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Nome completo do aluno/a:_Camila Sena Uzêda

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QUESTÃO 1)

EXCERTO DE CASO CLÍNICO:

“Paciente mulher, 35 anos, casada, internada após abortamento espontâneo. Em processo de


negação da perda do bebê. Estava tentando engravidar há bastante tempo e, segundo o
esposo, estava o casal depositando no bebê a expectativa de salvar o seu casamento. Por
meio de exames, equipe diagnosticou HIV+ e está com dificuldades de comunicar o fato à
paciente, por não saber até que ponto ela se encontra capaz no momento de elaborar mais
essa questão. Paciente com diagnóstico prévio de Transtorno de Personalidade Borderline,
com adesão irregular a tratamento psicoterapêutico e psicofarmacológico”.

Considerando as informações acima, disponibilizadas em pedido de interconsulta ao serviço


de Psicologia de um Hospital, qual seria sua condução do caso, considerando os elementos
discutidos acerca da entrevista psicológica inicial e seus processos tranversais (validação e
aceitação)? – MÁXIMO DE 15 LINHAS

Resposta:

Diante da complexidade do caso, inicialmente, seria interessante que a paciente passasse por
uma avaliação psiquiátrica para entendermos melhor sobre esse diagnóstico e saber como a
paciente tem lidado com a situação. Acredito que seria interessante eleger e convocar
pessoas da rede de apoio da paciente, autorizadas pela mesma, para ajudá-la nesse
momento difícil. Após isso, fazer um atendimento prévio da psicologia para identificar os
pontos destacados pelos outros profissionais que a atenderam e investigar até que ponto eles
são impostantes para o processo da paciente. Após isso, reunir a rede der apoio da paciente
para um diálogo e prepará-los para possíveis consequências a partir da descoberta do
diagnóstico de HIV+. Após isso, acompanhar a equipe médica quando forem dar o
diagnóstico, pois a paciente tem o direito de saber sobre sua saúde. Após isso acolhimento
psicológico, caso necessário. Por fim, deixar a paciente já encaminhada para serviços de
saúde mental da cidade e reforçar a importância desse cuidado, principalmente nesse
momento.

QUESTÃO 2)

Aborde brevemente sobre os três níveis de atuação do psicólogo no contexto hospitalar, a


saber psicopedagógico/psicoprofilático/psicoterápico, e de que modo tais elementos podem
ser catalisadores da adesão do paciente ao tratamento.

Resposta:
O primeiro nível de atuação é o psicopedagógico, que se trata de fornecer algumas
informações importantes ao paciente no que tange à fatores de risco e de proteção referentes
a sua situação de saúde, a procedimentos, a diagnósticos e a prognósticos.
O outro nível se trata do psicoprofilático, em que o nível de atenção é primário, ou
seja, em que o objetivo é a prevenção de doenças.
Já o terceiro é o psicoterapêutico, o qual envolve as intervenções psicoterápicas, com
aplicação de técnicas e de procedimentos específicos, de acordo com as necessidades de
casa caso.
Os procedimentos hospitalares e até mesmo uma simples internação podem
desencadear nos pacientes sentimentos de medo, ansiedade, expectativas que podem gerar
um impacto na sua própria recuperação. Nesse sentido, através desses três níveis de
intervenção, a psicologia fornece o suporte e o acolhimento necessário para que o paciente
se sinta seguro e acolhido em suas demandas, deixando, em grande parte dos casos, a
possibilidade de adesão e entendimento sobre o seu tratamento.

QUESTÃO 3)

Discorra criticamente sobre o uso de técnicas psicológicas no contexto hospitalar,


considerando sua importância, limitações e os cuidados quanto à transposição de recursos da
clínica psicológica tradicional para o hospital. – MÁXIMO 10 LINHAS.

Resposta:

As técnicas psicológicas no contexto hospitalar são de extrema importância,


principalmente se tratando de pacientes de longa permanência. Porém, ao se pensar nas
técnicas mais adequadas para o atendimento psicológico ao paciente internado, enfrenta-se
uma situação às vezes, complicada, ligada à condição de saúde desse sujeito, que está
doente e, com frequência, gravemente doente. Desta forma as abordagens psicoterapêuticas
tradicionais se tornam inviáveis, sendo necessária a adaptação dos recursos conhecidos para
viabilizar o atendimento respeitando a condição imposta pela doença. O profissional de
psicologia precisa estar atento as especificidades de cada caso e, a partir dessas
informações, tentar adequar as técnicas a condição do sujeito.

QUESTÃO 4)

Pondere acerca dos limites éticos da atuação do Psicólogo Hospitalar quanto a questões
clínicas que extrapolam a seara do adoecimento/hospitalização atual e de que modo essa
reflexão se relaciona com a noção de integralidade nos cuidados em saúde. – MÁXIMO 10
LINHAS.

Resposta:

O trabalho de um psicólogo em um hospital tem sua especificidade que, em parte, está


ligada às características de cada instituição, e ao tipo de sofrimento que a mesma se propõe
a tratar . A atuação do psicólogo hospitalar deve sempre estar pautada na ética e na
sensibilidade do próprio profissional em entender que, em algumas situações, questões
psicológicas pessoais do paciente irão emergir a partir de uma hospitalização, questões estas
que, muitas vezes extrapolam as questões hospitalares. A integralidade enquanto princípio do
Sistema Único de Saúde busca garantir ao indivíduo uma assistência à saúde que transcenda
a prática curativa, contemplando o indivíduo em todos os níveis de atenção e considerando o
sujeito inserido em um contexto social, familiar e cultural e é a partir desta premissa que o
profissional de psicologia deve trabalhar dentro do ambiente hospitalar. Nesse sentido,
questões que extrapolam as “paredes do hospital” devem também serem cuidadas através
de encaminhamentos para outros serviços de saúde objetivando a continuidade desses
cuidados.

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