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Estudo Quali
(nenhum momento até então, nos artigos lidos menciona alguma forma
de atendimento a própria equipe)
Quem faz tratamento com quem não faz, com outro desfecho
5. Prevalência de síndrome de burnout em médicos intensivistas de cinco capitais
brasileiras
Resultados: Foram avaliados 180 médicos, sendo 54,4% do sexo feminino. A média de
idade foi 39 ± 8,1 anos, 63,4% com a especialização como a maior titulação, 55,7% com até
10 anos de trabalho em unidade de terapia intensiva e 46,1% possuíam título de
especialista em terapia intensiva. Conflitos de interesse: Nenhum. Submetido em 24 de
março de 2016 Aceito em 28 de maio de 2016 Autor correspondente: Márcia Oliveira Staffa
Tironi Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Avenida Dom João VI, 275 - Brotas
CEP: 40.290-000 - Salvador (BA), Brasil E-mail: marciatironi@bahiana.edu.br Editor
responsável: Jorge Ibrain de Figueira Salluh Prevalence of burnout syndrome in intensivist
doctors in five Brazilian capitals RESUMO Descritores: Esgotamento
profissional/epidemiologia; Condições de trabalho; Médicos/psicologia; Doenças
ocupacionais/epidemiologia; Prevalência; Unidades de terapia intensiva; Unidades de
terapia intensiva pediátrica; Terapia intensiva neonatal A maioria (50,3%) tinha carga
horária semanal de trabalho entre 49 e 72 horas, e o tipo de vínculo mais frequente foi
empregado assalariado. Níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e
ineficácia foram encontrados em 50,6%, 26,1% e 15,0%, respectivamente. A prevalência de
burnout foi de 61,7%, quando considerado nível alto em pelo menos uma dimensão e de
5% com nível alto nas três dimensões simultaneamente. Conclusão: Observou-se elevada
prevalência da síndrome de burnout entre os médicos intensivistas. Estratégias para
promoção e proteção à saúde desses trabalhadores devem ser discutidas e implementadas
nos hospita
Para identificação do burnout, foi utilizado o Maslach Burnout Inventory (MBI), que é
composto por 22 afirmações sobre sentimentos e atitudes que englobam suas dimensões,
por meio de três escalas de 7 pontos (zero - 6), possibilitando descrever, de forma
independente, cada uma das dimensões. A exaustão emocional é avaliada por nove itens, a
despersonalização por cinco e a ineficácia por oito. Foram utilizados os pontos de corte
referenciados pela própria autora da escala.(15) Para exaustão emocional, pontuação ≥ 27
indica nível alto; de 17 a 26, nível moderado; e < 16, nível baixo. Para despersonalização,
pontuações ≥ 13 indicam nível alto, de 7 a 12, moderado; e menores de 6, nível baixo
Um dos fatores não foi considerado como estressante pelos médicos estudados: lidar com o
sofrimento e a morte
O trabalhador, responsável pelo cuidado no serviço de saúde mental, muitas vezes trabalha
sob condições insalubres, escassez de recursos e a ameaça de ser agredido por algum
paciente. Tais condições podem gerar uma carga laboral acima da capacidade pessoal e/ou
profissional, e, consequentemente, impactar negativamente na sua qualidade de vida e na
sua saúde4 . Segundo Dejours5 , as condições de trabalho incluem: ambiente físico,
químico e biológico, condições de higiene, de segurança e ergonômicas. Já as questões
relacionadas à organização consistem em: divisão e conteúdo do trabalho, sistema
hierárquico, modalidades de comando e controle, relações de poder e modo operatório.
Estudos têm demonstrado que más condições laborais e organização ineficiente em
serviços psiquiátricos, sobrecarrega os trabalhadores, predispõem os trabalhadores ao
desenvolvimento de patologias, como fadiga por compaixão, depressão, estresse e burnout.
São patologias que provocam implicações negativas na qualidade de vida do trabalhador,
diminuição da eficiência do trabalho e altas taxas de rotatividade de pessoal6-8.
A coleta de dados ocorreu em um CP localizado na cidade de João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Os participantes receberam um envelope contendo os seguintes instrumentos
autoaplicáveis: 1. Questionário com variáveis sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de
vida e saúde; 2. Escala de Avaliação do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental
(IMPACTO-BR). Posteriormente, os envelopes foram recolhidos pelos pesquisadores.
Sabe-se que a depressão e a privação do sono são os maiores problemas que afetam os
especializandos e médicos residentes, sendo considerados fatores desencadeantes para o
estresse(15,19), problemas também relatados por Bjorksten et al.(20), ao observarem que
os médicos residentes sentiamse apáticos, insatisfeitos consigo mesmos, tímidos, inibidos,
sozinhos, queixosos em relação à rigidez das normas e horários do serviço e por terem
poucas horas de sono. Na comparação com o presente estudo, percebe-se semelhança em
relação ao pouco tempo de descanso aliado à falta de vida social, além de conflitos
pessoais, afetivos ou familiares, que são os responsáveis por muito destes problemas
detectados, como ansiedade para 51,1% dos alunos e depressão para 54,8%, o que
também pode ser considerado fonte de estresse