Você está na página 1de 10

LUCIMAR MEY

A DIVERSIDADE E O PRECONCEITO

Apucarana
2021
LUCIMAR MEY

A DIVERSIDADE E O PRECONCEITO

Trabalho apresentado como requisito


parcial à obtenção do grau de
Licenciatura em Pedagogia, na disciplina
de Educação e Diversidade da Faculdade
do Norte Novo de Apucarana –
FACNOPAR.

Prof. Camila Zaqui Rech

Apucarana
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................03
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................04
3 CONCLUSÃO..........................................................................................................07
REFERÊNCIAS...........................................................................................................08
3

1 INTRODUÇÃO

O pedagogo atua diretamente na formação dos indivíduos e profissões, em


vista disso o seu comportamento influencia em atitudes semelhantes por seus
alunos, já que o meio vivenciado reflete em atitudes, sejam elas boas sejam ruins.
Desse modo, torna-se imprescindível que o profissional de educação trabalhe sobre
a diversidade em sala de aula, para que os estudantes cresçam entendendo e
respeitando as diferenças.
Nessa perspectiva, o trabalho abordará questões relacionadas às formas de
preconceito, assim como termos e expressões que, mesmo sendo ditas de forma
inconsciente, atuam depreciando os indivíduos diferentes. Além de exemplos de
atividades para trabalhar em sala de aula na busca por uma sociedade menos
preconceituosa e mais respeitadora.
A metodologia utilizada na elaboração do texto será embasada em pesquisa
bibliográfica, obtidas via internet em sites, jornais, artigos e periódicos. Tudo isso
aliado ao material de apoio sugerido pela professora Camila Zaqui Rech e às aulas
expostas pela professora Denise Aparecida Cavallini Panont.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O pedagogo atua de maneira direta na formação dos indivíduos, assim como


na graduação. Diante disso, a fase escolar que dura em média 12 anos (9 anos de
ensino fundamental mais três anos de ensino médio) ou mais é responsável por
grande parte da educação e postura cidadã dos indivíduos. É na fase escolar que as
crianças começam a ter mais contato com outras pessoas diferentes.
Sendo assim, em um país onde há uma grandiosa riqueza de diversidade é
importante que o respeito e a empatia reine nas relações sociais para evitar
possíveis conflitos que envolvam o preconceito. As diferenças entre as pessoas
podem envolver o gênero, raça, classe social, idade, condição física, entre outras.
Viver desde a infância em um ambiente de violência, preconceito, machismo,
homofobia e qualquer outra forma de desrespeito às diferenças acaba por influenciar
no comportamento das crianças e jovens que se tornarão adultos intolerantes.
Nesse sentido, a diversidade deve ser trabalhada desde cedo nas escolas, nas
instituições religiosas e nas famílias.
Nas instituições escolares é imprecindível a realização de atividades
inclusivas, tais como uma roda de conversa:

Reunir os pequenos em uma roda abre espaço para conhecê-los melhor.


Para entender as relações de preconceito e identidade, vale a pena
apresentar revistas, jornais e livros para que as crianças se reconheçam (ou
não) no material exposto. A roda é o lugar de propor projetos, discutir
problemas e encontrar soluções. Também é o melhor espaço para debater
os conflitos gerados por preconceitos quando eles ocorrerem. Nessa hora,
não tema a conversa franca e o diálogo aberto (MENEZES, 2007).

Com isso, é também incentivado o diálogo racional para solucionar conflitos


ao invés do uso da força e da violência. Além desse tipo de atividade, o uso da
música e artes plásticas podem se tornar grandes aliados na formação intelectual
dos pequenos.

A música desenvolve o senso crítico e prepara as crianças para outras


atividades. Conhecer músicas em diferentes línguas, e de diferentes
origens, é um bom caminho para estimular o respeito pelos diversos grupos
humanos. E isso se aplica a todas as formas de Arte (MENEZES, 2007).

A realização de peças teatrais pode incitar a empatia entre os alunos ao se


colocarem em diferentes situações, estas situações podem ser as vivenciadas no
5

cotidiano, algumas formas de preconceito e intolerância podem ser trabalhadas


nesse momento. Inclusive, torna-se relevante entender o que é o preconceito para
conseguir combatê-lo com maior eficiência.

Preconceito é uma opinião formulada sem a devida reflexão ou exame


crítico. Geralmente desprovida de qualquer fundamento, essa opinião
acaba influenciando modos de pensar e agir, podendo determinar atos de
intolerância contra pessoas ou grupos sociais (NETO, 2021).

Nesse âmbito, a educação e o pensamento crítico são os pilares para se


obter uma sociedade mais justa e menos preconceituosa. Tendo-se em vista que as
formas de preconceito estão atreladas à formulação de esteriótipos e
generalizações, que por vez são transmitidas culturalmente de geração em geração,
fica esclarecida a influência que o ambiente de formação cognitiva proporciona ao
indivíduo.
Assim, a Lei que institui a obrigatoriedade da disciplina de história e da
cultura africana e afro-brasileira nos currículos dos ensinos fundamental e médio (Lei
10.639/2003) fomenta uma maior valorização das raízes culturais brasileiras e uma
possível quebra de estigmas racistas. Quanto a esse termo, Erving Goffman o
descreve como:

o estigma é a situação do indivíduo que está inabilitado para a aceitação


social plena (...) o termo estigma será usado [pelo autor] em referência a um
atributo profundamente depreciativo, mas o que é preciso, na realidade, é
uma linguagem de relações e não de atributos. Um atributo que estigmatiza
alguém pode confirmar a normalidade de outrem, portanto, ele não é, em si
mesmo, nem honroso, nem desonroso (GOFFMAN, 1988).

Por esses e outros motivos, a quebra de estigmas é tão necessário na luta


pela igualdade entre as pessoas independentemente de raça, orientação sexual ou
qualquer outro tipo de diferenças. Apesar de se falar mais sobre o racismo, bullying
e machismo, nos veículos de informação e mídias, há também diversos outros
termos que se relacionam a formas de preconceito, tais como:

O sexismo é a discriminação baseada no gênero da pessoa, seja homem,


mulher ou outros. [...] a misoginia, que se trata do ódio pelas mulheres,
evidentes em casos de crimes bárbaros que são cometidos diariamente
contra elas.
Preconceito linguístico: essa forma de preconceito, é motivado pelas
diferenças de linguagem presente dentro de um idioma. É um fator muito
presente no Brasil já que ele tem uma vasta extensão territorial, dando ao
6

português falado aqui  sotaques que varia por região, estados e cidades.
Claramente, atinge com mais força grupos com menor prestígio social,
como nordestinos e interioranos que são taxados de caipiras.
Preconceitos com diferenças culturais: vem da aversão que se
demonstra a pessoas de culturas, hábitos, religião e condutas diferentes. A
xenofobia e a intolerância religiosa bons exemplos. Mais uma vez, um achar
tolo de que uma cultura é superior a outra (MIRANDA, 2020).

Do mesmo modo, existem outros termos e situações, inclusive há o


preconceito velado, quando o indivíduo o comete inconscientemente. Algumas
expressões referentes a esse comportamento foram destacadas:

“Mulher tem de se dar ao respeito”;


“não sou preconceituoso, tenho até um amigo negro”;
“pode ser gay, mas não precisa beijar em público”;
“mulher ao volante, perigo constante”;
“ela tem cabelo ruim”;
“isso é coisa de mulherzinha”;
“ela é bonita, mas é gordinha” (GAZETA, 2021).

Portanto, é necessário valorizar a diversidade para evitar a normalidade


desses exemplos de expressões. Entre as formas de incitar tal valorização está a
apresentação de filmes que destacam a força e os valores das diferentes culturas,
como a asiática, africana, indígena e europeia. Como é o caso do filme Mulan, da
Disney, que transmite a história e cultura asiática, de uma forma leve e divertida.
Ademais, é relevante enfatizar a importância dos movimentos sociais e suas
respectivas conquistas que agregaram mudanças indispensáveis à sociedade
brasileira. A exemplo se tem o movimento feminista e a conquista de direitos
políticos, tais como o voto, além do futebol feminino, da normalização do uso de
calças por mulheres, entre tantas outras conquistas.
Não só isso, mas também programar um momento de curiosidades nas
aulas. Esse momento pode contar com expressões que são usadas habitualmente
na língua portuguesa, que, todavia, possuem matriz africana, indígena, asiática e/ou
europeia. Como exemplo se tem respectivamente: quitanda, capivara, judô e fé. Vale
salientar que as diferenças agregam e enriquecem o vocabulário e a cultura
brasileira, com diferentes danças, músicas e dialetos, por isso devem ser
respeitadas e engajadas.
7

3 CONCLUSÃO

Através desta atividade pude verificar a importância da pedagogia na


formação dos indivíduos e como o ambiente ao qual a pessoa está inserida pode
influenciar no comportamento dela. Em virtude disso, as possíveis atividades que
trabalham a diversidade e a valorização da mesma são indispensáveis ao se tratar
da busca por uma sociedade mais justa e cercada de respeito.
As crianças devem entender desde cedo que está tudo bem ser diferente e
que ninguém deve ser melhor por causa de características físicas e/ou culturais.
Devem também entender que a diversidade só tem a agregar enriquecendo a cultura
brasileira, como a exposição de diferentes músicas e jogos.
Dessa forma, rodas de conversa são uma boa opção, além de trabalhar os
conhecimentos trazidos pelos alunos e os transmitidos pelo professor, é uma
excelente maneira de resolver situações conflituosas do cotidiano escolar sem o uso
da força e da violência.
Quanto mais atividades incluirem os alunos e valorizarem as diferenças,
sejam elas físicas, de gênero, de raça, de cultura, religiosas sejam quaisquer outras,
o estudante internalisa a necessidade de incluir as pessoas sem estigmas e esse
entendimento é refletido em seus atos desde o dado momento até a vida adulta. Por
isso, de maneira processual, é possibilitada uma normalização da diversidade,
valorizando-a.
Estimular a curiosidade nos alunos sobre as diferentes culinárias,
instituições religiosas e demais manifestações culturais são substanciais para a
ampliação do conhecimento já adquirido pelos alunos. Dessa maneira, ao obter
conhecimento e desenvolverem o senso crítico, evitam a realização de atos ou
expressões de cunho preconceituoso, uma vez que esses se baseiam em
concepções desprovidas de fundamento e baseadas em generalizações.
Então, trata-se de um processo trabalhoso, mas indispensável na formação
cognitiva dos indivíduos. Isso, também irá os incentivar na luta por seus direitos ao
verificarem que movimentos sociais promovem mudanças estruturais possibilitando
melhorias e maior igualdade entre as pessoas, como o movimento feminista e a
conquista do voto feminino.
8

REFERÊNCIAS

BARROS, Jussara de. Valorizando as diversidades. Disponível em: <


https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/valorizando-as-
diversidades.htm > Acesso em: 11 out. 2021.

BRASIL. Lei nº10.639, de 09 de janeiro de 2003. Inclui no currículo oficial da Rede


de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 09 jan. 2003.

GAZETA DO POVO. “Mulher tem de se dar o respeito”: as expressões


preconceituosas mais faladas no Brasil. Disponível em: <
https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/expressoes-
preconceituosas/ > Acesso em: 11 out. 2021.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.


Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

MENEZES, Débora. Como trabalhar as relações raciais na pré-escola. Disponível


em: < https://novaescola.org.br/conteudo/130/como-trabalhar-as-relacoes-raciais-na-
pre-escola > Acesso em: 11 out. 2021.

MIRANDA, Luís Mário. Atitudes preconceituosas: o que acontece com as vítimas


de preconceito? Disponível em: <
https://labdicasjornalismo.com/noticia/2625/atitudes-preconceituosas > Acesso em:
11 out. 2021.

NETO, Carlos. Preconceito. Disponível em: <


https://www.todamateria.com.br/preconceito/ > Acesso em: 11 out. 2021.

PANONT, Denise Aparecida Cavallini. Educação e Diversidade. Notas da


disciplina. FACNOPAR, 2021.

VILARINHO, Sabrina. Preconceito – um fato que deve ser trabalhado desde os


primeiros anos. Disponível em: <
9

https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/preconceitoum-fato-
quedeve-ser-trabalhado-desde-os-.htm#:~:text=Uma%20crian%C3%A7a%20se
%20sente%20discriminada,os%20primeiros%20anos%20da%20crian%C3%A7a >
Acesso em: 10 out. 2021.

Você também pode gostar