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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo
CHEFIA DE GABINETE
Daniele Sandra Purcino
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO
Karlin Giane Lessmann
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Marcia Rosa Tardoski
ASSESSORIA DE GABINETE
Anderson Cristian Walter
ASSESSORIA DE GABINETE
Eliane do Rocio Wosgerau Santos
ASSESSORIA COMUNITÁRIA
Arlindo Junior Pereira
DIRETORIA DE PLANEJAMENTO
Tatielly Leticia Sloboda Tozo
3
Protocolo de Acolhimento de Crianças, Adolescentes e Jovens
4
O Protocolo de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens é
uma ferramenta de extrema relevância para a realização do que preconiza o
ECA, transformando-se em importante instrumento de intervenção em favor
dos vulneráveis.
A Prefeitura Municipal de Curitiba, com satisfação, lança este documento,
com foco nas diretrizes do serviço de acolhimento institucional como medida
excepcional e provisória, após esgotadas as possibilidades de manutenção
do convívio familiar e comunitário, em prol da qualificação e aprimoramento
da gestão do sistema de proteção no campo das políticas públicas e sociais.
5
Este processo de busca pelo aprimoramento no serviço
de acolhimento de crianças, adolescentes e jovens não
se construiu de forma individual, mas de forma coletiva,
direta ou indiretamente. Agradecemos a participação
dos profissionais que têm um importante papel na
garantia dos direitos de crianças e adolescentes,
como os Supervisores Regionais e os Gerentes de
Proteção Social Especial, que doam suas capacidades
e habilidades em prol dessa causa tão importante.
Destacamos todo o potencial das contribuições de
diversos atores e saberes ligados à área da infância e
da adolescência, como os representantes do Ministério
Público, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente (Comtiba), do Conselho Municipal
de Assistência Social (CMAS), de Organizações da
Sociedade Civil que prestam o serviço de acolhimento,
do Conselho Tutelar e da Rede de Proteção à Criança e
ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência.
Em especial, agradecemos aos profissionais que
atuam diretamente com crianças, adolescentes e
jovens acolhidos em Curitiba como agentes protetores
e preventivos numa perspectiva de mudanças na
realidade.
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LISTA DE SIGLAS
7
Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................................... 15
Base Normativa, Princípios e Premissas ......................................................................................... 15
1 BASE NORMATIVA ........................................................................................................................ 15
1.1 Política Nacional de Assistência Social: Proteção Social .......................................................... 15
1.2 Parâmetros Legais e Normativos: Serviços de Acolhimento ..................................................... 19
2 PRINCÍPIOS .................................................................................................................................. 23
2.1 Doutrina de Proteção Integral .................................................................................................... 23
2.2 Prioridade Absoluta ................................................................................................................... 23
2.3 Superior Interesse da Criança/Adolescente/Jovem .................................................................. 24
2.4 Universalização dos Direitos Sociais ......................................................................................... 24
2.5 Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar .......................................................... 24
2.6 Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar ............................................................... 25
2.7 Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários ................................... 25
2.8 Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não Discriminação ....................................... 25
2.9 Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado .......................................................... 25
2.10 Garantia de Liberdade de Crença e Religião ......................................................................... 25
2.11 Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem ............................................ 25
3. PREMISSAS ................................................................................................................................. 26
3.1 Protagonismo ............................................................................................................................. 26
3.2 Intersetorialidade ....................................................................................................................... 26
3.3 Territorialização .......................................................................................................................... 26
3.4 Matricialidade Sociofamiliar ....................................................................................................... 27
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................... 29
Descrição dos Serviços de Acolhimento de Crianças, Adolescentes e Jovens ............................. 29
1 SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS ........................... 29
1.1 Forma de Acesso e Documentação Necessária ....................................................................... 29
1.1.1 Acesso .................................................................................................................................... 29
1.1.2 Documentação Necessária .................................................................................................... 29
1.1.3 Central de Regulação de Vagas ............................................................................................. 30
1.1.4 Encaminhamento para Atendimento Especializado ............................................................... 30
1.1.5 Acolhimento Emergencial ....................................................................................................... 30
1.1.6 Crianças e Adolescentes sem Referência Familiar ................................................................ 31
2 ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................... 33
2.1 Especificação ............................................................................................................................ 33
2.2 Objetivos .................................................................................................................................... 33
2.3 Modalidades de Acolhimento Institucional ............................................................................... 33
2.3.1 Abrigo Institucional ................................................................................................................. 34
2.3.1.1 Recursos Humanos .............................................................................................................. 34
2.3.2 Casa-Lar .................................................................................................................................. 38
2.3.2.1 Recursos Humanos .............................................................................................................. 39
2.4 Principais Instrumentos do Serviço de Acolhimento Institucional ............................................. 44
2.5 Procedimentos Iniciais Inerentes ao Serviço ............................................................................. 45
2.6 Acompanhamento Familiar ........................................................................................................ 46
3 ACOLHIMENTO FAMILIAR ........................................................................................................... 47
3.1 Família Acolhedora .................................................................................................................... 48
3.1.1 Especificação ......................................................................................................................... 48
3.1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 49
3.1.3 Critérios e Funcionamento ...................................................................................................... 49
3.1.4 Acesso .................................................................................................................................... 52
3.1.5 Recursos Humanos ................................................................................................................. 52
8
3.2 Família Extensa .......................................................................................................................... 54
3.2.1 Especificação .......................................................................................................................... 54
3.2.2 Objetivos ................................................................................................................................. 54
3.2.3 Critérios e Funcionamento ...................................................................................................... 54
3.2.4 Acesso .................................................................................................................................... 54
3.2.5 Recursos Humanos ................................................................................................................. 54
4 TRANSFERÊNCIAS E DESLIGAMENTO DOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL E FAMILIAR........................................................................................................... 55
4.1 Transferência de Unidade de Acolhimento Institucional para Acolhimento Familiar
— Família Acolhedora ...................................................................................................................... 55
4.2 Transferência para outra Unidade de Acolhimento Institucional ............................................... 56
4.3 Desligamento por Reintegração Familiar ................................................................................... 56
4.4 Desligamento por Adoção ......................................................................................................... 58
4.5 Desligamento por Maioridade ................................................................................................... 60
4.6 Desligamento por Saída Não Autorizada de Unidade de Acolhimento Institucional .................61
4.7 Desligamento Família extensa ....................................................................................................61
5 SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS .................................................. 61
5.1 Especificação ............................................................................................................................ 61
5.2 Objetivos .................................................................................................................................... 62
5.3 Acesso ....................................................................................................................................... 62
5.4 Critérios e Funcionamento ......................................................................................................... 62
5.5 Recursos Humanos .................................................................................................................... 64
5.6 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República ......................................................... 64
5.6.1 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Idade ..................................... 64
5.6.2 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Não Cumprimento
de Regras ......................................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................... 67
Orientações para Execução dos Serviços de Acolhimento ............................................................ 67
1 ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO................................................................................................. 67
1.1 Objetivo ...................................................................................................................................... 67
1.2 Competência .............................................................................................................................. 67
1.3 Aspectos Norteadores .............................................................................................................. 68
2 ESTUDO DIAGNÓSTICO EM CASO DE ACOLHIMENTO EMERGENCIAL/PÓS-
ACOLHIMENTO................................................................................................................................ 70
3 PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO ...................................................................................... 70
3.1 Objetivo ...................................................................................................................................... 71
3.2 Competência .............................................................................................................................. 72
3.3 Aspectos Norteadores ............................................................................................................... 73
3.4 Etapas de Elaboração do PIA ................................................................................................... 74
3.5 Atualização e Monitoramento do PIA ......................................................................................... 75
4 ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL ................................................................................................ 76
5 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO............................................................................................ 77
6 EDUCAÇÃO PERMANENTE E GESTÃO DO TRABALHO ............................................................ 78
7 APADRINHAMENTO AFETIVO ...................................................................................................... 79
8 PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES ................................................................................................. 80
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 82
APÊNDICES ..................................................................................................................................... 85
APÊNDICE 1 - MODELO DE PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO ............................................... 86
APÊNDICE 2 - MODELO REGIMENTO INTERNO ............................................................................ 97
APÊNDICE 3 - ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO PARA O ACOLHIMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ..................................................................................................... 102
APÊNDICE 4 - MODELO DE PIA ................................................................................................... 109
APÊNDICE 5 - TERMO DE COMPROMISSO PARA ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA
9
PARA JOVENS ................................................................................................................................ 117
APÊNDICE 6 - FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE VAGA EM REPÚBLICA
PARA JOVENS ................................................................................................................................ 119
APÊNDICE 7 - FORMULÁRIO DE INTERESSE DE VAGA EM REPÚBLICA
PARA JOVENS .................................................................................................................................123
APÊNDICE 8 - FORMULÁRIO DE RECUSA DE VAGA EM REPÚBLICA PARA
JOVENS ...........................................................................................................................................126
ANEXO 9 — FORMULÁRIO DE DESLIGAMENTO DE VAGA EM SERVIÇO DE
ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS ...........................................................................128
ANEXO 10 – FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO APÓS
DESACOLHIMENTO ........................................................................................................................129
10
INTRODUÇÃO
1. O ECA foi um marco na garantia de direitos e proteção integral de crianças e adolescentes. Anteriormente, a
primeira resposta dada diante de situações de pobreza, vulnerabilidade ou risco, era o afastamento da criança e do
adolescente do convívio familiar. A promulgação do ECA rompe com essa cultura da institucionalização, normatizando
a excepcionalidade da medida de acolhimento, assim como estabelecendo que situação de pobreza não é motivo
suficiente para o afastamento familiar, como preconizado no art. 23 (Brasil, 2009a).
11
então, buscam-se consolidar meios para discussão de propostas participativas voltadas a
articulação, incentivo e apoio à criação de espaços adequados ao desenvolvimento integral
da criança, do adolescente e do jovem, configurando os acolhimentos institucionais de
forma mais próxima a de um ambiente familiar.
Historicamente, o município de Curitiba iniciou o processo de implantação da 1.ª
Unidade de Abrigo Oficial para crianças e adolescentes entre 1991 e 1992, por meio de
parcerias firmadas entre a Secretaria Municipal da Criança e Organizações da Sociedade
Civil (OSCs), na época denominadas de Entidades Sociais.
Já no ano de 1997, em ação conjunta entre as entidades conveniadas e a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), foram discutidos os critérios mínimos de qualidade de
atendimento considerados imprescindíveis pela Vigilância Sanitária. Desta iniciativa,
nasceu o roteiro de inspeção, com a definição das primeiras avaliações de estabelecimentos
escolares, pré-escolas, creches, asilos, abrigos, albergues, entre outros.
Também na década de 1990, foi criada em Curitiba a Central de Vagas, atualmente
denominada de Central de Regulação de Vagas (CRV), órgão responsável pela regulação
de vagas de acolhimento. A partir dessa estruturação, ficaram estabelecidas normatizações
para padronização do fluxo entre conselhos tutelares, programas sociais municipais e Varas
da Infância e da Juventude, de forma a viabilizar o acesso aos serviços de acolhimento.
Foram, no ano 2000, estabelecidos procedimentos para a organização dos serviços
de acolhimento, por meio de Manual Orientador para a Prática da Rede Oficial do município
de Curitiba.
Em 2003, após a extinção da Secretaria Municipal da Criança e já na competência
da assistência social, pela Fundação de Ação Social (FAS), foram organizados novos
instrumentos e reforçadas as atribuições e competências dos serviços de acolhimento.
Desde então, os documentos norteadores foram aprimorados com a finalidade de qualificar
o atendimento e estabelecer parâmetros para sua realização. Em 2007, foi lançado
o Protocolo de Qualidade em Instituições de Acolhimento à Criança e ao Adolescente
em Curitiba. Pautado na intersetorialidade, tal protocolo serviu de aporte à FAS e à
SMS em referência ao acompanhamento, à orientação e ao assessoramento das ações
implementadas nas Unidades de Acolhimento Institucional.
No entanto, com o passar dos anos, a legislação e as normativas técnicas direcionadas
para a área da infância e adolescência continuaram a ser aperfeiçoadas e sofreram
alterações de grande relevância. Com isso, observou-se a necessidade de criar um novo
protocolo para essa nova realidade.
Assim, neste ano de 2023, publica-se o presente Protocolo de Acolhimento para
Crianças, Adolescentes e Jovens de Curitiba, considerando as particularidades do
município e o cumprimento das leis e normativas vigentes.
Este documento está organizado em três capítulos. No primeiro capítulo, é apresentada
a base normativa, os princípios e as premissas que norteiam a execução dos serviços de
12
acolhimento de crianças, adolescentes e jovens. O segundo capítulo contempla orientações
quanto à operacionalização dos serviços de acolhimento: o estudo diagnóstico, o Plano
Individual de Atendimento (PIA), a articulação intersetorial, os aspectos norteadores, o
Projeto Político-Pedagógico (PPP), a educação permanente e a gestão do trabalho, bem
como a produção de informações. O terceiro capítulo trata da descrição das formas
de acesso aos serviços, de seus procedimentos, da documentação necessária, dos
principais instrumentos e encaminhamentos, do acompanhamento familiar e das formas
de desligamento.
Ainda, aborda as modalidades de acolhimento institucional: a “Casa-Lar”; o “Abrigo
Institucional”; o “Acolhimento Familiar”, nas modalidades “Família Acolhedora” e “Família
Extensa”; e, por fim, o “Acolhimento em República” para jovens.
Ao final, nos apêndices, são apresentados modelos dos principais documentos
utilizados nos serviços de acolhimento de crianças, adolescentes e jovens.
13
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CAPÍTULO 1
Base Normativa, Princípios e Premissas
1 BASE NORMATIVA
15
Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a).
16
Quadro 1: Seguranças socioassistenciais e direitos assegurados aos usuários
17
18
1.2 Parâmetros Legais e Normativos: Serviços de Acolhimento
O QUADRO 2 contém as normatizações que legitimam a execução dos serviços de
acolhimento de crianças, adolescentes e jovens. Junto a esses norteadores, é utilizado um
conjunto de fundamentos que regem a execução dos serviços.
19
20
21
22
2 PRINCÍPIOS
2.2 Prioridade Absoluta: O Art. 4.º do ECA indica que são deveres da família, da
sociedade e do Estado, nesta ordem, a garantia com absoluta prioridade da efetivação
dos direitos de crianças, adolescentes e, excepcionalmente, de jovens.
23
No que tange à política de atendimento dos direitos da criança, do adolescente e do
jovem, está inclusa a execução de ações articuladas por “políticas e programas destinados
a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e garantir o efetivo
exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes” (BRASIL, 1990, Art.
87, inciso VI).
2.4 Universalização dos Direitos Sociais: Este princípio é legitimado pela PNAS e
tem como foco prover acesso a serviços, programas, projetos e benefícios, no âmbito da
PSB e PSE, a todos que deles necessitem. Além disso, deve assegurar ações executadas
na centralidade da família e na garantia do convívio familiar e comunitário, reforçando,
por consequência, seu caráter de promoção social. Desse mesmo modo, as orientações
técnicas dos serviços de acolhimento ratificam a importância da promoção do fortalecimento
e da inclusão social das famílias às políticas públicas e ações comunitárias, uma vez que,
antes de se considerar a hipótese do afastamento, é “[...] necessário assegurar à família
o acesso à rede de serviços públicos que possam potencializar as condições de oferecer
à criança ou ao adolescente um ambiente seguro de convivência” (BRASIL, 2009a, p. 23).
24
convivência familiar e comunitária, quando o afastamento do convívio familiar for a medida
mais adequada para a preservação da proteção da criança e do adolescente, todos os
esforços devem se voltar para que, em um período inferior a dois anos, seja viabilizada a
reintegração familiar; a permanência superior a esse limite só deve ser aplicada em caráter
excepcional, devidamente fundamentada por avaliação criteriosa dessa necessidade pelos
órgãos responsáveis pelo acompanhamento. O retorno seguro ao convívio familiar deve
ocorrer prioritariamente na família de origem e, excepcionalmente, em família substituta.
25
posicionamento em assembleias realizadas.
3 PREMISSAS
26
demandas da criança, do adolescente e do jovem e de suas famílias. Em outras palavras,
a utilização dos recursos disponíveis no território é condição basilar para a garantia da
proteção e promoção social.
27
28
CAPÍTULO 2
Descrição dos Serviços de Acolhimento de
Crianças, Adolescentes e Jovens
1.1.1 Acesso
- Por determinação do Poder Judiciário;
- Por requisição do Conselho Tutelar (neste caso, a autoridade competente
deverá ser comunicada em até 24 (vinte e quatro) horas, conforme previsto
no Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente).
29
- Ofício de encaminhamento.
30
importante destacar que tais situações devem se restringir a contextos emergenciais de
fato. Nesse sentido, define-se a seguir o que é compreendido como emergencial para os
fins deste Protocolo:
31
No caso de situações como as relatadas, mas que forem atendidas durante o horário
de funcionamento dos serviços da Rede de Proteção, é importante que o Conselho Tutelar
busque identificar o máximo de informações sobre a família e o histórico de atendimentos
em outros órgãos, de forma a constatar se há a possibilidade de aplicação de outra medida
protetiva que não seja o acolhimento, tal como a colocação na família extensa por meio
de guarda.
Se identificado que a medida apropriada para a situação da criança ou do adolescente
for o acolhimento imediato, compete ao Conselho Tutelar informar o fato ao Sistema
32
de Proteção (Ministério Público e Vara da Infância e da Juventude), de forma a buscar
acolhimento via determinação judicial.
2.1 Especificação
O serviço de acolhimento institucional de crianças e adolescentes é definido, de
acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, como:
Este serviço deve caracterizar-se como uma residência para oferta de atendimento
personalizado, em pequenos grupos e inserida na comunidade, visando favorecer o
convívio familiar e comunitário de crianças e adolescentes acolhidos (BRASIL, 2009c).
2.2 Objetivos
Ainda conforme a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, o serviço tem
por objetivo:
• acolher e garantir proteção integral;
• favorecer o surgimento e o desenvolvimento de aptidões, capacidades e
oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;
• preservar ou restabelecer vínculos familiares e comunitários (salvo nos casos em
que exista determinação judicial em contrário);
• romper com o ciclo da violência intrafamiliar;
• contribuir para a prevenção do agravamento das situações de negligência,
violência e ruptura de vínculos;
• promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do SGD e às demais
políticas públicas setoriais.
33
de cada modalidade busca atender de forma mais adequada e efetiva às demandas e
necessidades da população atendida (BRASIL, 2009a). A seguir, apresentamos essas
duas modalidades, com suas especificidades.
34
Quadro 3: Profissionais do Serviço de Acolhimento Institucional – Modalidade Abrigo Institucional
35
Fonte: Brasil (2009a).
36
Quadro 4: Atribuições da Equipe Profissional – Modalidade Abrigo Institucional
37
Fonte: Brasil (2009a).
2.3.2 Casa-Lar
A casa-lar é um serviço de acolhimento destinado ao atendimento de até 10 (dez)
crianças e/ou adolescentes, com idades entre 0 (zero) e 18 (dezoito) anos — ou,
excepcionalmente, até os 21 (vinte e um) anos — e conta com a presença de um educador/
cuidador social residente na UAI.
A principal diferença entre esta modalidade de acolhimento e o abrigo institucional é o
número menor de crianças, adolescentes ou jovens acolhidos e a presença do profissional
residente. A casa-lar visa possibilitar o desenvolvimento de uma relação mais próxima um
ambiente residencial e familiar, com a promoção de um vínculo estável entre o educador/
cuidador social residente e as crianças, os adolescentes e os jovens acolhidos.
Este serviço tem como pressuposto evitar especializações e atendimentos
segregacionistas, como selecionar acolhidos dentro de faixas etárias muito estreitas,
apenas do mesmo sexo ou exclusivamente com deficiência. Quando houver público com
essas especificidades, a atenção especializada deve ser assegurada pela articulação
com a rede de serviços, inclusive com apoio e preparação dos cuidadores residentes.
38
Esta modalidade é particularmente adequada a receber grupos de irmãos e situações
de acolhimento com perspectiva de médio ou longo prazo de duração. A presença do
educador/cuidador residente, individual ou em casal (com ou sem filhos), visa estabelecer
uma rotina mais estável no ambiente institucional, sobretudo em comparação às unidades
de Abrigo Institucional.
O papel de educador/cuidador social residente exige do profissional preparo emocional
e psíquico, além de acompanhamento sistemático por equipe técnica especializada.
Essa função requer, ainda, condições dignas de trabalho, remuneração, preservação
e privacidade para seus projetos de vida pessoais, bem como períodos livres diários e
esquema de folgas semanais, além de férias anuais.
39
Quadro 5: Profissionais do Serviço de Acolhimento Institucional – Modalidade Casa-Lar
40
A equipe do serviço de acolhimento em abrigo institucional desenvolvido pela administração
pública e por OSCs deverá ser composta, no mínimo, de acordo com o número de
profissionais, a carga horária e o as atribuições previstas neste documento.
41
Quadro 6: Atribuições da Equipe Profissional – Modalidade Casa-Lar
42
Fonte: Brasil (2009a).
43
2.4 Principais Instrumentos do Serviço de Acolhimento Institucional
44
2.5 Procedimentos Iniciais Inerentes ao Serviço
45
2.6 Acompanhamento Familiar
O acolhimento de crianças e adolescentes pode ocorrer com aqueles cujas famílias já
são acompanhadas pela Rede de Proteção, mas também com outros que ainda não estão
em processo de acompanhamento. Nestes casos, o acompanhamento familiar será iniciado
com a inserção da criança ou do adolescente no serviço de acolhimento institucional,
sendo o serviço o gestor do plano de acompanhamento da criança ou do adolescente e a
equipe do PAEFI do CREAS do território de referência da família a responsável pela gestão
do plano de acompanhamento familiar, em articulação com o Conselho Tutelar de origem.
O acompanhamento familiar tem como objetivo subsidiar a análise da equipe quanto
aos motivos do acolhimento a fim de realizar os encaminhamentos necessários, seja de
reintegração à família de origem ou extensa, seja de destinação à família acolhedora ou
substituta, assegurando a excepcionalidade e a provisoriedade da medida protetiva.
Dessa forma, a equipe técnica do serviço de acolhimento deve acompanhar o trabalho
desenvolvido com a família de forma conjunta à rede local do território familiar e aos demais
serviços da rede e das diversas políticas públicas, incluindo os não governamentais, por
meio de reuniões periódicas para discussão e acompanhamento dos casos.
Os diferentes saberes da equipe interdisciplinar propiciam a troca e a cooperação,
superando o tecnicismo, o isolamento e a fragmentação do conhecimento. Nesse sentido,
as concepções e práticas da equipe multiprofissional visam à qualificação da ação junto ao
público atendido, empreendendo-se a construção do conhecimento de forma cooperativa
e dialógica, por meio de uma visão ampliada de uma rede de profissionais (CFP, 2016).
Para isso, o PIA deve dialogar com o plano de acompanhamento da família elaborado
pelo PAEFI, prevendo ações que envolvam a manutenção e o fortalecimento dos vínculos
estabelecidos anteriormente à entrada no serviço outras voltadas à constru¬ção de
novas vinculações durante o acolhimento, com envolvimento da família, da equipe do
acolhimento institucional e da rede socioassistencial e intersetorial, visando à primazia da
convivência familiar e comunitária. O processo de acompanhamento familiar deve estar
previsto no PIA por meio de pactuações e responsabilização da família em referência à
sua função de cuidado e proteção, exigindo, para tanto, a oferta de suporte e apoio no
acesso a programas, serviços e benefícios dos quais a família precise para prover as
necessidades da criança, do adolescente ou do jovem para sua reintegração familiar.
Assim, o trabalho social com a família deve fortalecer as potencialidades identificadas e
incentivar a superação das fragilidades apresentadas.
Para o acompanhamento, a entrevista é utilizada como meio para promover
aproximação do contexto familiar, compreensão das expectativas quanto às possibilidades
de reintegração e avaliação de estratégias de intervenção. Outras técnicas também podem
contribuir nesse processo: estudos de caso, visita domiciliar, ações coletivas com famílias,
orientações, encaminhamentos e acompanhamento de integrantes da família à rede local,
conforme demandas identificadas. É importante lembrar que tais estratégias devem ser
46
empregadas, sempre que possível, em conjunto com as equipes do PAEFI e do Conselho
Tutelar que acompanham a família.
Como resultados das técnicas utilizadas, o acompanhamento familiar deve contribuir
para:
• A acolhida da família, a compreensão de sua dinâmica de
funcionamento, valores e cultura;
• A conscientização por parte da família de sua importância para a
criança e o adolescente e das decisões definitivas que podem vir a
ser tomadas por parte da Justiça, baseadas no fato da criança e do
adolescente serem destinatários de direitos;
• A compreensão das estratégias de sobrevivência adotadas pela
família e das dificuldades encontradas para prestar cuidados à
criança e ao adolescente e para ter acesso às políticas públicas;
• A reflexão por parte da família acerca de suas responsabilidades,
de sua dinâmica de relacionamento intrafamiliar e de padrões de
relacionamentos que violem direitos;
• O desenvolvimento de novas estratégias para a resolução de
conflitos;
• O fortalecimento da autoestima e das competências da família,
de modo a estimular sua resiliência, ou seja, o aprendizado com a
experiência e a possibilidade de superação dos desafios;
• O fortalecimento da autonomia, tanto do ponto de vista
socioeconômico, quanto do ponto de vista emocional, para a
construção de possibilidades que viabilizem a retomada do convívio
com a criança e o adolescente;
• O fortalecimento das redes sociais de apoio da família;
• O fortalecimento das alternativas para gerar renda e para garantir
a sobrevivência da família. (BRASIL, 2009a, p. 39).
3 ACOLHIMENTO FAMILIAR
47
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL,
2009a).
48
3.1.2 Objetivos
O acolhimento em família acolhedora objetiva promover o acolhimento de crianças
e adolescentes em ambiente familiar, com cuidados individualizados e personalizados,
preservando o vínculo com a família de origem e dando apoio ao processo de reintegração
familiar, inclusive em famílias extensas, salvo determinação judicial em contrário.
49
50
51
3.1.4 Acesso
Crianças e adolescentes com medida protetiva estarão sob a égide das Varas
da Infância e da Juventude. Quando não há possibilidade de ingresso da criança ou
do adolescente em família extensa ou substituta, as possibilidades se restringem a
acolhimentos institucionais ou em família acolhedora, sendo este o serviço preferencial,
conforme versa o § 1.º do Art. 34 do ECA.
O acesso ao serviço na modalidade de família acolhedora ocorre por intermédio da
CRV, que faz o encaminhamento às OSCs habilitadas verificando as vagas disponíveis no
momento. Após o aceite da OSC quanto à habilitação da família acolhedora para atender
a criança ou o adolescente, o SRV realiza o repasse do número da vaga para a Vara
solicitante. A partir desse momento, a OSC responsável por esse acolhimento familiar
assume o acompanhamento sistemático dessa família junto à criança ou ao adolescente.
Durante o tempo da disponibilização da vaga em uma família acolhedora e a inserção
da criança ou do adolescente nela, recomenda-se que a aproximação seja gradativa, para
que o encontro não ocorra de forma abrupta.
53
3.2 Família Extensa
3.2.1 Especificação
Nesta modalidade, o atendimento é realizado pelas famílias extensas, isto é, aquelas
que se estendem para além da família nuclear ou de origem (o pai e a mãe). Assim, as
famílias extensas são compostas de avós, tios, primos, irmãos, padrinhos e outras pessoas
que tenham vínculos familiares e de afetividade, desde que se prontifiquem a resguardar
e cuidar das crianças e dos adolescentes, através de Termo de Guarda, quando do
desacolhimento institucional ou como forma de evitar o acolhimento institucional.
Esta modalidade de atendimento também está regida pela Lei n.º 13.839/2011 e por suas
alterações na Lei n.º 15.190/2018.
O Programa tem a duração de 6 (seis) meses, onde a família recebe uma bolsa-
auxílio, com um percentual para cada criança ou adolescente (cumulativo no caso de
grupos de irmãos). É disponibilizado, também, um valor mensal de subsídio alimentar no
Armazém da Família, assim como créditos de transporte, conforme a demanda.
3.2.2 Objetivos
O objetivo precípuo é proporcionar convivência familiar e comunitária. Se o pai
e/ou a mãe não estão mais presentes, ou não estão em condições de cuidar dos filhos,
outros entes próximos podem proporcionar um ambiente familiar para as crianças e os
adolescentes.
3.2.4 Acesso
A equipe técnica do órgão gestor da assistência social é responsável pela
avaliação de ingresso da família no Programa. A solicitação pode proceder das Varas da
Infância e da Juventude, dos Conselhos Tutelares, dos CREAS, dos CRAS e, até mesmo,
das UAIs, quando avaliam a necessidade de acompanhamento da família extensa, sendo
prerrogativa ter o Termo de Guarda da criança ou do adolescente. A prevenção também é
feita quando se verifica a necessidade de apoio financeiro para estruturar a família extensa,
como forma de evitar o acolhimento institucional da criança ou do adolescente.
54
lotados no órgão gestor do SUAS no município de Curitiba e conta com assistentes
sociais, psicólogos, pedagogos, educadores sociais e agentes administrativos, conforme
disposição do quadro funcional. Essa equipe organiza todo o ingresso das famílias, bem
como realiza a primeira visita para avaliação de sua inclusão no programa. Os relatórios
de inclusão são encaminhados aos CREAS que acompanham o núcleo familiar durante os
6 (seis) meses que permanecem no Programa, a menos que algo atípico aconteça.
55
4.2 Transferência para outra Unidade de Acolhimento Institucional
A transferência da criança, do adolescente ou do jovem para outra UAI acontece a
pedido da equipe técnica, quando é identificada situação de risco pessoal ou que envolva
os demais acolhidos, mediante autorização judicial. Tal situação ocorre como último
recurso, após tomadas as medidas cabíveis pela equipe técnica no manejo da situação
com a criança, o adolescente ou o jovem acolhido e revistas todas as possibilidades de
sua permanência na UAI.
Ainda assim, identificada essa necessidade, é preciso a apresentação de subsídios
que respaldem a transferência, para que essa não se torne uma medida banal e revitimize
a criança, o adolescente ou o jovem por rompimento de vínculos.
Sugere-se, para tanto, a formulação de boletim de ocorrência e relatório técnico
que evidenciem a impossibilidade de permanência na UAI por situação de risco à criança,
ao adolescente, ao jovem, aos demais acolhidos ou por risco de permanência no território.
56
O processo de reintegração familiar, em um contexto favorável e protegido, somente
pode ser conduzido por meio do suporte da rede. O acompanhamento da família pelas
equipes do PAEFI e pelo Conselho Tutelar de origem, articuladas no território às demais
políticas públicas e ao serviço de acolhimento, tem papel central nesse sentido. Assim,
é importante que essas ações, em parceria, sejam asseguradas desde o planejamento
inicial contido no PIA e revisto constantemente.
Os casos de reintegração familiar devem ser acompanhados por pelo menos 6 (seis)
meses, considerando a premissa da territorialização e a referência da família e do território
na constituição de relações sociais e comunitárias. A continuidade do acompanhamento
por período superior deve ser avaliada considerando as mudanças ocorridas durante
o período de afastamento e as expectativas da criança, do adolescente ou do jovem
57
construídas com o retorno e a readaptação ao convívio familiar.
58
institucional. Todo o processo de adoção deve ter como foco tanto os adotantes quanto
os adotandos, garantindo que as crianças ou os adolescentes sejam sujeitos ativos no
processo e também recebam o suporte necessário, incluindo as despedidas de seus
cuidadores e colegas.
A conscientização e sensibilização da sociedade acerca da necessidade de se
proteger a convivência familiar e comunitária e, sendo o caso, a colocação em família
substituta de crianças e adolescentes maiores, afrodescendentes, oriundos de minorias
étnicas, com deficiência ou necessidades específicas de saúde, assim como grupos de
irmãos, contribui para que esse público, comumente preterido para adoção, seja visto e
lembrado, fomentando as possibilidades de adoção por famílias pretendentes.
Além do preparo para o desligamento e a aproximação gradativa entre adotantes e
adotandos, a equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, com
o apoio das equipes técnicas da política de assistência social municipal, deve realizar o
acompanhamento posterior ao estágio de convivência.
59
4.5 Desligamento por Maioridade
O adolescente em medida de acolhimento, em geral, afastou-se do núcleo de apoio
familiar, podendo restabelecê-lo, mas não necessariamente. No serviço, estabelece,
na maioria das vezes, vínculo afetivo com a equipe ou, ainda, com um profissional com
quem tenha mais identificação e aproximação, que se torna referência para sua fase de
maturidade e vida adulta.
Particularmente, o desligamento por maioridade deve configurar-se como um
processo que inclua o acesso a programas de qualificação profissional e de inserção no
mundo do trabalho, a preparação para autonomia e a entrada na vida adulta, visando a
construção conjunta de um projeto de vida que contemple a transição entre o acolhimento
institucional e a convivência social e comunitária em serviço de república (item 8) ou
mesmo independente.
60
4.6 Desligamento por Saída Não Autorizada de Unidade de Acolhimento
Institucional
O desligamento por saída não autorizada é caracterizado pela saída da criança, do
adolescente ou do jovem do acolhimento institucional sem que haja o seu retorno mesmo
após empreendidas todas as medidas possíveis pela equipe do serviço de acolhimento.
5.1 Especificação
O serviço de acolhimento em república para jovens deve ser organizado em unidades
femininas e masculinas, garantindo o atendimento a ambos os sexos, de acordo com a
demanda e a perspectiva de gênero no PPP do serviço. É recomendado, também, que se
disponibilizem repúblicas em edificações que respeitem as normas de acessibilidade, de
maneira a possibilitar o atendimento integrado de jovens com deficiência.
Este atendimento é destinado para jovens com idade entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e
um) anos, em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares
61
rompidos ou extremamente fragilizados, com prioridade para aqueles em processo de
desligamento de UAIs, sem perspectiva de retorno à família ou de colocação em família
substituta e que não possuam meios para autossustentação.
5.2 Objetivos
O serviço de acolhimento em república para jovens tem como foco ofertar proteção
social, apoio técnico e moradia subsidiada durante o processo de consolidação da
autonomia pessoal, possibilitando aos jovens acolhidos o desenvolvimento de autogestão,
autossustentação e independência.
Os moradores recebem supervisão e acompanhamento técnico das equipes dos
CREAS do território, a fim de fomentar a construção e o fortalecimento de vínculos sociais
e comunitários, bem como o acesso às políticas públicas, à integração e à participação
social.
5.3 Acesso
A indicação dos jovens para o serviço de república ocorre preferencialmente por
avaliação da equipe técnica da UAI onde estão inseridos, considerando seu perfil, suas
demandas específicas e seu grau de autonomia, relacionada aos aspectos pessoais e de
trabalho e renda, para gerir seus projetos futuros de forma independente, bem como sua
afinidade com os demais usuários.
O processo de transferência dos jovens procedentes de acolhimento institucional
deve ser gradativo, com a participação ativa deles próprios no planejamento. A inclusão
de um novo jovem em uma república deve ser preparada pela equipe técnica de referência
da UAI de origem, do CREAS do território da UAI e do CREAS responsável pela localidade
da república. Nesse processo, há também a participação dos jovens já moradores da
república, de modo a facilitar a inserção e a integração do novo morador ao ambiente.
O acolhimento de um jovem em república possui tempo de permanência limitado,
podendo chegar até 24 (vinte e quatro) meses, conforme avaliação técnica.
62
apartamentos, com capacidade de 2 (dois) a 3 (três) jovens por unidade.
É de responsabilidade do órgão gestor da assistência social o pagamento do
condomínio, das despesas de água e luz e do IPTU. Os demais custos, incluindo
alimentação, são subsidiados pelos moradores, que devem fazer a gestão coletiva da
moradia, em conjunto com a equipe técnica de referência.
63
Em caso de perda, por parte do usuário, das condições de autossustento e autonomia,
serão avaliadas as suas possibilidades de permanência, bem como a pactuação de novas
estratégias no PIA para a superação da situação.
64
5.6.2 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Não
Cumprimento de Regras
Ao não cumprir o regimento interno da república, o jovem deverá ser advertido ou,
mesmo, conforme a gravidade do ato, desligado imediatamente da república.
Este processo deve estar registrado no prontuário e no PIA do jovem acolhido, com sua
assinatura, mediante as orientações repassadas pelas equipes de referência da república.
65
66
CAPÍTULO 3
Orientação para Execução dos Serviços de Acolhimento
1.1 Objetivo
Subsidiar a decisão acerca do afastamento da criança ou do adolescente do convívio
familiar.
1.2 Competência
Para elaboração do diagnóstico e tomada de decisão quanto ao afastamento da
67
criança e do adolescente do convívio familiar, o estudo deve ser elaborado pelo Conselho
Tutelar e por uma equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, de forma
articulada com os serviços da Rede de Proteção que acompanham a família e a criança
ou o adolescente.
Quadro 9: Estudo Diagnóstico, segundo Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes.
68
O estudo diagnóstico contempla a análise da equipe profissional do Judiciário junto
às informações da rede de atendimento para o melhor encaminhamento das situações de
risco e violência envolvendo crianças e adolescentes. Deve-se considerar se a situação
de risco vivenciada é decorrente somente do contexto social e econômico da família;
ainda, deve-se avaliar se o apoio, a orientação e o acesso às diversas políticas públicas
seriam suficientes para a redução dos riscos e possibilitariam a permanência da criança
ou do adolescente no convívio familiar, evitando o acolhimento.
69
2 ESTUDO DIAGNÓSTICO EM CASO DE ACOLHIMENTO EMERGENCIAL/
PÓS-ACOLHIMENTO
70
utilização desse instrumental nos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes, em
âmbito nacional, permitindo às gestões locais efetuarem adaptações conforme a realidade
local.
Assim, o detalhamento do PIA aqui exposto segue os preceitos supracitados no que
tange à legislação e às orientações técnicas.
3.1 Objetivo
O PIA tem como objetivo orientar o trabalho a ser desenvolvido durante o período de
acolhimento e até 6 (seis) meses após o desligamento da criança ou do adolescente do
serviço.
________________________________
2. Conforme o ECA (BRASIL, 1990), no seu art. 2.º, parágrafo único: “nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”. Ainda no ECA, no
art. 19, §2.º: “A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não
se prolongará por mais de 18 (dezoito) meses, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.”
71
As ações previstas no PIA objetivam a proteção integral, a reinserção social e
comunitária, a autonomia da criança e do adolescente e a superação das situações
que levaram ao acolhimento. Tais ações devem estar voltadas tanto às necessidades
da criança, do adolescente ou do jovem acolhido quanto da sua família, com vistas ao
atendimento às particularidades e necessidades de cada acolhido, garantindo condições
para seu pleno desenvolvimento.
3.2 Competência
A equipe do serviço de acolhimento institucional ou família acolhedora é responsável
pela coordenação e elaboração do PIA, com a participação da criança, adolescente ou
jovem acolhido – conforme faixa etária e grau de desenvolvimento – e de seus familiares,
responsáveis ou pessoas com vínculo significativo com o acolhido.
72
3.3 Aspectos Norteadores
Os seguintes aspectos norteadores servem de aporte ao PIA:
73
3.4 Etapas de Elaboração do PIA
O processo de elaboração do PIA, conforme as Orientações Técnicas: Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a), abrange duas etapas. A
primeira aborda a acolhida inicial, a execução de ações imediatas e o estudo da situação,
correspondendo aos itens 1 a 11 do APÊNDICE 4.
74
A segunda etapa trata do plano de ação, com estratégias voltadas à situação de cada
criança e adolescente, caracterizando um atendimento personalizado e individualizado,
correspondendo aos itens 12 e 13 do APÊNDICE 4.
75
4 ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL
76
Os equipamentos de referência do SUAS, assim como as equipes de supervisão e
apoio aos serviços de acolhimento, devem priorizar a articulação de ações voltadas à
proteção social de crianças, adolescentes e jovens da seguinte forma:
5 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
77
Destacam-se, na elaboração do PPP, os seguintes conteúdos: histórico da unidade;
composição da equipe e organograma; justificativa e objetivos do serviço; valores que
permeiam o trabalho; organização do espaço físico; regras de convivência (direitos
e deveres); fluxo de atendimento; articulação intersetorial; atividades psicossociais;
e métodos de monitoramento e avaliação (vide modelo de PPP no APÊNDICE 1). Tais
conteúdos são descritos conforme um roteiro, de acordo com o contexto de cada serviço
de acolhimento.
78
socioassistenciais e sociais frente aos diversos mecanismos conjunturais que geram — e,
com frequência, agravam — a desproteção social de indivíduos e famílias.
Assim, cabe às equipes de referência assegurar que o usuário seja acolhido com
respeito e receptividade à sua subjetividade e história de vida e que ele possa acessar as
ofertas do SUAS de forma a desenvolver sua autonomia e protagonismo. Isso significa que
as equipes devem trabalhar tanto para diagnosticar e propor alternativas para as demandas
dos usuários como para incentivá-los a fazer suas próprias escolhas na superação das
situações vivenciadas, evitando um viés prescritivo e impositivo.
Para o desenvolvimento dos serviços de acolhimento, algumas características são
essenciais aos profissionais:
7 APADRINHAMENTO AFETIVO
79
crianças e adolescentes com previsão de longa permanência no serviço de acolhimento,
com remotas perspectivas de retorno ao convívio familiar ou adoção, para os quais vínculos
significativos com pessoas da comunidade serão essenciais, sobretudo no desligamento
do serviço de acolhimento. Nesses casos, a construção de vínculos afetivos significativos
na comunidade pode ser particularmente favorecedora e deve ser estimulada, observando
os critérios anteriormente citados.
8 PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES
Além disso, outras fontes que podem subsidiar o planejamento e a execução dos
serviços de acolhimento são: relatórios mensais das unidades; relatórios dos sistemas
CadSUAS; Censo SUAS; Sistema Regulador de Vagas; e os formulários do Cadastro Único
realizado nas unidades.
80
81
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
ano 128, n. 135, p. 13563-13577, 16 jul. 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 13 dez 2022.
BRASIL. Lei n.º 12.010, de 3 de agosto de 2009. Dispõe sobre adoção; altera as Leis
n.os 8.069, de 13 de julho de 1990 — Estatuto da Criança e do Adolescente, 8.560, de
29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002
— Código Civil, e da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, aprovada pelo Decreto-
82
Lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943; e dá outras providências. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, ano 146, n. 147, p. 1–5, 4 ago. 2009b. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm. Acesso em: 10 jun. 2022.
BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS): Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de
1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. 3. ed.
Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2016.
83
Brasília, DF, n. 168, p. 39–41, 30 jun. 2021. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/
original1322342021063060dc701ad9686.pdf. Acesso em: 7 nov. 2022.
VAITSMAN, Jeni; ANDRADE, Gabriela Rieveres Borges de; FARIAS, Luis Otávio. Proteção
social no Brasil: o que mudou na assistência social após a Constituição de 1988. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 14, n. 3, p. 731–741, 2009. DOI 10.1590/S1413-81232009000300009.
84
APÊNDICES
85
APÊNDICE 1 - MODELO DE PROJETO
POLÍTICO–PEDAGÓGICO
PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO
UAI XXXXXXXXXXX
Curitiba
XXXX
86
GRUPO DE ELABORAÇÃO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
87
PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO
IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE
Nome: XXX
Endereço: XXXX
Telefone: XXXX
E-mail: XXXX
Inscrição CMAS/Comtiba: XXXXX
(Outras informações podem ser acrescentadas a critério)
88
Este capítulo expressa a compreensão e olhar da Unidade sobre a realidade
conjuntural, seus traços, forças e fragilidades. É caracterizado por indagações
que levam à identificação de uma visão geral da realidade na qual está inserida
a unidade: Que unidade é a nossa? Onde estamos? Como percebemos a
realidade?
O marco situacional é uma análise da realidade — um diagnóstico da
unidade e de suas especificidades. Deve descrever e situar a unidade no atual
contexto da realidade brasileira, do estado e do município, bem como explicitar
e analisar criticamente problemas e necessidades da unidade em relação a
convívio, organização do tempo e espaço, relações de trabalho na unidade,
índices de evasão e organização das atividades e da prática técnica.
89
CAPÍTULO 3 – MARCO OPERATIVO
90
3.2 RECURSOS HUMANOS
91
(Identificar como são executados os procedimentos e atividades no âmbito
individual, coletivo, familiar, comunitário e com a rede de atendimento; diferenciar
o acompanhamento realizado exclusivamente pela equipe técnica do realizado
pelos profissionais de nível médio)
3.4.3 Principais instrumentos utilizados
3.4.3.1 Estudo Diagnóstico Pré-Acolhimento (Descrever procedimentos e
envolvidos no processo de acolhimento do usuário)
3.4.3.2 Prontuário individual (Descrever quais os documentos e instrumentais
que o compõem; informações necessárias; procedimentos e envolvidos no
processo)
3.4.3.3 Plano Individual de Atendimento – PIA
Contemplar os itens a seguir:
• diagnóstico inicial (por exemplo: escuta, entrevista social, estudo de caso
com a rede, visita domiciliar);
• composição e elaboração do PIA;
• definição e finalidade;
• participantes na construção do documento;
• princípios norteadores;
• plano de ação (instrumento dinâmico; descrever frequência de atualização
e ações que guiam o atendimento).
92
3.5.1 Preservação e fortalecimento da convivência familiar (Citar os
envolvidos; conduta dos profissionais e estratégias desenvolvidas)
3.5.2 Trabalho com as famílias (Mencionar o trabalho feito/planejamento em
todos os âmbitos; Visita Técnica Domiciliar; Visita das Famílias à Unidade; Visita
do acolhido à Família)
93
4.1 ARTICULAÇÃO NO AMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL
CAPÍTULO 5 – DESLIGAMENTO
94
atualização e aprimoramento do Projeto Político-Pedagógico devem ocorrer
sempre que necessário ou, no mínimo, de forma anual, considerando a prática do
cotidiano. Nesse sentido, entende-se que é necessário atualizar o Projeto quando
houver alterações técnicas, metodológicas, legais, estruturais e operacionais.”
95
ANEXOS
___________________________
Coordenador
(Assinatura / Carimbo)
____________________________
Gerente PSE
(Assinatura / Carimbo)
____________________________
Supervisor Regional
(Assinatura / Carimbo)
96
APÊNDICE 2 - MODELO REGIMENTO INTERNO
REGIMENTO INTERNO
UAI XXXXXXXXXXX
Curitiba
XXXX
97
REGIMENTO INTERNO
UAI: XXXXXX
98
2. DOS DEVERES E REGRAS
2.1 DAS REGRAS DE ORGANIZAÇÃO
2.4 DA PARTICIPAÇÃO
99
2.4.1 Nas atividades internas
2.4.2 Nas atividades e compromissos externos
100
3.11 FALTAS INJUSTIFICADAS AOS COMPROMISSOS (Saúde; escola; etc.)
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
101
APÊNDICE 3 - ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO PARA O ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Preenchimento inicial pelo Conselho Tutelar, repassado à Central de Regulação de Vagas, ao Ministério Público e ao Acolhimento Institucional.
1. EMERGENCIAL ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, por quê?
*No caso de Acolhimento Emergencial, o prazo é de 48 horas para coletas das informações abaixo.
2. Primeiro Acolhimento? ( ) Sim. ( ) Não. Se não, onde esteve?
102
111
Avaliação de risco:
Existência de família extensa? ( ) Sim. ( ) Não. Quem? Informação de contato?
*Motivo do acolhimento (descritivo):
103
112
( ) Escola – nome/endereço:
( ) Conselho Tutelar – Regional:
( ) Residência – endereço:
( ) Hospital – nome/endereço:
( ) Outros:
Qual a opinião da criança ou do adolescente sobre o possível acolhimento?
6. COMPOSIÇÃO FAMILIAR
Pai: Ocupação:
104
113
8. HISTÓRICO
Histórico de suspeita de abuso, assédio ou exploração sexual? ( ) Como vítima. ( ) Como autor.
9. INFORMAÇÕES DE SAÙDE
Possui doença(s) crônica(s)? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
105
115
Possui doença(s) aguda(s) contagiosa(s)? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Realiza acompanhamento médico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza acompanhamento psicológico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza acompanhamento psiquiátrico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza algum outro acompanhamento? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Tem a carteira de vacinação? ( ) Não. ( ) Sim.
Tem medicação de uso contínuo/controlado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
A receita segue junto? ( ) Não. ( ) Sim.
Apresenta transtorno mental? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Tem filhos? ( ) Não. ( ) Sim.
Usa anticoncepção? ( ) Não. ( ) Sim.
Possui CID? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Possui órtese ou prótese? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Acolhido em hospital? ( ) Não. ( ) Sim. Exige algum tipo de cuidado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Realizou cirurgia recentemente? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Exige algum tipo de cuidado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
10. DOCUMENTOS OU PROTOCOLOS DE DOCUMENTAÇÃO EM ANEXO
Documento ou protocolo Prazo Responsável
Cópia do relatório da criança ou do adolescente (o mesmo que é enviado ao Ministério Público) 48 horas Conselho Tutelar
106
116
Relatório complementar – das políticas do território 15 dias
Cópia do Boletim de Ocorrência (quando houver) 48 horas Conselho Tutelar
Declaração de Transferência 1 semana Acolhimento
107
117
11. Responsáveis pela aplicação da medida de Acolhimento de crianças e adolescentes
Conselho Tutelar Regional: Conselheiro: Telefone/plantão do
conselheiro:
Regional EM: Vara da Infância ou Técnico de referência da Vara ou Fórum: Telefones:
Fórum:
Autos?
( ) sim nº. Promotor:
__________________ _________________________________________________________________________
( ) Não. Qual providência?
Juiz:
_____________________________________________________________________________
108
118
119 109
3. IDENTIFICAÇÃO DE VULNERABILIDADES
Em cumprimento de medida socioeducativa: ( ) Sim. ( ) Não.
Medida socioeducativa aplicada: ( ) Liberdade Assistida (LA).
( ) Prestação de Serviço Comunitário (PSE). ( ) LA e PSE.
Sofreu ameaça de morte após o acolhimento? ( ) Sim. ( ) Não.
Avaliado pelo PPCAAM? ( ) Sim. ( ) Não. Data:
Inserido no PPCAAM? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique:
Possui trajetória de rua? ( ) Sim. ( ) Não.
4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Raça/Cor: ( ) Branca. ( ) Negra. ( ) Amarela. ( ) Parda. ( ) Indígena.
Cor de cabelo:
Cor dos olhos:
Outros (cicatrizes, marcas de nascença, tatuagens, etc.):
5. SITUAÇÃO FAMILIAR
Família: ( ) Biológica. ( ) Substituta. ( ) Extensa.
120110
5.1 COMPOSIÇÃO FAMILIAR
111
121
5.2 SITUAÇÃO HABITACIONAL DA FAMÍLIA
Condição de moradia: ( ) Própria. ( ) Alugada. ( ) Cedida. ( ) Ocupação irregular.
( ) Assentamento. ( ) Outros. Especifique:
Tipo da Construção: ( ) Alvenaria ou madeira aparelhada.
( ) Madeira aproveitada, taipa ou outros materiais precários. ( ) Outros. Especifique:
Água: ( ) Sim. ( ) Não. Esgoto: ( ) Sim. ( ) Não. Luz: ( ) Sim. ( ) Não.
5.3 VÍNCULO FAMILIAR
Recebe visitas: ( ) dos pais. ( ) da mãe. ( ) do pai. ( ) dos irmãos. ( ) de parentes.
( ) de outros. Especifique:
Frequência da visita: ( ) Diária. ( ) Semanal. ( ) Bimestral. ( ) Quinzenal. ( ) Eventual.
( ) Sem visitas.
Perspectiva de retorno familiar? ( ) Sim. ( ) Não.
A criança ou o adolescente possui vínculo com a família? ( ) Sim. ( ) Não.
A criança ou o adolescente passa o final de semana com a família? ( ) Sim. ( ) Não.
Destituído do poder familiar? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Em análise.
Observações:
5.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL
Recebe acompanhamento do CRAS? ( ) Qual?
Recebe acompanhamento do CREAS? ( ) Qual?
Recebe acompanhamento da Unidade de Saúde? ( ) Qual?
Encaminhamentos:
6. SITUAÇÃO DE SAÚDE
Condição de saúde:
( ) Criança/adolescente com deficiência. Especifique: ( ) Mental. ( ) Visão. ( ) Audição.
( ) Física. ( ) Síndrome de Down.
( ) Em função desta condição de saúde, necessita de cuidados permanentes de terceiros.
( ) Outro. Especifique:
112
122
Possui laudo/CID:
A criança ou o adolescente é dependente químico? ( ) Sim. ( ) Não.
Drogas utilizadas: ( ) Não informado. ( ) Álcool. ( ) Tabaco. ( ) Cocaína. ( ) Crack.
( ) Inalantes. ( ) Injetáveis. ( ) Maconha. ( ) Outras. Especifique:
A criança ou o adolescente faz tratamento para dependência química? ( ) Sim. ( ) Não.
Local do tratamento:
Observações:
Encaminhamentos:
7. SITUAÇÃO EDUCACIONAL
Situação escolar: ( ) Estuda atualmente. ( ) Não estuda atualmente. ( ) Nunca estudou.
( ) Não informada. ( ) Fora da obrigatoriedade escolar.
Nível de escolaridade: ( ) Não informado. ( ) Analfabeto. ( ) Educação Infantil.
( ) Ensino Fundamental. ( ) Ensino Médio. ( ) Ensino Superior.
( ) Ensino Especial. ( ) EJA – Ensino Fundamental. ( ) EJA – Ensino Médio.
Ano/série:
Nome da escola: Telefone:
Endereço:
Observações:
Encaminhamentos:
Encaminhamentos:
Encaminhamentos:
123 113
10. CONTEXTO HISTÓRICO
114
124
12. COMPROMISSOS PACTUADOS
115
125
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ASSINATURAS DE COMPROMISSO
Data:
126
116
APÊNDICE 5 - TERMO DE COMPROMISSO PARA ACOLHIMENTO
EM REPÚBLICA PARA JOVENS
NOME COMPLETO
CPF RG DN
ENCAMINHADO POR
NOME DA REPÚBLICA DATA DE INSERÇÃO
Declaro que fui orientado quanto às regras para acesso à República para
Jovens, que conheci o local de acolhimento e que, após minha decisão favorável à
inserção, comprometo-me com o ingresso no serviço de acolhimento em república
para jovens da Fundação de Ação Social, a atender:
a) Cumprir o estabelecido no Plano Individual de Atendimento (PIA), construído
com a minha participação junto ao CREAS de referência da República;
b) Manter-me inserido no mercado de trabalho;
c) Subsidiar minha parte na divisão mensal das despesas com alimentação,
higiene, objetos de uso pessoal e outros;
d) Não me envolver em conflitos com a lei;
e) Não portar, utilizar ou guardar armas dentro da República;
f) Não portar, utilizar ou guardar bebidas alcoólicas e outras drogas dentro da
República;
g) Respeitar as regras estabelecidas pelos moradores juntamente com a equipe do
CREAS de referência no que compete a sociabilidade, higiene, limpeza,
alimentação, horários, convivência social e organização financeira, descritas no
Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Interno da República, e demais que
possam ser construídas;
h) Zelar pela conservação e manutenção de estrutura, móveis, eletrodomésticos e
utensílios da residência;
i) Realizar a reposição de utensílios que quebrarem e comunicar imediatamente a
ocorrência ao CREAS de referência da República;
127
117
j) Comunicar ao CREAS de referência quaisquer incidentes, ocorrências ou
necessidade de manutenção estrutural.
Estou ciente de que, a partir da assinatura, este Termo de Compromisso tem
validade de até 24 (vinte e quatro) meses, desde que minha idade não ultrapasse
21 anos incompletos.
Estou ciente também de que este Termo poderá ser revogado a qualquer
momento por descumprimento dos itens acima citados, por avaliação do PIA pela
equipe técnica de referência, e, ainda, por minha decisão.
DATA: / / ASSINATURA:
128 118
APÊNDICE 6 - FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS
1. DO SOLICITANTE
UNIDADE/ DATA DA
ÓRGÃO/ SOLICITAÇÃO
EQUIPAMENTO
REGIONAL DETERMINAÇÃO ( ) Não. ( ) Sim.
DO TJ [anexar]
PROFISSIONAL CARGO/
SOLICITANTE FUNÇÃO
2. IDENTIFICAÇÃO DO JOVEM
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
COMO GOSTA DE SER
IDADE
CHAMADO
NACIONALIDADE NATURALIDADE
FIALIAÇÃO
ORIENTAÇÃO
SEXO ( )M ( )F
SEXUAL
ENDEREÇO TELEFONES
POSSUI ( ) Não. ( ) Sim. Qual:
DEFICIÊNCIA?
3. DOCUMENTAÇÃO PESSOAL
CERTIDÃO DE Termo Fl. SIM NÃO
NASCIMENTO Lv.
RG Nº SIM NÃO
CPF Nº SIM NÃO
129
119
TÍTULO ELEITORAL SIM NÃO
CARTEIRA DE TRABALHO SIM NÃO
SERVIÇO MILITAR SIM NÃO
CARTÃO TRANSPORTE SIM NÃO
4. DADOS DE SAÚDE
UNIDADE DE SAÚDE DE
REFERÊNCIA
ACOMPANHAMENTO MÉDICO
(Detalhar especialidade, motivo e
local)
HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO
DE TRANSTORNO MENTAL
(Detalhar especialidade, motivo e
local)
HISTÓRICO DE USO/ABUSO
DE SUBSTÂNCIAS (Álcool e
outras drogas)
USO DE CIGARRO
USO DE MEDICAMENTO
CONTÍNUO
ALERGIA (Detalhar qual e se faz
tratamento)
HISTÓRICO DE
INTERNAMENTO
(Detalhar motivo, local e período)
DATA DA ÚLTIMA AVALIAÇÃO
CLÍNICA
120
( ) Não estuda. Completou o ( ) Ensino Médio
Ensino Médio. ( ) EJA/CEEBJA
( ) Não estuda. Completou o
Ensino Fundamental.
( ) Manhã.
UNIDADE
( ) Tarde.
ESCOLAR DE TURNO
( ) Noite.
ENSINO
( ) Intermediário.
GRADUAÇÃO/CURSOS
TÉCNICOS
CURSOS
EXTRACURRICULARES
E/OU
PROFISSIONALIZANTES
(Nome do curso, período,
local)
7. SITUAÇÃO FAMILIAR
VÍNCULO FAMILIAR OU
POSSIBILIDADE DE
131
121
CONVIVÊNCIA COM A FAMÍLIA
POSSUI IRMÃOS EM
ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL? (Especificar)
POSSUI FILHOS?
Observações relevantes quanto ao histórico familiar:
8. ACOMPANHAMENTO SOCIAL
CRAS DE CREAS DE
ORIGEM ORIGEM
HISTÓRICO CUMPRIMENTO
MSE
HISTÓRICO NA REDE DE
PROTEÇÃO
HISTÓRICO DE
ACOLHIMENTOS
9. AVALIAÇÃO TÉCNICA
RESPONSÁVEL PELO
PREENCHIMENTO DATA
(assinatura/carimbo)
132 122
APÊNDICE 7 - FORMULÁRIO DE INTERESSE DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS
1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
IDADE ENCAMINHADO POR
ENDEREÇO TELEFONES
2. DADOS ESCOLARES/ACADÊMICOS
(Descreva sua vida escolar: em que série está, que escola frequenta e em qual o
período. Explique como está sua vida escolar, as dificuldades e potencialidades
que possui e quais são seus projetos para esta área da sua vida)
2. DADOS DE SAÚDE
133
123
4. MUNDO DO TRABALHO
(Descreva sua relação com o mundo do trabalho: se está desenvolvendo alguma
atividade profissional, em que lugar e há quanto tempo; se já realizou algum curso
profissionalizante; e quais são seus projetos para esta área)
6. DESACOLHIMENTO
(Descreva quais são as suas expectativas quanto à saída da Unidade e o seu
projeto de vida)
134
124
7. DO INTERESSE NO ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS
REPÚBLICA DATA DE
VISITADA: VISITA:
MOTIVO DO
INTERESSE:
Declaro, para os devidos fins, que as informações contidas na presente ficha são
verdadeiras e que fui orientado pela equipe do CREAS de referência da República
acima citada quanto aos critérios para inserção e permanência:
Ter idade de 18 a 21 anos;
Preferencialmente, ser egresso das Unidades de Acolhimento Institucionais
oficiais ou da rede parceira;
Ser residente no município de Curitiba;
Apresentar documentação pessoal (RG, CPF, CTPS, Título de Eleitor e
outros necessários ao acesso aos direitos civis);
Possuir algum tipo de renda para subsidiar as despesas mensais;
Estar apto e disposto a participar da divisão e execução das tarefas
domésticas;
Ter desejo em aderir a esta modalidade de acolhimento, na concordância
com as regras do serviço (inclusão, prazos) e normas de sociabilidade
(higiene/limpeza, alimentação, horários, convivência social, organização
financeira) estabelecidas pelos moradores juntamente com equipe de
referência.
Após conhecer o local de acolhimento e sendo minha decisão favorável
ao meu acolhimento na República para Jovens acima identificada, assino
abaixo.
DATA: / / ASSINATURA:
135
125
APÊNDICE 8 - FORMULÁRIO DE RECUSA DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS
1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
IDADE ENCAMINHADO POR
ENDEREÇO TELEFONES
136
126
Após conhecer o local de acolhimento e sendo minha decisão
desfavorável ao meu acolhimento na República para Jovens, conforme
motivos anteriormente citados, assino abaixo.
DATA: / / ASSINATURA:
137
127
ANEXO 9 — FORMULÁRIO DE DESLIGAMENTO DE VAGA EM
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS
1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DO
JOVEM
CPF RG DN
NOME DA DATA DE
REPÚBLICA ENTRADA
2. DESLIGAMENTO
DATA DE
SAÍDA
DESLIGAMENTO Voluntário Indicação da equipe técnica
SOLICITADO POR
MOTIVO(S) DO DESLIGAMENTO (assinalar)
Descumprimento dos critérios de
Abandono sem identificação do motivo. permanência no serviço de acolhimento em
República.
Descumprimento gradual ou reiterado às
Desistência por solicitação do jovem.
normas de convivência do serviço.
RELATO DO(S)
MOTIVO(S) DE
DESLIGAMENTO:
_____________________________ _______________________________
Jovem Responsável Técnico
Curitiba, ___/____/____
138
128
ANEXO 10 – FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO APÓS
DESACOLHIMENTO
Assinatura do responsável
3
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. (CONANDA, MDS, 2009)
139
129
FICHA TÉCNICA
Elaboração do documento
140
130
Colaboradores
141
131
132
133