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Educação e

armadilhas dos reprodução


as do racismo: televis0, para trabalhos em madeira, salas para aulas de costura etc.
modelos "alternativos enim tudo perfeito para uma boa "politica, devendo a isso acrescentar-se
o espirito de camaradageme tolerância dos professores. Outro aspecto que
me chanou a atencão foi a solidariedade manitestada entre jovens alem£es
e "estrangeiros". Nas salas de aulas, as cadeiras n£o s£o oCupadas pela
"lógica étnica", mas pela relaç£o de amizade existente entre os alunos.
Arim Soares do Bem** Comurnente o jovem alemåo tem um ou mais amigos 'estrangeiros". com os
RESUMO: O artigo quais compartilha as inquietaçcões próprias da adolescência.
examina criticamenteapresenta
uma pesquisa em fase de
a conclusão que Durante os três meses em que realizei a pesquisa participante na
bairro de Kreuzberg em exXperiência
de ensino de uma Escola
Berlim. Essa Modelo do referida escola nåo observei nenhum indicio que pudesse levar àsuposição
a diminuir a experiência educacional se prop0e de que ali existisse alqum tipo de prática de exclusão. Assin que. apÓs esse
"animosidade em relação aos estrangeiros"
Utiizado na sociedade alem atual para (eufemismo curto periodo de observaçåo, dei inicio àgravação arnistosa das entrevistas.
racism0 velado Qu ativo)existente entre osmascarar a existência de um pude verificar, entretanto, que a relação amistosa existen te entre os alunos
tato com as novas geracões de adolescentes teutos em con
descendentes dos trabalhadores estran
geiros atraidos pela sociedade alem. alemães e "'estrangeiros" não correspondern a uma rejeição das formas de
a partir do
final da década de 1960. exclusão relacionadas àtotalidade dos emigran tes. Pelo contrário. as entre
As primeiras análises dos dados
colhidos indicam uma falência do modelo vistas vão mostrar que a maior parte dos alunos alemàes naO Consegue, no
pela incapacidade de autocritica por parte da nível do discurso, livrar-se dos clichès nacionalistas que dominam oespaço
uma "tocalização" dos problemas pela ótica da sociedade alem e por sociocultural da sociedade mais ampla. VerificOU-se a existència de uma
ças socioculturais, em detrimento da busca dereafirmação das diferen complementaridade neste tipo de estrutura discursiva: os próprios "estran
semelhanças entre os
dois grupos de adolescentes postos em convívio cotidiano
escola
no espaçÇo da geiros" não se defrontam com a possibilidade de discutirem de modo mais
aprofundado a sua própria situação e conseqüentemente têm na idealização
da pátria de origem (dos pais) o único modo de solução de seus conflitos.
Com base em todas as entrevistas realizadas, pude verificar que as
1. Redução e tematização das relações sociais relações sociais são percebidas peios jovens alemães e "estrangeiros de
ambos os sexos de modo predominantemente reduaonista. Seus modos de
Realizo desde o final de 1988 uma investigação sobre a relação entre representação da vida cotidiana foram marcados pela idéia de que a politica
jovens da classe trabalhadora oriundos de diferentes contextos nacionais em se constitui como expressão de uma estrutura anônima, no interior da qual
uma Escola Modelo do bairro berlinense "Kreuzberg", que desenvolve um a relação hierárquica diferencial entre o "em cima" e o 'em baixo" apre
projeto de educação intercultural. Dentre os diversos aspectos colocados em senta-se sempre como produto de uma força ininteligivel e (portanto) não
passível de racionalização. Um jovem alemão de 17 anos, por exemplo,
evidência pela pesquisa empirica, desempenham papel central a análise de assim se expressou com relação à política: "Nada podemos fazer diante do
formas de representação do "outro", apreendendo-se os modos pelos quais que a politica faz 'lá em cma" (Soares do Bem, 1992a, p. 83).
práticas de excdusão se materializam no discurso dos jovens. Amaior parte Como Bents, Juelich e Oechsle salientam, os diferentes grupos sociais
dos alunos dessa Escola Modelo (70%) é de origem estrangeira - se bem
que a maior parte deles nasceu em Berlim -e 30% são alemães. interpretam sua realidade baseados nos modelos de cognição (Deutung
smuster) internalizados. Estes devem ser sintetizados de modo mais ou
Minhas visitas iniciais àEscola Modelo trouUxeram-me muito boas impres menosconsistente pelos próprios individuos, no sistema de complexas, diver
sões. Chamou-me a atenção a funcionalidade das acomodações, aconcepção sificadas e no mais das vezes contraditórias orientações para a ação que
arquitetônica do prédio, definida de acordo com o próprio projeto de educa caracteriza a sociedade burguesa moderna. O desempenho voltado para a
ção que ali se desen volve: salas iluminadas, espaços para pesquisas, mobiliário sintetização (Syntheseleistung) de diferentes exigênciase experiências sociais
moderno e prático, quadras de tênis para a prática de esportes, salas espe constitui a identidade individual e social, fundamentando a base a partir da
ciais para exercícios práicos de química, salas para cursos de técnicas de qual surgirão as estruturas de elaboração subjetivas das relações sociais
(Bents, Juelich e Oechsle, 1984, p. 100). As estruturas de elaboração subje
*Versão ampliada em português do texto apresentado, sob o título "Por uma pedagogia tivas determinam o modus especifico de constituiço do "quadro social"
não-racista'", no Congresso "(Anti-)Rassistische Irritationen bei der Bibellektuere". (Gesellschaftsbild) e das orientações práticas cotidianas.
organizado pela Evangelische Studentinnengemeinde, em Colônia, República Federal
Alemã, de 13 a 15 de novembro de 1992. Na estrutura subjetiva básica de todo individuo encontram-se tanto
* Arim Soares do Bern é mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de formas de elaboraçåo reducionistas como aquelas que induzem à tematiza
Comunicações e Artes da USP e doutorando em Filosofia e Cièncias Sociais pela ção das relações sociais. Essa distinção é, entretanto, somente uma distinção
Universidade Livre de Berlim. ideal tipica,uma vez que ambas as formas de elaboração coexistem no mais
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(Bedeutungsverschie
transposiçåode sentido concorrênda se apresenta
organiza urna capitalista, a transforma
sociedade. Alex todasOCiedade os concorrentes
serem
vez que, em precisam (Hofmann/Even, 1984, p. 172).
vas vezes e podem adquirit mesmo as mais contraditórias nuanças. EsSe bung):uma legitimo', situação de
"momento regras" imaginariarnente a orientais"
Talo se evidencia Dor meio da seounda de uma série de três entrevistas como um transgressoresde
edlzadas com um jovem alenmão, o gual demonstra sua solidariedade para "ilegitimos contornar "alernäes
dos em possa
medida ern qUe os as contradições da
Om o grupo de estrangeiros na forma de ameaças contra os "'nazis" (que para que se
pot sua vez såo identiticados como sendo os alemåes orientais, os quais em inimigos,por eles provocada.Na no qual todas adquirindo
passaram a conoorer no escasso mercado de trabalho com os alemåes
insegurança
no instrumento corn base Alex confunde-se,o sistema de
transfornarm percepção de
OCdentais e emigrantes após a "queda" do muro). Atematização critica das se esdarecidas, a funcional para
sociedade são instrurnental, que é por sua vez visiveis (0s
concorren
reaçies sociais, no momento em que ojovem alemão rompe obloqueio da conotação imediatarnente
uma sociais Alex como se
hegemônica separaçào éthica ao se demonstrar solidário para com os 'es
trangeiros". transtoma-se numa perigosa armadiha em sua subseqüente dominação.As contradições de elaboração subjetivade salienta Lei
existir no modo imediata. Como
argumentação. uma vez que ele reivindica que os "nazis" sejam colocados tes) passam a em sua própria percepção objetivos são transformados
noparedo e fuzilados ou eliminados numa câmara de gás. A"solução" que tivessem origern representação "problernas propriedades
ele enconta para eliminar o inimigo (real) da democraca não difere daquela precht,neste tipo de os grupos sociais såo arrolados como pessoas Con
e a
encontada pelos nazistas para eliminar os imaginários inimigos do nacional em indicios pessoais conflitos sociais são
atribuidas
SOCialismo durante a década de 1940 (Soares do Bem, 1992a, p. 82). Repro coisificadas. As causas dos
duzo aoui um trecho da entrevista: cretas" (Leiprecht, 1990, p. 48). "sensata comu
nazistas não se adaptaram à
Alex No momento os maiores problemas aqui em Kreuzberg e em Alex argumenta que 0s Ocidental. Ele Constrói um
Berlim são os neonazis. Gemeinschat) de Berlim
ASS-Quais são as causas que dão origem aos nazistas? nidade" (vernuenftige meio do qual o seu próprio modo de vida
Alex A abertura do muro! "quadro negativo" (Negativbild), por de existênca ("eles" são marginais enquanto
ASB- Mas os nazistas iáestavam ai antes da abertura do muro. se transforma no modoverdadeiro auto-representacão pode ser definida pelo
Alex Sim, mas em Berlim Oriental.. Os nazistas que nós tinhamos Somos sensatos). Essa forma de (Normalisierungspraxis) (Haug, W.F., 1984,
antes da abertura do muro, nós os tinhamos sob controle, mas agora, conceito "prática de normalização" sistema de regras, Contra o qual ele
depois da abertura do muro, eles vém todos para cáe todos para Kreuzberg.. p. 250). A exclusão inclui Alex num nos pertence". Sobcondições alie
ASSAh, os nazistas que estão aquisão provenientes de Berlim Oriental? próprio se defende ao dizer "Kreuzberg transforma-se, entretanto,
Alex -Sim, eles vêm agora para Kreuzberg; soa mal, mas Kreuzberg
nadas, personificadas, a exclusão dos "marginais" tomados como a causa
pertence a nós, jovens, que moramos aqui, mas não aos nazistas, eles numa forma de autocondenação. Os nazistas são
não tèm que procurar nada aqui (...) se alguém vem para Kreuzberg para entrevista anterior real1
bater nos estrangeiros ou para violentar garotas ou bater nos alemães, dos problemas nessa entrevista, assim comO numa
zada com o mesmo Alex a causa dos problemas eram os "falsos" turCOS que
então eles não devem se admirar se algum dia receberem um tiro na cabeça. ou seja, não se deixa
ASS Mas o que acontece com os alemães orientais, isto não tem a ver não se adaptaram àordem igente na Alemanha
com o fato de ser a situação deles tão insegura no momento? ram assimilar. Tanto os "marginais" turcos Como os nazistas devem ser
Alex -Os cuipados são os nazistas, porque eles não se incluiram na expulsos do pais, os nazistas fuzilados ou mandados para a câmara de gás.
comunidade de Berim, eles tentaram sempre ser os melhores, mas se Seja lembrado que na linguagem do nacional-soccalismo a extinção de milhões
eles não aprenderem a se adaptar a nós, a observar sensatos todas as de judeus era denominada pela expressåo "expulsão" (Abschiebung). Nesse
regras que nós temos..não, não, eles são marginais...eles são respon caso, expulsão significava "eutanásia socal", "cirurgia social", cujo objetivo
sáveis peio nome que têm, disso eles não consequem mais se liVrar,
nazistas são nazistas e nazistas a gente deveria mandar para a câmara era eliminar o"c£ncer social" (Craig, 1982, p. 361). Oque Alex articula como
de gás, a gente deveria expuisá-los, que eles desapareçam... sendo oposição aos nazistas transtorma-se em seu contrario, uma vez que
ASBMas isso éexatamente o que os nazistas fizeram com os judeus.. os mejos totalitários que sãoreivindicados para a extinção destes em nada
Alex Sim, isso mesmo! Eles são responsáveis pelo nome que tém, nós diferem dos meios que eles empregaram no exterminio de milhões de ino
tentamos nos defender deles, nós não os atacamos, só nos defendemos, centes. Alex transforma-se no seu próprio inimigo ao permitir que por meio
se nós os atacássemos, então não haveria nenhum nazista mais em Berlim.
de um processo de introjeçãolprojeção os elementos que constituem o ini
Odiscurso do jovem Alex é perspassado pela polaridade entre solida migo determinem a lógica de seu pensamento e de sua (pretendida) ação.
riedade para com os emrigrantes e ameaças contra os nazistas, que são em Na impossibilidade de abordar detalhadamente todos os complexos
várias passagens da entrevista identificados com sendo os alemães orien aspectos dessa e de outras entrevistas, sintetizarei a seguir os mecanismos
tais. Através de suas argumentações se oculta o medo da crescente concor pelos quais formas de elaboração reducionistas se fizeram nelas presentes.
rênia no mercado de trabalho. Aidentificação dos nazistas com os alemães Utlizarei a classificação dos mecanismos adotados por Bents, Juelich e
orientais serve, em seu discurso, para dar uma forma negativa aos novos Oechsle, citando somente aqueles que se manifestaram de modo explícto e
"emigrantes" do leste,justificando assim sua exdusåo. Oconcorrente trans reiterado nas entrevistas, sobre as quais diversas anålises foram por mim
forma-se num inimigo, cuja presença significa uma armeaça para todos na encetadas em diferentes textos:

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-Eliminação dos temas potenciais
(transposição, projeção, evasåo, dis Ideolögicas desempenharm papel secundário ou são simplesmente ignora
criminação). questões são tratadas deixa margem para sérias
Nivelação de contradições (harmonização, permutabilidade de das. Omodo como essas efetividade do referido projeto, pois trata-se
redução de contradições, dicotomia). opiniöes, indagaçöes sobre o alcance e a 70% de alunos "estrangeiros".
atinal de uma Escola Modelo que conta com
- Anarquizaçåo da experiència temporal são representados no interior dessa
elementos da realidade,extinção da següência(cruzamento desordenado de
lógica, perda de continuidade); Vejamos como os alunos "'estrangeiros"
-Reduçãoa modelos de cognição estandardizados (personalização, Concepção "intercultural":
natu
ralização das relações sociais, estereótipos, mitos cotidianos) (Bents, Juelich, SO 36 såo estrangeiros.
Cerca de 70% dos alunos da Escola Modelo
estivessem na Turquia teriam
Oechsle, 1984, p. 107). Entre eles encontram-se alunos gue, se universitário, mas aqui, em vista
As formas de elaboração que induzem à tematização das relações chances de futuramente alcançar o grau desqualificados para a visita a
SOciais foram assim resumidas pelos autores acima citados: articulação de dos déficits lingüísticos, estão de início déficits não se limitam à língua
instituições para estudos qualificados. Osanalfabetos nas duas linguas. A
modelos não vivenciados enmpiricamente, soluçåo critica de contradições, alem, pelo contrário, esses alunos s£o impedem que estes
perspectiva histórica (1984, pp. 107-108). Estas últimas formas de elabora ausência de qualificaçãoe os problemas lingüisticos tenham chances de
origem
çao manifestaram-se, entretanto, de modo esporádico ou raro nas entre jovens tanto aqui como em sua pátria de originam-se
vistas realizadas. realização de estudos qualificados (..). Conseqüentemente
provenientes de aldeias da Anatólia,
OS problemas para estes jovens que, dois milhões de habitantes, num
Tendo em vista as observações feitas acima, pode-se dizer que, em vèem-se de repente numa cidade com apresenta Como
linhas gerais, os jovens entrevistados não se compreendem como sujeitos espaço que não Ihes pode oferecer segurança e que Ihes turcas encontra
garotas
ininteligivel e hostil (p. 7); especialmente entre asalemä,
ativos e conseqüentemente nåo acreditam que o racismo possa ser comba uma vez que esta
tido. Essa opinião é também compartilhada pelos alunos "estrangeiros". se prejudicado o trabalho pedagógico da escola por suas
Todos os jovens afirmam que oracismo envolve uma questão de geração. se define freqüentemente em oposição à educação garantida também
familias.. (p. 7): crises histéricas, refúgios em doenças, maso trabalho
Ao longo dos anos o racismo tenderia a desaparecer, sem que entretanto ruptura com a familia podem ser entre elas observadas...
(p. 8);
qualquer ação individual ou coletiva se fizesse necessária. Tais argumenta da escola é sobrecarregado em instituição.. (p. 8). A esses aspectos
Ções servem para exonerá-los do compromisso de refletir criticamente sobre acrescenta-se o fato de os pais freqüentemente decidirem sobre a profis
as causas dos conflitos vivenciados na esfera cotidiana e decorrentemente na pátria de
sao de seus filhOs e orientarem-se pelo seu aproveitamento todas
impedem que eles trabalhem ativamente na transformação das relações origem, mesmo que o retorno não seja desejado... (p. 8): além de
socais sob as quais eles vivem (vide aesse respeito a última parte deste texto). essas dificuldades não é de se admirar que grupos muçulmanos radicais
e fascistas, com o pretexto de preservar a cultura de origem, ampliem
permanentemente seu campo de influências.... (p. 9).
2. Aconcepção social-pedagógica da Escola Modelo Não vou trazer para a discussão todas as implicações desse docu
mento. Gostaria apenas de ressaltar minha admiração com relação ao fato
Após ter verificado o modo de representação das relações sociais em
todas as entrevistas, passeià análise do trabalho social-pedagógico desen de que,como na politica de estrangeiros (Auslaenderpolitk), também aqui os
volvido pela Escola Modelo, com o objetivo de situar possiveis pontos de próprios estrangeiros são tratados como o "problema original". Com efeito,
referèncias para acompreenso dos efeitos ideológicos concretamente mani hána politica de estrangeiros como na concepção da Escola Modelo uma
festos no plano da consciência dos jovens. Inicialmente realizei a analise da curta interpretação da cultura, que permite, por exemplo, argumentação de
Concepção teórica da Escola Modelo, com base em um texto intitulado "Con que "um aspecto essenial ao trabalho da Escola Modelo seráa preservação
cepção da Escola Modelo orientada para o bairro de Kreuzberg",2 que e restauração de uma identidade cultural' entre os estrangeiros" (p. 33), sem
sintetiza suas posições teórico-pedagógicas bem como descreve as diretri que o mínimo trabalho de conceituação do que se entende por cultura seja
zes para a etetivação práica do "projeto de educação intercultural". realizado. Pode significar aí mesmo aquilo que W.F. Haug denominou "hos
tilidade teórica" (Theoriefeindschaft) ao analisar as conseqüências da fetichi
Limitar-me-ei aquia fazer algumas observações sobre o referido texto. zação do conceito de práxis na escola "Rote Freiheit'" ("Liberdade Vermelha")
A primeira impressão, pareceu-me tratar-se de uma concepção que procura (1973).
situar o problema dos alunos "estrangeiros" no conjuntodas representações
pedagógicas pelo menos de modo "simpático". Digo "simpático'", pois já de Após a constatação de que os alunos "estrangeiros" constituem o
inicio percebe-se a inexistênia de articulação entre as instâncias que com "real problema", resta apenas a execução de "medidas pedagógicas". Essas
põemo cenário social tomado como base para afixação do trabalho pedagógico, medidas são desencadeadas com base no modelo do déficit. (A palavra
quer sejam a família, o espaço social do bairro, a escola, os grupos infor Defizit é utilizada nessa concepção geralmente de modo positivo, ingenua
mais, os meios de comunicação etc. Essas instâncias apresentam-se como mente, como puro indicador para descever uma situação "real".) O modelo
categorias a-históricas e por essa razão só se articulam entre de modo do déficit, por sua vez, tem sua base centrada no eurocentrismo. Assim,
estanque, como blocos autónomos. As relações econômicas, políticas e Anita Kalpaka pôde fazer a seguinte observação: "Migrantes são vistos atra
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ves de uma
perspectiva que reflete suas existências como um
rado, cujas vidas em determinados constructos internalizados
(cli.
nao podem perceber consistem somente em problemas e em todo desfigu ser avaliados com base
condensação e sobredetermi
são definidos por
e portanto não podem conflitos que eles chês), os quais funcionam corno elementos de uma categoria ontológica que
'mais adequados" déficits, que procuramossolucionar
superar adequadamente; eles nação da performance individual. A nação é individual. Turcos são turcos
(1986, p. 121). através dos métodos sincretiza e dá contornos ao modo de ser são ale
E preciso salientar que a (analfabetos, patriarcalistas, fanáticos religiosos etc.) e alermäes
Escola Modelo não se fecha diante mães (supostamente o contrário). Por meio desse modo de
"peneiramento'
"estrangeiros";
as diferentes entretanto ela não procura articular a relação
dos
das individualidades baseadas nos dichs nacionais, a ordem e as estrutu
instâncias que compõem o quadro, sobre o qual orgânica
entre
efetiva e transformadora deveria estar assentada. Não duvido uma prática ras internas de poder da sociedade alemådesaparecem, dando lugar a uma
de que alguns dos evidentemente polarização que não se define mais pela relacão de forças entre o "'em cima"
entre os alunos de problemas
origem
apontados pela Escola Modelo existam de fato eo "em baixo", mas entre o "dentro" e o "fora". Relacões de classe trans
de uma ligação analitica queestrangeira. Problemática parece-me a ausência formam-se assim em"conflitos culturais" e dessa estrutura conflitiva pervertida
considere as diversas instâncias e os niveis de
interação conflitantes que compõem o quadro de não se livram também os jovens "estrangeiros", uma vez que estes são
estrangeira é configurações. A família igualmente socializados no interior das mesmas regras discursivas constitu
ral. A história representada como uma
é ignorada. Os processosinstituição puramente biológico-natu tivas do espaço social alemão (salvo, evidentemente, seus rnodos especi
poderiam ser compreendidos como fugageradores da
do isolamento"reislamização",
que
que caracteriza a
ficos de elaboração da experiência intra-étnica particular).
vida dos emigrantes turcos na sociedade alemã
rância da maioria diante das como resposta à intole Com dois escdarecedores exemplos gostaria de demonstrar como os
mais detalhada. Pelo contrário,diferenças não merece nenhuma análise
os próprios grupos islâmicos "radicais e
jovens "estrangeiros" reproduzem, no plano das construções imaginárias, a
estrutura pervertida, dando com suas arqumentações origem àquilo que
fascistas'" são apresentados como existências puras, alheias a Stuart Hallchamou de "inversão simblica" (1980, p. 509). Duas garotas da
interação no complexo sistema de incdusão e exdusão da estruturaprocessos de
social alem£. ex-lugoslávia invertem os clássicos arqumentos sobreo pagamento de impos
A situação especifica de classe não tos (normalmente utilizados pelos alemäes para legitimar a exdusão dos
Como elemento decisivo na formação específica aparece em nenhum momento emigrantes), transformando os estrangeiros em heróicos trabalhadores jus
de valores que orientam a
ação. O "silêncio agressivo" sobre as relações de classes tificativa que redunda numa apologia moralista do trabalho), enquanto os
mais uma vez terreno por meio do projeto "alternativo" (Haug, capitalistas ganha alemães desempregados såo representados como preguiçosos gr-finos
1986, p. 186). que
A família estrangeira apresenta-se como um rejeitam 0s trabalhos executados pelos estrangeiros e vivem à custa dos
bloco monolitico, definida pelo impostos pagos por estes últimos (Soares do Bem, 1992b, p. 8)
atraso, por um saber ausente e pelo patriarcalismo. Ela precisa de ajuda e
c£ estamos nós, prontos para libertá la da escuridão. Ela se Enquanto a instrumentalização dos arqumentos sobre o pagarnento de
transforma em
usufruidora de nosso saber e de nossa generosidade. A escola sabe o que impostos entre os jovens alemäes os condicona a uma identificação
é bom para o indivíduo, sem que este seja consultado a com o
respeito de suas Estado, que é por eles chamado de "'nosso Estado", "que joga nosso dinheiro
reais possibilidades de assimilação dos valores característicos de uma socie nos bolsos dos estrangeiros, exilados politicos e alemães orientais", eles são
dade secularizada, sem que seus limites e suas possibilidades de adotados pelas garotas da antiga lugoslávia como uma forma de
mento sejam consideradoso ponto de partida para a efetivação dasdesdobra
medidas de seus desejos por mudança social. Esse processo pode ser, canalização
com relação
pedagógicas (a esse respeito vide Leiprecht, 1990). às garotas estrangeiras, descrito pelo conceito de "subordinação rebelde"
Afixação na "diferença", presente na ooncepção pedagógica da Escola (rebellierende Selbstunterwerfung), uma vez que contém em seu bojo tanto
Modelo, tem como conseqüência dramática o fato de a diferença se cristali elementos de resistência como de adaptação. Em seu discurSo coexistem
zar também como um eixo central, a partir do qual se d£o as orientações tanto elementos igualitário como discriminatórios, "protesta-se, mas final
mente somente contra as cores dos muros da prisão e, por causa disso, o
para a ação entre jovens alemães e estrangeiros". Os jovens "estrangeiros" muro émais uma vez fortificado" (Raethzel, 1991, p. 2). Os
e alemães reagem produtivamente à limitação cristalizada na "diferença" arqumentos de
ditada "de cima" na forma da limitação subjetiva concernente à percepção Aranka e Miriana (assim se chamam) não se dirigem contra os fundamentos
da dimensão política da relação interétnica. Um jovem da sociedade (e nesse aspecto têm algo em comum com OS
alemão que se com
porta solidário para com seu colega turco, por exemplo, nega a0s turcos o utilizados pelos jovens alemåes), mas contra aqueles que são naargumentos
realidade
suas vitimas - os desempregados.
direito de voto com a justificativa de que se um "partido turco" chegar ao
poder, isso significaráa exclusão dos alemães das esferas politicas decisi Outra inversão simbólica aparece na entrevista com as mesmas garo
vas (Soares do Bem, 1992a, p. 79). tas no momento em que elas afirmam que os alemães têm menos filhos que
as famílias estrangeiras, pois temem que estes venham a se tornar seus
Afixação obsessiva na "diferença" provoca a constituição da nadona
lização de individualidades. O "outro" é sempre o representante de uma Concorrentes no mercado de trabalho. Enguanto para alquns alemães a
exclusão de familias estrangeiras (prinipalmente turcas) se justifica por
nação, seu comportamento, fala, gestos, prefernciase atitudes só podem meio de argumentações como "eles se reproduzem como ratos'" (Hoffmann
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salientaSIVOStambem ponsavel uma filhos,emente zemEven.
as lugares dos mente a
contrapartida,
sempre indivíduOS,
representada
104nológico, diferentes
reprodução
tos Como
oficialmente
trabaiho total tados Compreender
desconhecimento
3.sempre Ções entreliasse na culturae nal desmantelamento
grave lica cita racsmo
A interação nao formas e diferença separ "oomo
de na do o prOVOcados Com futuros
oS 1984,
opoSição função de os menos Os - caso redefinidos
marginalização os pela A interação dominante forma Black apropriados
contém racismoStuart os pelaalemães
ação
tratados pedagógico seguir idntico poder motivos transtorma
jovens elementares
economia paisesdiscurSOS da jovens OS ratoS, p.
culturas Escola
normalizadora desvantagem conoorrentes.
como
do adotados imediata:
contraditória.
o Power, luta Hall, exemplos
quantitativa"etnica, 46),
a da
cultura
de racismo. a0 tratei que que
e estrangeiros estruturas (como
"estrangeiros" pela podem
europeus da Ocuitos limitação
estrutura. como contrao de com no
tém para
ruralmodo
superior. e dos queModelo. a se de para
sociedades intercultural. de sociedade ocuitam "força aqueideologias etnização
ocidental ou somente noção para base interior portanto as
de Ellivros
e seria pelarealizar fato da o uma é institucionalizada
acima oom se
estereotipado: de Essa
legitimo. deixa
racismo o dos garotas
subsisténciarebaixamento salienta e rede dos anônima" une simbólica/material contraditórias a caso Segundo dar
Os nos
didáticos de Já na Apósação, reagem de cultura intervenção no de relaçãoà
uma livros as a
apontados,
danãoestrangeiros ao menos
aparece
náo-oddentais
temas fato
O de de etnicamente violência os reciproca "raça" dominantes próprioestruturas
Estados entrevistas de estrutura daclasse luxo
autor a A branco iugoslavas
quenecessário ensino,iníco
análisedidáticos jovens modo
que análise "produtivamente" da sociedadeconseguem
limitação em
constituem
Arankafilhos,
pobreza,
referentes resistência" modelo de
etc. nesses holandés
a pude que os exclusão contra-hegemônica que trabalhadorapode-se prole politica
moral Unidos
pesquisa alemãese a argumentação baseando-se do omo que um
crítica
de hierarquizada. (des)guia, estabelecer (Soares oom
os puderam
do e os
são forma
perceber tanto alemå), melhor para
analfabetismo, livros (van para submete material reciproca,
é do raismo tambéminstrumentalizam
oentrado se relação Miriana,
Educaço grupo e alemåes
permanentemente ao comprova importante Teun dos não eoonomicamente,
daramente
livrar
de (Hall, podem do padrão eliminarem
Terceiro sutilDijk, van a
que livros em os permitir é, à
intOcada na na
& livros realização que as
representado limitação funcionarem podem dos Bem, aos por
ociedade, 1991,
ou se "estrangeiros": à pudeentretanto, mas plausivel.inversão1980, noAlemanha. n«o
a Dijk didáticOs reproduço suma, ligações servir serem efeitos alemães, terem
abertamente
Mundo didáticos
tese fonte colocam eles que racismo: também verificar 1992b, de
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capital,ASB)naturais. xão temTerceiro objetivo
no regido ria), a quea sia Assim dedominação
entre de menteé entre são, alemå 176).Reichtitulo ria
Campo excelència
Mundo livos
a existência
sua predominantermente
elemento impostos. critica o a dominam social) uma van alemã
&
a em objetivo identificar
série As fazenda, neste o desrealização conduzindo "Surgimento
Um
ade,
Comformação
com referência democraticamente" como indiferenciado, Os olabora alernão didáticosEssa
ao (Thema As é Mundo,
das de
relações imensa 'nosso' Dijk: povos de como
tema mais de sua de contexto os silêncio somente
orelaçöesmodo o estruturas
de levar de ditatoriais.
os"Esta aprendizagem: utilizado observação
para CofresOnde
poucas maioria de outras ditaduras. o problemas capitula da
n umaPolitik, qual do a relações
assim reserva meios e do para adotados
44, " profissional levar àtais
categoria o Estado. todos assim própria
i/93 Terceiro a não cenário: como existência de o
homogeneizaço chamado sisternático dos passa
como aluno Terceiro a para
análise
citação públicosfábricas se de
caracteristicas declasse também de Tambémdescrita
comnorepetiço, e
dois
1985, h£possapobre, poderessas o Somente internos
de de os criação
incondicion demonstra-se
aluno dominação A comunicação, à Alemanha.
"pervertera pela
Mundo": remuneração, "Em maioria classe:estratégias outros desrealização
uma sociedadeexistir
Estados
de p. e pobreza,"classe refletir a(Thema
de no Mundo Terceiro
do
condicionam vazios realizar e
ninguém relaçõese ao os sobre
de Escola
van 244). de virtude derelações Terceiro para massa
aquicomo vide
discurso patrões, paises após
crições, Dijk, insuficientes desenvolvimento socal"
criticamente Politik, umdas "Assim odemonstra-se
tabusalmente"
alemães Pude a
geram exploraçãoanalfabetismo negativasalems, aparece
Terceiro temfundada Mundo Dahmer, os(Lernfeld estrutura"
investimentos. såo pequeno lingüisticas os populacional 1945. Modeio.
adenuada
gostaria o pode de 24 e o referentes da
"incômodos" verificar,
elitista Estado ser
descritas: de apenas Mundo 1985,
republicas comoa cuituras"
livrosobjetivo
esvaziamento
o a
classe oligarquia comoo såo história (Lernfeld No
ausência economizar. o mas, Mundo. na H. Gesellschaft) O
internacionais povo tipicamente asão númerop. o didaticos tratados Maiocapítulo tanto
estereótipo
entos dos de vagas
não para adequada pobreza por para
etc.
como pelo sua 140). paträo homogênea, 1990). as
oferecer como da no apontadas local E (van de (a
Gesellschaft, deexempio, de
livros pode A (d o
capacidade da respeitocausas
aspectos a
deonde
conseqüência parte própria
TerceiroProva contrário, desses importante
a "expulsar realçar
de 1945: 12paises
compreensão
Terceiro puros maioria
América
individual dispöem Dijk, e
dostambém Dai priviegiado do éo
didáticos ao ofertas se associadas a emmodo reais consta,
desaparecem integrante 1991, o livro
que
leitor serviços fenômenos
não evidente
Mundo situação não observação a cuja da governo
da do
veiculo
e possa Estadosproprieta diferença formasextrema
estatais Mundo de induzem Latina dominaobservar(eutaná
também relação históriada1983. didáticoierceiro a
avalia levan existir com p. cultura sob histó
com mais é refle para 25). divi por dos
de ser não de
a -
de ao de no o é é p.do o
106
aproximadamente
estrangeiros
104).comunicar
7 entrar çadas
mamente
emtransformado
derior
cabeça a sOciais). estrangeiros indivíduos
seros Iivrosentre
pos-holocausto existentes,
que
quando origem,(Auslaenderfeindlichkeit),
não duais
80 rentes "A dos sOciais de
enão-ocidentais
da são essa cobertaperíodo 'primitivo ainvésutilização normas sãocöes
tribos ridade
em do cada entre
percepção representaço e
própria falam didáticos o O vaioresconflito
confusão.
negativamente
de que Vejarnos formados
segmentos Em isso de desfiouradas das
normais. transformados terceiro racismo,
100 do
namuitos evidentemente que cidado igualdade
na históric0
feita doutor) (ao
Ocidentais
modo más. em da um uma oposição
Alemanha e pude (ao ocidentedediterenças
República infra-estrutura cidados internos de invés
falamcomo e das por determinadas
um fenomenocomo primeira alemão Reich chamado vez sobre dominação. parecem também invés
suficente
grupos Mas O No que fez diferenças sOciais viajantes
pós-colonizatório. dos etc."
milhão turista e aos referentes
de em a
as mais
significa o
diferentes uma tem
em e das que umatranstormada
descreveram
dosaparecem pOVOs (van povos de econômicas, partir
Federal geraçãoorreto
na teremcomprovar todos
conseqüências casual:
racismo porresponsáveis acomo chancesestas indivíduos. temas não-industrializado
de sofrem
com alemão das énica, simples
eufemisticamente
República por ordem europeus" Dijk,
serem Alemanha Neste do expressões ou os da
crianças de Terceiro
'sim' e vezes (esse
do linguas. objetivo édiferenças referentes
tratadas se 1991,grupos), tecnologia, fixaçãoà
posição planos
Alem os as "Dificuldades estruturalfalando questão aliás
oferecidas" social caso, tornado Como políticas
outrOs. que rejeitadospós-guerra, como na
conseqüências parece Federal torna-se Aem (van p.
positivamente as Desse reprimir desigualdade análise
Mundo aparece do
compõeme não pelo próprio
correspondem justa. fala-se
algo Como 26).
'superstição oomo
jovens" podem
consequências entre justificadas sodal existentes
aoDijk, ele democracia modelo e
Os é ser de de Van ou socioculturais
sabe
escamoteado, no racismo (Thema Na assim que sendoTerceiro observa,realizada dos 'choças'
cerca modo Alem,"hostilidade
toda do depende em 1991, tradicional),
Dijk delimitada
ducação
nonivel siqueentendimento o República depende
(Thema um serentendimento "igualdade livros em
que exclusivamentevivem caso discurso
os idéia uma somente alerta (ao
também
de do completamente
as objetiva p.
"países torno
tal designifica na das é Politik, Mundo, (ao e
& da
próprios essencialmente
diferenças questão dos 25). somente
didáticos invs cultura.
ciedade, grupo,quatro não Grécia são
macroestruturas qual
isoladosmaiorrepresentado ainda
Politik, de ao exdusivamente
Federal 'curandeiro' invés pelo dosentre
ou politico valores entre e
mais
poderemruins.'não' vulgarizado sãocontinuidade
estrangeiro" 1985, as após
de continentes deestilo Anorte
milhöes
entre são parte
estrangei não a para valores
n 1985, balançar a vitimas, p.
subjetiva: chances'"relações
os partir religiao), de superio
44, poderá no a e
De engra
extre lingua oficial 152).
sociaisAlemåindivi livres de o casa).
pela e
abri/93 eles vez inte dos entre nos dife des doser
fato (ao sul
ao e
p. de se e

daresponsável
Socialização
precisam democraticos.
e(Xenotilia) baseando-se
para
interioremigraçao. asaoestruturas
Com preparados existenaa
maisrelaçoes ausencia
retorça) a duzido de Talar, e SerioMsao 4.
Educaçåo observardificuldade
entretanto,
reiteradamente
aberturas,
assimcidade que tização aindaboração
Conteúdo trarespecial zur tes
os uma onde de Possibilidades
orientações Lippe, politica a a elemento
como um
neste
podem como se Em pelo seusPode-se
de
&
instrumentalização
meios Para percepça0 das
reflexão SOciais. provm
ociedade,
o de Em encontram subjetiva
entre itude da humanismo
de mundo
potencial
critica que quando integrar para concretas
da dominação do
distancaamento caso,
problemas
articulaçãodiversas de as 1975, concluir, quais para Que opressåo, organização
ser as que nade em
emigração dizer
nas
quais, sintetização
das opiniões os para pela Relações
com da verdadeiro Seé
sociedade
comunicação
p. aprofundada
såo um os a positiva"
no para
n² ocupadas diferentes os principios totalidade
44, estruturas
nessa em o jovens, das 237). reprodução gostaria os omissão integrante
doda reflexo
iqualitário
passagens
de relações suas temaé em a confronto jovens sociais,
que uma
abri/93 uma ação estrangeiros. propriossociali capitalismo n£o
abstração de insegurança dos faserelações democráticas é Gommon
Sense da das entre a
modelos vez Para
sejam do étnicos, também é de Escola práxis
criticamente, insegurasdiscutido
das jovens deumamodelosburguesaé no menos classe dos
sociais. desempenham
de jogo zados. alemåessobre
interesses tratamento experiências políticos
abstrato um os
estimuladas,
das de se das
observar com
complexas formação. sociais. vez sintetizadas
entre condic£o afirrmar que alunos. transformadora
ideal jovens,
e
não elaboração tornarem relações Aescamoteada.
isso respeito
(veja a
verdadeiro trabalhadora Modelo
com se cognitivosque aceitacão aprendam as a
solução entrevistas argumentaçöes. residem contraditória não dimensão no de e
Vivenciados levando alteram hostilidade
que complexas não A
e dehumana concretas
e trabalho econömicos mas
base Todas suas Esse se
para significa formaçåo se
podem contradições capazes vigentes. a
individuaimente guestões a asescola
critica subjetivas processo
estruturas aiescoia salientar Escola
que nåo
engaja
apontei também radicalmente em as em também
podem a do a Os leis e
ao construçao econômica Willis, do
levar uma
entrevistas e (xenofobia) "outro" aceitar
alunos pedagogic0,
projeta acaba da leva
empiricamente,
desenvolvimento de suas deexige As estruturasainda
Modeio de radicalmente
Gostaria não conquistar estruturais, que dasse estruturais.
contradições as
possibilidades: adquire ação, estruturas naturalizaçaodas dernasiadamente na
dos sociais nova psiquicas estruturas quepapel não 240.).
1982, p.das criaçao
lacunasreflexãoe à é
a que os nao proveniente sobre por
(veja de e esta e
jovens perspectiva. em vão os as única ou estrangeifos
é tem reconhece trabainadora,
aproveitar
manifesta-se um sCiais, eles politica que
de termos individuos central.
tamiliares
a principios
amizade sufiaente a esta
demons conflitan somente tratada Pode-se
burgues de
ampliando existentes salientar, básicas caråter respeitode instån Sejam acessodimen e
entre da existem
tema à pude ela no da (ou pro uma
capa A d a a
107 Ade
os
Evidentemente lencia. kultureller fuer ven,H. sentidosmaes
Notas rejeição Uma educaça0
salientam de Ate
não-cristalizados a Iho
prueche
108auslaendischen
kript, quais 913-921. Escola Vistados
em Situação
Mittelpunkt ternidade,
expresso são quando alemes,
ao diterença, Compassa elestUurcos estabelecer
(1985).fundamentalismo
pp. absolutização
1989,kurs", uma
invs den pedagógio
o ns.
Berlim "estrangeira" uma funcionam coNsciêncda e momento,
1992c, cerca in 5. 4. a sao Como 3. Soziologie 2. 1. Para
zwischen
8.
Atualmente 7. 6.
Modelo, se
de disse ter Standort Titulo Sobreo "estrangeiros"
das para Consciênca
Vide Os Das Vide A real. garota com Gesellschaft. Essed
anti-racista
Os e,não "estrangeiro",
pátria despobreza, alemã, pretende quantitativamente
sempre
pp. dedados
Argument, turcos como é do injustiças isso,
a da Knappheitsa A que baseComo se a ai
Arbeiterfamilien também, como
Turquia, esse alem, texto der
conceito a que
1-30. den esse 1,5 automaticamente. produz-se
religiosodiferença, de foi uma pode Block entretanto,
e base de Seria
milhão
existem
estatísticos é
analfabetismo) se uma Auslaenderfeindlichkeit. percepção ativa
Mullard
Elementen não origem
público elaborar
utilizadaenvergonha na o nåo modo
respeito oriundos respeito Weinheim em positiva que soubesse
Zeitschrift a estrangeira quando material
medida
qual notar, 129 sobre tareta
de esse são mas por existem alemão: de sociais.(idêntica para
cerca mas -und
da in
jovens. e a ser uma o e "'q uadro (1991, se rigido
apenasnotório, partedos vide como Kreuzberg".
em os das
verschiedener Soares undcorrespondem deAlemanha,maior "ocupada" ela,"abismo
proto-ideológico
inequívoca. aspretenda da
de respeito,estilizados, de turcos
"Konzeption und para Esoola a a
qual
aproveitar
fuer aldeiasKonkurrenzmythas, não auto-imagem ou termnos apenas posicão
semelhancas na
ihre 6 Soares sinônimo sua após desigualdades Escola
milhõesPhilosophie permanecerá o na serve uma intransponivel" Basel, social" p.
são 84), as estrutura se
Erfahrung do Hall, material nacionalidade criticar de diferenças Modelo
Bem, da haja americana
por turcos séria
instalaria
também mais,
do para Sintomáticareferenciais (Gesellschaftsbild) na Zwischen
1984. na
trabalhar Modelo
lisatiansinstanzen. Berlim,
Manus deao S.
Anatólia. alunos sincréticas os
visto Bem, positiva) o Alemanha einer hierarquia não
estrangeiros período
A. "Rassismus proto-ideológico para na subjetivaespacos
bzw. und na
"turca". cornportamento stadteilorientierten estruturais não
Maedchen pela que Berlim, citada deveria uma colocar
"estrangeiros"Alemanha, A. (argumentação (sic). entre a nationaler instituionalizadas culturais,
em
Sozialwissenschaften, Alemanha.
A e fixaç£o realizou
Educação Wahrnehmung abrangido a Rasse figuras é
concepção Manuskript,
oposição maior Evidentemente Já que estrangeiros uma culturais escola. os social), prol itagmentários, práxis dos
na als pude estrangeiros se em
&
de
entrevista ldentitaet vide:
aus
Alemanha, parte imaginärias
und para(subal e entre da mas, jovens,
Sociedade, ideologischer para preferncia racista
absolutização os Uma limitar
transformadora. tal ação
deutschen pelo Hoffmann, refinando
construçao
modernidade
pedagógica por1991,designarobservar
delesGeschlecht muito VisIVeis,maisModellschuie
der texto a quevez jovens como tarefa.
fixação mim a realizada de e por und
mult e à de um
n entre pp. expres comum alemães ciaçao
44,
Widers n° nasceu que para modo aindatraba
citado seria, muitos exce LJE
abril/93 entre 1-21. uma
178, Dis
seus ale berm Uma
und os da im da os 0e
x e a a

Educaçåo RAETHZEL, HOFFMANN,


N. KALPAKA,
SOARES LEIPRECHT, HAUG, ESSED, HALL, Bibliografia
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nalyse school
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SOcio-cultural german
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relation "alternative' " and
n und einer
und als ihre di1984, diferences This
44, Argument A. ocusing the the
pp. H. aus und Deutschen, D.; of incapa attracted the
This article
abri/93 in baut multikultureller Negation.
Anwendungen,Verarbeitung"
Sozialwissenschaften,
ideologischer pp.
ECHSLE, of existence
in to reproduction
"Kreuzberger
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marxistischer andere
adolescents teaching
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educational
foreigner
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Ethnozentrismus
Zeitschrift Edition
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statt der1984. 1980, in in M. self-criticism
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Jugendliche 40, Diskurs" Heft Zoll, data the (a a of
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to experience
societyeuphemism
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fuer Argument pp. R. in tromindicates fa
Hass in
Frankfur/M., n² vieled
Strauss, pp. in Erziehung. in
178, 507-511. in
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since model in
Philosophie bei der 133-143, the on
Das Psyche propOsed phase
zwischen1991. und auf...". 178-204. the racism)
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existing to in
ich of
descendents of conclusion
actual
Revolte subjektiven
beschaeftigten und - A., ndnis
913-921. fuer habe
reaffirming of
the the diminish the
ozialwissenschaften ldeologie-Theorie
griechischer Zwischen und tion the Kreuzberg
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Zeitsschrift ais in model s.
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1984.
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109

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