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MEMBRANA

PLASMÁTICA
Prof. Cesar Augusto Bueno Zanella
Objetivos

• Estudar a estrutura da membrana plasmática;


• Compreender as funções dos componentes da membrana;
• Conhecer e compreender os mecanismos de adesão.
Conteúdos
MEMBRANA PLASMÁTICA

• Estrutura da membrana plasmática


• Componentes da membrana e glicocálice
• Estruturas de adesão
Membrana Plasmática

- mantém constante o meio intracelular

- tem receptores para hormônios e outros sinais químicos

- e estabelece conexões das células umas com as outras e


com a matriz extracelular.
Membrana Plasmática

➢ Separa o meio intracelular do


extracelular

➢ é a principal responsável pelo


controle da penetração e saída de
substâncias da célula.

➢ Não é visível no microscópio


óptico.
Membrana Plasmática
Membrana Plasmática
Membrana Plasmática

➢ A membrana plasmática participa de numerosas funções celulares.

➢ Para que as células funcionem, cresçam e se multipliquem, é


necessário que as substâncias adequadas sejam selecionadas.

➢ Capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas


graças aos receptores de membrana.

➢ As membranas de células contíguas podem estabelecer canais de


comunicação entre si.
Membrana Plasmática

➢ As células eucariontes contam


com um elaborado sistema de
membranas que divide a célula
em compartimentos.

➢ Muitos sistemas enzimáticos encontram-se presos às membranas, o


que possibilita uma ordenação sequencial da atividade de cada
enzima, aumentando a eficiência do sistema.

➢ São constituídas principalmente de lipídios, proteínas e hidratos


de carbono ligados aos lipídios e proteínas.
Membrana Plasmática

Todas as membranas celulares são constituídas por uma bicamada


fluida de fosfolipídios, onde estão inseridas moléculas de proteínas
que podem ser deslocadas, no plano da membrana, por atividade
do citoesqueleto.
Membrana Plasmática
Composição Química
Lipídios:
- Fosfolipídios
- Glicolipídios
- Colesterol

Proteínas:
- Enzimas
- Glicoproteínas
- Proteínas transportadoras
- Receptores
- Antígenos
Membrana Plasmática

➢ Os LIPÍDIOS das membranas são moléculas longas com uma


extremidade hidrofílica e uma cadeia hidrofóbica.

FOSFOLIPÍDIOS (contêm o radical fosfato): fosfoglicerídios e


os esfingolipídios.

GLICOLIPÍDIOS: contêm hidratos de carbono, com ou sem


radicais fosfato.

COLESTEROL: quanto maior a concentração de esteróis, menos


fluida é a membrana.
Membrana Plasmática
Lipídios
Membrana Plasmática
➢ A membrana é uma estrutura
lipoproteica fluida.

➢ MOSAICO FLUIDO: duas camadas


lipídicas fluidas e contínuas, onde estão
inseridas moléculas proteicas.

➢ CAMADA DUPLA DE LIPÍDIOS:


cadeias apolares (hidrofóbicas) voltadas
para o interior da membrana e as
cabeças polares (hidrofílicas) voltadas
para o meio extracelular ou para o
citoplasma.

➢ INTERAÇÃO HIDROFÓBICA de
suas cadeias apolares.
Membrana Plasmática

PROTEÍNAS DA MEMBRANA apresentam resíduos hidrofílicos e


hidrofóbicos, e ficam mergulhadas na camada lipídica.

➢ os resíduos hidrofóbicos das proteínas estão no mesmo nível das


cadeias hidrofóbicas dos lipídios.

➢ os resíduos hidrofílicos das proteínas ficam na altura das cabeças


polares dos lipídios, em contato com o meio extracelular ou com o
citoplasma.
Membrana Plasmática

É CONSTITUÍDA POR UMA CAMADA HIDROFÓBICA MÉDIA


E DUAS CAMADAS HIDROFÍLICAS, UMA INTERNA (LADO
CITOPLASMÁTICO) E OUTRA EXTERNA
Membrana Plasmática

➢ Moléculas de hidratos de carbono associam-se a:


- proteínas da membrana (glicoproteínas);
- lipídios (glicolipídios)

➢ Na membrana plasmática, aparecem na face externa da membrana


como componentes do GLICOCÁLICE.

➢ Acentuada assimetria entre as duas faces da membrana.


Membrana Plasmática
GLICOCÁLICE
➢ Localizado na superfície externa da membrana
plasmática;

➢ Rico em carboidratos ligados a proteínas ou lipídeos;

➢ Extensão da membrana plasmática;

➢ Composição varia entre os tipos celulares, na região


da membrana e conforme a atividade funcional da
célula.
Membrana Plasmática
GLICOCÁLICE

Em sua maior parte, o glicocálice é uma extensão da própria


membrana e não uma camada separada, sendo constituído:

(1) pelas porções glicídicas das moléculas de glicolipídios da


membrana plasmática
(2) por glicoproteínas integrais da membrana
(3) por algumas proteoglicanas.
Membrana Plasmática
GLICOCÁLICE

Composição:
- Glicoproteínas;
- Porção glicídica dos glicolipídios;
- Proteoglicanas.

Funções:
- Inibição por contato;
- Adesão e reconhecimento celular;
- Ação antigênica (MHC I e MHC II).
Membrana Plasmática
Proteínas

AS PROTEÍNAS, EXCETO QUANDO FIXADAS PELO


CITOESQUELETO, SE DESLOCAM COM FACILIDADE
NO PLANO DA MEMBRANA.
Membrana Plasmática

As proteínas periféricas e as integrais da membrana.

➢ A atividade metabólica das membranas depende principalmente das


proteínas.

➢ Cada tipo de membrana tem suas proteínas características, principais


responsáveis pelas funções da membrana.

➢ A membrana plasmática contém grande variedade de proteínas, que


podem ser divididas em dois grandes grupos:
- as integrais ou intrínsecas
- as periféricas ou extrínsecas
➢ As proteínas integrais estão firmemente associadas aos
lipídios.

➢ 70% das proteínas da membrana plasmática são integrais


- a maioria das enzimas da membrana
- as glicoproteínas (grupos sanguíneos M-N)
- proteínas transportadoras
- receptores para hormônios, fármacos.
➢ As moléculas das proteínas
integrais prendem-se aos lipídios
da membrana por interação
hidrofóbica

➢ Ficam expostas ao meio aquoso


apenas suas partes hidrofílicas.
Glicoproteínas e glicolipídios são marcadores responsáveis pelos
grupos sanguíneos.
Os grupos A-B-O dependem de pequenas variações na estrutura dos hidratos de
carbono presentes nos glicolipídios e glicoproteínas da membrana dos eritrócitos.

- Grupo A: N-acetilgalactosamina, numa determinada posição das moléculas


de hidratos de carbono da superfície.

- Grupo B: têm, na mesma posição, a molécula de galactose.

- Grupo AB: moléculas de hidratos de carbono com galactose ou com N-


acetilgalactosamina na mesma posição.

- Grupo O: a mesma posição se apresenta desocupada, não apresentando


nenhum dos açúcares mencionados.
Transporte através da
Membrana
Transporte através da Membrana

➢ Há diferenças entre a
composição dentro e fora da
célula;

➢ A distribuição de íons dentro e


fora da célula é controlada por
proteínas integrais de membrana
(transportadoras e de canal) e,
em parte, pelas características de
permeabilidade da própria
bicamada.
Transporte através da Membrana

➢ Os compostos hidrofóbicos, solúveis nos lipídios, como os ácidos


graxos, hormônios esteroides e anestésicos, atravessam facilmente a
membrana.

➢ As substâncias hidrofílicas, insolúveis nos lipídios, penetram nas


células com mais dificuldade, dependendo do tamanho da molécula e,
também, de suas características químicas.

➢ Dependendo da configuração molecular: transporte ativo e a difusão


facilitada.
Transporte através da Membrana
Permeabilidade da Água

➢ A membrana celular é muito permeável à água.


➢ Em uma solução hipotônica, as células aumentam de volume em razão da
penetração de água (pode ocorrer lise).
➢ Em solução hipertônica, as células diminuem de volume em razão da saída
de água.
➢ Nas soluções isotônicas, o volume e a forma da célula não se alteram.
Transporte através da Membrana

ENTRETANTO...

➢ Devido às moléculas proteicas localizadas na espessura da


membrana, atravessando-a de uma face a outra...

- A membrana também pode ser muito permeável à água e a


determinadas substâncias hidrófilas e insolúveis em lipídios
(glicerol).

Proteínas transmembrana formam “poros funcionais” pelos quais


passam muitos íons e moléculas que não conseguem atravessar a
barreira lipídica.
Transporte através da Membrana

DIFUSÃO PASSIVA

➢ A distribuição do soluto tende a ser uniforme em todos os pontos do


solvente.

➢ Sendo assim, o soluto penetra na célula quando sua concentração é menor


no interior celular do que no meio externo, e sai da célula no caso contrário.

➢ A força que impulsiona o soluto: agitação térmica das suas moléculas.

➢ A difusão passiva não gasta energia.

➢ Trata-se de um processo físico de difusão a favor de um gradiente.


Transporte através da Membrana
Transporte ativo

➢ Há consumo de energia fornecida por ATP.


➢ A substância pode ser transportada de um local de baixa concentração para
outro de alta concentração (contra um gradiente)

Exemplo: quando a célula transporta Na+ do citoplasma (onde sua concentração


é baixa) para o meio extracelular (onde sua concentração é mais alta), deve ser
vencido obstáculo químico e obstáculo elétrico.
Transporte através da Membrana

DIFUSÃO FACILITADA

➢ Numerosas substâncias, como a glicose e alguns aminoácidos, penetram nas


células por difusão facilitada, sem gasto de energia.

➢ Nesse caso, a difusão se processa a favor de um gradiente, porém em


velocidade maior do que na difusão passiva.
Transporte através da Membrana

➢ A velocidade da difusão facilitada não é proporcional à concentração do


soluto.

➢ Elevando-se gradativamente a concentração da molécula penetrante, chega-se


a um ponto de saturação, além do qual a velocidade de penetração não
aumenta mais.
➢ A substa ̂ncia penetrante se combina
com uma molécula transportadora ou
permease, localizada na membrana
plasmática.

➢ Quando todas as moléculas


transportadoras estão ocupadas, a
velocidade de penetração não pode
aumentar.
Transporte através da Membrana

Transporte impulsionado por gradientes iônicos

➢ A célula pode utilizar a energia potencial de gradientes de íons, geralmente


Na+, mas também K+ e H+, para transportar moléculas e íons através da
membrana.

➢ O epitélio de revestimento do intestino delgado é um exemplo elucidativo


para a compreensão desse tipo de transporte contra gradiente.

➢ Trata-se de um cotransporte, realizado com gasto de energia fornecida pelo


gradiente de Na+.

Lúmem do Intestino: Na+ > [ ] / Glicose < [ ]


Células Epiteliais: Na+ < [ ] / Glicose > [ ]
Transporte através da Membrana

Transporte em quantidade

➢ Moléculas pequenas e íons atravessam a membrana plasmática e


entram no citoplasma ou dele saem.

➢ Entretanto, as células também são capazes de transferir para o seu


interior, em bloco, grupos de macromoléculas (proteínas,
polissacarídios, polinucleotídios) e, até mesmo, partículas visíveis
ao microscópio óptico, como bactérias e outros microrganismos.

➢ Esse transporte depende de alterações morfológicas da superfície


celular, onde se formam dobras que englobam o material a ser
introduzido na célula.
Transporte através da Membrana

FAGOCITOSE

➢ A célula, graças à formação de pseudópodos, engloba no seu


citoplasma partículas sólidas.

➢ A partícula se fixa a receptores específicos da membrana


celular, capazes de desencadear uma resposta da qual participa
o citoesqueleto.

➢ Nos protozoários, a fagocitose é um processo de alimentação;


nos animais, representa um mecanismo de defesa.
Transporte através da Membrana

FAGOCIT
OSE
Transporte através da Membrana
➢ Nos mamíferos, a fagocitose é feita principalmente por células
especializadas na defesa do organismo, como os neutrófilos e macrófagos.
Transporte através da Membrana

PINOCITOSE

➢ Englobamento de gotículas de líquido.

➢ Ocorre a invaginação de uma área localizada da membrana


plasmática, formando-se pequenas vesículas que são puxadas pelo
citoesqueleto e penetram no citoplasma.
PINOCITO
SE
Os microvilos e estereocílios aumentam a superfície celular
Microvilo
s
MICROVILO ou MICROVILOSIDADE

➢ É uma expansão do citoplasma recoberta por membrana.

➢ Contêm numerosos feixes de microfilamentos de actina


responsáveis pela manutenção da forma dos microvilos.

➢ Seu glicocálice é mais desenvolvido do que no resto da


célula.
Microvilo
s
No intestino, a função dos microvilos é aumentar a área da
superfície da membrana.

Facilitar o transporte dos nutrientes da cavidade ou luz


intestinal para dentro das células.

Posteriormente, os nutrientes passam das células para o tecido


conjuntivo e, daí, para os vasos sanguíneos e linfáticos,
distribuindo-se então por todo o organismo.
Microvilo
s
➢ Os microvilos do epitélio
intestinal são paralelos uns aos
outros e formam uma camada
muito regular na superfície
intestinal, a borda estriada,
visível ao microscópio óptico.

➢ Entretanto, os microvilos so ́
podem ser individualizados ao
microscópio eletrônico.
Microvilo
s

➢ No rim, os microvilos são encontrados na superfície livre da


camada única de células cúbicas que revestem os túbulos
contorcidos proximais.

➢ Pela luz desses túbulos passa um filtrado do plasma sanguíneo


que origina a urina, mas que ainda contém muitas moléculas
aproveitáveis.

➢ Nos túbulos contorcidos proximais, muitas dessas moléculas são


removidas do filtrado, passando para as células dos túbulos, de
onde são posteriormente devolvidas ao sangue.
Microvilo
s

➢ Além de aumentarem a superfície celular, alguns microvilos


apresentam membranas que contêm moléculas especiais.

➢ Algumas enzimas da membrana das células do revestimento


intestinal so ́ existem nos microvilos.

➢ Exemplo: as dissacaridases e dipeptidases, responsáveis pela


etapa final da digestão de hidratos de carbono e proteínas,
respectivamente.
Estereocílio
s

➢ Os estereocílios são expansões longas e filiformes da superfície


livre de determinadas células epiteliais.

➢ São tortuosos e, apesar do nome, não têm a estrutura nem a


capacidade de movimento dos cílios verdadeiros.
Estereocílio
s

➢ Os estereocílios assemelham-se mais aos microvilos.

➢ Diferem: por se ramificarem frequentemente e apresentarem


maior comprimento.

➢ Os estereocílios são encontrados apenas em determinadas


células epiteliais (epidídimo e outros ductos do aparelho genital
masculino).

➢ Os estereocílios aumentam muito a superfície das células,


facilitando o transporte de água e outras moléculas.
Estereocílio
s
Membrana Plasmática
Distrofia Muscular de
Duchenne
As distrofias compreendem um grupo de miopatias caracterizadas pela
degeneração progressiva da musculatura estriada.
Dentre elas, a mais frequente é a Distrofia Muscular de Duchenne (DMD),
com incidência de 1 caso entre 3.500 nascidos vivos do sexo masculino.
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença de caráter recessivo ligado
ao X causado por mutação no gene DMD (ID do gene: 1756) localizado em
Xp21.
A proteína traduzida é um proteína de citoesqueleto importante, que ajuda
cada fibra muscular a conectar-se com a lâmina basal subjacente.
Os pacientes com DMD têm importante deficiência dessa proteína,
apresentando menos que 3% do total que apresenta um indivíduo normal.
1. A deficiência da distrofina é um dos fatores iniciais nas lesões das
membranas das fibras musculares:
• permitindo maior ingresso de cálcio intracelular
• ativação de proteases,
• a necrose das fibras,
• fagocitose,
• reações inflamatórias e
• posterior proliferação de tecido conjuntivo e infiltração adiposa.

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