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AULA 4: BIOLOGIA CELULAR –

estrutura celular: membrana plasmática


citoplasma e núcleo

PROFA. DRA. CAROLINA DE LOURDES JULIÃO VIEIRA


ESTRUTURAS CELULARES
As células são formadas por basicamente três partes:
✓ Membrana: estrutura que envolve e limita a
célula;
✓ Citoplasma: local entre membrana e núcleo;
✓ Núcleo: estrutura que controla a atividade celular.
MEMBRANA PLASMÁTICA
Formada por estrutura dupla que envolve e protege
todo o interior das células.
Propriedade: permeabilidade seletiva – capacidade
de selecionar as substâncias que entram e saem da
célula.
MEMBRANA PLASMÁTICA – FUNÇÕES
✓ Manutenção da integridade da estrutura da célula;
✓ Permeabilidade seletiva - controle da movimentação de
substâncias para dentro e para fora da célula;
✓ Permeabilidade osmótica;
✓ Formação de gradientes de potencial eletroquímicos;
✓ Regulação das interações célula-célula;
✓ Receptores: reconhecimento de antígenos, células
estranhas e células alteradas; hormônios;
✓ Atuação como interface entre o citoplasma e o meio
externo;
✓ Estabelecimento de sistemas de transporte para
moléculas específicas;
✓ Transdução de sinais extracelulares físicos e/ou químicos
em eventos intracelulares.
Permeabilidade osmótica
A membrana plasmática tem a capacidade de controlar a entrada e saída de água
das células.
O controle da quantidade de água que entra e sai das células é muito importante
para a sobrevivência da célula. Se entrar água demais ela pode explodir, se
perder muita água pode murchar e morrer. A membrana deixa a água entrar e
sair livremente por pressão osmótica que tende a equilibrar com o meio externo.
Mas em alguns casos, como seres que vivem no mar, proteínas de membrana
específicas puxam água para dentro e fora das células.

Permeabilidade Seletiva
A membrana plasmática permite e controla da entrada e saída de outras
substâncias, além da água, da célula.
Algumas células têm que trocar substâncias de modo rápido. Tanto para liberar
hormônios e transmissores para outras células. Mas também bombas de íons que
são proteínas transmembrana. As bombas de íons garantem que células
especializadas como neurônios e células musculares funcionem com precisão.
Proteção das estruturas celulares
Todas as estruturas e demais organelas celulares estão contidas
internamente a membrana, nada chega a elas que não tenha
passado pela membrana.

Delimitação do conteúdo intracelular e extracelular


A capacidade da membrana plasmática de delimitar o que fica
dentro da célula e o que está fora, garante a integridade da célula.
Com isso, garante o metabolismo, o equilíbrio químico e a
sobrevivência da célula.

O metabolismo na célula tem uma natureza muito diferente do que


está acontecendo fora da célula. Isso vale para organismos
unicelulares, mas também para células corporais.

Por exemplo, as células do técido ósseo estão vivas, funcionando,


enquanto fora delas a matriz extracelular é dura e rígida.
Transporte ativo de substâncias
Algumas substâncias são vitais para o funcionamento das células,
como a glicose, por exemplo.
Mas quando e quanto dessa substância vai entrar em casa célula é
definido por outras substâncias que "abrem as portas" para
coordenar essas entradas.
No caso da glicose, quem permite que entre nas células é a
insulina.
Se a insulina não funcionar bem, nossa célula não recebe a glicose
que está disponível no sangue e ficamos diabéticos.
O transporte ativo de substâncias que não são naturalmente
permeáveis à célula, custa energia.
Tanto para receber substâncias que vêm do meio quanto para
expelir substâncias produzidas pela célula.
Reconhecimento de substâncias específicas
A membrana plasmática consegue reconhecer substâncias
específicas devido à presença de receptores específicos na
membrana.
Algumas substâncias, como hormônios ou neurotransmissores, têm
afinidade com proteínas de membrana. Ao reconhecer essas
substâncias começam cascatas de reações no interior das células,
importantes para o metabolismo e a fisiologia do corpo. Muitos
medicamentos têm seu princípio ativo baseado nessas reações e
ações das proteínas presentes na membrana.
Resposta imunológica
A resposta imunológica do corpo, defesa contra parasitas e células
estranhas começa com o reconhecimento das proteínas de
membrana plasmática nas células.
Todas as células têm alguma espécie defesa na membrana para
evitar a entrada de vírus ou ataque de bactérias.
Mas especialmente as células do sistema imunológico, macrófagos,
por exemplo, têm proteínas de membrana que funcionam como
sensores para reconhecer invasões de parasitas, células ou
substâncias estranhas.
A partir dessa resposta imune temos as nossas defesas contra
parasitas, rejeição a implantes e até alergias.
MEMBRANA PLASMÁTICA – composição e
estrutura
A membrana plasmática é quimicamente constituída por:
lipídios — glicolipídeos, colesterol e os fosfolipídeos
proteínas — glicoproteínas, proteínas de membrana, proteínas de
canal
Por isso, é reconhecida por sua composição lipoproteica.
MEMBRANA PLASMÁTICA – composição e
estrutura
Os fosfolipídios apresentam uma porção polar e outra apolar.
A porção polar é hidrofílica (tem afinidade com a água) e volta-se
para o exterior.
A porção apolar é hidrofóbica (repele a água) e voltada para o
interior da membrana.

Os fosfolipídios estão dispostos em uma camada dupla, a chamada


bicamada.
Devido a sua natureza química, eles movem-se como em trilhos, sem
perder o contato.
Isso permite a flexibilidade e elasticidade da membrana.
A descrição sobre esse modelo de organização é denominado
"mosaico fluido".
MEMBRANA PLASMÁTICA – composição e
estrutura

Ilustração representando as porções


polares e apolares de bicamada
fosfolipídica e como esta se organiza em
mosaico fluido

O nome "mosaico fluido" deve-se pela presença de estruturas flexíveis e fluidas, com grande
poder de regeneração.
Além da bicamada de fosfolipídeos, existem outras gorduras e proteínas que compõem as
membranas celulares que garantem seu funcionamento.
Apenas células dos animais, há o colesterol que compõe e estabiliza sua estrutura. A
vantagem adaptativa do colesterol é manter a membrana fluida e sem congelar mesmo em
baixas temperaturas. Apenas as células animais que possuem colesterol, os outros grupos de
seres vivos não o sintetizam.
MEMBRANA PLASMÁTICA – composição e
estrutura
As proteínas presentes na membrana são podem ser de
grupos diferentes como: enzimas, glicoproteínas, proteínas
transportadoras e antígenos.
Nesse sentido, podemos dividi-las em dois grupos
principais:
Proteínas transmembranas: atravessam a bicamada
lipídica lado a lado.
Proteínas periféricas: situam-se em apenas um dos lados
da bicamada.
Cada uma dessas proteínas vai ter uma função diferente,
tanto no transporte quanto ao enviar e catalisar
informações para dentro e para fora da célula.
Parede celulósica
CITOPLASMA
✓ Localizado entre membrana plasmática e núcleo;
✓ Preenchido por hialoplama, citosol, matriz citoplasmática;
✓ Dispersas organelas citoplasmáticas que garantem
funcionamento adequado das células.
CITOPLASMA
O citoplasma corresponde a todo conteúdo celular
localizado fora do núcleo.
Nele está contida uma variada quantidade de organelas
membranosas, as quais desenvolvem as mais variadas
funções.
A parte do citoplasma localizada entre as organelas recebe o
nome de citosol ou matriz citoplasmática, no qual
importantes reações químicas acontecem.
Formado, principalmente, por água, o citosol apresenta
ainda outras substâncias como proteínas, aminoácidos,
carboidratos, lipídios e íons.
Quando observamos sob o microscópio eletrônico, o
citosol de uma célula eucarionte é cruzado por uma série
de filamentos, os quais formam uma espécie de rede.

Essa rede é o chamado citoesqueleto, o qual é constituído


por filamentos de actina, microtúbulos e filamentos
intermediários.
Esses três tipos de filamentos garantem reforço mecânico
à célula, ajudam na movimentação e no processo na
divisão celular.
Além disso, o citoesqueleto é importante para garantir o
posicionamento adequado das organelas.
CITOESQUELETO
O citoesqueleto é uma complexa rede de proteínas,
altamente dinâmica, que participa dos processos de
plasticidade, transporte e sinalização celular, além de ser
o principal determinante da morfologia celular.
Os componentes do citoesqueleto são os microfilamentos,
os filamentos intermediários e os microtúbulos.
Microtúbulos: - são estruturas
proteicas que fazem parte do
citoesqueleto nas células.
Apresentam filamentos com
diâmetro de, aproximadamente,
24 nm e comprimentos variados,
de vários micrometros até alguns
milímetros nos axônios das
células nervosas.
CITOESQUELETO - microtúbulos
Em outras palavras:
O citoesqueleto é uma rede
formada por microtúbulos,
filamentos de actina
(microfilamentos) e filamentos
intermediários.
Os microtúbulos são formados
pela ligação de dímeros formados
por α-tubulina e β-tubulina
ligados uns aos outros por
ligações não covalentes.

*Tubulina: família de proteínas globulares


O citoesqueleto é uma estrutura dinâmica
que está presente no citoplasma das
Garantir a contração da célula; Possibilitar a
células. Ele se assemelha a uma rede, movimentação da célula por meio de
sendo formado por microtúbulos e movimentos ameboides; Garantir que o fuso
microfilamentos (intermediários e de mitótico seja formado; Possibilitar a realização
actina) constituídos de proteínas. Nos dos processos de endocitose - entrada de
microtúbulos encontramos a proteína substâncias na célula - e exocitose - liberação
chamada de tubulina. de substâncias para o meio extracelular.
COMPONENTES CELULARES
Retículo endoplasmático:
✓ Retículo endoplasmático liso:

Formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem


ribossomos aderidos a membrana.

Função: Participa principalmente da síntese de


esteróides (hormônios), fosfolipídios e outros
lipídios; contribui para a desintoxicação do
organismo.
COMPONENTES CELULARES

Retículo endoplasmático rugoso:


(Ergastoplasma)
É formado por sistemas de túbulos achatados e
ribossomos aderidos a membrana o que lhe confere
aspecto granular.

Função: Participa da síntese de proteínas, que serão


enviadas para o exterior das células. Esse tipo de
retículo é muito desenvolvido em células com
função secretora.
COMPONENTES CELULARES
COMPLEXO DE GOLGI

Organelas encontradas em quase todas as células


eucarióticas.
Nome homenageia de Camilo Golgi, que as identificou.
Formado por sacos achatados e vesículas, sua função
primordial é o processamento de proteínas ribossomáticas
e a sua distribuição por entre essas vesículas.
Função: espécie de sistema central de distribuição na
célula e atua como centro de armazenamento,
transformação, empacotamento e remessa de substâncias
na célula.
COMPONENTES CELULARES
LISOSSOMOS

São organelas citoplasmáticas, originadas no Complexo de


Golgi e têm a capacidade de degradar partículas.
Presentes na maioria dos seres vivos eucariontes,.
Estão envolvidos em outras atividades celulares como
reparo de membrana e secreção.
COMPONENTES CELULARES
LISOSSOMOS
COMPONENTES CELULARES
MITOCÔNDRIA

FUNÇÃO: gerar energia através do processo conhecido


como respiração celular.
O processo consiste em oxidar moléculas - geralmente
derivadas da glicose presente no citoplasma - e converter a
energia gerada dessa oxidação para a formação de
moléculas carreadoras de energia, como o ATP
COMPONENTES CELULARES
CENTRÍOLOS

São estruturas celulares que auxiliam na divisão celular


(mitose e meiose).
Possuem a capacidade de duplicação durante o ciclo da
divisão celular, organizando o fuso acromático*.

*O fuso mitótico ou fuso acromático é uma estrutura celular temporária, constituída por
microtúbulos.
É uma pequena e media estrutura do citoesqueleto das células eucariotas, envolvida na
mitose e na meiose.
Durante a meiose leva o nome de fuso meiótico.
COMPONENTES CELULARES
Ribossomos
Os ribossomos, por não apresentarem membranas, não
são considerados organelas celulares por alguns autores.
Outros, no entanto, denominam-no como organelas não
membranosas. Independentemente da classificação, os
ribossomos são complexos constituídos por RNA
ribossomal e proteínas, que apresentam como função a
síntese proteica. Essas estruturas estão presentes tanto
no citosol de células eucariontes quanto de procariontes.
Movimentos citoplasmáticos
O citoesqueleto está relacionado com a movimentação do
citoplasma.
Dois movimentos celulares podem ser identificados: o movimento
ameboide e a ciclose.

•Ameboide: leva ao deslocamento da célula inteira. Nesse caso,


observa-se o surgimento de projeções citoplasmáticas, denominadas
de pseudópodes, que surgem devido à interação entre filamentos de
actina e miosina que promovem a contração da célula.

•Ciclose: consiste em uma corrente citoplasmática circular, em que é


possível observar organelas e várias substâncias movendo-se de
maneira ordenada. Essa corrente é importante para garantir a troca
de substâncias dentro da célula e também entre a célula e o meio
ambiente. Também é provocada por interações entre actina e
miosina.
Funções citoplasmáticas

•Serve de local para realização de diferentes reações


químicas;
•Facilita a troca de substâncias dentro da célula e
entre células adjacentes;
•Devido à presença do citoesqueleto, o citoplasma
atua promovendo a sustentação da célula e
garantindo sua movimentação, no caso daquela que
apresenta movimento ameboide.
Resumindo....
NÚCLEO
Descobrimento: 1833 pelo pesquisador escocês Robert Brown;
Estrutura presente nas células eucariontes, que contém o DNA celular
Delimitado pelo envoltório nuclear.
Se comunica com o citoplasma através dos poros nucleares.
Funções básicas:
✓ regular as reações químicas que ocorrem dentro da célula
✓ armazenar as informações genéticas da célula.

Núcleo Celular O Núcleo atua na


reprodução celular. Também é portador
das características hereditárias e
coordena as atividades celulares
Robbins, 2020.
CARIOTECA

✓ Membrana dupla e porosa que envolve o núcleo,


permitindo a comunicação com o Citoplasma;
✓ Nucleoplasma: massa fluída limitada pela
carioteca que ocupa o interior do núcleo;
✓ Cromatina: material constituído por DNA
(material genético).
Responsável pelas CARACTERÍSTICAS
HEREDITÁRIAS.
✓ Nucléolo: estrutura que produz proteínas.
CROMOSSOMOS
São longos fios de DNA associados a proteínas histonas em
um arranjo complexo que pode ser visto no microscópio
óptico em células na fase de metáfase da divisão celular.
Essas estruturas ficam localizadas no núcleo e variam de
uma espécie para outra.
No ser humano: presença de 46 cromossomos em cada
célula somática.
As células somáticas são células diploides que formam todos os órgãos e tecidos do
organismo.
Em contraste, as células germinativas e as células estaminais não são células somáticas.

*Células estaminais/células precursoras/”células mãe”: são células com capacidade para


darem origem às células especializadas que constituem os tecidos e órgãos do nosso corpo.
Esta especialização acontece ao longo de toda a vida.
** Células germinativas/células sexuais/gametas: são células reprodutora capazes de originar
outras células. São capazes de se unir com uma célula do sexo oposto para formar um ovo ou
zigoto que por segmentações origina um novo indivíduo.
CROMOSSOMOS – estrutura básica
Uma molécula de DNA apresenta porções enroladas em grãos
formados por oito moléculas de uma proteína denominada de histona.
Cada grão de histona com DNA enrolado recebe o nome
de nucleossomo.
Os nucleossomos próximos uns dos outros enrolam-se, formando uma
espécie de mola, que é chamada de fibra cromossômica.
Essa fibra associa-se a proteínas estruturais que garantem a
sustentação, formando o cromonema.
A condensação do cromonema leva à formação do cromossomo.
O cromossomo condensado apresenta uma região mais afilada
denominada de centrômero, o local onde os microtúbulos prendem-se
no momento da divisão celular.
A posição dos centrômeros promove a divisão do cromossomo em
duas partes: os braços cromossômicos.
Assim sendo, um cromossomo simples possui dois braços e um
centrômero.

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