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Relatores:
Cristiane Figueiredo Araújo
Maurício Araújo
Helene Shinohara
Paula Barreto Pereira Soares
O câncer é uma doença grave e crônica cujo diagnóstico causa um grande impacto sobre a
integridade psicológica dos pacientes, tornando-os fragilizados e vulneráveis.
Recentemente, avanços nas áreas médica e farmacológica possibilitaram um aumento do
número de sobreviventes e do tempo de sobrevida dos pacientes oncológicos, o que fez
crescer a preocupação com sua qualidade de vida. Assim, tornou-se imprescindível o
acompanhamento psicológico a tais pacientes e a seus familiares durante a fase de
tratamento da enfermidade. Estudos apontam evidências de que a resposta psicológica ao
câncer pode influenciar os resultados do tratamento e, inclusive, afetar a duração da
sobrevivência do paciente. Assim, apesar da constatação do câncer significar motivo de
grande apreensão e preocupação para quem é acometido por ele, o modo como o portador
reage à situação e a sua disposição de enfrentá-la podem alterar significativamente os
efeitos de seu processo terapêutico. A terapia cognitivo-comportamental, por enfocar a
identificação, avaliação e modificação das respostas cognitivas disfuncionais do indivíduo e
sua influência sobre o humor e o comportamento, destaca-se como uma modalidade de
psicoterapia bastante apropriada para o atendimento a pessoas com câncer. Além disso, a
TCC corresponde a um tipo de intervenção comprovadamente rápido e eficiente, ajustando-
se perfeitamente às necessidades urgentes destes pacientes. De acordo com o modelo
cognitivo de compreensão destes indivíduos, os pensamentos e crenças do doente em
relação ao diagnóstico, ao processo terapêutico e às suas possibilidades de enfrentamento
vão determinar os seus sentimentos e comportamentos diante da mesma, facilitando ou não
a adesão ao tratamento e a recuperação. Dessa forma, com o objetivo de explorar quais
crenças e expectativas são favorecedoras da adesão ao tratamento, elaborou-se uma
pesquisa com pacientes portadores de câncer em tratamento ambulatorial. Foram aplicados
questionários a 22 pessoas adultas entre 28 e 89 anos, de ambos os sexos, com diferentes
tipos de câncer. O período de tempo desde que os pacientes haviam recebido o diagnóstico
variou de 1mês a 1 ano e 9 meses. Foi possível verificar que, em geral, os pacientes
apresentaram uma visão otimista em relação ao seu tratamento e às suas possibilidades de
recuperação, e obtiveram uma boa adesão ao tratamento. Além disso, observou-se que os
pacientes que já estavam sabendo de sua doença há mais tempo expressaram resultados
mais positivos, em comparação aos que tinham recebido o diagnóstico há menos tempo.
Mostra-se necessária a realização de outras pesquisas nesta área, aplicando-as a diferentes
populações e a um número mais significativo de pessoas para que possamos chegar a
conclusões mais abrangentes.
Palavras-chave: câncer; terapia cognitivo-comportamental; adesão ao tratamento.
O trabalho do psicólogo em hospital geral deve ser respaldado por formação adequada
para a atuação institucional O trabalho interdisciplinar em instituições de saúde é
importante e requerido a todos os profissionais envolvidos, no sentido de integrar
diversas informações de diferentes áreas do conhecimento. O psicólogo no hospital tem
funções outras além da intervenção clínica diretamente com o paciente. Familiares e
equipes médica e de enfermagem devem também receber algum tipo de orientação ou
suporte. O paciente internado passa por uma série de mudanças que o deixam
desconfortável. O simples fato de estar internado significa que sua saúde está em maior
ou menor grau debilitada. O paciente se sente privado de sua rotina e tendo que aprender
a lidar com uma série de estímulos ansiogênicos novos. O psicólogo deve conhecer as
necessidades particulares de cada cliente, ajudando este a se integrar com a própria
doença e com a situação em que se encontra. Estar atento à relação entre os profissionais
e o paciente a fim de facilitar o diálogo pode ser benéfico para ambas as partes. O
psicólogo deve possuir ainda atitudes psicopedagógicas e psicoprofiláticas para
orientação tanto do paciente quanto de seus familiares. Estes possuem um papel
importantíssimo para a adaptação do paciente às dificuldades da vida, podendo colaborar
com o trabalho da equipe de saúde, apesar do sofrimento que compartilham. O modelo
cognitivo pode orientar o psicólogo hospitalar na identificação e compreensão dos
esquemas cognitivos ativados nestas circunstâncias e sua relação com sentimentos
negativos e comportamentos de adesão ou não aos tratamentos. Diversos estudos apontam
intervenções significativas e satisfatórias de terapeutas cognitivos na área da saúde.
Palavras-chave: psicologia da saúde, psicologia hospitalar, terapia cognitiva.