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1.

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE UM PROCESSO DE


AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL

2 perguntas para 9 entrevistados. feito de maneira quali.


‘’Conte-me sobre sua experiência com a avaliação de desempenho.”

‘’Você tem uma experiência marcante sobre avaliação de desempenho


para me contar?’’

pontos percebidos sobre o processo: repetitivo, pouca efetividade


prática, falta de critérios claros, medo de se expor.

2. Vivências de Psicólogos como Integrantes de Equipes


Multidisciplinares em Hospital.

Estudo Quali

A estratégia metodológica utilizada para coleta de dados foi a narrativa

realizada em 1986, que demarcou historicamente a reformulação do


conceito de saúde no Brasil ao compreendê-la a partir do modelo
biopsicossocial, que a concebe como uma conjugação de fatores
físicos, psíquicos e sociais. A mudança no conceito de saúde promoveu
novas formas de atuação da Psicologia na área da saúde; este campo
de atuação é denominado, em outros países, Psicologia da Saúde –
Health Psychology – caracterizando as práticas realizadas em
instituições de nível primário, secundário e terciário; o conceito de
“hospital”

Em relação ao trabalho com a equipe multidisciplinar, preferencialmente


interdisciplinar, de acordo com a resolução acima citada, cabe ao
psicólogo participar de decisões em relação à conduta a ser adotada
pela equipe, objetivando promover apoio e segurança ao paciente e a
seus familiares por meio de informações pertinentes à área de atuação,
assim como impulsionar o suporte e o manejo voltado para possíveis
dificuldades operacionais e/ou subjetivas dos membros da equipe.
(Durante minha experiência de estágio foi bem raro ocorrer)

pergunta norteadora: “Gostaria que me contasse sobre a sua


experiência, como psicólogo hospitalar, ao participar de uma equipe
multidisciplinar no hospital”

De acordo com os participantes desta pesquisa, é essencial para uma


boa atuação, que o psicólogo hospitalar estabeleça uma relação grupal
coesa, pois, ao priorizar um conhecimento coletivo, os saberes de cada
especialidade são compartilhados de modo a potencializar a qualidade
da atuação interdisciplinar (Bezerra, 2016).

Consideram os obstáculos: a falta de compreensão dos profissionais da


equipe diante do processo subjetivo de adoecimento e a falta de suporte
emocional para lidar com as demandas e exigências emocionais dos
pacientes, por sentirem-se vulneráveis a vivenciar os mesmos
sentimentos que os pacientes ao não disporem de recursos psicológicos
para lidar com esta demanda. Um estudo realizado em Londres
apresentou as tensões emocionais que os profissionais da saúde, no
caso os enfermeiros, podem vivenciar no contexto hospitalar: observou-
se o aumento de ansiedade, angústia e frustração em decorrência das
situações vividas nas condições de trabalho, junto a sentimentos
contraditórios em relação aos pacientes – piedade, compaixão, amor;
culpa, ansiedade, ódio e ressentimento (Nogueira-Martins, 2012).

Segundo Oliveira (2013), a prática cotidiana no contexto hospitalar


representa um desafio aos profissionais da equipe por vivenciarem
situações que não estão descritas nos livros e para as quais não foram
preparados, tanto do ponto de vista teórico, quanto técnico. Cabe ao
psicólogo contribuir para a avaliação desses aspectos em relação aos
pacientes atendidos e estar aberto a acolher as reações emocionais dos
próprios colegas de equipe.
3. Psicologia Hospitalar e Políticas Públicas de Saúde: Uma Análise
do Fazer Da Psicologia Nos Hospitais do SUS

método: revisão bibliográfica

Por esta razão, o objetivo geral do presente trabalho é apresentar os


aspectos relativos à prática da Psicologia Hospitalar no sistema público
de saúde a partir da análise do fazer da psicologia nos hospitais do SUS

A Psicologia Hospitalar, como subespecialidade da Psicologia da


Saúde, se ocupa da contribuição para o bom andamento da
recuperação e promoção da saúde integral do paciente. Neste sentido,
o presente trabalho tem por objetivo apresentar a atuação do (a)
psicólogo (a) hospitalar no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS)

De acordo com Foucault (1984), o período em que os hospitais eram


geridos por instituições religiosas, no qual também eram chamados de
casas de Deus ou casas de misericórdia, ficou marcado pela
centralização do saber e da prática médica em torno dos episódios de
crise, ou seja, mantinha-se uma noção individualista e pretendia-se por
meio de sinais do paciente atuar no controle da doença, a fim de
proteger o doente e a sociedade.

Com o advento das transformações que imperaram na organização


social e das consequentes mudanças na instituição hospitalar, ocorreu a
consagração do modelo médico que veio a se tornar concreto em
meados do século XIX, sobretudo por meio do desenvolvimento da
ciência e tecnologia. A bioquímica e a microbiologia, além da noção de
que as doenças advinham de lesões nos órgãos e sistemas do corpo,
possibilitaram as ações médicas centradas no exame clínico e na
observação do paciente, por meio da internação. Dessa forma, o saber
médico logrou a legitimidade social, transformando o hospital num local
de investigação de doenças, tratamento e descoberta de novas
técnicas, sempre baseado no saber médico (BRAGA NETO, BARBOSA
E SANTOS, 2008)
Assim, ainda de acordo com Ribeiro e Dacal (2012), a demanda por
políticas de saúde que valorizassem a prevenção e promoção em
saúde, bem como a necessidade do acesso universal à mesma,
promoveram a falência do modelo hospitalocêntrico, possibilitando o
que se chama de desospitalização, ou seja, o foco nas ações de
prevenção e promoção, descentralização e regionalização dos cuidados
em saúde, conforme detalha a tabela abaixo, que mostra a evolução do
modelo hospitalar.

O Conselho federal de Psicologia (CFP), órgão que rege o exercício da


psicologia como profissão no Brasil, define a Psicologia Hospitalar como
a área da Psicologia que tem suas funções concentradas no âmbito de
atenção à saúde e que atua por meio de atividades como atendimento
psicoterapêutico, atendimentos e intervenções de grupo,
psicomotricidade no contexto hospitalar, avaliação diagnóstica,
psicodiagnóstico, atendimentos em enfermarias e centros de terapia
intensiva, pronto atendimento, entre outras atividades inerentes às
funções do (a) psicólogo (a) que opta por se especializar na área
hospitalar (CASTRO E BORNHOLDT, 2004). Para Rodríguez-Marín
(2003, apud Castro e Bornholdt, 2004), a Psicologia Hospitalar é um
conjunto composto pelas contribuições científicas, educativas e
profissionais que as diferentes disciplinas e áreas da ciência psicológica
fornecem para a assistência aos pacientes que estão no contexto
hospitalar. Neste sentido, o (a) psicólogo (a) hospitalar é o profissional
que reúne tais conhecimentos e técnicas e que os aplica de maneira
sistemática, objetivando a melhoria do processo de assistência ao
paciente hospitalizado, sem necessariamente, se limitar ao tempo
específico da hospitalização deste paciente. Desta forma, o trabalho do
(a) psicólogo (a) hospitalar é centrado no restabelecimento do estado de
saúde do paciente ou, ao menos, no controle dos sintomas que
prejudicam o seu bem-estar (RODRÍGUEZ-MARIN, 2003, apud
CASTRO E BURNHOLDT, 2004).

(nenhum momento até então, nos artigos lidos menciona alguma forma
de atendimento a própria equipe)

Segundo Mendes, Lustosa e Andrade (2009), o (a) psicólogo (a)


hospitalar também atua junto às equipes de saúde, uma vez que nelas
também se manifestam diversas emoções relativas aos processos
presentes no ambiente hospitalar. As questões subjetivas, tais como
angústias, inseguranças e medos devem ser acolhidas e trabalhadas, a
fim de que a equipe possa oferecer o melhor atendimento ao paciente.
Ainda de acordo com os autores, as ações de facilitação na
comunicação entre equipe, paciente e família são fundamentais para o
desenvolvimento de uma relação eficaz, bem como asseguram que as
informações, por mais complexas que sejam, cheguem de forma clara e
honesta a todos os envolvidos no processo. Tais ações tendem a aliviar
as angústias da equipe e promover uma dinâmica mais saudável no
ambiente.

Assim, pode-se compreender a atuação do (a) profissional de psicologia


nos hospitais do SUS como uma atividade sobretudo política, uma vez
que o foco principal está em melhorar a realidade experienciada pelos
sujeitos por meio de atenção integral à saúde, bem como uma atuação
distante da clínica convencional, onde o modelo terapêutico está
concentrado unicamente na demanda do sujeito. O fazer psicológico
nos hospitais se aproxima deste sujeito, da família e de toda a equipe
envolvida no cuidado, e as estratégias do (a) psicólogo (a) hospitalar
são determinantes para a criação de repertórios reacionais mais
adaptativos em relação à experiência de adoecimento

Desta forma, pode-se compreender o trabalho do profissional de


Psicologia Hospitalar nos hospitais do SUS, assim como nos demais
hospitais, como um fazer essencialmente coletivo e multidisciplinar,
onde o (a) psicólogo (a) contribui ativamente para a identificação e para
o alívio das angústias presentes entre os envolvidos na dinâmica
hospitalar. A característica particular do profissional inserido nas
políticas públicas de saúde está, justamente, no compromisso social e
na necessidade da defesa da cidadania como princípio básico norteador
de todas as suas ações. A atuação política, no sentido da busca por
melhoria na condição do sujeito usuário do sistema, faz do (a) psicólogo
(a) hospitalar um profissional cada vez mais necessário e fundamental
na manutenção de um cuidado universal, integral e eficaz, princípio
primeiro da política pública de saúde no Brasi

4. Depressão, ansiedade e estresse em profissionais da linha de


frente da COVID-19

Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores relacionados à ansiedade,


depressão e estresse na equipe de saúde de um hospital de referência
no atendimento a pacientes com COVID-19 quatro meses após o
primeiro caso confirmado no Brasil.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal, correlacional e quantitativo


com enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e médicos.
Foi utilizado um questionário sociodemográfico e sobre os aspectos
profissionais relacionados a COVID19. Para a avaliação da ansiedade,
depressão e estresse foi utilizada a escala DASS-21
Resultados: Participaram do estudo 112 pessoas, das quais 52,68%
apresentaram sintomas de depressão, 57,14% de ansiedade e 78,57%
de estresse. Houve associação da depressão com o cargo de
enfermeiro, com o fato de estar em acompanhamento psicológico
anterior a pandemia, com a ausência de participação em treinamento
para assistência. A ansiedade apresentou associação com o sexo
feminino e com o medo de adoecer. O estresse foi associado a idade
mais jovem, 30 a 39 anos e ao estado civil casado ou em união estável.

Conclusão: Durante a fase inicial do surto de COVID-19 houve uma alta


prevalência de transtornos mentais nos profissionais de assistência
direta ao paciente e os sintomas de depressão, ansiedade e estresse se
manifestaram na maioria dos participantes de forma moderada e grave.

Questionário sociodemográfico Este instrumento investigou dados como


idade, sexo, escolaridade/tempo de estudo, estado civil, religião, vínculo
empregatício, renda, cargo, tempo de atuação, núcleo familiar.
Questionário sobre os aspectos profissionais relacionados a COVID-19
Instrumento que avalia a disposição do profissional para o trabalho
durante a pandemia, a percepção sobre o profissionalismo e o preparo
para dar assistência aos pacientes com a doença. Além disso,
identificou se o profissional teve acesso a equipamentos de proteção
individual - EPI, se participou de treinamentos, no ambiente de trabalho,
sobre como atuar no contexto da pandemia e se apresentou medo de
contrair a COVID-19. Esse instrumento foi elaborado pelo autor.

Depression, anxiety and stress scale (DASS-21) A Depression, Anxiety


and Stress Scale – Short Form (DASS-21) é uma ferramenta de medida
de autorrelato desenvolvida por Lovibond e Lovibond (1995) com
objetivo de mesurar simultaneamente e distinguir a depressão, a
ansiedade e o estresse. Esta escala é baseada no modelo tripartido em
que os sintomas da ansiedade e depressão são agrupados em três
fatores distintos. O primeiro fator inclui os sintomas específicos da
depressão caracterizado pelo baixo afeto positivo, desesperança, baixa
autoestima e baixo incentivo. O segundo engloba os sintomas
específicos da ansiedade associada à hiperestimulação fisiológica e por
último um fator que contém sintomas inespecíficos, que se sobrepõem e
estão incluídos tanto na depressão como na ansiedade, denominado
estresse, resultante de tensão persistente, irritabilidade e baixo limiar de
frustação e ruptura. As três subescalas são do tipo likert de 4 pontos e
cada uma é composta por 7 itens. A versão em português da escala,
validada por Vignola e Tucci (2014), revelou propriedades que atestam
a sua qualidade para avaliar estados emocionais, com as limitações
inerentes à sua capacidade para avaliar separadamente os três
construtos. O escore total da subescala de depressão, ansiedade e
estresse foi dividida em normal < 0,5, leve 0,5-1,0, moderado 1,0-2,0,
severo 2,0-3,0 e extremamente severo > 3,0 e o nível de gravidade foi
avaliado por meio da soma dos escores (Vignola & Tucci, 2014)

As mulheres apresentaram pontuações médias maiores que os homens


em todas as dimensões, mas encontramos diferença estatística
significativa apenas para as dimensões ansiedade e estresse.
Tabela 2: Resumo da comparação da dimensão do DASS-21 com as
características gerais dos profissionais
No teste Qui-Quadrado encontramos associação entre a depressão e 2
variáveis: o recebimento de treinamento e o medo de contrair o vírus.
Assim, a chance do profissional que recebeu treinamento apresentar
depressão diminui em 60% comparado aos que não receberam
treinamento (p=0,041, IC95%= 0,40 [0,16;0,98]). Do mesmo modo, o
medo aumentou 2,76 vezes a chance de o profissional apresentar
depressão (p=0,032, IC95%= 2,76 [1,07;7,12]). A ansiedade apresentou
associação estatística apenas com o medo de contrair o vírus,
aumentando em 3,5 vezes a chance de o profissional apresentar
ansiedade (p=0,008, IC95%= 3,50 [1,35;9,08]). Já o estresse foi
associado significativamente ao estado civil, evidenciando que os
profissionais casados ou em união estável tinham 2,91 vezes mais
chance de apresentar estresse (p=0,027, IC95%= 2,91 [1,10; 7,73])

Palavras chaves em inglês PUBMED. Saude mental DO


TRABLAAHHDOR, saúde mental nos profissionais da saúde.
Somente artigos quanti. Escala de desempenho no trabalho,
(Whoqol ,escala qualidade de vida)
Escala qualidade de vida
Artigos últimos 10 anos

Quem faz tratamento com quem não faz, com outro desfecho
5. Prevalência de síndrome de burnout em médicos intensivistas de cinco capitais
brasileiras

Objetivo: Estimar a prevalência de burnout em médicos intensivistas que trabalham em


unidades de terapia intensiva adulto, pediátrica e neonatal, de cinco capitais brasileiras.

Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, com amostra aleatória e estratificada por


conglomerado, de 180 médicos intensivistas de cinco capitais, representando as regiões
geográficas brasileiras: Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Salvador (BA), Goiânia (GO) e
Belém (PA). Um questionário autoaplicável avaliou dados sociodemográficos e o nível de
burnout foi avaliado por meio do Maslach Burnout Inventory.

Resultados: Foram avaliados 180 médicos, sendo 54,4% do sexo feminino. A média de
idade foi 39 ± 8,1 anos, 63,4% com a especialização como a maior titulação, 55,7% com até
10 anos de trabalho em unidade de terapia intensiva e 46,1% possuíam título de
especialista em terapia intensiva. Conflitos de interesse: Nenhum. Submetido em 24 de
março de 2016 Aceito em 28 de maio de 2016 Autor correspondente: Márcia Oliveira Staffa
Tironi Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Avenida Dom João VI, 275 - Brotas
CEP: 40.290-000 - Salvador (BA), Brasil E-mail: marciatironi@bahiana.edu.br Editor
responsável: Jorge Ibrain de Figueira Salluh Prevalence of burnout syndrome in intensivist
doctors in five Brazilian capitals RESUMO Descritores: Esgotamento
profissional/epidemiologia; Condições de trabalho; Médicos/psicologia; Doenças
ocupacionais/epidemiologia; Prevalência; Unidades de terapia intensiva; Unidades de
terapia intensiva pediátrica; Terapia intensiva neonatal A maioria (50,3%) tinha carga
horária semanal de trabalho entre 49 e 72 horas, e o tipo de vínculo mais frequente foi
empregado assalariado. Níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e
ineficácia foram encontrados em 50,6%, 26,1% e 15,0%, respectivamente. A prevalência de
burnout foi de 61,7%, quando considerado nível alto em pelo menos uma dimensão e de
5% com nível alto nas três dimensões simultaneamente. Conclusão: Observou-se elevada
prevalência da síndrome de burnout entre os médicos intensivistas. Estratégias para
promoção e proteção à saúde desses trabalhadores devem ser discutidas e implementadas
nos hospita

O burnout é uma síndrome psicológica, de esgotamento profissional, decorrente da


sobrecarga emocional crônica no trabalho que envolve relacionamento interpessoal de
grande responsabilidade e apresenta três dimensões interdependentes: exaustão
emocional, despersonalização e ineficácia.(2-6) A exaustão representa o componente
individual, com sentimentos de ser exigido para além de seus recursos. A
despersonalização se refere ao componente interpessoal e, em níveis altos, pode dar uma
impressão inicial de defesa e proteção, mas com risco de cronificação do distanciamento. A
ineficácia é o componente de autoavaliação, normalmente acompanhada de sentimentos de
incompetência e baixa produtividade.(3,7) O burnout está relacionado à prestação de
serviços, e a vulnerabilidade ao seu desenvolvimento aumenta quando essa interação
envolve uma carga significativa de responsabilidade, proteção e cuidado com o outro, o que
pode ser percebido no trabalho dos intensivistas.(2,7) É importante também reconhecer que
o burnout deve ser entendido como um processo e em estreita relação com o contexto em
que este serviço é prestado, que funciona como uma moldura deste fenômeno. Muitos
autores(3-5) ressaltam, inclusive, que o trabalhador adoece mais por questões vinculadas
ao contexto de trabalho, do que por características individuais

Para identificação do burnout, foi utilizado o Maslach Burnout Inventory (MBI), que é
composto por 22 afirmações sobre sentimentos e atitudes que englobam suas dimensões,
por meio de três escalas de 7 pontos (zero - 6), possibilitando descrever, de forma
independente, cada uma das dimensões. A exaustão emocional é avaliada por nove itens, a
despersonalização por cinco e a ineficácia por oito. Foram utilizados os pontos de corte
referenciados pela própria autora da escala.(15) Para exaustão emocional, pontuação ≥ 27
indica nível alto; de 17 a 26, nível moderado; e < 16, nível baixo. Para despersonalização,
pontuações ≥ 13 indicam nível alto, de 7 a 12, moderado; e menores de 6, nível baixo

Um dos fatores não foi considerado como estressante pelos médicos estudados: lidar com o
sofrimento e a morte

Os resultados sugerem também a carência de preparação psicoemocional destes


profissionais, o que pode indicar a necessidade de repensar a formação médica em terapia
intensiva

06. Sobrecarga em trabalhadores de saúde de


um complexo hospitalar psiquiátrico no
Nordeste brasileiro.

. Aplicou-se a Escala de Avaliação do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental


(IMPACTO-BR)

O trabalhador, responsável pelo cuidado no serviço de saúde mental, muitas vezes trabalha
sob condições insalubres, escassez de recursos e a ameaça de ser agredido por algum
paciente. Tais condições podem gerar uma carga laboral acima da capacidade pessoal e/ou
profissional, e, consequentemente, impactar negativamente na sua qualidade de vida e na
sua saúde4 . Segundo Dejours5 , as condições de trabalho incluem: ambiente físico,
químico e biológico, condições de higiene, de segurança e ergonômicas. Já as questões
relacionadas à organização consistem em: divisão e conteúdo do trabalho, sistema
hierárquico, modalidades de comando e controle, relações de poder e modo operatório.
Estudos têm demonstrado que más condições laborais e organização ineficiente em
serviços psiquiátricos, sobrecarrega os trabalhadores, predispõem os trabalhadores ao
desenvolvimento de patologias, como fadiga por compaixão, depressão, estresse e burnout.
São patologias que provocam implicações negativas na qualidade de vida do trabalhador,
diminuição da eficiência do trabalho e altas taxas de rotatividade de pessoal6-8.
A coleta de dados ocorreu em um CP localizado na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Os participantes receberam um envelope contendo os seguintes instrumentos
autoaplicáveis: 1. Questionário com variáveis sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de
vida e saúde; 2. Escala de Avaliação do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental
(IMPACTO-BR). Posteriormente, os envelopes foram recolhidos pelos pesquisadores.

Estudo com trabalhadores de um hospital psiquiátrico em Singapura considerou a


associação entre o bem-estar psicossocial e a saúde mental positiva. Além disso,
evidenciou que o local de trabalho afeta a saúde mental e o bem-estar dos profissionais24.
Esse resultado corrobora o que foi revelado pelo estudo com estagiários em psiquiatria de
22 países: longas horas de trabalho, associados à baixos salários, e pouco tempo
disponível para o descanso e lazer favoreceram ao desenvolvimento de burnout7 . A
Síndrome de Burnout ou esgotamento profissional é um fenômeno psicossocial resultante
de estressores presentes no contexto do trabalho, caracterizada pela baixa realização
laboral, esgotamento emocional e físico, atitudes de indiferença e sentimento de culpa20.
Uma revisão sistemática sobre burnout em profissionais da saúde mental investigou 62
estudos em 33 países diferentes. Em todos os estudos analisados, foi constatada uma
sólida relação entre o aumento da carga de trabalho e aumento das taxas de burnout, tendo
como principais determinantes a carga laboral e o relacionamento entre os trabalhadores10.

7. A importância do apoio psicológico ao


médico residente e especializando em
radiologia e diagnóstico por imagem

a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), sintomas de ansiedade e de


depressão nos médicos alunos com baixo rendimento acadêmico. A HADS tem sete itens
que avaliam a ansiedade (HADS-A) e sete que analisam a depressão (HADS-D). Cada um
dos seus itens pode ser pontuado de zero a três, compondo uma pontuação máxima de 21
pontos para cada escala.

Escala HAD item 7.1 na corrente pasta

Na avaliação da HADS, observou-se que 51,1% dos alunos apresentaram ansiedade e


48,9% não a apresentaram. Na escala de depressão, 54,8% dos alunos apresentaram
depressão em relação à atuação profissional e acadêmica e 45,2% não a apresentaram.
Durante o estudo, observouse que 98 alunos (44,8%) apresentaram sintomas de ansiedade
e depressão concomitantes
Na análise do perfil psicossocial, dos 219 alunos entrevistados, 116 eram do sexo feminino
(53%) e 103, do sexo masculino (47%).
Pela análise do questionário, observouse que 14,2% dos alunos procurariam o psicólogo
para controlar a ansiedade, 12,7%, para uma maior orientação com seus conflitos de
interesses, 9,2%, para ajudar nos problemas particulares que colocam em risco e dúvida a
vida profissional, e 8,7%, quando se sentissem tristes, angustiados e irritados.

Sabe-se que a depressão e a privação do sono são os maiores problemas que afetam os
especializandos e médicos residentes, sendo considerados fatores desencadeantes para o
estresse(15,19), problemas também relatados por Bjorksten et al.(20), ao observarem que
os médicos residentes sentiamse apáticos, insatisfeitos consigo mesmos, tímidos, inibidos,
sozinhos, queixosos em relação à rigidez das normas e horários do serviço e por terem
poucas horas de sono. Na comparação com o presente estudo, percebe-se semelhança em
relação ao pouco tempo de descanso aliado à falta de vida social, além de conflitos
pessoais, afetivos ou familiares, que são os responsáveis por muito destes problemas
detectados, como ansiedade para 51,1% dos alunos e depressão para 54,8%, o que
também pode ser considerado fonte de estresse

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