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GI011 - FUNDAMENTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

ATIVIDADE PRÁTICA

Nome e sobrenome: Amanda Luz Pacheco

Usuário: BRSPMAPS3028726

Data: 16/01/2024

CASO PRÁTICO – APLICADO: CARACTERÍSTICAS DA APS

PROPOSTA:

Daniela Mendoza, 21 anos, de uma comunidade de Matlatzinca no México, está


grávida de 15 semanas. Ela vai até o centro de saúde mais próximo por estar com
sintomas febris que não desapareceram após 3 semanas. Vive com seu marido de 23
anos, esta é sua terceira gravidez, a primeira foi aos 17 e a segunda aos 19. Em
ambos os casos ela não recebeu nenhuma atenção médica e foi atendida pelo grupo
de parteiras de sua comunidade que lhe proporcionou os cuidados tradicionais durante
o parto e no puerpério.

Durante a anamnese realizada pelo médico de família, Carlos Fernández, a paciente


refere-se a dores musculares e picos febris durante o dia sem saber a temperatura
exata. Relata que tomou chá de flor de bougainville para tratar os sintomas, mas não
apresentou nenhuma melhora. Sua mãe a massageou com álcool etílico para reduzir o
desconforto.

O médico prescreve, então, um tratamento antibiótico (amoxicilina) por um período de


uma semana. Na área da farmácia, o responsável recomenda que ela o adquira com
seus próprios recursos e em uma farmácia privada, pois o medicamento não está
disponível no centro de saúde naquele momento. A paciente concorda e deixa o local.

Na semana seguinte, ela voltou à clínica com os mesmos sintomas, apresentando


também expectoração com muco. Sua frequência cardíaca está elevada e sua
temperatura no momento é de 39,5º C, mostrando sinais de desidratação. Depois de
ser examinada pela médica de família, Mariana López, decide-se por hospitalizá-la.
Durante o interrogatório, Daniela disse que vinha sofrendo dos sintomas mencionados
acima há três semanas. Ela também disse ao médico que havia visitado a clínica
anteriormente, mas que o medicamento não estava disponível e que ela mesma não
tinha conseguido comprá-lo. A médica Mariana solicita uma consulta com o
ginecologista.

Durante a hospitalização, a enfermeira auxiliar lhe pede para tirar a roupa e vestir um
vestido de hospital, mas não menciona o motivo, e depois procede a colher amostras
de sangue e administrar fluidos intravenosos, aos quais Daniela reage chorando, com

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medo e desconfiança. Após 3 horas de espera, o ginecologista chega e procede à
realização de um ultrassom, que Daniela se recusa a aceitar. Após várias tentativas
fracassadas de fazê-la concordar com o procedimento, sua mãe é chamada para
convencê-la, mas ela apoia a decisão de Daniela e diz ao médico que não conhece o
procedimento e que isso conferiria espíritos malignos ao bebê. A mãe de Daniela
também exige que lhe seja permitido vestir-se e que ela seja atendida por uma médica
mulher.

Após várias horas no hospital, onde não lhe foi permitido comer, os resultados do
laboratório mostraram uma infecção do trato respiratório que era sensível a qualquer
antibiótico. Então a paciente começou a tomar antibióticos intravenosos por 24 horas e
posteriormente recebeu alta com um pedido para continuar com o tratamento
antibiótico por injeção. Recebe o medicamento no centro de saúde e é convidada a
retornar 5 dias depois.

Três dias depois, Daniela foi levada para o pronto-socorro por seu marido,
apresentando febre de 39ºC, perda de consciência, frequência cardíaca elevada e
evidentes problemas respiratórios. O médico Jaime Pérez que a recebeu não
conseguiu encontrar a frequência cardíaca do feto. O marido disse que a mãe de
Daniela continuou a administrar chás e massagens, e quando o médico perguntou que
tratamento ela havia recebido da primeira vez e da segunda vez que ela foi ao médico,
o marido de Daniela disse que não sabia disso e tinha certeza de que Daniela não
havia recebido nenhuma injeção ou tratamento. Após avaliação médica, ela foi
diagnosticada com pneumonia resistente a bactérias, com complicações cardíacas, e
foi transferida para um hospital especializado.

Instruções para o desenvolvimento da atividade

I. Depois de ler o caso descrito acima, responda as seguintes perguntas:

1. Levando em conta as características, funções e competências da APS,


elabore uma crítica aos cuidados que Daniela recebeu na primeira e na
segunda vez que ela foi ao centro de saúde.
2. Considerando a interculturalidade e a competência cultural como elementos
principais nesse caso, mencione pelo menos 5 medidas que poderiam ser
implementadas para reduzir as limitações durante a atenção à saúde.
3. Busque 2 artigos sobre a implementação de programas de saúde com uma
abordagem comunitária voltada à atenção materna e infantil. Faça um resumo
da implementação realizada em cada caso e indique a referência bibliográfica
de cada artigo.

II. Elabore sua resposta a estas perguntas com base no estudo dos materiais do curso e
outras fontes que você considere apropriado consultar.

III. Uma vez completadas as respostas, envie o documento por meio do ícone de
atividade.

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Levando em conta as características, funções e competências da APS, elabore
uma crítica aos cuidados que Daniela recebeu na primeira e na segunda vez que
ela foi ao centro de saúde.

Como característica da APS, a atenção no primeiro contato é fundamental,


assim como orientações adequadas respeitando as ideias culturais do paciente, porém
o orientando quanto ao seu estado de saúde atual. A paciente Daniela ao perceber os
sintomas febris deveria ter buscado atendimento com antecedência. O médico ao
avalia-la de forma minuciosa, examinando o feto e prescrevendo não só antibióticos,
como exames complementares para diagnóstico preciso. Há ainda um problema entre
as duas primeiras visitas a clínica, ela não fez o uso das medicações prescritas, não
comprou e não havia disponível no local, tornando ainda um problema e acessibilidade
e falta de medicações na unidade de saúde. Os serviços públicos apresentam muitas
fragmentações e assistências descontínuas, como por exemplo no apoio diagnostico e
terapêutico nas práticas clinicas do dia-a-dia, a paciente em questão foi um exemplo
muito bem construído dessa dificuldade nas assistências, necessita-se de mais
atenção em saúde voltada a questão dos atendimentos e prescrições realizadas de
forma inadequada, bem como atenção a falta de planejamento estratégico para que
não falte medicações essenciais para um bom atendimento.

Considerando a interculturalidade e a competência cultural como elementos


principais nesse caso, mencione pelo menos 5 medidas que poderiam ser
implementadas para reduzir as limitações durante a atenção à saúde.

As boas práticas de assistência em saúde estão relacionadas com a capacidade


de reconhecer os aspectos principais das pessoas que procuram atendimento.
Reconhecer a cultura de determinado local, pode ajudar na compreensão de como
muitas famílias entendem sobre cuidados de saúde, portanto, como profissionais,
podemos dar uma assistência de saúde de qualidade através dos seguintes pontos:

1. Reconhecer que a fé da família/paciente é fundamental para ela/eles, respeitando


suas opiniões.

2. Orientar cuidados de saúde mostrando a família sobre determinados medicamentos


ou exames podem ajudar na recuperação do paciente.

3. Orientar sobre o tratamento pode ser realizado de forma adequada sem interferir nos
fatores culturais que acreditam e que podem ser realizados de forma conjunta sem
prejudicar o paciente.

4. Realizar treinamento de equipes e saúde sobre a importância da cultura de muitas


famílias e que as respeitar é fundamental para exercer bons laços, e que isto contribui
para a maior aceitação do tratamento adequado.

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5. Compreender que as crenças e suposições culturais possuem impacto na prática de
assistência de saúde, assim podendo fornecer um ambiente adequado e acolhedor que
melhor atenda às necessidades da família/ usuário.
6. Realizar acompanhamento dos usuários conforme necessitar, aumentando o vínculo
com esta família, orientando-os quando necessário sobre o tratamento adequados e
eventuais dúvidas, respeitando sempre os fatores culturais que acreditam.

Busque 2 artigos sobre a implementação de programas de saúde com uma


abordagem comunitária voltada à atenção materna e infantil. Faça um resumo da
implementação realizada em cada caso e indique a referência bibliográfica de
cada artigo.

Artigo 1- Assistência à saúde materno-infantil: índice de adequação em serviços


públicos de saúde.
Referências: 1. Genovesi FF, Canario MA dos SS, Godoy CB de, Maciel SM, Cardelli AAM, Ferrari RAP.
Maternal and child health care: adequacy index in public health services. Rev Bras Enferm [Internet].
2020;73:e20170757. Available from: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0757.

As políticas públicas voltadas a saúde materno-infantil sofreram várias mudanças


durante o processo de estruturação em cada ponto de assistência nas comunidades.
Visando a melhoria dos programas de assistência a saúde materno infantil, foi
implantado com objetivos a redução das taxas de mortalidade e aumento das melhorias
da qualidade da assistência prestada. Para a implementação dos processos, primeiro
de identifica as falhas a serem ajustadas.

A qualificação dos profissionais de saúde possibilita a promoção da atenção a saúde


materno-infantil de forma eficiente e pratica. Implementar a assistência adequada
desde o pré-natal, dando sequência no puerpério e parto. A assistência implementada
deve-se estender a promoção e proteção da saúde da criança até os 9 anos de idade.

Implementar melhorias de acesso, cobertura e realizar ações de pré-natal, maternidade


e acompanhamento da criança. As ações devem ser realizadas conforme as condições
de vida e comunidades observadas de cada usuário, com cronogramas de visitas
individuais e coletivas com equipe multiprofissional. Nas visitas podem ser orientados
sobre aleitamento materno, cuidados essenciais com o recém-nascido, agendamentos
de próximos acompanhamentos e consultas e prevenção de infecções materno-infantil.

É um desafio aos profissionais da atenção básica realizar todas as implementações na


rotina diária dos usuários, há ainda necessidades de trabalhar vários aspectos dos
processos de saúde, bem como inserir mais equipes de saúde para atender as
demandas, trabalhar a interculturalidade das comunidades e individuais e continuar as
melhorias de atendimento de qualidade prestadas aos usuários.

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Artigo 2- Perfil de Puérperas e Satisfação com Assistência em Saúde Materno-Infantil.
Referências: Costa ELN, Levandowski DC, Suárez Grzybowski L. Perfil de Puérperas e Satisfação com
Assistência em Saúde Materno-Infantil. PSSA [Internet]. 14º de junho de 2022 [citado 15º de janeiro de
2024];14(1):91-105. Disponível em: https://pssaucdb.emnuvens.com.br/pssa/article/view/1379.

A melhoria do acesso a saúde materno-infantil tem se tornado cada vez mais


abrangente, com melhorias na cobertura de atendimento e na qualidade de assistência
a saúde. O acompanhamento das gestações e crescimento infantil é rodeado de
grandes transformações na vida dos usuários, interagido com as relações familiares e
interpessoais. As ações de assistência podem ser implementadas através da
humanização do cuidado e avaliadas pelos usuários diariamente. As ações visam
promover o acolhimento materno-infantil, respeitando as suas características pessoais
de cada usuário.

Implementar ações que orientem a transição durante o puerpério e cuidados ao RN é


de grande importância, pois ainda há dificuldades associados as más informações
acerca de muitos assuntos, como: aleitamento, prevenção de infecções, enfrentamento
de problemas familiares e pessoais e conscientização do seu próprio bem-estar. Para a
implementação de medidas adequadas de saúde, podem ser obtidas através de
consulta de saúde qualificada, com exames complementares e medicações corretas
prescritos, procedimentos básicos e fornecer orientações adequadas acerca do estado
de saúde da usuária.

Ainda se pode perceber que a ampliação do espaço de atendimento traz maior conforto
aos pacientes e seus acompanhantes, aumentando também a demanda para os
profissionais de saúde. O espaço que o profissional de saúde dispõe para discutir com
os usuários sobre suas satisfações e reclamações, pode possibilitar uma experiencia
significativa na vida das pessoas, pois surgem inúmeras angústias e duvidas com a
relação materno-infantil, esta seria uma implementação diária muito recomendada.

Os objetivos da promoção da saúde materno-infantil são muito importantes, e buscam


reforçar e incentivar uma relação materno-infantil saudável dentro dos âmbitos gerais
da saúde publica. Incentivar a rede de apoio é uma implementação que visa benefícios
a longo prazo, sendo avaliado a efetividade na vida da usuária conforme os
acompanhamentos são realizados. As implementações de ações de saúde materno-
infantil afetam diretamente as usuárias em vários momentos, fazem com que possam
refletir sobre suas ações diárias e autocuidado, sendo acolhidas pela equipe de saúde
e garantindo a unidade de saúde uma maior qualidade de assistência.

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