há gasto de energia.
- Difusão simples: Fluxo de soluto do meio hipertônico (mais concentrado) para o
hipotônico (menos concentrado).
- Difusão facilitada: O soluto se combina com proteínas carreadoras da
membrana (permeases) para ser transportado. É mais rápido do que a difusão
simples. Exemplo: transporte de glicose das células intestinais para os tecidos
adjacentes.
- Osmose: Fluxo de solvente do meio hipotônico para o hipertônico.

Transporte ativo: Ocorre contra o gradiente de concentração. Há gasto de energia.


- Bombas movidas por ATP (transporte ativo primário): Acoplam o transporte
desfavorável á quebra de ATP. Exemplo: Na bomba de Na+ e K+, o sódio é
transportado para fora da célula e o potássio para dentro de forma cíclica, por
meio de uma sequência de fosforilações e desfosforilações de ATP.
- Cotransporte (transporte ativo secundário): O transporte desfavorável de um
soluto é ligado ao transporte favorável de outro. As substâncias podem ser
transportadas na mesma direção (simporte) ou em direções opostas (antiporte).
Exemplo: A penetração de glicose e de Na+ nas células do intestino é um simporte.
Como a concentração de sódio no lúmen do intestino é alta, em razão do
bombeamento de Na+ para fora das células, esses íons tendem a querer penetrar
no meio intracelular. A energia desse movimento, realizado a favor do gradiente
de Na+, é utilizada para transportar a glicose para dentro da célula, contra o seu
gradiente. A liberação de Na+ no citoplasma faz com que a proteína
transportadora mude sua conformação, perdendo a afinidade pela glicose. Assim,
a glicose é liberada no meio intracelular, difunde-se no citoplasma e, depois, passa
por difusão facilitada para os tecidos adjacentes, onde penetra nos capilares para
ser distribuída.

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Transporte de substâncias em bloco

Endocitose: Entrada de macromoléculas e partículas por meio de modificações na


membrana plasmática.
- Endocitose mediada por receptores (pinocitose seletiva): O substrato se liga ao
seu receptor e as clatrinas, proteínas constituintes da fosseta coberta, envolvem
a monocamada interna e formam uma invaginação. Em seguida, as fossetas são
arrastadas pelo citoesqueleto e se destacam da membrana plasmática, formando
a vesícula coberta. Depois, o revestimento de clatrina é perdido e a vesícula se
funde ao endossomo, até que bombas de H+ aumentam a acidez dentro dessa
estrutura, provocando a separação do receptor e do ligante. Por fim, o
endossomo se funde ao lisossomo, formando o endossomo secundário, onde
ocorre a digestão. As clatrinas e os receptores são reutilizados nesse processo.
Tem objetivo de nutrição da célula.

- Pinocitose (não seletiva): São formadas pequenas invaginações na membrana


que englobam fluidos extracelulares. Em seguida, surgem vesículas que são
puxadas pelo citoesqueleto e entram no citoplasma. Esse mecanismo é utilizado
pelos vasos sanguíneos.
- Fagocitose: Englobamento de partículas (bactérias, células danificadas) para a
degradação. É um mecanismo de defesa realizado pelos leucócitos (macrófagos
e neutrófilos). A partícula se liga a receptores da membrana, o que desencadeia
uma resposta que permite a emissão de pseudópodes, cujas bordas se fundem
formando o fagossomo.

Exocitose: É a fusão das vesículas com a membrana plasmática e a expulsão de seus


conteúdos. Esse processo, dependente de Ca²+, compensa a perda de membrana nos
processos de endocitose, fazendo com que a membrana permaneça sempre do mesmo
tamanho.

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ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA
Microvilosidades
- Prolongamentos que aumentam a superfície de contato, facilitando a absorção.
- Individualmente, são visíveis apenas na microscopia eletrônica.
- Ao se organizarem paralelamente, formam a borda estriada ou em escova, visível no
microscópio óptico.
- Microvilosidades (microestrutura) ≠ vilosidades (macroestrutura)
- Presente em evidência nas células do intestino.

VILOSIDADES BORDA ESTRIADA MICROVILOSIDADES (M.E)

Interdigitações
- Reentrâncias da membrana que se encaixam com estruturas complementares das
células vizinhas.

Estereocílios
- Prolongamentos imóveis que
aumentam a superfície de contato
de algumas células epiteliais,
facilitando o transporte de água e
outras moléculas.
- Se distinguem dos microvilos por se
ramificarem e terem maior
comprimento.
- Revestem o epidídimo, impedindo o
contato do espermatozoide com a
célula epitelial. ESTEREOCÍLIOS NO EPIDÍDIMO

Cílios e flagelos
- Eliminação e transporte de partículas.
- Auxilia nos movimentos.
- Presente na nas células da traqueia (cílios) e nos espermatozoides (flagelos).

CÍLIOS NA TRAQUÉIA

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JUNÇÕES CELULARES

- As estruturas de junção celular têm como objetivo manter as células de um mesmo


tecido unidas umas às outras e à matriz extracelular, além de permitir também a
comunicação entre elas.
- A porção apical da célula é aquela que está livre. Já a superfície basal, está ligada a
outro tecido, geralmente conjuntivo, e é sustentada pela lâmina basal (matriz
extracelular composta por colágeno e outras macromoléculas).

Junções de oclusão
- Se localizam na porção apical das células, exercendo função de vedar, completa ou
parcialmente, o trânsito de moléculas e íons entre as células.
- Formam um anel apical (colar de contas) que se aderem ao da célula vizinha, formando
a zônula oclusiva.
- São responsáveis pela formação de compartimentos funcionalmente separados, com
diferenças na composição.
- Permitem a existência de potenciais elétricos diferentes entre as duas faces da camada
epitelial, em razão da diferença na concentração de íons.
- As principais proteínas envolvidas nesse tipo de junção são as ocludinas e as claudinas,
que são dependentes de Ca²+.

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Junções de ancoragem
- Estão associadas ao citoesqueleto. São elas: junções de adesão, desbossomos e
hemidesbossomos.

Junções de adesão
- Se localiza abaixo das zônulas estruturas durante o
oclusivas e exerce a função de dar desenvolvimento embrionário.
maior rigidez à adesão celular. - As caderinas também são sensíveis
- As caderinas (glicoproteínas ao Ca²+. Elas se desorganizam
transmembrana) se ligam aos quando a concentração desses íons
filamentos de actina por meio de é baixa, separando as células.
proteínas de associação. Sendo
assim, os filamentos de actina estão
conectados de uma célula a outra
por meio do tecido epitelial. Assim,
forma-se um cinturão de adesão
contínuo, também chamado de
zônula aderente.
- A rede de actina formada é contrátil,
o que permite que a camada
epitelial desenvolva tensão e mude
sua forma. Essa capacidade é
fundamental para a formação de

Desmossomos e hemidesmossomos
- São distribuídos irregularmente nas paredes laterais das células, abaixo dos
cinturões de adesão.
- Na camada citoplasmática da membrana, existem placas de proteínas de
ancoragem, com filamentos intermediários, especificamente de queratina,
associados. Os desmossomos, um grupo específico de caderinas, se ligam aos
filamentos intermediários por meio dessas placas, permitindo a interação entre o
citoesqueleto de células adjacentes.

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- Os hemidesmossomos são estruturas que lembram a metade de um desmossomo.
Eles são formados por integrinas associadas a filamentos de queratina e ligam as
células à lâmina basal (matriz extracelular).
- Células que precisam de maior resistência, como as da epiderme e as do músculo
cardíaco, possuem um numero maior de desmossomos e hemidesmossomos.
- Sensíveis ao íon Ca²+.

Junções comunicantes (GAP)


- Estrutura cuja função é manter a comunicação entre as células para que elas formem
um conjunto funcional.
- Cada junção possui formato circular e é formada por um conjunto de tubos proteicos
paralelos que atravessam as membranas das duas células.
- Esses canais permitem a passagem de substâncias e de ondas elétricas, por exemplo,
mas não permitem a passagem de macromoléculas.
- A permeabilidade das junções GAP (ou junções tipo fenda) é controlada pelo pH e
pela concentração de Ca²+. Os canais podem abrir ou fechar de acordo com
variações nesses fatores.

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COMUNICAÇÃO CELULAR

Tipos de sinalização

Sinalização endócrina: Os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas e se


distribuem amplamente pelas células que possuem receptor específico para ele (células-
alvo), por meio da corrente sanguínea. Esse tipo de sinalização atua a longas distâncias
e geram uma resposta mais lenta. Os hormônios lipossolúveis, em geral apresentam
ação mais prolongada, pois permanecem no plasma por mais tempo.

Sinalização parácrina: Os sinais químicos liberados por uma célula atuam nas células
adjacentes (agem localmente).

Sinalização autócrina: A célula responde aos sinais que ela mesma produz.

Resposta à sinalização

- A resposta de uma célula a um sinal químico depende, principalmente, dos tipos de


receptores que ela possui e do funcionamento da maquinaria intracelular.
- Cada célula possui um conjunto específico de receptores, portanto, respondem
seletivamente aos sinais. Esses receptores podem estar tanto na membrana da
célula quanto no meio intracelular.
- Podem existir tipos de receptores diferentes para um mesmo sinal, o que gera
respostas celulares diferentes a um mesmo sinal.
- Considerando que as células possuem diversos receptores, os sinais podem atuar
combinados – a resposta da célula a um sinal individual é diferente da resposta a
sinais em conjunto.
- Determinados tipos de respostas celulares – como aumento do crescimento ou da
divisão – envolvem mudanças na expressão gênica e na síntese de novas proteínas.
Por isso, essas respostas ocorrem mais lentamente. Outras respostas – como
mudanças no movimento, na secreção ou no metabolismo celular – não precisam
de mudanças na expressão gênica e, por isso, ocorrem mais rapidamente.

Tipos de receptores de membrana

Receptores associados a canais iônicos: Convertem o sinal químico emitido pelos


neurotransmissores em um sinal elétrico – eles permitem o fluxo de íons pela
membrana, o que gera uma mudança no potencial da membrana e produz uma corrente
elétrica.

Receptores associados à proteína G: Uma molécula-sinal se liga ao receptor, que


recruta a proteína G no meio intracelular. Essa proteína, por sua vez, age sobre uma
enzima ou canal iônico, desencadeando uma cascata de efeitos. Resposta rápida.

Receptores associados a enzimas (receptores catalíticos): Atuam como enzimas ou se


associam a enzimas dentro da célula, o que gera o sinal. Resposta mais lenta.
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Receptores associados à proteína G

- Os receptores associados a proteína G são serpentiformes (proteínas


transmembrana de passagem múltipla e α-hélice).
- A proteína G inativa é formada por três subunidades: α, β e γ. A subunidade α está
ligada a um grupo GDP.

Ativação da proteína G
- Uma molécula-sinal se liga ao
receptor associado à proteína G
- Esse receptor muda sua
conformação e recruta a proteína G
- A proteína G perde suas
subunidades β e γ e o GDP é
substituído por um GTP
- A subunidade α ligada ao GTP, forma
ativa da proteína G, se liga ao alvo,
que pode ser uma enzima ou canal
iônico.
- Para ser inativada, a subunidade α
hidrolisa seu GTP, o convertendo
novamente em GDP, o que faz com
que a proteína G retorne à sua
conformação inativa.

- A cólera é causada por uma bactéria que libera uma toxina no organismo. Essa toxina
penetra nas células que revestem o intestino e modifica a subunidade α da proteína
G, impedindo que ela converta o GTP em GDP. Assim, a subunidade continua ativa e
enviando sinais às suas proteínas-alvo. Isso provoca nas células intestinais um fluxo
prolongado e excessivo de Cl- e de água para o lúmen do intestino, resultando em
diarreia e desidratação.

Via do AMP cíclico


A subunidade α ativada da proteína G ativa a adenilato-ciclase, enzima que converte
ATP em AMP cíclico, uma molécula mensageira que exerce várias funções. Uma segunda
enzima, a fosfodiesterase, converte cAMP em AMP para eliminar o sinal. Uma das
funções do cAMP é ativar a cinase dependente de cAMP (PKA), que altera a expressão
gênica e a função proteica. Várias respostas celulares (geradas por várias moléculas-
alvo) são mediadas por essa via.

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Via da fosfolipase C
- A subunidade α ativada da proteína G ativa a fosfolipase C, que quebra o
fosfatidilinositol em inositol e em diacilglicerol. O inositol abre os canais de Ca²+ ,
desencadeando a liberação no citoplasma. O diacilglicerol permanece na membrana
e, juntamente com o Ca²+, ativa a proteína cinase C (PKC) que, por sua vez, muda o
padrão de expressão da célula.

Calmodulina
- O Ca²+ interage com várias proteínas sensíveis a ele, desencadeando uma série de
processos biológicos. Uma dessas proteínas é a calmodulina, que juntamente com o
Ca²+, ativa as CaM-cinases, que atuam na célula pela fosforilação de algumas

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moléculas. Elas regulam a contração da musculatura lisa e algumas atividades
neuronais, por exemplo.

- É importante que a concentração de Ca²+ no citoplasma fique alta apenas quando


necessário. Caso esses níveis permaneçam sempre altos, todos os processos
biológicos controlados pelo cálcio serão prejudicados.

Receptores associados a enzimas

- Os receptores associados a enzimas são proteínas transmembrana que se auto


fosforilam ou desfosforilam na presença do ligante.
- A classe mais importante desses receptores são os que fosforilam a tirosina, os RTKs
(receptores tirosina-cinase). Eles recrutam vários tipos de proteínas sinalizadoras,
formando grandes complexos de sinalização.

Via Ras/MAP-cinase
- Uma molécula-sinal se liga ao RTK, ativando-o
- O RTK ativa uma série de proteínas, que irão ativar o Ras
- O Ras (pertencente à família das GTPases) transforma seu GDP em GTP, ficando
ativo.

- Uma vez ativo, o Ras desencadeia uma cascata de fosforilação, na qual três enzimas
são fosforiladas e ativadas subsequentemente.
- No final desse processo, a última enzima ativada, a MAP-cinase, fosforila uma série
de proteínas, que vão mudar a atividade proteica e o padrão de expressão gênica da
célula. Isso pode estimular a proliferação, promover a sobrevivência ou induzir a
diferenciação celular.

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Via JaK-STAT
- A citocina se liga ao receptor oligomérico
- Mudança conformacional da região citoplasmática
- Ligação da proteína JaK
- Fosforilação da tirosina do receptor
- Ligação da proteína STAT
- A proteína JaK fosforila a proteína STAT
- As duas proteínas STAT, fosforiladas, se associam e migram para o núcleo, ativando
a transcrição gênica.

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CITOESQUELETO

Função e composição

O citoesqueleto é composto por um conjunto de filamentos proteicos – microtúbulos,


filamentos de actina (microfilamentos) e filamentos intermediários. De forma geral,
ele é responsável por dar forma e mobilidade às células. Assim, essa estrutura
possibilita, dentre outros processos:
- a movimentação de organelas e vesículas no citoplasma;
- a mobilidade da célula inteira (espermatozoides, movimento ameboide...)
- a contração muscular;
- a divisão celular, etc.

Microtúbulos

- Os microtúbulos podem ser encontrados no citoplasma e nos prolongamentos


celulares (cílios e flagelos).
- Podem ser estáveis (cílios e flagelos) ou instáveis (fuso mitótico).
- Eles estão relacionados principalmente ao movimento – para isso, se associam com
proteínas motoras, que utilizam a energia proveniente do ATP.
- São constituídos por tubulinas organizadas em forma de espiral.

Polimerização e despolimerização dos microtúbulos


- Os microtúbulos são estruturas dinâmicas, podendo se polimerizar e despolimerizar
constantemente.
- A polimerização das tubulinas é controlada por centros organizadores de
microtúbulos, como os centríolos e os centrômeros. Além disso, esse processo
também depende da concentração de Ca²+ no citoplasma, das proteínas associadas
aos microtúbulos e do GTP.
- Os microtúbulos se desfazem e se refazem pelas duas extremidades. Porém, em uma
delas a taxa de polimerização é maior (extremidade +), enquanto na outra, a taxa de
despolimerização é maior (extremidade -).

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Microtúbulos e a formação do fuso mitótico
- Centríolos: São estruturas cilíndricas compostas por microtúbulos curtos e
altamente organizados.
- As células que não estão em divisão possuem apenas um par de centríolos próximo
ao núcleo. Já células em divisão, duplicam seus centríolos e cada par é direcionado
a um pólo da célula.
- Centrossomo: par de centríolos + material granuloso (próximos ao núcleo). É um
centro organizador de microtúbulos – auxilia na duplicação dos centríolos na fase
que precede a divisão celular.

- Os movimentos dos cromossomos


na mitose dependem dos
microtúbulos, pois eles são os
componentes do fuso mitótico.
Durante a metáfase, microtúbulos
se polimerizam para formar o fuso
mitótico, enquanto os cromossomos
estão dispostos na placa equatorial
da célula. Na anáfase, os
microtúbulos se retraem
(despolimerizam), trazendo os
Metáfase
cromossomos para as extremidades.

Aplicação Clínica – síndrome dos cílios imóveis


Existem mutações que afetam as proteínas dos cílios e flagelos, fazendo com que eles
percam a mobilidade. Isso ocasiona infecções respiratórias (ausência dos cílios nas vias
respiratórias) e infertilidade masculina (imobilidade do flagelo do espermatozoide).

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Filamentos de Actina (microfilamentos)

- Os filamentos de actina são proteínas globulares organizadas em formato de hélice.


- Elas estão presentes em todas as células e podem se organizar de diferentes formas,
exercendo diversas funções.
- Nas células musculares, se associam com a miosina para realizar a contração
muscular.
- Ocupam o córtex celular (superfície interna da membrana plasmática), auxiliando na
endocitose, exocitose e migração celular (emissão de pseudópodes – movimento
amebóide).
- Se associam a organelas e vesículas e, junto com a miosina, realizam o transporte
dessas estruturas.
- Na fase final da divisão celular, forma uma cinta com a miosina e auxilia na
citocinese.
- Estão presentes no interior das microvilosidades, auxiliando em sua sustentação.
- Nas células musculares, os filamentos de actina são estruturalmente estáveis,
enquanto nas células não-musuclares, eles se desfazem e se reorganizam
constantemente.

Aplicação Clínica – filamentos de actina, microvilosidades e doença celíaca


Quando o organismo não consegue digerir o glúten, ele se acumula nas microvilosidades
intestinais, gerando um processo inflamatório que destrói os filamentos de actina.
Assim, as microvilosidades perdem sustentação, prejudicando a absorção dos
nutrientes.

Filamentos Intermediários

- Os filamentos intermediários são estáveis e possuem função de sustentação.


- Estão presentes em células que sofrem atrito, principalmente naquelas onde há
maior quantidade de desmossomos.

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MATERIAIS PARA ESTUDAR

CICLO CELULAR:
https://www.ciclocelular.com.br/

DUPLICAÇÃO DO DNA:
https://www.youtube.com/watch?v=G40701DeCc4&feature=youtu.be

TRANSCRIÇÃO:
https://www.youtube.com/watch?v=Lo2tJtb7X7E&feature=youtu.be

TRADUÇÃO:
https://www.youtube.com/watch?v=k75q0qqrqoY&feature=youtu.be

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