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CASO CLÍNICO 2

COMO AJUDAR UM HOMEM COM POUCA ALFABETIZAÇÃO

O Sr. Jones é um afro-americano de 73 anos, aposentado como motorista de ônibus, que


nunca se casou ou teve filhos; mora sozinho e atualmente é atendido pelo Medicaid.
Nascido em uma área rural sulista, migrou para o norte com 25 anos de idade. Ainda
criança, no Mississipi, onde a família reside, cursou até o quarto ano do ensino
fundamental. Fala com forte sotaque, usando palavras monossilábicas de difícil
discernimento. Utiliza para escrever letras maiúsculas, espaçando-as demais.

Há uma semana, recebeu alta do hospital com um diagnóstico médico de doença


vascular periférica, hipertensão, diabetes melito tipo 2 e hiperlipidemia, Recebeu
prescrição de seis medicamentos, a serem administrados em horários diferentes durante
o dia. Além disso, foi colocado em uma dieta com baixo teor de sódio e pouco
colesterol para o diabetes, devendo caminhar por 20 minutos pelo menos três vezes por
semana. Enquanto hospitalizado, recebeu orientações de controlar as suas doenças
crônicas.

Foi feito ainda encaminhamento para cuidado domiciliar de saúde por enfermeiro
especialista que monitoraria seu estado clínico, auxiliaria a implementar o regime
terapêutico e providenciaria orientações nutricionais e de exercícios. Uma vez que o Sr.
Jones estava aprendendo a lidar com doenças há pouco diagnosticadas, a instituição de
cuidado domiciliar de saúde designou um enfermeiro gerente de caso para ajudá-lo nas
orientações de controle das doenças crônicas. Um auxiliar da instituição de cuidado
domiciliar foi providenciado para os cuidados pessoais, as compras dos alimentos e seu
preparo, três vezes na semana.

Um estudante de bacharelado em Enfermagem, supervisionado por um enfermeiro


gerente de caso, foi designado para visitar o Sr. Jones a fim de acompanhar os cuidados
semanais. Na primeira visita, o estudante de Enfermagem fez um exame céfalo-caudal,
uma investigação familiar e obteve a história de saúde funcional, com foco nas
atividades de autocuidado, enfatizando a administração dos medicamentos, o controle
da dieta e os exercícios. Ao revisar com o Sr. Jones a finalidade de cada medicamento, o
estudante de Enfermagem contou a quantidade de comprimidos em cada um dos seis
frascos, inferindo que o paciente não estava tomando a medicação de acordo com a
prescrição.

Como parte da história alimentar, o estudante perguntou ao Sr. Jones sobre os alimentos
que comera nas últimas 24horas. Ele respondeu que, no café da manhã, habitualmente,
comia torradas com manteiga e geléia, além do café; no almoço, ingeria um sanduíche
com mortadela, presunto ou queijo, e, no jantar, purê de batatas, ervilhas e galinha frita
ou assada. Foram feitas outras perguntas para investigação de como ele comunicava as
suas preferências alimentares à auxiliar da instituição de cuidado domiciliar que
preparava suas refeições. Ele informou que a auxiliar fazia o que ele gostava: as batas
com muita manteiga para ficarem cremosas; a pele do frango não e a retirada antes dele
ser frito ou assado.

Quando o estudante estava terminando a visita, o Sr. Jones disse que desejava que a dor
nas pernas desaparecesse e que lhe fosse possível dormir a noite toda sem ter de ir de
duas a três vezes ao banheiro, além de informar que estava comprometido a fazer o
necessário para cuidar de si mesmo.

O estudante de Enfermagem reconheceu que a auxiliar da instituição de cuidado


domiciliar era um elemento essencial na equipe de atendimento interdisciplinar que
cuidava do Sr. Jones e conversou com ela sobre o cuidado dado ao paciente. Ela
informou: “Sei que ele segue uma dieta com baixo teor de sódio e colesterol, mas
preparei o frango frito porque ele gosta e queria agradá-lo”. O estudante reconheceu que
a auxiliar da instituição de cuidado domiciliar não estivera presente nas orientações
anteriores, havendo assim necessidade de mais aulas. Eles então trabalharam em
conjunto para elaborar um plano de orientações de autocontrole que ela poderia usar
com o Sr. Jones.

O estudante de Enfermagem também investigou o que o Sr. Jones sabia sobre o


tratamento medicamentoso. Ele não conseguiu descrever com exatidão a frequência, a
dose ou a finalidade de qualquer dos medicamentos. Também manifestou acreditar que,
tomando um de cada comprimido, todos os dias, em vez dos dois receitados para a
pressão arterial, atenderia às exigências de um controle adequado da medicação. Ele
admitiu não caminhar três vezes por semana, conforme sugerido, mas disse que
caminhava até a loja, uma vez por semana, planejando aumentar sua frequência quando
a temperatura ficasse mais amena.
Referências

1. LUNNEY, M. Pensamento Crítico para o alcance de resultados positivos em


saúde. Porto Alegre: Artmed, 2011 (adaptado).

2. TANNURE Meire Chucre; PINHEIRO, Ana Maria. SAE: sistematização da


assistência de enfermagem. 2.ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2010.

QUESTÕES ORIENTADORAS DE ESTUDO

1) Estabelecer dois diagnósticos de Enfermagem para o paciente.

Risco de glicemia instável

Monitoramento inadequado; não faz o uso correto da medicação nos horários prescritos
nem a dosagem correta.

Autocontrole ineficaz da saúde.


O paciente tem dificuldade para seguir as orientações, como não realiza uma dieta
balanceada, não realiza a atividade física indicada.

Anna Carolina de Souza Lima

202212496

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