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IPATINGA – MG
CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
JULHO DE 2016
PLANO MUNICIPAL DECENAL DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE
IPATINGA – MG
PREFEITA MUNICIPAL
Maria Cecília Ferreira Delfino
Colaboradores:
Realização:
LA – Liberdade Assistida
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...................................................................................................................07
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................08
2 MARCO SITUACIONAL GERAL.........................................................................................10
2.1 Histórico.............................................................................................................................10
3.6 Renda das Famílias dos Adolescentes Acompanhados pelo SMSE .............................. 24
3.11 Atos Infracionais Cometidos pelos Adolescentes Acompanhados pelo SMSE ............. 27
6.2 Princípios...........................................................................................................................41
6.3 Diretrizes............................................................................................................................41
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................55
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 55
7
APRESENTAÇÃO
A primeira estratégia adotada foi uma análise qualificada sobre o atendimento aos
adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, considerando a dimensão
quantitativa, as suas famílias, a composição da rede municipal de atendimento. No
debate, priorizou-se a problematização da integração das políticas públicas, das
possíveis pactuações entre as mesmas e os seus possíveis alcances.
1 INTRODUÇÃO
Para a construção deste Plano se fez necessário resgatar um pouco da história que
deu origem à Política de Atendimento à criança e ao adolescente, especificamente da
política de atendimento aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa 1.
Desta forma, no Marco Situacional, é contada brevemente a organização que o
Município de Ipatinga teve para construir cada elemento ou dimensão que constitui a
Política de Atendimento à criança e ao adolescente.
Com este intuito é que o Plano objetiva o fomento às articulações das diversas ações
municipais para que possam se constituir no sistema de proteção e atender estes
adolescentes, na maioria das vezes, invisíveis a todas as políticas públicas.
1
É interessante perceber que, cronologicamente, o Município de Ipatinga foi pioneiro, no território que corresponde ao estado de
Minas Gerais, na construção do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, na instituição do Conselho Tutelar, e em outras
ações que focavam a criança e o adolescente.
9
2.1 Histórico
Em 2012, uma Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público de Minas Gerais
(Processo: 0313.12.006224-2) contra o município de Ipatinga exigiu a elaboração de
um Plano Municipal Decenal de Atendimento Socioeducativo de Ipatinga – MG e a
inclusão na Lei do Orçamento e na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2013 de
recursos para a sua criação, instalação e sua manutenção.
Em Ipatinga - MG não ocorre este atendimento integrado. Abaixo será descrito todo o
processo de atendimento do adolescente desde a sua sentença.
2.3.1 Público-Alvo
2.3.4 Metodologia
2
O Plano Individual de Atendimento (ver Lei nº 12.594/ 2012) consiste em um mecanismo de sistematização do processo
socioeducativo. Ou seja, trata-se de um instrumento pedagógico que organiza dados pessoais e familiares de cada caso atendido
e contém informações sobre as atividades que o adolescente deverá realizar durante o cumprimento da medida socioeducativa de
Liberdade Assistida ou da Prestação de Serviço à Comunidade.
14
O passo seguinte prevê uma reunião com a entidade e o adolescente para formalizar o
Termo de Compromisso entre os atores envolvidos (SMSE e a instituição parceira)
com vistas a definir as tarefas que o adolescente irá desenvolver e suas
responsabilidades. Esse encontro também esclarece sobre os procedimentos de
registro de frequência do adolescente que fica a cargo da instituição.
De forma geral, as tarefas destinadas aos adolescentes têm como princípio o respeito
as suas aptidões e devem ser executadas em uma jornada máxima de oito horas
semanais, sem possibilidade de prejudicar a frequência escolar ou outro trabalho que
o adolescente execute. Além de contribuir com o desenvolvimento do adolescente,
bem como a ressignificação da prática infracional e construção de novos projetos de
vida.
15
Manutenção da medida;
Descumprimento da medida;
Desligamento da medida;
Encerramento/finalização da medida.
com os demais parceiros da sociedade civil para encaminhar e indicar adolescentes aos
processos seletivos de adolescentes aprendizes.
Grande parte das fragilidades apresentadas pelo SMSE está ligada, especialmente, à
falta de efetividade da rede de parceiros na vinculação do adolescente, tanto ao
equipamento educacional, quanto ao encaminhamento para postos de trabalho e
qualificação profissional. Essa fragilidade expõe uma contradição da política de
atendimento, uma vez que o SINASE direciona as intervenções por meio de eixos
estruturantes da medida socioeducativa.
Esse fato revela outra dificuldade para o SMSE: o desconhecimento dos motivos que
levam os adolescentes ao descumprimento da medida. Como a informação sobre o
processo de cada adolescente não está formatada em rede, quando o adolescente
descumpre a medida e não retorna ao SMSE, a equipe técnica fica sem a informação
dos motivos do descumprimento.
De acordo com a equipe, os fatores objetivos podem estar ligados a óbito, mudança de
cidade, acautelamento (provisório e internação) e até mesmo detenção (quando maior
de 18 anos).
Esse cenário acaba impactando negativamente o trabalho da equipe uma vez que os
técnicos vão ter pouca compreensão e pouco retorno sobre os resultados obtidos pelo
próprio atendimento. Entender os motivos que levam o adolescente ao
descumprimento da medida é fundamental para o aprimoramento do atendimento a
esse público.
20
No quesito saúde, o CSE busca fortalecer e garantir laços com a rede de saúde,
realizando grupos operativos sobre a sexualidade, Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) e orientar sobre a rede de atendimento. Garantir assistência em
saúde para os adolescentes, minimizando a espera de consultas especializadas e
procedimentos. Oferecer vagas para odontologia a este público e fazer busca ativa
para prevenção de problemas odontológicos.
21
Para a melhor compreensão dos resultados desse diagnóstico, este capítulo apresenta
a identificação e percepção dos principais atores envolvidos no Serviço. Dessa forma,
serão analisados aqui os dados sobre o perfil dos adolescentes em cumprimento de
medida, suas famílias e os resultados dos grupos focais com esse público.
60 52 55 53
50 46
41 39
40 30
29 26
30 25
20
20
10
0
50 46 47
44 44
45
40
35 32
30
30
25 23
20 Liberdade Assitida - LA
20 18
1515
15 13 Prestação de Serviços
11 11 10 11 10
8 9 8 Comunitários (PSC)
10 6 6
5
0
90,00
80,00 76,67
68,97
70,00
60,00 56,00
30,00 PSC/ LA
24,14
19,51 20,00
20,00
10,00 6,90
2,00 3,33
0,00
2012 2013 2014 2015
40,00 37,93
34,00
35,00
29,27 30,00
30,00 27,59 28,00 13
26,67
24,39 14
25,00
21,95
20,00 15
20,00 18,00
16
0,00
2012 2013 2014 2015
70,00 63,33
58,00
60,00
51,22 51,72
48,78 48,28
50,00
42,00
40,00 36,67
ATÉ 04 PESSOAS
30,00
MAIS DE 04 PESSOAS
20,00
10,00
0,00
2012 2013 2014 2015
40,00 38,00
35,00 31,71
30,00 27,59
26,83 26,00
25,00 23,33 23,33
20,69 20,69 20,00 2012
20,00
20,00 17,24 19,51
2013
14,00
15,00 13,33 2014
9,76 10,00 10,34
10,00 7,32 2015
6,00 4,88 6,00
5,00 3,45
0,00
0,00
MENOS DE 01 01 SALARIO 02 SALARIOS 03 SALARIOS 04 SALARIOS OU NÃO INFORMADO
SALARIO MAIS
120,00
96,55
100,00
83,33
80,00 70,73 70,00
60,00 SIM
NÃO
40,00 29,27 30,00
16,67
20,00
3,45
0,00
2012 2013 2014 2015
80,00 73,33
68,97
70,00
60,00 56,00
40,00 6º AO 9º ANO
34,15
26,00 ENSINO MEDIO
30,00 24,14
21,95
NÃO INFORMADO
20,00 14,00 13,33 13,33
10,00 6,90
0,00
2012 2013 2014 2015
90,00
80,00
80,00
70,00
60,00
60,00
51,22 SIM
48,28
50,00
NÃO
37,93
40,00
USOU
29,27
30,00 NÃO INFORMADO
20,00 20,00
20,00 17,07 16,00
10,34
10,00 3,45 4,00
2,44
0,00
2012 2013 2014 2015
PLANALTO II 13,79
VENEZA 11,36
10,34
VENEZA II
10,00
VILA CELESTE 13,64
13,79
4,00
VILA MILITAR 2,27
6,00
OUTROS
2,27
USO DE DROGAS
4,55
TRANSITO 10,34
43,33
TRÁFICO DE DROGAS 32,00
13,79
11,36
16,67
ROUBO 26,00
10,34
13,64
RECEPTAÇÃO 12,00
2,27
2015
2,00 2014
PORTE DE ARMA 10,34
2013
2012
LATROCINIO 10,00
HOMICÍDIO 3,45
2,27
40,00
FURTO 16,00
48,28
6,82
DESACATO 3,45
AGRESSÃO
18,18
ABUSO SEXUAL
2,27
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00
direitos humanos. Esta política de atendimento seria desenvolvida através de três tipos
de programas, serviços e ações públicas:
Nas entrevistas com os atores do eixo da Defesa foi identificada maior dificuldade de
contribuição com a elaboração do diagnóstico. Deste eixo, apenas a Defensoria
Pública e o Conselho Tutelar responderam o questionário.
Importa destacar que no ofício enviado, a Polícia Civil se refere aos adolescentes
ainda com a denominação de “Menor”. Esse fato já traz evidências de que nem todos
os órgãos e instituições presentes na rede dispõe dos mesmos conceitos preconizados
pelo ECA. Ou seja, operam com o mesmo arcabouço conceitual sobre a criança e o
adolescente.
instituições que atuam de modo municipal e regional (46,30%) e aquelas que atuam
em bairros específicos de Ipatinga (53,70%).
A pesquisa também revelou grande abrangência das áreas de atuação dos serviços,
entidades ou equipamentos cujos representantes foram entrevistados dentro do
Sistema de Proteção à Criança e ao Adolescente, com destaque para as áreas de
Assistência Social (24,07%) (13), cultura (18,52%), esporte (16,67%), educação
(38,89%) e profissionalização (22,2%).
5.1.1 Os Adolescentes
São famílias que têm a missão de cuidar do adolescente, mas que requisitam
cuidados, apoio no fortalecimento dos vínculos entre seus membros e equipamentos/e
instrumental para enfrentar os problemas apresentados pelos adolescentes.
Apesar dos esforços empreendidos pelo corpo técnico para formalizar o Serviço,
elaborar conceitos, estabelecer metas e produzir informações sobre o público
atendido, ainda demanda um conjunto de ações e recursos para aumentar e qualificar
a sua capacidade de acompanhamento dos adolescentes.
Cada uma das instituições que compõem a rede opera com mecanismos próprios, com
formas muito sedimentadas de atuação e algumas podem apresentar resistência de
adesão e dificuldade de contribuir por mero desconhecimento de como participar.
A ideia preconizada na doutrina da proteção integral deve ser prioridade e deve estar
refletida na ação da rede. Contudo, a proteção não pode limitar-se a declarações de
intenções, acordos imprecisos e parcerias informais.
Dessa forma, a prioridade com relação a consolidação da rede do SGD não pode
limitar-se a uma declaração de intenções e de arranjos imprecisos, ela exige esforços
de uma construção institucional para a pactuação das parcerias. É preciso estabelecer
compromissos formais de participação no processo de cumprimento de medidas em
meio aberto e estabelecer laços de colaboração.
6.2 Princípios
6.3 Diretrizes
Implantar e implementar política Garantir investimentos para o atendimento socioeducativo Permanente CMDCA
de cofinanciamento. municipal de forma intersetorial na LDO, e também, em
outras peças orçamentárias.
Garantir que a política de Elaborar protocolos e fluxos de atendimento para a Permanente CMDCA
Atenção à Criança e ao socioeducação de forma Intersetorial.
Adolescente ocorra de forma
integrada, respeitando as Implantar a política nacional de atenção integral à saúde
regulamentações nacionais, de adolescentes no sistema socioeducativo (Portaria Nº
estaduais e municipais, criando 1082, 23 de Maio de 2014: Ministério da Saúde).
condições de atendimentos e
fluxos que viabilizem a Implementar o Fórum Intersetorial da Criança e
circulação do público deste Adolescente, em consonância com o Fórum Nacional de
Plano (adolescentes e suas Saúde Mental Infantojuvenil e Fórum Interinstitucional da
famílias). Criança e do Adolescente de Ipatinga (CMDCA).
Contribuir, na perspectiva de Criar e implementar uma política setorial municipal 24 meses Secretarias municipais
uma matriz de intervenções referenciada nos princípios e diretrizes estruturantes do (Cultura, Esporte e Lazer,
intersetoriais, para que Programa Esporte e Lazer da Cidade, com especial Educação, Assistência
adolescentes autores de ato
destaque, a municipalização, intersetorialidade, Social, Saúde, Segurança e
infracional tenham assegurado
o direito constitucional de valorização e difusão da cultura local, respeito à Convivência Cidadã)
acesso a práticas esportivas, diversidade, ludicidade e trabalho coletivo e participação
culturais e de lazer. comunitária. Conselhos de Políticas
Públicas afetos
Órgãos de segurança
pública
Garantir por meios de Políticas, Promover ações intersetoriais sistemáticas em praças Permanente CMDCA
Programas e serviços, ações públicas de bairros vulneráveis como prevenção da Todas as secretarias
permanentes de prevenção e violência, por meio de atividades culturais e esportivas municipais
promoção, visando garantir a
orientadas.
proteção dos adolescentes.
Flexibilizar e desburocratizar a circulação dos
adolescentes nas políticas públicas, promovendo sua
inclusão.
Ofertar outras possibilidades de Sensibilizar as empresas para inserir adolescentes/jovens Permanente CMDCA
renda que minimizem o no programa jovem aprendiz e 1º emprego.
cometimento de infrações de Todas as secretarias
fundo patrimonial e econômico. Sensibilizar o Ministério do Trabalho a fiscalizar as
empresas para contratação de jovem aprendiz, conforme
previsto na lei.
Qualificação do atendimento Estabelecer atendimento integrado e célere entre o Poder 2017 CMDCA
socioeducativo aos Judiciário, sistema de cumprimento de medida em meio Todas as secretarias
adolescentes. aberto e o sistema de cumprimento de medida em meio municipais
fechado.
Rede socioassistencial
Garantir o acesso e permanência dos adolescentes nas
escolas e em outros programas da Política de Educação. Poder Judiciário
Fomentar e/ou fortalecer os mecanismos Realizar periodicamente cursos e/ou oficinas de 2017 CMDCA
de participação social de adolescentes e formação para os adolescentes sobre
jovens em espaços que realizam controle participação política e cidadania.
social.
Criar uma comissão permanente de participação
e mobilização juvenil para o fortalecimento do
protagonismo e cidadania, por meio dos
Conselhos de direitos.
Possibilitar o acesso à informação aos Criar instrumentos (cartilhas, jornal mural, vídeo, Permanente CMDCA
adolescentes, com vistas a dinamizar a documentários, entre outros) que divulguem aos
participação e representatividade dos adolescentes, através de linguagem acessível e Rede Socioassistencial
mesmos nos diversos espaços sociais. interessante, o sistema socioeducativo, seus
direitos e responsabilidades, bem como ações Todas as secretarias
realizadas. municipais
Promover a articulação das medidas Construir fluxos e procedimentos entre as Permanente CMDCA
socioeducativas com os órgãos do instituições responsáveis pelo desenvolvimento
Sistema de Justiça e Defesa Social. das medidas socioeducativas. Toda Rede Socioassistencial
Garantir aos adolescentes o acesso à Articular com o Estado a viabilização de uma Permanente CMDCA
justiça efetiva e transparente. delegacia especializada da infância e juventude.
Toda Rede Socioassistencial
Reduzir os índices de reentrada dos Articular com a Coordenadoria Especial de Permanente CPC + Defesa Social +
adolescentes no sistema socioeducativo. Prevenção à Criminalidade (CPEC) e Vara da Assistência Social
Infância e Juventude de Ipatinga a obtenção de
dados da movimentação infracional no
município, a fim de subsidiar decisão sobre
futuros encaminhamentos à rede de
atendimento aos adolescentes.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das demandas locais contou com análises técnicas e proposições dos
trabalhadores representantes das políticas que desenvolvem as medidas
socioeducativas em meio aberto e fechado.
REFERÊNCIAS
REALIZAÇÃO
JULHO - 2016