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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Rafael Greca de Macedo

SECRETARIA DO GOVERNO MUNICIPAL E PRESIDÊNCIA DO INSTITUTO DE PESQUISA E


PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA
Luiz Fernando de Souza Jamur

PRESIDÊNCIA DA FUNDAÇÃO DE AÇÃO SOCIAL


Maria Alice Erthal

CHEFIA DE GABINETE
Daniele Sandra Purcino

SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO
Karlin Giane Lessmann

SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Marcia Rosa Tardoski

ASSESSORIA DE GABINETE
Anderson Cristian Walter

ASSESSORIA DE GABINETE
Eliane do Rocio Wosgerau Santos

ASSESSORIA COMUNITÁRIA
Arlindo Junior Pereira

ASSESSORIA DE GESTÃO INTERSETORIAL


Patrícia Cristina Ribeiro Jess

DIRETORIA DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL


Tatiana Possa Schafachek

COORDENAÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE


Vanessa Simone Mayer Resquetti Pereira

GERÊNCIA DE ACOLHIMENTO CRIANÇAS E ADOLESCENTES


Carla Renata Menin Silva

GERÊNCIA DE ACOLHIMENTO FAMILIAR E REPÚBLICA PARA JOVENS


Lígia Terezinha Muller

DIRETORIA DE PLANEJAMENTO
Tatielly Leticia Sloboda Tozo

COORDENAÇÃO DE GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO PERMANENTE


GERÊNCIA DE GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO PERMANENTE
Paulo Roberto de Carvalho Mangili

COORDENAÇÃO DE VIGILÃNCIA SOCIOASSISTENCIAL


Beatriz dos Santos Burgardt França

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Protocolo de Acolhimento de Crianças, Adolescentes e Jovens

A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei


Federal 8.069 de 1990 - estabeleceu novos rumos e princípios norteadores
no campo da assistência social, com a implantação da proteção integral de
crianças e adolescentes.
A Lei criou as condições necessárias para a implantação do 1.º Abrigo
Oficial para atendimento deste público no município de Curitiba, em 1991. A
partir daí, iniciou-se grande esforço de articulação com demais secretarias
municipais, órgãos do sistema de defesa e garantia de direitos e organizações
da sociedade civil. Tudo para possibilitar o acesso a vagas de acolhimento
institucional de forma ágil e qualificada, com definição de critérios para
organização e funcionamento da rede oficial do Município.
Os parâmetros de atuação foram consolidados em diferentes documentos,
ao longo dos anos: o Manual Orientador para a Prática da Rede Oficial do
Município (2000), e conseguinte, o lançamento do Protocolo de Qualidade
em Instituições de Acolhimento à Criança e ao Adolescente, em 2007.
Com importantes publicações, como a Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais e o Caderno de Orientações Técnicas: Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes, norteando esses serviços, foi
constatada a necessidade de o Município construir um novo protocolo,
aprimorando ainda mais seus serviços no acolhimento para crianças,
adolescentes e jovens.
Desse processo de construção coletiva, permeado por intensas
discussões e contribuições de diversos atores e saberes ligados à área da
infância e adolescência, participaram representantes do Ministério Público,
do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMTIBA),
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), Organizações da
Sociedade Civil parceiras, Conselho Tutelar, Rede de Proteção à Criança e
ao Adolescente em Situação Risco para a Violência, além dos profissionais
que atuam diretamente com as crianças, adolescentes e jovens acolhidos
em Curitiba, juntamente com a coordenação da Diretoria de Proteção Social
Especial da Fundação de Ação Social (FAS).
O presente documento está fundamentado nas Orientações Técnicas:
Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009)
e demais normativas e planos vigentes, sendo destinado aos gestores e
profissionais da rede socioassistencial, no âmbito de sua competência, de
forma articulada e integrada aos órgãos do sistema de garantia de direitos e
às demais políticas públicas que atuam para a proteção integral de crianças,
adolescentes e jovens com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, bem
como é destinado aos demais profissionais que dele possam se beneficiar.

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O Protocolo de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens é
uma ferramenta de extrema relevância para a realização do que preconiza o
ECA, transformando-se em importante instrumento de intervenção em favor
dos vulneráveis.
A Prefeitura Municipal de Curitiba, com satisfação, lança este documento,
com foco nas diretrizes do serviço de acolhimento institucional como medida
excepcional e provisória, após esgotadas as possibilidades de manutenção
do convívio familiar e comunitário, em prol da qualificação e aprimoramento
da gestão do sistema de proteção no campo das políticas públicas e sociais.

Rafael Greca de Macedo


Prefeito de Curitiba
1993-1996 | 2017-2020 | 2021-2024

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Este processo de busca pelo aprimoramento no serviço
de acolhimento de crianças, adolescentes e jovens não
se construiu de forma individual, mas de forma coletiva,
direta ou indiretamente. Agradecemos a participação
dos profissionais que têm um importante papel na
garantia dos direitos de crianças e adolescentes,
como os Supervisores Regionais e os Gerentes de
Proteção Social Especial, que doam suas capacidades
e habilidades em prol dessa causa tão importante.
Destacamos todo o potencial das contribuições de
diversos atores e saberes ligados à área da infância e
da adolescência, como os representantes do Ministério
Público, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente (Comtiba), do Conselho Municipal
de Assistência Social (CMAS), de Organizações da
Sociedade Civil que prestam o serviço de acolhimento,
do Conselho Tutelar e da Rede de Proteção à Criança e
ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência.
Em especial, agradecemos aos profissionais que
atuam diretamente com crianças, adolescentes e
jovens acolhidos em Curitiba como agentes protetores
e preventivos numa perspectiva de mudanças na
realidade.

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LISTA DE SIGLAS

CMAS Conselho Municipal de Assistência Social


CNAS Conselho Nacional de Assistência Social
CNJ Conselho Nacional de Justiça
Comtiba Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Conanda Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
CRAS Centros de Referência de Assistência Social
CREAS Centros de Referência Especializados de Assistência Social
CT Conselho Tutelar
DPSE Diretoria de Proteção Social Especial
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
FAS Fundação de Ação Social
MDS Ministério do Desenvolvimento Social
MP Ministério Público
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NOB-RH Norma Operacional Básica de Recursos Humanos
Nucria Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes
OSC Organização da Sociedade Civil
PAIF Serviço de Proteção e Atendimento Integral à família
PAEFI Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
PIA Plano Individual de Atendimento
PPP Projeto Político-Pedagógico
PNAS Política Nacional da Assistência Social
SGD Sistema de Garantia de Direitos
SUAS Sistema Único da Assistência Social
UAI Unidade de Acolhimento Institucional
VIJ Vara da Infância e da Juventude

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Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1 ..................................................................................................................................... 15
Base Normativa, Princípios e Premissas ......................................................................................... 15
1 BASE NORMATIVA ........................................................................................................................ 15
1.1 Política Nacional de Assistência Social: Proteção Social .......................................................... 15
1.2 Parâmetros Legais e Normativos: Serviços de Acolhimento ..................................................... 19
2 PRINCÍPIOS .................................................................................................................................. 23
2.1 Doutrina de Proteção Integral .................................................................................................... 23
2.2 Prioridade Absoluta ................................................................................................................... 23
2.3 Superior Interesse da Criança/Adolescente/Jovem .................................................................. 24
2.4 Universalização dos Direitos Sociais ......................................................................................... 24
2.5 Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar .......................................................... 24
2.6 Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar ............................................................... 25
2.7 Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários ................................... 25
2.8 Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não Discriminação ....................................... 25
2.9 Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado .......................................................... 25
2.10 Garantia de Liberdade de Crença e Religião ......................................................................... 25
2.11 Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem ............................................ 25
3. PREMISSAS ................................................................................................................................. 26
3.1 Protagonismo ............................................................................................................................. 26
3.2 Intersetorialidade ....................................................................................................................... 26
3.3 Territorialização .......................................................................................................................... 26
3.4 Matricialidade Sociofamiliar ....................................................................................................... 27
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................................... 29
Descrição dos Serviços de Acolhimento de Crianças, Adolescentes e Jovens ............................. 29
1 SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS ........................... 29
1.1 Forma de Acesso e Documentação Necessária ....................................................................... 29
1.1.1 Acesso .................................................................................................................................... 29
1.1.2 Documentação Necessária .................................................................................................... 29
1.1.3 Central de Regulação de Vagas ............................................................................................. 30
1.1.4 Encaminhamento para Atendimento Especializado ............................................................... 30
1.1.5 Acolhimento Emergencial ....................................................................................................... 30
1.1.6 Crianças e Adolescentes sem Referência Familiar ................................................................ 31
2 ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................... 33
2.1 Especificação ............................................................................................................................ 33
2.2 Objetivos .................................................................................................................................... 33
2.3 Modalidades de Acolhimento Institucional ............................................................................... 33
2.3.1 Abrigo Institucional ................................................................................................................. 34
2.3.1.1 Recursos Humanos .............................................................................................................. 34
2.3.2 Casa-Lar .................................................................................................................................. 38
2.3.2.1 Recursos Humanos .............................................................................................................. 39
2.4 Principais Instrumentos do Serviço de Acolhimento Institucional ............................................. 44
2.5 Procedimentos Iniciais Inerentes ao Serviço ............................................................................. 45
2.6 Acompanhamento Familiar ........................................................................................................ 46
3 ACOLHIMENTO FAMILIAR ........................................................................................................... 47
3.1 Família Acolhedora .................................................................................................................... 48
3.1.1 Especificação ......................................................................................................................... 48
3.1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 49
3.1.3 Critérios e Funcionamento ...................................................................................................... 49
3.1.4 Acesso .................................................................................................................................... 52
3.1.5 Recursos Humanos ................................................................................................................. 52

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3.2 Família Extensa .......................................................................................................................... 54
3.2.1 Especificação .......................................................................................................................... 54
3.2.2 Objetivos ................................................................................................................................. 54
3.2.3 Critérios e Funcionamento ...................................................................................................... 54
3.2.4 Acesso .................................................................................................................................... 54
3.2.5 Recursos Humanos ................................................................................................................. 54
4 TRANSFERÊNCIAS E DESLIGAMENTO DOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL E FAMILIAR........................................................................................................... 55
4.1 Transferência de Unidade de Acolhimento Institucional para Acolhimento Familiar
— Família Acolhedora ...................................................................................................................... 55
4.2 Transferência para outra Unidade de Acolhimento Institucional ............................................... 56
4.3 Desligamento por Reintegração Familiar ................................................................................... 56
4.4 Desligamento por Adoção ......................................................................................................... 58
4.5 Desligamento por Maioridade ................................................................................................... 60
4.6 Desligamento por Saída Não Autorizada de Unidade de Acolhimento Institucional .................61
4.7 Desligamento Família extensa ....................................................................................................61
5 SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS .................................................. 61
5.1 Especificação ............................................................................................................................ 61
5.2 Objetivos .................................................................................................................................... 62
5.3 Acesso ....................................................................................................................................... 62
5.4 Critérios e Funcionamento ......................................................................................................... 62
5.5 Recursos Humanos .................................................................................................................... 64
5.6 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República ......................................................... 64
5.6.1 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Idade ..................................... 64
5.6.2 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Não Cumprimento
de Regras ......................................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................................... 67
Orientações para Execução dos Serviços de Acolhimento ............................................................ 67
1 ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO................................................................................................. 67
1.1 Objetivo ...................................................................................................................................... 67
1.2 Competência .............................................................................................................................. 67
1.3 Aspectos Norteadores .............................................................................................................. 68
2 ESTUDO DIAGNÓSTICO EM CASO DE ACOLHIMENTO EMERGENCIAL/PÓS-
ACOLHIMENTO................................................................................................................................ 70
3 PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO ...................................................................................... 70
3.1 Objetivo ...................................................................................................................................... 71
3.2 Competência .............................................................................................................................. 72
3.3 Aspectos Norteadores ............................................................................................................... 73
3.4 Etapas de Elaboração do PIA ................................................................................................... 74
3.5 Atualização e Monitoramento do PIA ......................................................................................... 75
4 ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL ................................................................................................ 76
5 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO............................................................................................ 77
6 EDUCAÇÃO PERMANENTE E GESTÃO DO TRABALHO ............................................................ 78
7 APADRINHAMENTO AFETIVO ...................................................................................................... 79
8 PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES ................................................................................................. 80
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 82
APÊNDICES ..................................................................................................................................... 85
APÊNDICE 1 - MODELO DE PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO ............................................... 86
APÊNDICE 2 - MODELO REGIMENTO INTERNO ............................................................................ 97
APÊNDICE 3 - ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO PARA O ACOLHIMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ..................................................................................................... 102
APÊNDICE 4 - MODELO DE PIA ................................................................................................... 109
APÊNDICE 5 - TERMO DE COMPROMISSO PARA ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA

9
PARA JOVENS ................................................................................................................................ 117
APÊNDICE 6 - FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE VAGA EM REPÚBLICA
PARA JOVENS ................................................................................................................................ 119
APÊNDICE 7 - FORMULÁRIO DE INTERESSE DE VAGA EM REPÚBLICA
PARA JOVENS .................................................................................................................................123
APÊNDICE 8 - FORMULÁRIO DE RECUSA DE VAGA EM REPÚBLICA PARA
JOVENS ...........................................................................................................................................126
ANEXO 9 — FORMULÁRIO DE DESLIGAMENTO DE VAGA EM SERVIÇO DE
ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS ...........................................................................128
ANEXO 10 – FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO APÓS
DESACOLHIMENTO ........................................................................................................................129

10
INTRODUÇÃO

Desde a promulgação da Constituição Federal (BRASIL,1988), a assistência social


se consolidou enquanto política pública e direito social, sendo parte integrante do tripé da
seguridade social, juntamente com as políticas de saúde e previdência social. Em 1993, foi
promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei n.º 8.742/1993, cuja última
alteração foi dada pela Lei n.º 12.435/2011, que ratificou a assistência social enquanto política
pública de acesso universal, mediante um conjunto integrado de serviços, programas, projetos
e benefícios, para cidadãos que vivenciam situações de vulnerabilidade e risco pessoal e
social (BRASIL, 2016).
Entretanto, foi com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) que, em
2004, ficaram estabelecidos os princípios e diretrizes que norteiam a implantação do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS).
Nesse cenário histórico, em 2005, iniciou-se o movimento para construção do SUAS,
enquanto sistema voltado à regulação e à organização, em todo o território nacional, das
ofertas socioassistenciais para a efetivação de direitos de cidadania e inclusão social. Esse
modelo passou a ser incluído na LOAS a fim de estabelecer parâmetros para o aprimoramento
da gestão descentralizada de serviços, programas, projetos e benefícios relativos à assistência
social.
Operacionalizando a sua função de proteção social, a política de assistência social se
estrutura em níveis hierarquizados de proteção social básica (PSB) e proteção social especial
(PSE) de média e alta complexidade. Os serviços de PSB e PSE estão correlacionados no
enfrentamento às situações de vulnerabilidade e risco social, assim como na articulação com
as demais políticas sociais para a proteção de famílias e indivíduos que tenham seus direitos
violados.
Os serviços de proteção social especial de alta complexidade oferecem acolhimento e
proteção integral a indivíduos e/ou famílias que estejam temporariamente afastados do seu
núcleo familiar e/ou comunitário de origem, com vínculos familiares rompidos ou fragilizados
e em situação de risco pessoal e social, abandono, ameaça e/ou violação de direitos.
Esses serviços estão entre aqueles regulamentados pela Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais e se organizam, no acolhimento institucional, nas modalidades de “Casa-
Lar”, e “Abrigo Institucional”, “Família Acolhedora” e “Acolhimento em República”.
O Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA (BRASIL, 1990) trouxe desafios adicionais
para as políticas de acolhimento institucional, exigindo o reordenamento do serviço em pequenas
unidades, em razão da mudança de paradigma quanto aos direitos desse público1. Desde
________________________________

1. O ECA foi um marco na garantia de direitos e proteção integral de crianças e adolescentes. Anteriormente, a
primeira resposta dada diante de situações de pobreza, vulnerabilidade ou risco, era o afastamento da criança e do
adolescente do convívio familiar. A promulgação do ECA rompe com essa cultura da institucionalização, normatizando
a excepcionalidade da medida de acolhimento, assim como estabelecendo que situação de pobreza não é motivo
suficiente para o afastamento familiar, como preconizado no art. 23 (Brasil, 2009a).

11
então, buscam-se consolidar meios para discussão de propostas participativas voltadas a
articulação, incentivo e apoio à criação de espaços adequados ao desenvolvimento integral
da criança, do adolescente e do jovem, configurando os acolhimentos institucionais de
forma mais próxima a de um ambiente familiar.
Historicamente, o município de Curitiba iniciou o processo de implantação da 1.ª
Unidade de Abrigo Oficial para crianças e adolescentes entre 1991 e 1992, por meio de
parcerias firmadas entre a Secretaria Municipal da Criança e Organizações da Sociedade
Civil (OSCs), na época denominadas de Entidades Sociais.
Já no ano de 1997, em ação conjunta entre as entidades conveniadas e a Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), foram discutidos os critérios mínimos de qualidade de
atendimento considerados imprescindíveis pela Vigilância Sanitária. Desta iniciativa,
nasceu o roteiro de inspeção, com a definição das primeiras avaliações de estabelecimentos
escolares, pré-escolas, creches, asilos, abrigos, albergues, entre outros.
Também na década de 1990, foi criada em Curitiba a Central de Vagas, atualmente
denominada de Central de Regulação de Vagas (CRV), órgão responsável pela regulação
de vagas de acolhimento. A partir dessa estruturação, ficaram estabelecidas normatizações
para padronização do fluxo entre conselhos tutelares, programas sociais municipais e Varas
da Infância e da Juventude, de forma a viabilizar o acesso aos serviços de acolhimento.
Foram, no ano 2000, estabelecidos procedimentos para a organização dos serviços
de acolhimento, por meio de Manual Orientador para a Prática da Rede Oficial do município
de Curitiba.
Em 2003, após a extinção da Secretaria Municipal da Criança e já na competência
da assistência social, pela Fundação de Ação Social (FAS), foram organizados novos
instrumentos e reforçadas as atribuições e competências dos serviços de acolhimento.
Desde então, os documentos norteadores foram aprimorados com a finalidade de qualificar
o atendimento e estabelecer parâmetros para sua realização. Em 2007, foi lançado
o Protocolo de Qualidade em Instituições de Acolhimento à Criança e ao Adolescente
em Curitiba. Pautado na intersetorialidade, tal protocolo serviu de aporte à FAS e à
SMS em referência ao acompanhamento, à orientação e ao assessoramento das ações
implementadas nas Unidades de Acolhimento Institucional.
No entanto, com o passar dos anos, a legislação e as normativas técnicas direcionadas
para a área da infância e adolescência continuaram a ser aperfeiçoadas e sofreram
alterações de grande relevância. Com isso, observou-se a necessidade de criar um novo
protocolo para essa nova realidade.
Assim, neste ano de 2023, publica-se o presente Protocolo de Acolhimento para
Crianças, Adolescentes e Jovens de Curitiba, considerando as particularidades do
município e o cumprimento das leis e normativas vigentes.
Este documento está organizado em três capítulos. No primeiro capítulo, é apresentada
a base normativa, os princípios e as premissas que norteiam a execução dos serviços de

12
acolhimento de crianças, adolescentes e jovens. O segundo capítulo contempla orientações
quanto à operacionalização dos serviços de acolhimento: o estudo diagnóstico, o Plano
Individual de Atendimento (PIA), a articulação intersetorial, os aspectos norteadores, o
Projeto Político-Pedagógico (PPP), a educação permanente e a gestão do trabalho, bem
como a produção de informações. O terceiro capítulo trata da descrição das formas
de acesso aos serviços, de seus procedimentos, da documentação necessária, dos
principais instrumentos e encaminhamentos, do acompanhamento familiar e das formas
de desligamento.
Ainda, aborda as modalidades de acolhimento institucional: a “Casa-Lar”; o “Abrigo
Institucional”; o “Acolhimento Familiar”, nas modalidades “Família Acolhedora” e “Família
Extensa”; e, por fim, o “Acolhimento em República” para jovens.
Ao final, nos apêndices, são apresentados modelos dos principais documentos
utilizados nos serviços de acolhimento de crianças, adolescentes e jovens.

13
14
CAPÍTULO 1
Base Normativa, Princípios e Premissas

1 BASE NORMATIVA

A elaboração deste Protocolo segue os preceitos estabelecidos pela PNAS no que


tange à proteção social, bem como as normatizações contidas nos cadernos orientadores
que legitimam a execução dos serviços de acolhimento de crianças, adolescentes e
jovens. Junto a esses norteadores, é utilizado um conjunto de fundamentos que regem,
cada qual com suas normatizações, a execução dos serviços.

1.1 Política Nacional de Assistência Social: Proteção Social


A proteção social relaciona a garantia de direitos ao desenvolvimento humano e ao
exercício da cidadania, pela inclusão e pela participação ativa na sociedade.

Os sistemas de proteção social, ao promoverem a inclusão a um


sistema de direitos, têm, dessa forma, um papel crucial para a formação
de sentimentos de pertencimento e de interdependência social — e
de inclusão social, política e simbólica — necessários para a efetiva
institucionalização do universalismo na esfera pública. (VAITSMAN;
ANDRADE; FARIAS, 2009, p. 733).

Como assegurado na PNAS, essa proteção se configura como direito garantido a


todos que dela necessitem. Por sua vez, define-se o campo da proteção social especial
como:
[...] modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e
indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por
ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso
sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas
socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre
outras. (BRASIL, 2005, p. 37).

O caráter protetivo da política de assistência social é garantido por seguranças


socioassistenciais, que também integram o serviço por meio da especificidade do
acolhimento e da e da garantia de preservação dos direitos de seus usuários. Essas
seguranças são legitimadas pela PNAS, assim como pela Norma Operacional Básica do
Sistema Único de Assistência Social – NOB/SUAS (BRASIL, 2012) e pelas Orientações

15
Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a).

16
Quadro 1: Seguranças socioassistenciais e direitos assegurados aos usuários

17
18
1.2 Parâmetros Legais e Normativos: Serviços de Acolhimento
O QUADRO 2 contém as normatizações que legitimam a execução dos serviços de
acolhimento de crianças, adolescentes e jovens. Junto a esses norteadores, é utilizado um
conjunto de fundamentos que regem a execução dos serviços.

Quadro 2: Normativas que fundamentam os serviços de acolhimento

19
20
21
22
2 PRINCÍPIOS

Os princípios que fundamentam a execução dos serviços estão presentes na


Constituição Federal de 1988, no ECA, nas Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento
para Crianças e Adolescentes e na PNAS.

2.1 Doutrina de Proteção Integral: É o marco que regulamenta a garantia dos


direitos fundamentais a crianças, adolescentes e, excepcionalmente, a jovens, tornando-
os sujeitos de direitos, conforme estabelecido no Art. 227 da Constituição Federal e
preconizado no ECA:

A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade. (BRASIL, 1990, Art. 3.º).

2.2 Prioridade Absoluta: O Art. 4.º do ECA indica que são deveres da família, da
sociedade e do Estado, nesta ordem, a garantia com absoluta prioridade da efetivação
dos direitos de crianças, adolescentes e, excepcionalmente, de jovens.

A garantia da prioridade compreende:


a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude. (BRASIL, 1990, Art. 4º, parágrafo
único).

23
No que tange à política de atendimento dos direitos da criança, do adolescente e do
jovem, está inclusa a execução de ações articuladas por “políticas e programas destinados
a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e garantir o efetivo
exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes” (BRASIL, 1990, Art.
87, inciso VI).

2.3 Superior Interesse da Criança/Adolescente/Jovem: Princípio fundamentado


pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e expresso no ECA:
“[...] a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do
adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto” (BRASIL, Art. 100,
inciso IV).

2.4 Universalização dos Direitos Sociais: Este princípio é legitimado pela PNAS e
tem como foco prover acesso a serviços, programas, projetos e benefícios, no âmbito da
PSB e PSE, a todos que deles necessitem. Além disso, deve assegurar ações executadas
na centralidade da família e na garantia do convívio familiar e comunitário, reforçando,
por consequência, seu caráter de promoção social. Desse mesmo modo, as orientações
técnicas dos serviços de acolhimento ratificam a importância da promoção do fortalecimento
e da inclusão social das famílias às políticas públicas e ações comunitárias, uma vez que,
antes de se considerar a hipótese do afastamento, é “[...] necessário assegurar à família
o acesso à rede de serviços públicos que possam potencializar as condições de oferecer
à criança ou ao adolescente um ambiente seguro de convivência” (BRASIL, 2009a, p. 23).

Os princípios elencados a seguir estão em conformidade com as Orientações


Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a).

2.5 Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar: Para que o acolhimento


seja, de fato, uma medida excepcional e provisória, é necessário que todos os órgãos/
serviços do Sistema de Garantia de Direitos (SGD) da criança e do adolescente estejam
articulados para adotar, prioritariamente, todas as medidas possíveis, de forma a evitar
o afastamento familiar — e, quando este for inevitável, para que seja o mais provisório
possível. A medida de afastamento deve ser realizada apenas em casos de inviabilidade
de intervenção voltada à manutenção da criança ou do adolescente no convívio de sua
família, em situações que representem grave risco à sua integridade física e/ou psíquica.
Ainda, deve-se recorrer a essa medida “[...] apenas quando representar o melhor interesse
da criança ou do adolescente e o menor prejuízo ao seu processo de desenvolvimento”
(BRASIL, 2009a, p. 23).
2.6 Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar: Com vistas à garantia da

24
convivência familiar e comunitária, quando o afastamento do convívio familiar for a medida
mais adequada para a preservação da proteção da criança e do adolescente, todos os
esforços devem se voltar para que, em um período inferior a dois anos, seja viabilizada a
reintegração familiar; a permanência superior a esse limite só deve ser aplicada em caráter
excepcional, devidamente fundamentada por avaliação criteriosa dessa necessidade pelos
órgãos responsáveis pelo acompanhamento. O retorno seguro ao convívio familiar deve
ocorrer prioritariamente na família de origem e, excepcionalmente, em família substituta.

2.7 Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários: Todos


os esforços devem priorizar o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, de forma
a oferecer à criança, ao adolescente e ao jovem “[...] condições para um desenvolvimento
saudável, que favoreça a formação de sua identidade e sua constituição como sujeito e
cidadão” (BRASIL, 2009a, p. 25).

2.8 Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não Discriminação: Deve


ser assegurada a garantia da proteção e defesa a toda criança, adolescente e jovem que
precise de acolhimento, sendo combatidas quaisquer formas de discriminação e ofertado
um atendimento inclusivo e de qualidade, por profissional especializado e com estratégias
diferenciadas no atendimento de demandas específicas.

2.9 Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado: Nos casos em que o


afastamento temporário do convívio familiar seja necessário, “[...] os serviços de acolhimento
deverão prestar cuidados de qualidade, condizentes com os direitos e as necessidades
físicas, psicológicas e sociais da criança e do adolescente” (BRASIL, 2009a, p. 27), que
respeitem a sua individualidade e história de vida.

2.10 Garantia de Liberdade de Crença e Religião: Devem ser respeitados os


antecedentes religiosos da criança, do adolescente e do jovem. Como determinado pelo
ECA (Art. 16), deve ser preservado o direito de satisfazer suas necessidades religiosas e
espirituais e de não participação em atividades religiosas, caso não seja de seu interesse.

2.11 Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem: Deve-se


zelar pelo direito da criança, do adolescente e do jovem para que tenham sua opinião
considerada; priorizar métodos de escuta qualificada condizentes com o seu grau de
desenvolvimento; pautar-se no fortalecimento gradativo da autonomia, respeitando o
processo de desenvolvimento e de aquisição de habilidades nas diferentes faixas etárias.
Além disso, deve-se viabilizar à criança, ao adolescente e ao jovem o exercício do
protagonismo em atividades recreativas, culturais e sociais, mediante sua participação e

25
posicionamento em assembleias realizadas.

O desenvolvimento da autonomia deve levar em consideração, ainda, a


cultura de origem da criança e do adolescente e fortalecer a elaboração
de projetos de vida individuais e o desenvolvimento saudável, inclusive
após o desligamento e entrada na vida adulta. (BRASIL, 2009a, p. 28).

3 PREMISSAS

As premissas que orientam a execução dos serviços de acolhimento de crianças,


adolescentes e jovens estão pautadas na PNAS e na Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, além de estarem em consonância com as bases normativas e os
princípios apresentadas neste Protocolo.

3.1 Protagonismo: O atendimento deve favorecer o fortalecimento do protagonismo,


desenvolvendo gradativamente a capacidade da criança, do adolescente e do jovem
de responsabilizar-se por suas ações e escolhas. Conforme o caderno orientador de
elaboração do PIA (BRASIL, 2018), o protagonismo consiste na participação em atividades
que extrapolem seus interesses individuais e familiares, em prol da criação de sentidos
mais amplos em espaços da vida comunitária, onde ocupem uma posição de centralidade
e suas opiniões sejam valorizadas.

3.2 Intersetorialidade: Considerando a especificidade dos serviços de acolhimento,


torna-se essencial a articulação intersetorial, por meio de intervenções conjuntas voltadas
à superação das violações de direitos e ao fortalecimento dos vínculos familiares, visando
a reintegração da criança, do adolescente e do jovem à família de origem ou substituta.
Em consonância, as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes ressaltam que a articulação intersetorial encontra seus pilares no princípio
da incompletude institucional, havendo necessidade de manter uma rede fortalecida para
que serviços de acolhimento atinjam seus objetivos.

3.3 Territorialização: É a partir da PNAS que se legitima a importância da família e do


território como referências para a superação da fragmentação das ações no atendimento às

26
demandas da criança, do adolescente e do jovem e de suas famílias. Em outras palavras,
a utilização dos recursos disponíveis no território é condição basilar para a garantia da
proteção e promoção social.

A PNAS tem a família e o território como referências, valorizando a


intersetorialidade das ações, na busca da ampliação da atuação da
Assistência Social em todo o País. Um dos objetivos dessa Política é,
justamente, assegurar que as ações tenham centralidade na família, e
que garantam a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2008, p. 5).

3.4 Matricialidade Sociofamiliar: Como estabelece o Art. 226 da Constituição


Federal (BRASIL, 1988): “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.
Devido às vulnerabilidades e fragilidades presentes nos processos de exclusão social, e
que podem interferir no contexto familiar, torna-se primordial a centralidade das ações da
política de assistência social para o fortalecimento da sua função protetiva.

27
28
CAPÍTULO 2
Descrição dos Serviços de Acolhimento de
Crianças, Adolescentes e Jovens

1 SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES


E JOVENS
Os serviços de acolhimento são destinados a crianças, adolescentes e jovens
afastados do convívio familiar por meio de medida de proteção (BRASIL, 1990, Art.
101), decorrente de abandono ou pela impossibilidade temporária de suas famílias ou
responsáveis cumprirem sua função de cuidado e proteção. Tais serviços devem prover
cuidados e condições favoráveis ao desenvolvimento saudável da criança, do adolescente
e do jovem e trabalhar no sentido de viabilizar a sua reintegração à família de origem ou,
na sua impossibilidade, em família substituta.
Os serviços de acolhimento em Curitiba são ofertados nas modalidades de “Casa-
Lar”, “Abrigo Institucional”, “Família Acolhedora” e “Acolhimento em República”. Tais
modalidades, descritas neste Protocolo, seguem os parâmetros estabelecidos pelas
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL,
2009a).

1.1.1 Acesso
- Por determinação do Poder Judiciário;
- Por requisição do Conselho Tutelar (neste caso, a autoridade competente
deverá ser comunicada em até 24 (vinte e quatro) horas, conforme previsto
no Art. 93 do Estatuto da Criança e do Adolescente).

1.1.2 Documentação Necessária


- Guia do Conselho Nacional de Justiça ou Requisição do Conselho Tutelar (em
caso de acolhimento emergencial);
- Solicitação via Sistema Regulador de Vagas (SRV) emitida pela Central de
Regulação de Vagas;
- Documentação da criança/adolescente (Registro de Nascimento, Carteira de
Saúde, Histórico Escolar e outros);
- Estudo diagnóstico prévio com breve relato da situação;

29
- Ofício de encaminhamento.

No momento do acolhimento, deverá ser dado aceite no SRV e entregue na UAI o


oficio de encaminhamento com todos os campos devidamente preenchidos. O ofício
de encaminhamento deverá ser solicitado ao responsável pelo acolhimento logo após o
ingresso da criança ou do adolescente no serviço de acolhimento.

1.1.3 Central de Regulação de Vagas


A FAS disponibiliza as vagas de acolhimento da administração direta e indireta sob a
coordenação da CRV.
Compete à CRV a organização, o monitoramento, a articulação e a avaliação das
solicitações de vagas e dos processos de acolhimento dos serviços tipificados, orientados
pelas leis e normas de funcionamento,
A equipe da CRV é composta por profissionais do SUAS, em concordância com a
Resolução n.º 17/2011 e a Resolução n.º 09/2014 do Conselho Nacional de Assistência
Social em atuação 24 (vinte e quatro) horas.
Os fluxos de solicitação de vagas estão associados ao perfil de atendimento da
unidade da administração direta ou indireta, que podendo ser adequado à demanda do
público a ser atendido. As vagas são organizadas e disponibilizadas pelo SRV.

1.1.4 Encaminhamento para Atendimento Especializado

1.1.5 Acolhimento Emergencial


Em algumas situações excepcionais, o acolhimento se faz necessário como medida
emergencial. Nestes casos, tornam-se inviáveis a elaboração do estudo diagnóstico
prévio ou a realização de reunião da rede previamente à aplicação da medida. Porém, é

30
importante destacar que tais situações devem se restringir a contextos emergenciais de
fato. Nesse sentido, define-se a seguir o que é compreendido como emergencial para os
fins deste Protocolo:

Afinal, o acolhimento imediato é uma medida protetiva a ser adotada apenas em


situações que caracterizem vitimização e exposição de crianças e adolescentes a riscos
iminentes.

1.1.6 Crianças e Adolescentes sem Referência Familiar


Crianças e adolescentes em situação de rua ou que se encontram desacompanhados
dos pais ou responsáveis em locais públicos ou privados podem se encontrar em situação
de risco e violação de direitos. Sendo assim, requerem medida protetiva imediata para
a preservação dos vínculos com a família de origem e, em caso de impossibilidade,
acolhimento temporário.

31
No caso de situações como as relatadas, mas que forem atendidas durante o horário
de funcionamento dos serviços da Rede de Proteção, é importante que o Conselho Tutelar
busque identificar o máximo de informações sobre a família e o histórico de atendimentos
em outros órgãos, de forma a constatar se há a possibilidade de aplicação de outra medida
protetiva que não seja o acolhimento, tal como a colocação na família extensa por meio
de guarda.
Se identificado que a medida apropriada para a situação da criança ou do adolescente
for o acolhimento imediato, compete ao Conselho Tutelar informar o fato ao Sistema

32
de Proteção (Ministério Público e Vara da Infância e da Juventude), de forma a buscar
acolhimento via determinação judicial.

2 ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

2.1 Especificação
O serviço de acolhimento institucional de crianças e adolescentes é definido, de
acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, como:

Acolhimento provisório e excepcional para crianças e adolescentes de


ambos os sexos, inclusive crianças e adolescentes com deficiência, sob
medida de proteção (Art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente)
e em situação de risco pessoal e social, cujas famílias ou responsáveis
encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função
de cuidado e proteção. (BRASIL, 2009c, p. 44).

Este serviço deve caracterizar-se como uma residência para oferta de atendimento
personalizado, em pequenos grupos e inserida na comunidade, visando favorecer o
convívio familiar e comunitário de crianças e adolescentes acolhidos (BRASIL, 2009c).

2.2 Objetivos
Ainda conforme a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, o serviço tem
por objetivo:
• acolher e garantir proteção integral;
• favorecer o surgimento e o desenvolvimento de aptidões, capacidades e
oportunidades para que os indivíduos façam escolhas com autonomia;
• preservar ou restabelecer vínculos familiares e comunitários (salvo nos casos em
que exista determinação judicial em contrário);
• romper com o ciclo da violência intrafamiliar;
• contribuir para a prevenção do agravamento das situações de negligência,
violência e ruptura de vínculos;
• promover acesso à rede socioassistencial, aos demais órgãos do SGD e às demais
políticas públicas setoriais.

2.3 Modalidades de Acolhimento Institucional


Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009c) e as
Orientações Técnicas: Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL,
2009a), dentre as modalidades de acolhimento institucional de crianças e adolescentes
que podem ser ofertadas, temos a “Casa-Lar” e o “Abrigo Institucional”. A organização

33
de cada modalidade busca atender de forma mais adequada e efetiva às demandas e
necessidades da população atendida (BRASIL, 2009a). A seguir, apresentamos essas
duas modalidades, com suas especificidades.

2.3.1 Abrigo Institucional


O abrigo institucional é um serviço de acolhimento provisório de crianças e
adolescentes de 0 (zero) a 18 (dezoito) anos, ou, excepcionalmente, até 21 (vinte e um)
anos, afastados do convívio familiar. Com a prerrogativa de possuir aspecto semelhante a
uma residência e inserido na comunidade, deve oferecer ambiente acolhedor e condições
institucionais para um atendimento com padrões de dignidade, sem placa indicativa que
o caracterize como unidade institucional.
O serviço deve ofertar atendimento personalizado e em pequenos grupos, com
capacidade máxima de 20 (vinte) crianças, adolescentes ou jovens, favorecendo o
convívio familiar e comunitário, com a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis
na comunidade local. A oferta deve ocorrer de forma inclusiva, evitando a segmentação
de públicos específicos — como por sexo, deficiência, faixa etária muito estreita —, sem
a constituição de motivos de discriminação ou segregação. Da mesma forma, não deve
haver prejuízo à convivência de crianças e adolescentes com vínculos de parentesco.
Quando o atendimento especializado a públicos específicos for necessário, deverá
ser priorizada a articulação intersetorial com a rede de serviços que colaborará com o
atendimento.
A permanência no serviço de acolhimento por período prolongado pode contribuir
para o enfraquecimento dos vínculos entre a criança, o adolescente e o jovem e sua
família. Nas situações em que não há possibilidade de retorno à família e a medida de
adoção for necessária, a provisoriedade também deve ser considerada, já que uma longa
permanência no serviço de acolhimento pode reduzir consideravelmente as possibilidades
de colocação familiar. O período máximo de acolhimento é de 2 (dois) anos, devendo-se
considerar a idade ou a etapa do ciclo de vida da criança ou do adolescente.

2.3.1.1 Recursos Humanos


O serviço de abrigo institucional prevê uma equipe profissional mínima composta
por coordenador, equipe técnica de nível superior, educador/cuidador social e auxiliar
de educador/cuidador social, regulamentada pela NOB-RH/SUAS (Resolução CNAS n.º
269/2006).

34
Quadro 3: Profissionais do Serviço de Acolhimento Institucional – Modalidade Abrigo Institucional

35
Fonte: Brasil (2009a).

A equipe do serviço de acolhimento em abrigo institucional desenvolvido pela


administração pública e por OSCs deverá ser composta, no mínimo, de acordo com o
número de profissionais, a carga horária e o as atribuições previstas neste documento.
A vinculação da criança, do adolescente ou do jovem acolhidos em serviços de abrigo
institucional à equipe prevê constância e estabilidade nas atividades de referência, em
especial do educador/cuidador social, por meio de uma rotina diária, com o desenvolvimento
de determinadas tarefas do dia a dia pelo mesmo profissional.

36
Quadro 4: Atribuições da Equipe Profissional – Modalidade Abrigo Institucional

37
Fonte: Brasil (2009a).

2.3.2 Casa-Lar
A casa-lar é um serviço de acolhimento destinado ao atendimento de até 10 (dez)
crianças e/ou adolescentes, com idades entre 0 (zero) e 18 (dezoito) anos — ou,
excepcionalmente, até os 21 (vinte e um) anos — e conta com a presença de um educador/
cuidador social residente na UAI.
A principal diferença entre esta modalidade de acolhimento e o abrigo institucional é o
número menor de crianças, adolescentes ou jovens acolhidos e a presença do profissional
residente. A casa-lar visa possibilitar o desenvolvimento de uma relação mais próxima um
ambiente residencial e familiar, com a promoção de um vínculo estável entre o educador/
cuidador social residente e as crianças, os adolescentes e os jovens acolhidos.
Este serviço tem como pressuposto evitar especializações e atendimentos
segregacionistas, como selecionar acolhidos dentro de faixas etárias muito estreitas,
apenas do mesmo sexo ou exclusivamente com deficiência. Quando houver público com
essas especificidades, a atenção especializada deve ser assegurada pela articulação
com a rede de serviços, inclusive com apoio e preparação dos cuidadores residentes.

38
Esta modalidade é particularmente adequada a receber grupos de irmãos e situações
de acolhimento com perspectiva de médio ou longo prazo de duração. A presença do
educador/cuidador residente, individual ou em casal (com ou sem filhos), visa estabelecer
uma rotina mais estável no ambiente institucional, sobretudo em comparação às unidades
de Abrigo Institucional.
O papel de educador/cuidador social residente exige do profissional preparo emocional
e psíquico, além de acompanhamento sistemático por equipe técnica especializada.
Essa função requer, ainda, condições dignas de trabalho, remuneração, preservação
e privacidade para seus projetos de vida pessoais, bem como períodos livres diários e
esquema de folgas semanais, além de férias anuais.

2.3.2.1 Recursos Humanos


O serviço de acolhimento institucional em casa-lar prevê uma equipe profissional
mínima composta por coordenador, equipe técnica de nível superior, educador/cuidador
social e auxiliar de educador/cuidador social, regulamentada pela NOB-RH/SUAS
(Resolução CNAS n.º 269/2006).
Esta modalidade é particularmente adequada a receber grupos de irmãos e situações
de acolhimento com perspectiva de médio ou longo prazo de duração. A presença do
educador/cuidador residente, individual ou em casal (com ou sem filhos), visa estabelecer
uma rotina mais estável no ambiente institucional, sobretudo em comparação às unidades
de Abrigo Institucional.
O papel de educador/cuidador social residente exige do profissional preparo emocional
e psíquico, além de acompanhamento sistemático por equipe técnica especializada.
Essa função requer, ainda, condições dignas de trabalho, remuneração, preservação
e privacidade para seus projetos de vida pessoais, bem como períodos livres diários e
esquema de folgas semanais, além de férias anuais.

39
Quadro 5: Profissionais do Serviço de Acolhimento Institucional – Modalidade Casa-Lar

40
A equipe do serviço de acolhimento em abrigo institucional desenvolvido pela administração
pública e por OSCs deverá ser composta, no mínimo, de acordo com o número de
profissionais, a carga horária e o as atribuições previstas neste documento.

41
Quadro 6: Atribuições da Equipe Profissional – Modalidade Casa-Lar

42
Fonte: Brasil (2009a).

43
2.4 Principais Instrumentos do Serviço de Acolhimento Institucional

44
2.5 Procedimentos Iniciais Inerentes ao Serviço

45
2.6 Acompanhamento Familiar
O acolhimento de crianças e adolescentes pode ocorrer com aqueles cujas famílias já
são acompanhadas pela Rede de Proteção, mas também com outros que ainda não estão
em processo de acompanhamento. Nestes casos, o acompanhamento familiar será iniciado
com a inserção da criança ou do adolescente no serviço de acolhimento institucional,
sendo o serviço o gestor do plano de acompanhamento da criança ou do adolescente e a
equipe do PAEFI do CREAS do território de referência da família a responsável pela gestão
do plano de acompanhamento familiar, em articulação com o Conselho Tutelar de origem.
O acompanhamento familiar tem como objetivo subsidiar a análise da equipe quanto
aos motivos do acolhimento a fim de realizar os encaminhamentos necessários, seja de
reintegração à família de origem ou extensa, seja de destinação à família acolhedora ou
substituta, assegurando a excepcionalidade e a provisoriedade da medida protetiva.
Dessa forma, a equipe técnica do serviço de acolhimento deve acompanhar o trabalho
desenvolvido com a família de forma conjunta à rede local do território familiar e aos demais
serviços da rede e das diversas políticas públicas, incluindo os não governamentais, por
meio de reuniões periódicas para discussão e acompanhamento dos casos.
Os diferentes saberes da equipe interdisciplinar propiciam a troca e a cooperação,
superando o tecnicismo, o isolamento e a fragmentação do conhecimento. Nesse sentido,
as concepções e práticas da equipe multiprofissional visam à qualificação da ação junto ao
público atendido, empreendendo-se a construção do conhecimento de forma cooperativa
e dialógica, por meio de uma visão ampliada de uma rede de profissionais (CFP, 2016).
Para isso, o PIA deve dialogar com o plano de acompanhamento da família elaborado
pelo PAEFI, prevendo ações que envolvam a manutenção e o fortalecimento dos vínculos
estabelecidos anteriormente à entrada no serviço outras voltadas à constru¬ção de
novas vinculações durante o acolhimento, com envolvimento da família, da equipe do
acolhimento institucional e da rede socioassistencial e intersetorial, visando à primazia da
convivência familiar e comunitária. O processo de acompanhamento familiar deve estar
previsto no PIA por meio de pactuações e responsabilização da família em referência à
sua função de cuidado e proteção, exigindo, para tanto, a oferta de suporte e apoio no
acesso a programas, serviços e benefícios dos quais a família precise para prover as
necessidades da criança, do adolescente ou do jovem para sua reintegração familiar.
Assim, o trabalho social com a família deve fortalecer as potencialidades identificadas e
incentivar a superação das fragilidades apresentadas.
Para o acompanhamento, a entrevista é utilizada como meio para promover
aproximação do contexto familiar, compreensão das expectativas quanto às possibilidades
de reintegração e avaliação de estratégias de intervenção. Outras técnicas também podem
contribuir nesse processo: estudos de caso, visita domiciliar, ações coletivas com famílias,
orientações, encaminhamentos e acompanhamento de integrantes da família à rede local,
conforme demandas identificadas. É importante lembrar que tais estratégias devem ser

46
empregadas, sempre que possível, em conjunto com as equipes do PAEFI e do Conselho
Tutelar que acompanham a família.
Como resultados das técnicas utilizadas, o acompanhamento familiar deve contribuir
para:
• A acolhida da família, a compreensão de sua dinâmica de
funcionamento, valores e cultura;
• A conscientização por parte da família de sua importância para a
criança e o adolescente e das decisões definitivas que podem vir a
ser tomadas por parte da Justiça, baseadas no fato da criança e do
adolescente serem destinatários de direitos;
• A compreensão das estratégias de sobrevivência adotadas pela
família e das dificuldades encontradas para prestar cuidados à
criança e ao adolescente e para ter acesso às políticas públicas;
• A reflexão por parte da família acerca de suas responsabilidades,
de sua dinâmica de relacionamento intrafamiliar e de padrões de
relacionamentos que violem direitos;
• O desenvolvimento de novas estratégias para a resolução de
conflitos;
• O fortalecimento da autoestima e das competências da família,
de modo a estimular sua resiliência, ou seja, o aprendizado com a
experiência e a possibilidade de superação dos desafios;
• O fortalecimento da autonomia, tanto do ponto de vista
socioeconômico, quanto do ponto de vista emocional, para a
construção de possibilidades que viabilizem a retomada do convívio
com a criança e o adolescente;
• O fortalecimento das redes sociais de apoio da família;
• O fortalecimento das alternativas para gerar renda e para garantir
a sobrevivência da família. (BRASIL, 2009a, p. 39).

Promover a integração entre programas e serviços das políticas públicas e implementar


ações que assegurem a preservação dos vínculos e a convivência familiar e comunitária
de crianças e adolescentes deve ser primazia durante todo o período de acolhimento,
salvo em situações em que haja determinação judicial contrária previamente informada,
com impedimento de aproximação da família de origem ao acolhido.

3 ACOLHIMENTO FAMILIAR

Os serviços de acolhimento familiar são destinados às crianças ou aos adolescentes


afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva (BRASIL, 1990, Art. 98),
proferida pela Vara da Infância e da Juventude. No município de Curitiba, o Programa
Acolhimento Familiar foi normalizado através da Lei Municipal n.º 13.839 de 14 de outubro
de 2011 e alterado pela Lei Municipal n.º 15.190 de 12 de abril de 2018.
As modalidades do serviço de acolhimento familiar são “Família Acolhedora” e “Família
Extensa”. A descrição de ambas neste protocolo segue os parâmetros estabelecidos pelas

47
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL,
2009a).

3.1 Família Acolhedora


3.1.1 Especificação
Segundo as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes (BRASIL, 2009a), a modalidade de família acolhedora se trata de um serviço
de acolhimento provisório, até que se viabilize uma solução de caráter permanente para o
acolhido — seja ela a reintegração familiar ou, excepcionalmente, a adoção.
Embora a adoção seja possível em alguns casos, o serviço de acolhimento em família
acolhedora não é um processo de adoção, tampouco se constitui como uma “etapa” que
direcione a ele. É, na realidade, um serviço que:

[...] organiza o acolhimento, em residências de famílias acolhedoras


cadastradas, de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar
por meio de medida protetiva (ECA, Art. 101). […] Propicia o atendimento
em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e convivência
comunitária, permitindo a continuidade da socialização da criança/
adolescente. (BRASIL, 2009a, p. 82).

Assim, o serviço de acolhimento em família acolhedora é uma modalidade pela qual


famílias previamente cadastradas e habilitadas podem acolher crianças ou adolescentes
em medida de proteção aplicada por autoridade competente. As famílias acolhedoras
não se comprometem a assumir a criança ou o adolescente como filho, embora os
recebam mediante guarda. Elas se constituem, na verdade, como parceiras do sistema
de atendimento e auxiliam na preparação do acolhido para o retorno à família biológica ou
para a adoção.
O período de acolhimento em família acolhedora depende do entendimento do juiz
que acompanha o caso. Durante todo o tempo que a família acolhe uma criança ou um
adolescente, ela recebe um subsídio financeiro per capita, com frequência mensal. Cada
família acolhe uma criança por vez, exceto quando se tratar de grupo de irmãos. Neste
caso, em se tratando de um grupo de mais de dois irmãos, deverá haver uma avaliação
técnica para verificar se o acolhimento em família acolhedora é a melhor alternativa ou
se seria mais adequado o acolhimento em outro serviço (como casa-lar, por exemplo). A
decisão fica a critério da avaliação das Varas da Infância e da Juventude.
A Lei Municipal n.º 13.839 de 14 de outubro 2011 e sua alteração pela Lei Municipal
n.º 15.190 de 12 de abril de 2018 não especificam tempo máximo de permanência no
Programa Família Acolhedora; novamente, o juiz é a autoridade competente para determinar
essa duração, uma vez que cada caso recebe acompanhamento das Varas da Infância e
da Juventude.

48
3.1.2 Objetivos
O acolhimento em família acolhedora objetiva promover o acolhimento de crianças
e adolescentes em ambiente familiar, com cuidados individualizados e personalizados,
preservando o vínculo com a família de origem e dando apoio ao processo de reintegração
familiar, inclusive em famílias extensas, salvo determinação judicial em contrário.

3.1.3 Critérios e Funcionamento


O serviço de acolhimento familiar na modalidade família acolhedora apresenta alguns
critérios mínimos para que ocorra o acolhimento. Os pré-requisitos à habilitação da família
acolhedora são:
I – Pessoas maiores de 21 (vinte e um) anos, sem restrição quanto a estado civil;
II – Residir no município de Curitiba ou na sua região metropolitana;
III– Não ter cadastro de intenção de adoção;
IV – Não fazer uso de álcool e/ou drogas;
V – Concordância dos membros da família que convivem no mesmo domicílio;
VI – Condições favoráveis de saúde física e mental;
VII – Não apresentar pendências com a Justiça e o Conselho Tutelar;
VII – Ter estabilidade financeira – no mínimo 1 (um) dos membros deve ter renda
estável e comprovada;
IX – Apresentar estabilidade na convivência familiar;
X – Não ter passado por luto ou perdas recentes de descendentes ou ascendentes
diretos;
XI – Parecer psicólogo e social favorável, emitido pela equipe do Programa.

Nesta modalidade, o serviço se estrutura obedecendo a etapas que se configuram,


do início ao fim do processo, no seguinte formato:

49
50
51
3.1.4 Acesso
Crianças e adolescentes com medida protetiva estarão sob a égide das Varas
da Infância e da Juventude. Quando não há possibilidade de ingresso da criança ou
do adolescente em família extensa ou substituta, as possibilidades se restringem a
acolhimentos institucionais ou em família acolhedora, sendo este o serviço preferencial,
conforme versa o § 1.º do Art. 34 do ECA.
O acesso ao serviço na modalidade de família acolhedora ocorre por intermédio da
CRV, que faz o encaminhamento às OSCs habilitadas verificando as vagas disponíveis no
momento. Após o aceite da OSC quanto à habilitação da família acolhedora para atender
a criança ou o adolescente, o SRV realiza o repasse do número da vaga para a Vara
solicitante. A partir desse momento, a OSC responsável por esse acolhimento familiar
assume o acompanhamento sistemático dessa família junto à criança ou ao adolescente.
Durante o tempo da disponibilização da vaga em uma família acolhedora e a inserção
da criança ou do adolescente nela, recomenda-se que a aproximação seja gradativa, para
que o encontro não ocorra de forma abrupta.

3.1.5 Recursos Humanos


A equipe técnica do serviço pertence ao quadro de profissionais das OSCs e deve
respeitar o número mínimo de profissionais necessários, a carga horária e as atribuições
estabelecidos nas Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes, bem como na Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS
(Resolução CNAS n.º 269/2006).

Quadro 7: Profissionais do Serviço de Acolhimento Familiar – Modalidade Família Acolhedora

Fonte: Brasil (2009a). 52


No município de Curitiba, atualmente as OSCs parceiras são responsáveis por
selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias acolhedoras, bem como realizar
o acompanhamento da criança e/ou do adolescente acolhido e sua família de origem. Essa
mesma equipe técnica realiza acompanhamento da família de origem ou extensa.
O acompanhamento à família extensa ou de origem visa a reintegração familiar, sendo
particularmente adequado ao atendimento de crianças e adolescentes cuja avaliação da
equipe técnica indique possibilidade de retorno à família extensa ou de origem, o principal
objetivo do programa.

Quadro 8: Atribuições da Equipe Profissional – Modalidade Família Acolhedora

Fonte: Brasil (2009a).

53
3.2 Família Extensa
3.2.1 Especificação
Nesta modalidade, o atendimento é realizado pelas famílias extensas, isto é, aquelas
que se estendem para além da família nuclear ou de origem (o pai e a mãe). Assim, as
famílias extensas são compostas de avós, tios, primos, irmãos, padrinhos e outras pessoas
que tenham vínculos familiares e de afetividade, desde que se prontifiquem a resguardar
e cuidar das crianças e dos adolescentes, através de Termo de Guarda, quando do
desacolhimento institucional ou como forma de evitar o acolhimento institucional.
Esta modalidade de atendimento também está regida pela Lei n.º 13.839/2011 e por suas
alterações na Lei n.º 15.190/2018.
O Programa tem a duração de 6 (seis) meses, onde a família recebe uma bolsa-
auxílio, com um percentual para cada criança ou adolescente (cumulativo no caso de
grupos de irmãos). É disponibilizado, também, um valor mensal de subsídio alimentar no
Armazém da Família, assim como créditos de transporte, conforme a demanda.

3.2.2 Objetivos
O objetivo precípuo é proporcionar convivência familiar e comunitária. Se o pai
e/ou a mãe não estão mais presentes, ou não estão em condições de cuidar dos filhos,
outros entes próximos podem proporcionar um ambiente familiar para as crianças e os
adolescentes.

3.2.3 Critérios e Funcionamento


O principal critério é ter idade entre 0 (zero) e 18 (dezoito) anos incompletos. Além
disso, o ingresso no Programa depende da disponibilidade da família extensa quando
do desligamento da criança ou do adolescente do acolhimento institucional, passo este
realizado pelas Varas da Infância e da Juventude do município. A família extensa pode ser
moradora do município de Curitiba, bem como de municípios vizinhos.

3.2.4 Acesso
A equipe técnica do órgão gestor da assistência social é responsável pela
avaliação de ingresso da família no Programa. A solicitação pode proceder das Varas da
Infância e da Juventude, dos Conselhos Tutelares, dos CREAS, dos CRAS e, até mesmo,
das UAIs, quando avaliam a necessidade de acompanhamento da família extensa, sendo
prerrogativa ter o Termo de Guarda da criança ou do adolescente. A prevenção também é
feita quando se verifica a necessidade de apoio financeiro para estruturar a família extensa,
como forma de evitar o acolhimento institucional da criança ou do adolescente.

3.2.5 Recursos Humanos


A equipe do Programa na modalidade de família extensa compreende servidores

54
lotados no órgão gestor do SUAS no município de Curitiba e conta com assistentes
sociais, psicólogos, pedagogos, educadores sociais e agentes administrativos, conforme
disposição do quadro funcional. Essa equipe organiza todo o ingresso das famílias, bem
como realiza a primeira visita para avaliação de sua inclusão no programa. Os relatórios
de inclusão são encaminhados aos CREAS que acompanham o núcleo familiar durante os
6 (seis) meses que permanecem no Programa, a menos que algo atípico aconteça.

4 TRANSFERÊNCIAS E DESLIGAMENTO DOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO


INSTITUCIONAL E FAMILIAR

A transferência da criança ou do adolescente do serviço de acolhimento ocorre


pelo seu encaminhamento à Família Acolhedora ou para outra unidade de acolhimento
institucional.
Já o desligamento da criança ou do adolescente do serviço de acolhimento ocorre
pela sua reintegração à família de origem ou à família extensa; por colocação em família
substituta; ou por atingir a maioridade civil. Essa decisão compete exclusivamente à
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público.
A criança, o adolescente e, em alguns casos, o jovem em processo de desligamento
precisa vivenciar esse momento de modo gradativo, tendo ouvidas suas expectativas e
inseguranças e sendo-lhe oportunizados os rituais de despedida do serviço, dos colegas e
dos profissionais. Nos casos de acolhimento por longo período, orienta-se uma articulação
permanente com o Sistema de Justiça para um planejamento conjunto e uma avaliação do
momento mais apropriado para o desligamento, evitando separações abruptas.

4.1 Transferência de Unidade de Acolhimento Institucional para Acolhimento


Familiar — Família Acolhedora
A transferência da UAI pode ocorrer pela inclusão da criança ou do adolescente
no programa “Acolhimento Familiar”, na modalidade “Família Acolhedora”. Nesse caso, a
transferência é feita para famílias capacitadas e habilitadas pelo referido serviço, conforme
descrição no item 7.1.
Nesse processo de transferência, também é feita uma aproximação entre a criança
ou o adolescente com uma família acolhedora que atenda ao perfil, para avaliação e
construção de vínculo. Todo esse trabalho é realizado por uma equipe técnica das OSCs
junto às UAIs, com supervisão do órgão gestor da política de assistência social.
Ressalta-se que a família de origem ou extensa, sempre que possível, tem seu atendimento
garantido, para preparação de possível retorno da criança ou do adolescente ao convívio
familiar. O vínculo afetivo deve ser preservado.

55
4.2 Transferência para outra Unidade de Acolhimento Institucional
A transferência da criança, do adolescente ou do jovem para outra UAI acontece a
pedido da equipe técnica, quando é identificada situação de risco pessoal ou que envolva
os demais acolhidos, mediante autorização judicial. Tal situação ocorre como último
recurso, após tomadas as medidas cabíveis pela equipe técnica no manejo da situação
com a criança, o adolescente ou o jovem acolhido e revistas todas as possibilidades de
sua permanência na UAI.
Ainda assim, identificada essa necessidade, é preciso a apresentação de subsídios
que respaldem a transferência, para que essa não se torne uma medida banal e revitimize
a criança, o adolescente ou o jovem por rompimento de vínculos.
Sugere-se, para tanto, a formulação de boletim de ocorrência e relatório técnico
que evidenciem a impossibilidade de permanência na UAI por situação de risco à criança,
ao adolescente, ao jovem, aos demais acolhidos ou por risco de permanência no território.

4.3 Desligamento por Reintegração Familiar


A reintegração familiar abrange todo o percurso e os investimentos nas possi-bilidades
de retorno da criança, adolescente ou do jovem ao convívio com a família de origem
natural ou extensa. Quando considerada a medida adequada, a reintegração familiar deve
ser planejada com a participação gradativa da família nas atividades diárias da criança,
do adolescente ou do jovem no serviço de acolhimento. A criança, o adolescente e o
jovem também devem passar por uma reinserção gradual no contexto familiar; por isso,
observa-se a importância do fortalecimento das redes sociais de apoio à família.

56
O processo de reintegração familiar, em um contexto favorável e protegido, somente
pode ser conduzido por meio do suporte da rede. O acompanhamento da família pelas
equipes do PAEFI e pelo Conselho Tutelar de origem, articuladas no território às demais
políticas públicas e ao serviço de acolhimento, tem papel central nesse sentido. Assim,
é importante que essas ações, em parceria, sejam asseguradas desde o planejamento
inicial contido no PIA e revisto constantemente.
Os casos de reintegração familiar devem ser acompanhados por pelo menos 6 (seis)
meses, considerando a premissa da territorialização e a referência da família e do território
na constituição de relações sociais e comunitárias. A continuidade do acompanhamento
por período superior deve ser avaliada considerando as mudanças ocorridas durante
o período de afastamento e as expectativas da criança, do adolescente ou do jovem

57
construídas com o retorno e a readaptação ao convívio familiar.

Diante disto, a UAI deve encaminhar ao CREAS via e-mail o Formulário de


Acompanhamento após Desacolhimento tendo em vista o redirecionamento do
acompanhamento realizado a família no território (anexo 10).

4.4 Desligamento por Adoção


Nas situações em que a reintegração para família nuclear ou extensa não for
apropriada, a equipe técnica, tendo em conta as ações e pactuações contidas e reavaliadas
no PIA, deverá elaborar e enviar à autoridade judiciária relatório circunstanciado a fim
de subsidiar a decisão judicial quanto à destituição do poder familiar e a inserção da
criança ou do adolescente no cadastro para adoção. Nesses casos, deve haver um
planejamento conjunto entre a equipe do serviço de acolhimento e a da Justiça da Infância
e da Juventude, com vistas à preparação e à aproximação gradativa dos adotantes e da
criança ou do adolescente.

A adoção de criança e adolescente é prevista no ECA (BRASIL, 1990) como medida


excepcional e irrevogável, aplicada quando esgotadas todas as possibilidades de
manutenção do acolhido junto à família natural ou extensa. Tal medida “atribui a condição
de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive os sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo impedimentos matrimoniais”
(BRASIL, 1990, Art. 41).
Em casos nos quais a adoção seja a medida aplicada pela autoridade judiciária,
ouvido o Ministério Público, é essencial o planejamento de estratégias adequadas,
envolvendo preparação prévia, aproximação gradativa e a construção de vínculos
afetivos, mediante procedimentos legais que garantam a defesa do superior interesse da
criança e do adolescente. É fundamental, para tanto, um trabalho efetivo entre a equipe
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude com o serviço de acolhimento

58
institucional. Todo o processo de adoção deve ter como foco tanto os adotantes quanto
os adotandos, garantindo que as crianças ou os adolescentes sejam sujeitos ativos no
processo e também recebam o suporte necessário, incluindo as despedidas de seus
cuidadores e colegas.
A conscientização e sensibilização da sociedade acerca da necessidade de se
proteger a convivência familiar e comunitária e, sendo o caso, a colocação em família
substituta de crianças e adolescentes maiores, afrodescendentes, oriundos de minorias
étnicas, com deficiência ou necessidades específicas de saúde, assim como grupos de
irmãos, contribui para que esse público, comumente preterido para adoção, seja visto e
lembrado, fomentando as possibilidades de adoção por famílias pretendentes.
Além do preparo para o desligamento e a aproximação gradativa entre adotantes e
adotandos, a equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, com
o apoio das equipes técnicas da política de assistência social municipal, deve realizar o
acompanhamento posterior ao estágio de convivência.

59
4.5 Desligamento por Maioridade
O adolescente em medida de acolhimento, em geral, afastou-se do núcleo de apoio
familiar, podendo restabelecê-lo, mas não necessariamente. No serviço, estabelece,
na maioria das vezes, vínculo afetivo com a equipe ou, ainda, com um profissional com
quem tenha mais identificação e aproximação, que se torna referência para sua fase de
maturidade e vida adulta.
Particularmente, o desligamento por maioridade deve configurar-se como um
processo que inclua o acesso a programas de qualificação profissional e de inserção no
mundo do trabalho, a preparação para autonomia e a entrada na vida adulta, visando a
construção conjunta de um projeto de vida que contemple a transição entre o acolhimento
institucional e a convivência social e comunitária em serviço de república (item 8) ou
mesmo independente.

60
4.6 Desligamento por Saída Não Autorizada de Unidade de Acolhimento
Institucional
O desligamento por saída não autorizada é caracterizado pela saída da criança, do
adolescente ou do jovem do acolhimento institucional sem que haja o seu retorno mesmo
após empreendidas todas as medidas possíveis pela equipe do serviço de acolhimento.

4.7 Desligamento Família Extensa


O desligamento do Programa ocorre após 6 (seis) meses da data de ingresso no
Programa, com exceção do acontecimento de alguma intercorrência que torne necessário
o desligamento ou que impossibilite a permanência da criança ou do adolescente na
família extensa.

5 SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS

5.1 Especificação
O serviço de acolhimento em república para jovens deve ser organizado em unidades
femininas e masculinas, garantindo o atendimento a ambos os sexos, de acordo com a
demanda e a perspectiva de gênero no PPP do serviço. É recomendado, também, que se
disponibilizem repúblicas em edificações que respeitem as normas de acessibilidade, de
maneira a possibilitar o atendimento integrado de jovens com deficiência.
Este atendimento é destinado para jovens com idade entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e
um) anos, em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos familiares

61
rompidos ou extremamente fragilizados, com prioridade para aqueles em processo de
desligamento de UAIs, sem perspectiva de retorno à família ou de colocação em família
substituta e que não possuam meios para autossustentação.

5.2 Objetivos
O serviço de acolhimento em república para jovens tem como foco ofertar proteção
social, apoio técnico e moradia subsidiada durante o processo de consolidação da
autonomia pessoal, possibilitando aos jovens acolhidos o desenvolvimento de autogestão,
autossustentação e independência.
Os moradores recebem supervisão e acompanhamento técnico das equipes dos
CREAS do território, a fim de fomentar a construção e o fortalecimento de vínculos sociais
e comunitários, bem como o acesso às políticas públicas, à integração e à participação
social.

5.3 Acesso
A indicação dos jovens para o serviço de república ocorre preferencialmente por
avaliação da equipe técnica da UAI onde estão inseridos, considerando seu perfil, suas
demandas específicas e seu grau de autonomia, relacionada aos aspectos pessoais e de
trabalho e renda, para gerir seus projetos futuros de forma independente, bem como sua
afinidade com os demais usuários.
O processo de transferência dos jovens procedentes de acolhimento institucional
deve ser gradativo, com a participação ativa deles próprios no planejamento. A inclusão
de um novo jovem em uma república deve ser preparada pela equipe técnica de referência
da UAI de origem, do CREAS do território da UAI e do CREAS responsável pela localidade
da república. Nesse processo, há também a participação dos jovens já moradores da
república, de modo a facilitar a inserção e a integração do novo morador ao ambiente.
O acolhimento de um jovem em república possui tempo de permanência limitado,
podendo chegar até 24 (vinte e quatro) meses, conforme avaliação técnica.

5.4 Critérios e Funcionamento


As Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes
(BRASIL, 2009a) indicam que as repúblicas para jovens devem funcionar com estrutura
semelhante a uma residência privada e ser localizadas em áreas residenciais da cidade,
seguindo os padrões socioeconômicos da comunidade onde estiverem inseridas.
Para a implantação de uma república, faz-se necessária a definição do imóvel a ser
disponibilizado, a aquisição de utensílios domésticos (como enxoval, eletrodomésticos e
mobiliários), entre outros passos, garantindo a qualidade do serviço prestado. Atualmente,
as repúblicas para jovens implantadas no município de Curitiba estão instaladas em
imóveis da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e constituem-se de

62
apartamentos, com capacidade de 2 (dois) a 3 (três) jovens por unidade.
É de responsabilidade do órgão gestor da assistência social o pagamento do
condomínio, das despesas de água e luz e do IPTU. Os demais custos, incluindo
alimentação, são subsidiados pelos moradores, que devem fazer a gestão coletiva da
moradia, em conjunto com a equipe técnica de referência.

A convivência comunitária é essencial neste serviço, proporcionada por meio do


convívio social e de práticas de atividades do cotidiano, como o cuidado e preservação
da moradia, a ocupação no mundo do trabalho e a permanência ou o retorno ao ambiente
escolar. Nesse sentido, o pertencimento social e o fortalecimento de vínculos comunitários
se materializam pelo acesso dos jovens acolhidos a outros serviços, programas, projetos
e benefícios da rede socioassistencial e das demais políticas públicas, em especial de
programas de profissionalização, habitação, saúde, educação, esporte e lazer.
Da mesma forma que há critérios para avaliação da inclusão do jovem, alguns
critérios são estabelecidos para a sua permanência no acolhimento em república, visando
a manutenção e a avaliação, em conjunto com o jovem, de sua condição de autossustento
e autonomia para as atividades da vida diária.

63
Em caso de perda, por parte do usuário, das condições de autossustento e autonomia,
serão avaliadas as suas possibilidades de permanência, bem como a pactuação de novas
estratégias no PIA para a superação da situação.

5.5 Recursos Humanos


No município de Curitiba, as repúblicas são acompanhadas pelo órgão gestor da
assistência social e por profissional técnico do CREAS do território de referência.

5.6 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República


O acompanhamento e monitoramento dos jovens, assim como seu encaminhamento
para outros serviços, programas e benefícios da rede socioassistencial e das demais
políticas públicas, com vistas ao alcance da autonomia, preparam, gradativamente, o
jovem para o desligamento do acolhimento em república, o qual é registrado em seu PIA.
Os materiais, como móveis, objetos e enxovais destinados à república, devem
permanecer na unidade residencial, em perfeita ordem e condição, para a utilização de
um novo morador. O jovem que se desliga do serviço deve devolver a chave do imóvel no
ato do seu desligamento.
Somente os materiais pessoais, adquiridos por recursos próprios, podem ser retirados.
Para tanto, a equipe técnica responsável pelo acompanhamento deve realizar o controle
por meio de Termo de Recebimento de móveis e utensílios domésticos, assim como do
enxoval disponibilizado quando da admissão do jovem na república.

5.6.1 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Idade


O tempo de permanência do acolhimento do jovem na república é limitado, podendo
ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual, formulado em conjunto com
o profissional de referência, desde que não ultrapasse a idade limite de atendimento de
21 (vinte e um) anos.
Ao completar 21 (vinte e um) anos, o desligamento na data do aniversário do jovem
será automático. Nesta ocasião, ele deverá assinar o Formulário de Desligamento da Vaga
em República para Jovens (APÊNDICE 9).

64
5.6.2 Desligamento do Serviço de Acolhimento em República por Não
Cumprimento de Regras
Ao não cumprir o regimento interno da república, o jovem deverá ser advertido ou,
mesmo, conforme a gravidade do ato, desligado imediatamente da república.
Este processo deve estar registrado no prontuário e no PIA do jovem acolhido, com sua
assinatura, mediante as orientações repassadas pelas equipes de referência da república.

65
66
CAPÍTULO 3
Orientação para Execução dos Serviços de Acolhimento

As orientações quanto à operacionalização dos serviços visam contribuir para a


melhoria dos atendimentos prestados, colaborando para o fortalecimento da cidadania,
da autonomia e da inserção social.
Em consonância com as diretrizes nacionais e internacionais, a oferta dos serviços
de acolhimento deve oportunizar à criança, ao adolescente e ao jovem, durante todo o
período necessário, ambiente e cuidados que propiciem seu desenvolvimento integral e
favoreçam a superação de vivências de violência.
Nesse sentido, os serviços de acolhimento possuem como referência para sua
operacionalização o estudo diagnóstico, o plano de atendimento individual e familiar, a
articulação intersetorial, as diretrizes ao acompanhamento familiar e o PPP, bem como
algumas orientações amparadas no SUAS.

1 ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO

Previamente à realização de um acolhimento, deve ser desenvolvido um criterioso


estudo diagnóstico, verificando os riscos que envolvem a criança ou o adolescente, bem
como formas de superação dessas condições pelas famílias.
Conforme previsto no item 3.1 das Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento
para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a), além da avaliação quanto ao afastamento
do convívio familiar, o estudo diagnóstico deve considerar em sua análise o perfil e as
demandas específicas da criança ou do adolescente, analisando o encaminhamento ao
serviço de acolhimento que melhor atenda às suas peculiaridades. Nesse sentido, além de
considerar as questões de estrutura física e recursos humanos para decisão com relação
ao serviço de acolhimento mais apropriado, deve-se avaliar a possibilidade de manutenção
e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários da criança ou do adolescente,
priorizando a proximidade com a residência da família de origem e a permanência na
mesma escola e equipamentos comunitários, evitando o rompimento ou a fragilização dos
vínculos existentes, salvo em situações em que o afastamento seja necessário para a
garantia de sua segurança.

1.1 Objetivo
Subsidiar a decisão acerca do afastamento da criança ou do adolescente do convívio
familiar.

1.2 Competência
Para elaboração do diagnóstico e tomada de decisão quanto ao afastamento da

67
criança e do adolescente do convívio familiar, o estudo deve ser elaborado pelo Conselho
Tutelar e por uma equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, de forma
articulada com os serviços da Rede de Proteção que acompanham a família e a criança
ou o adolescente.

1.3 Aspectos Norteadores


O processo de avaliação diagnóstica inclui a realização de escuta qualificada dos
integrantes da família, inclusive a criança e o adolescente, assim como pessoas da
comunidade com vínculos significativos com a família e profissionais envolvidos. Os
seguintes aspectos norteadores servem de aporte para a realização deste estudo:

Quadro 9: Estudo Diagnóstico, segundo Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes.

68
O estudo diagnóstico contempla a análise da equipe profissional do Judiciário junto
às informações da rede de atendimento para o melhor encaminhamento das situações de
risco e violência envolvendo crianças e adolescentes. Deve-se considerar se a situação
de risco vivenciada é decorrente somente do contexto social e econômico da família;
ainda, deve-se avaliar se o apoio, a orientação e o acesso às diversas políticas públicas
seriam suficientes para a redução dos riscos e possibilitariam a permanência da criança
ou do adolescente no convívio familiar, evitando o acolhimento.

69
2 ESTUDO DIAGNÓSTICO EM CASO DE ACOLHIMENTO EMERGENCIAL/
PÓS-ACOLHIMENTO

O acolhimento institucional deve ser determinado exclusivamente por autoridade


judicial, salvo em situações emergenciais, nas quais o acesso a esse serviço pode ocorrer
por requisição do Conselho Tutelar. Nesses casos, o Conselho Tutelar deverá comunicar o
acolhimento a autoridade competente em até 24 (vinte e quatro) horas, conforme previsto
no Art. 93 do ECA. Em tais situações, recomenda-se o preenchimento do APÊNDICE 3
deste Protocolo pelo Conselho Tutelar requisitante.
Não obstante, a Unidade de Acolhimento Institucional (UAI) deve providenciar a
realização do estudo diagnóstico com a participação dos demais atores do SGD, para
que seja reavaliada a medida de afastamento da criança ou do adolescente do convívio
familiar e a possibilidade de reinserção do acolhido em família extensa.
Os aspectos norteadores devem ser seguidos, considerando a composição e o
histórico familiar, os vínculos familiares e comunitários, o território, as situações de risco e
de violação de direitos e a intervenção e a promoção do acesso.
Recomenda-se que o estudo diagnóstico seja realizado em até 20 dias após o
acolhimento, conforme descrito nas Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para
Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a).
Os dados levantados no estudo diagnóstico poderão ser utilizados na construção do
PIA, caso os profissionais envolvidos na realização do estudo orientem a manutenção do
acolhimento institucional, ou pelo equipamento que será a referência da família, em caso
de retorno familiar.

3 PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO

O PIA de crianças e adolescentes é o instrumental estratégico de planejamento que


norteia as ações a serem executadas para a proteção integral, a reinserção familiar e
comunitária e a autonomia desses sujeitos em serviços de acolhimento e com suas famílias.
É obrigatória sua elaboração inicial logo após o acolhimento, caracterizando-se como
um instrumento dinâmico, que requer reunir e atualizar constantemente as informações
sobre a criança ou o adolescente acolhido, a sua família e o seu contexto social, de modo
a conhecer profundamente a realidade dessa criança ou desse adolescente acolhido.
A elaboração do PIA é feita consoante aos preceitos do ECA (BRASIL, 1990), das
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL,
2009a), das Orientações Técnicas para Elaboração do PIA de Crianças e Adolescentes
em Serviço de Acolhimento (BRASIL, 2018) e do Provimento n.º 118/2021 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ, 2021).
As Orientações Técnicas para Elaboração do PIA estabelecem parâmetros para a

70
utilização desse instrumental nos serviços de acolhimento de crianças e adolescentes, em
âmbito nacional, permitindo às gestões locais efetuarem adaptações conforme a realidade
local.
Assim, o detalhamento do PIA aqui exposto segue os preceitos supracitados no que
tange à legislação e às orientações técnicas.

Apesar do acolhimento institucional ter um caráter provisório e excepcional, alguns


jovens permanecem no serviço após completar 18 (dezoito) anos, conforme decisão da
autoridade judiciária2. Nestes casos, o PIA continua sendo um instrumental estratégico
para seu acompanhamento, e a equipe da UAI deve considerar as orientações deste
Protocolo para este jovem.
Figura 1: Exigências legais do PIA, segundo o ECA

3.1 Objetivo
O PIA tem como objetivo orientar o trabalho a ser desenvolvido durante o período de
acolhimento e até 6 (seis) meses após o desligamento da criança ou do adolescente do
serviço.

________________________________

2. Conforme o ECA (BRASIL, 1990), no seu art. 2.º, parágrafo único: “nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”. Ainda no ECA, no
art. 19, §2.º: “A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não
se prolongará por mais de 18 (dezoito) meses, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.”

71
As ações previstas no PIA objetivam a proteção integral, a reinserção social e
comunitária, a autonomia da criança e do adolescente e a superação das situações
que levaram ao acolhimento. Tais ações devem estar voltadas tanto às necessidades
da criança, do adolescente ou do jovem acolhido quanto da sua família, com vistas ao
atendimento às particularidades e necessidades de cada acolhido, garantindo condições
para seu pleno desenvolvimento.

Figura 2:Importância do PIA

3.2 Competência
A equipe do serviço de acolhimento institucional ou família acolhedora é responsável
pela coordenação e elaboração do PIA, com a participação da criança, adolescente ou
jovem acolhido – conforme faixa etária e grau de desenvolvimento – e de seus familiares,
responsáveis ou pessoas com vínculo significativo com o acolhido.

Figura 3: Responsáveis pela elaboração do PIA

72
3.3 Aspectos Norteadores
Os seguintes aspectos norteadores servem de aporte ao PIA:

Quadro 10: Elaboração do PIA, segundo Orientações Técnicas:


Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes

73
3.4 Etapas de Elaboração do PIA
O processo de elaboração do PIA, conforme as Orientações Técnicas: Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a), abrange duas etapas. A
primeira aborda a acolhida inicial, a execução de ações imediatas e o estudo da situação,
correspondendo aos itens 1 a 11 do APÊNDICE 4.

Quadro 11: 1.ª Etapa de Elaboração do PIA – Percurso Inicial

74
A segunda etapa trata do plano de ação, com estratégias voltadas à situação de cada
criança e adolescente, caracterizando um atendimento personalizado e individualizado,
correspondendo aos itens 12 e 13 do APÊNDICE 4.

Quadro 12: 2.ª Etapa de Elaboração do PIA – Plano de Ação

Considerando que o PIA é um instrumento processual e dinâmico, sua elaboração


envolve diversos atores; assim, a responsabilidade deve ser compartilhada de acordo
com o âmbito de competência dos envolvidos.

3.5 Atualização e Monitoramento do PIA


As estratégias e ações contidas no PIA devem ser revisadas com regularidade, a fim
de contribuir para o alcance dos objetivos propostos. Nesse sentido, devem ser atualizadas
conforme as necessidades de adequação detectadas no processo de monitoramento.
É importante que o monitoramento tenha o envolvimento da criança ou do adolescente
(excepcionalmente, do jovem), de sua família e dos demais atores envolvidos. Recomenda-
se a realização da avaliação no prazo máximo de 6 (seis) meses, com possibilidade
de reformulações e aprimoramento, baseados nas intervenções realizadas e em seus
resultados. Esse prazo pode ser modificado considerando a solicitação de audiências
de revisão e atualização dos PIAs por parte do Judiciário, situação em que o período é
reduzido para 3 (três) meses.
O monitoramento prevê, além da avaliação das ações pactuadas no plano de
ação contido no PIA, também uma sistematização mais aprofundada dos resultados
das intervenções, por meio da análise das dificuldades encontradas ou mesmo quanto
à decisão de mudança no foco das ações. Os relatórios circunstanciados devem ser
remetidos à autoridade judiciária.

75
4 ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL

Os serviços de acolhimento integram o SUAS. Atendem, assim, ao princípio da


intersetorialidade — o qual, por sua vez, está atrelado ao princípio da incompletude
institucional, que presume a necessidade de relação articulada entre as diferentes políticas
públicas, de forma a contemplar as diversas dimensões da vida dos cidadãos, afastando
tais serviços da caracterização de “instituições totais”. Dessa maneira, os serviços de
acolhimento possuem interface com os demais serviços da rede socioassistencial e as
demais políticas públicas, bem como com outros órgãos do SGD.
Desse modo, a garantia de proteção integral às crianças, aos adolescentes e aos
jovens acolhidos prevê também o acesso aos recursos da comunidade e da rede de
serviços local. Portanto, é necessário que haja uma estreita articulação entre os diversos
órgãos envolvidos no seu atendimento, para o fortalecimento e a complementaridade das
ações.

Figura 4: Articulação no âmbito das competências do SGD

76
Os equipamentos de referência do SUAS, assim como as equipes de supervisão e
apoio aos serviços de acolhimento, devem priorizar a articulação de ações voltadas à
proteção social de crianças, adolescentes e jovens da seguinte forma:

Figura 5: Articulação no âmbito do SUAS

5 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

O PPP, conforme descrito nas Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para


Crianças e Adolescentes (BRASIL, 2009a), é o documento que visa orientar o trabalho
desenvolvido nos serviços de acolhimento. Dessa forma, configura-se numa ferramenta
de planejamento, organização e avaliação, a ser utilizada por todos os membros da
unidade e equipes gestoras para consulta em suas tomadas de decisão, ou seja, norteia
as ações desenvolvidas por meio de um planejamento estratégico e participativo. Sua
elaboração deve ser articulada, e sua implantação, fazer parte das ações do dia a dia,
com reavaliações e aprimoramentos constantes.
A proposta do PPP se refere ao funcionamento interno da unidade, com o
estabelecimento de rotinas de funcionamento e do relacionamento com a rede local,
as famílias e a comunidade, garantindo a oferta de atendimento adequado a crianças,
adolescentes e jovens em serviços de acolhimento.

77
Destacam-se, na elaboração do PPP, os seguintes conteúdos: histórico da unidade;
composição da equipe e organograma; justificativa e objetivos do serviço; valores que
permeiam o trabalho; organização do espaço físico; regras de convivência (direitos
e deveres); fluxo de atendimento; articulação intersetorial; atividades psicossociais;
e métodos de monitoramento e avaliação (vide modelo de PPP no APÊNDICE 1). Tais
conteúdos são descritos conforme um roteiro, de acordo com o contexto de cada serviço
de acolhimento.

6 EDUCAÇÃO PERMANENTE E GESTÃO DO TRABALHO

A educação permanente deve primar por iniciativas que garantam a centralidade de


processos de trabalho e práticas profissionais que reconheçam a importância dos diversos
saberes das equipes do SUAS, com desenvolvimento de aprendizagens que façam sentido
ao trabalhador, considerando suas reais necessidades de aprimoramento conceitual, ético-
político e metodológico e o contexto social e histórico em que as realidades são construídas.
Uma vez que tem como finalidade a promoção de conhecimentos, habilidades e atitudes
necessárias para o exercício profissional, deve responder às demandas originadas a
partir da realidade vivenciada pelos profissionais do SUAS e estar necessariamente sob o
constante crivo da prática.
Nesse sentido, não há construção teórico-metodológica que esteja desvinculada da
prática profissional cotidiana. Isso requer ao trabalhador do SUAS contínua postura crítica,
investigativa e propositiva (BRASIL, 2013) a respeito dos processos de trabalho, de sua
experiência prática, de seus conhecimentos, de seus procedimentos, de suas condutas,
de seus valores e de sua leitura de mundo.
Os profissionais das equipes de referência são reconhecidos como aqueles que detêm
as competências necessárias para atuar no enfrentamento às situações de desproteção
social; na acolhida e escuta qualificada; na preservação, no fortalecimento e na restauração
de laços de pertencimento familiares, comunitários e sociais; no desenvolvimento da
autonomia e do protagonismo; no acesso à renda; entre outras seguranças afiançadas.
Devem promover suas intervenções de forma articulada, tanto no campo dos conhecimentos
específicos de suas formações (de forma interdisciplinar) quanto no âmbito das proteções
sociais e das demais políticas públicas (de forma intersetorial).
Ainda, deve-se ressaltar que é dever do profissional da assistência social primar
por uma prática consonante com os princípios éticos de sua profissão e do SUAS. Isso
implica a assunção de uma postura ética e respeitosa; a proteção à privacidade e ao
sigilo; o respeito às questões relativas a faixa etária, naturalidade, características étnicas,
de classe social, de gênero, de orientação sexual e de deficiência e à pluralidade e
diversidade cultural, socioeconômica, política, religiosa, de costumes e de tradições; e
a garantia da autonomia e da capacidade de atuar em prol da viabilização dos direitos

78
socioassistenciais e sociais frente aos diversos mecanismos conjunturais que geram — e,
com frequência, agravam — a desproteção social de indivíduos e famílias.
Assim, cabe às equipes de referência assegurar que o usuário seja acolhido com
respeito e receptividade à sua subjetividade e história de vida e que ele possa acessar as
ofertas do SUAS de forma a desenvolver sua autonomia e protagonismo. Isso significa que
as equipes devem trabalhar tanto para diagnosticar e propor alternativas para as demandas
dos usuários como para incentivá-los a fazer suas próprias escolhas na superação das
situações vivenciadas, evitando um viés prescritivo e impositivo.
Para o desenvolvimento dos serviços de acolhimento, algumas características são
essenciais aos profissionais:

[...] motivação para a função; aptidão para o cuidado com crianças e


adolescentes; capacidade de lidar com frustração e separação; habilidade
para trabalhar em grupo; disponibilidade afetiva; empatia; capacidade de
lidar com conflitos; criatividade; flexibilidade; tolerância; pró-atividade;
capacidade de escuta; estabilidade emocional, dentre outras. (BRASIL,
2009a, p. 62).

Conforme as normativas dos serviços de acolhimento institucional, as equipes


mínimas são definidas de acordo com cada serviço tipificado, contemplando a descrição
de quantidade, carga horária e perfil de trabalho desejável para a representação de cada
um dos papéis propostos. Salienta-se que, embora sejam especificadas as quantidades
mínimas de profissionais para exercer cada função, é de extrema importância que sejam
consideradas as características do atendimento prestado, o perfil do público-alvo e as
demandas específicas que este apresenta, a fim de balizar a quantidade adequada de
recursos humanos para cada contexto.
Na estruturação deste Protocolo, a descrição das equipes mínimas, do perfil de cada
profissional e das suas atribuições são apresentadas junto aos serviços de acolhimento ao
qual estão relacionadas, de acordo com a NOB-RH/SUAS (BRASIL, 2006).

7 APADRINHAMENTO AFETIVO

O apadrinhamento afetivo visa resgatar o direito à convivência familiar e comunitária


de crianças e adolescentes acolhidos em instituições. O apadrinhamento permite uma
construção gradual de um vínculo afetivo, podendo o padrinho ou madrinha e sua família
se tornarem uma referência afetiva e familiar para o afilhado.
Segundo o ECA, o apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança
e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e
comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico,
cognitivo, educacional e financeiro (BRASIL, 1990, Art. 19-B, § 1.º).
Nos programas de apadrinhamento afetivo, devem ser incluídos, prioritariamente,

79
crianças e adolescentes com previsão de longa permanência no serviço de acolhimento,
com remotas perspectivas de retorno ao convívio familiar ou adoção, para os quais vínculos
significativos com pessoas da comunidade serão essenciais, sobretudo no desligamento
do serviço de acolhimento. Nesses casos, a construção de vínculos afetivos significativos
na comunidade pode ser particularmente favorecedora e deve ser estimulada, observando
os critérios anteriormente citados.

8 PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES

É de fundamental importância o registro e a compilação de informações produzidas


nas unidades para a avaliação e o aprimoramento dos serviços prestados, bem como
para, através dos relatórios qualitativos e quantitativos, obter-se embasamento para as
decisões do órgão gestor da assistência social. Seguem alguns instrumentais utilizados
para preenchimento pelas equipes:

• Projeto Político-Pedagógico (APÊNDICE 1);


• Regimento interno (APÊNDICE 2);
• Estudo Diagnóstico Prévio para o Acolhimento de Crianças e Adolescentes
(APÊNDICE 3);
• Plano Individual de Atendimento (APÊNDICE 4);
• Termo de Compromisso para Acolhimento em República para Jovens (APÊNDICE
5);
• Formulário de Solicitação de Vaga em República para Jovens (APÊNDICE 6);
• Formulário de Interesse de Vaga em República para Jovens (APÊNDICE 7);
• Formulário de Recusa de Vaga em República para Jovens (APÊNDICE 8);
• Formulário de Desligamento de Vaga em Serviço de Acolhimento em República
para Jovens (APÊNDICE 9);
• Formulário de Acompanhamento pós Desacolhimento (APÊNDICE 10).

Além disso, outras fontes que podem subsidiar o planejamento e a execução dos
serviços de acolhimento são: relatórios mensais das unidades; relatórios dos sistemas
CadSUAS; Censo SUAS; Sistema Regulador de Vagas; e os formulários do Cadastro Único
realizado nas unidades.

80
81
REFERÊNCIAS

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Presidência da República. Disponível em: https://desaparecido.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 jan. 2023.

BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
ano 128, n. 135, p. 13563-13577, 16 jul. 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 13 dez 2022.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de


Assistência Social — PNAS/2004. Norma Operacional Básica — NOB/SUAS. Brasília:
MDS, 2005.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Conselho Nacional dos


Direitos da Criança e do Adolescente; Conselho Nacional de Assistência Social. Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária. Brasília: MDS, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n.º 269, de 13 de dezembro


de 2006. Aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de
Assistência Social – NOB-RH/SUAS. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, ano 143, n.
246, p. 308, 26 dez. 2006. Disponível em: http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-no-
269-de-13-de-dezembro-de-2006/. Acesso em: 5 out. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n.º 1, de 25 de janeiro de


2007. Publica o texto da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos – NOB-RH/
SUAS. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 144, n. 19, p. 40, 26 jan. 2007.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Conselho Nacional


dos Direitos da Criança e do Adolescente; Conselho Nacional de Assistência Social.
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Brasília:
MDS, 2009a.

BRASIL. Lei n.º 12.010, de 3 de agosto de 2009. Dispõe sobre adoção; altera as Leis
n.os 8.069, de 13 de julho de 1990 — Estatuto da Criança e do Adolescente, 8.560, de
29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002
— Código Civil, e da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, aprovada pelo Decreto-

82
Lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943; e dá outras providências. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, ano 146, n. 147, p. 1–5, 4 ago. 2009b. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm. Acesso em: 10 jun. 2022.

BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n.º 109, de 11 de novembro


de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Diário Oficial da
União: seção 1, Brasília, DF, ano 146, n. 225, p. 82, 25 nov. 2009c.

BRASIL. Conselho Nacional de Assistência Social. Resolução n.º, 33 de 12 de dezembro


de 2012. Aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social
— NOB/SUAS. Disponível em: http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-no-33-de-12-de-
dezembro-de-2012/. Acesso em: 2 jun. 2022.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de


Educação Permanente do SUAS. Brasília: MDS, 2013.

BRASIL. Resolução n.º 9, de 15 de abril de 2014. Ratifica e reconhece as ocupações e as


áreas de ocupações profissionais de ensino médio e fundamental do Sistema Único de
Assistência Social – SUAS, em consonância com a Norma Operacional Básica de Recursos
Humanos do SUAS – NOBRH/SUAS. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 151,
n. 73, p. 209–210, 16 abr. 2014. Disponível em: http://blog.mds.gov.br/redesuas/resolucao-
no-9-de-15-de-abril-de-2014/. Acesso em: 4 nov. 2022.

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS): Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de
1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. 3. ed.
Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2016.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Comissão Nacional de Psicologia na Assistência


Social. Nota técnica com parâmetros para atuação das (os) profissionais de psicologia
no âmbito do sistema único da assistência social (SUAS). Brasília: CFP, 2016.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Orientações técnicas para elaboração


do plano individual de atendimento (PIA) de crianças e adolescentes em serviços de
acolhimento. Brasília: MDS, 2018.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Provimento n.º 118, de 29 de junho de 2021.


Dispõe sobre as audiências concentradas protetivas nas Varas com competência na
área da Infância e Juventude e revoga o Provimento n.º 32, de 24 de junho de 2013, da
Corregedoria Nacional de Justiça. Diário da Justiça [do] Conselho Nacional de Justiça,

83
Brasília, DF, n. 168, p. 39–41, 30 jun. 2021. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/
original1322342021063060dc701ad9686.pdf. Acesso em: 7 nov. 2022.

CURITIBA. Prefeitura Municipal. Decreto Municipal n.º 7, de 8 de janeiro de 2007.


Aprova o Regimento Interno da Fundação de Ação Social. Diário Oficial do
Município, Curitiba, PR, ano 40, n. 3, p. 4–11, 9 jan. 2007.

CURITIBA. Prefeitura Municipal. Decreto n.º 635, de 26 de abril de 2012. Aprova as


especificações, atribuições, tarefas típicas, requisitos e demais características do cargo
Educador Social da Carreira de Atendimento Social da Fundação de Ação Social. Diário
Oficial do Município, Curitiba, PR, ano 46, n. 32, p. 29–30, 26 abr. 2012.

VAITSMAN, Jeni; ANDRADE, Gabriela Rieveres Borges de; FARIAS, Luis Otávio. Proteção
social no Brasil: o que mudou na assistência social após a Constituição de 1988. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 14, n. 3, p. 731–741, 2009. DOI 10.1590/S1413-81232009000300009.

84
APÊNDICES

85
APÊNDICE 1 - MODELO DE PROJETO
POLÍTICO–PEDAGÓGICO

PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO
UAI XXXXXXXXXXX

Curitiba
XXXX

86
GRUPO DE ELABORAÇÃO

NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO
NOME – CARGO

87
PROJETO POLÍTICO–PEDAGÓGICO

IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE

Nome: XXX
Endereço: XXXX
Telefone: XXXX
E-mail: XXXX
Inscrição CMAS/Comtiba: XXXXX
(Outras informações podem ser acrescentadas a critério)

JUSTIFICATIVA (Justificar o Projeto Político-Pedagógico: explicar a relevância


da elaboração do documento, sua forma de construção, importância e
aplicabilidade na Unidade. Apontar aspectos positivos deste documento e expor
as consequências negativas que a falta dele pode causar)

CAPÍTULO 1 – MARCO CONCEITUAL

Elaborar, de forma resumida, referências teóricas que fundamentam o


trabalho desenvolvido na Unidade de Acolhimento, a fim de contextualizar
diretrizes, identidade, visão de mundo, valores e compromissos assumidos, em
consonância com a política de assistência social e normativas legais que regem
os serviços de acolhimento de crianças e adolescentes.

CAPÍTULO 2 – MARCO SITUACIONAL

Apresentar aspectos gerais da realidade na qual está inserida a Unidade.

88
Este capítulo expressa a compreensão e olhar da Unidade sobre a realidade
conjuntural, seus traços, forças e fragilidades. É caracterizado por indagações
que levam à identificação de uma visão geral da realidade na qual está inserida
a unidade: Que unidade é a nossa? Onde estamos? Como percebemos a
realidade?
O marco situacional é uma análise da realidade — um diagnóstico da
unidade e de suas especificidades. Deve descrever e situar a unidade no atual
contexto da realidade brasileira, do estado e do município, bem como explicitar
e analisar criticamente problemas e necessidades da unidade em relação a
convívio, organização do tempo e espaço, relações de trabalho na unidade,
índices de evasão e organização das atividades e da prática técnica.

2.1 HISTÓRICO DA UNIDADE

2.2 REFERÊNCIA TERRITORIAL

2.3 SUSTENTABILIDADE (Unidade mantenedora, fontes de recursos, etc.)

2.4 VALORES DA UNIDADE DE ACOLHIMENTO (Indicar as dimensões da


Unidade: seus princípios norteadores; as concepções do serviço, dos usuários,
entre outras; a missão e visão; etc.)

2.5 PÚBLICO–ALVO (Detalhar o público–alvo, incluindo a capacidade de


atendimento)

2.6 OBJETIVOS (Listar objetivo da Unidade, não do PPP)


2.6.1 Objetivo Geral (Descrever de modo claro e sucinto a meta a ser atingida;
ela constitui a ação referente ao problema-questão central, focada no público-
alvo do serviço de acolhimento de crianças e adolescentes)
2.6.2 Objetivos Específicos (Apresentar o detalhamento do objetivo geral, isto
é, as ações específicas para atingir o objetivo geral. Quando reunimos todos os
objetivos específicos, devemos chegar ao objetivo geral).

89
CAPÍTULO 3 – MARCO OPERATIVO

Apresentar a operacionalização do serviço e dos ideais identificados no marco


político/filosófico: Como alcançar o que desejamos? Apresentar a proposta de
ação da Unidade em relação às suas finalidades: expressa o ideal da Unidade,
dentro de sua capacidade, para atingir seu propósito a partir das condições
concretas.
Podemos dizer que o marco operativo se define como uma proposta de ação
referente a diversos aspectos relevantes da instituição em relação às suas
finalidades e ao que deseja para si mesma. Este marco expressa, assim, o ideal
específico da instituição. Torna-se imprescindível, na elaboração do marco
operativo, estabelecer sua compatibilidade com o marco situacional e o filosófico.
Nesse sentido, é preciso seguir o princípio da exequibilidade, ou seja, a
capacidade de tornar o plano realidade, para que ele não fique apenas no sonho.
Com este marco, estabelece-se um sonho possível de ser realizado, a partir das
condições de cada Unidade.

PARTE A – ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE

3.1 ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

3.1.2 Aspectos Físicos (Área de localização e aspectos gerais da construção,


fachada e instalação física; acessibilidade; meios de acesso à Unidade,
informando sobre transporte público e pontos de referência)
3.1.2 Infraestrutura (Número e descrição dos cômodos; finalidade do uso
das dependências; formas e permissão de acesso aos espaços; responsável
pela organização, cuidado e manutenção dos espaços coletivos e individuais;
equipamentos e materiais disponíveis)
3.1.3 Rotinas (Responsabilidades e procedimentos quanto a: entrada e saída
de documentos; recebimento de materiais e provisão; aspectos de segurança;
serviços de transporte; manutenção; organização das práticas de alimentação;
limpeza; etc.)

90
3.2 RECURSOS HUMANOS

3.2.1 Estrutura Organizacional (Identificação e descrição de cargos/funções,


atribuições e principais atividades desenvolvidas. Também devem ser incluídos
os profissionais terceirizados)
3.2.2 Organograma (Representação gráfica da estrutura hierárquica da unidade)
3.2.3 Organização do trabalho (Escalas e turnos de trabalho; especificidades;
troca de plantão; etc.)
3.2.4 Gestão do trabalho e Educação Permanente (Capacitações; supervisão;
reunião de equipe; estudos de casos)
3.2.5 Voluntariado (Formas de acesso; perfil e conduta do voluntariado;
atividades desenvolvidas; frequência)

PARTE B – ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO

3.3 ACOLHIDA INSTITUCIONAL

3.3.1 Acesso à Unidade (Descrever trâmite e fluxos que antecederam o


acolhimento na Unidade; identificar como se dá a entrada na Unidade a partir da
solicitação de acolhimento)
3.3.2 Fluxo Interno (Na chegada do acolhido)
3.3.3 Procedimentos (Neste processo inicial, descrever o que compete a cada
um dos componentes da equipe: Coordenação, Apoio, Equipe Técnica, Equipe
Educadores/Cuidadores, administrativo, etc. Definir também a metodologia que
será aplicada — destaque de um profissional de referência; orientação quanto
ao significado do acolhimento; apresentação do funcionamento da unidade e do
regimento interno; etc.)
3.3.4 Cuidados iniciais e execução de ações emergenciais (Encaminhamentos
iniciais ou emergenciais nas áreas de saúde, educação ou Sistema de Garantia
de Direitos; acesso a pertences ou documentos; etc.)
3.3.5 Pernoites Emergenciais (Nestes casos, especificar qual é o procedimento
interno da unidade)

3.4 ACOMPANHAMENTO INTEGRAL (Indicar as ações nas áreas de saúde;


educação; mundo do trabalho; acesso à documentação civil; relações familiares/
comunitárias; monitoramento; entre outros)
3.4.1 Rotinas dos usuários (Descrever como se organiza a rotina dentro e fora
da unidade; saídas; responsáveis no processo; horários; etc.)
3.4.2 Rotina dos profissionais da unidade no acompanhamento dos usuários

91
(Identificar como são executados os procedimentos e atividades no âmbito
individual, coletivo, familiar, comunitário e com a rede de atendimento; diferenciar
o acompanhamento realizado exclusivamente pela equipe técnica do realizado
pelos profissionais de nível médio)
3.4.3 Principais instrumentos utilizados
3.4.3.1 Estudo Diagnóstico Pré-Acolhimento (Descrever procedimentos e
envolvidos no processo de acolhimento do usuário)
3.4.3.2 Prontuário individual (Descrever quais os documentos e instrumentais
que o compõem; informações necessárias; procedimentos e envolvidos no
processo)
3.4.3.3 Plano Individual de Atendimento – PIA
Contemplar os itens a seguir:
• diagnóstico inicial (por exemplo: escuta, entrevista social, estudo de caso
com a rede, visita domiciliar);
• composição e elaboração do PIA;
• definição e finalidade;
• participantes na construção do documento;
• princípios norteadores;
• plano de ação (instrumento dinâmico; descrever frequência de atualização
e ações que guiam o atendimento).

3.4.3.4 Registro da história de vida e de desenvolvimento do usuário (Definir


responsáveis; procedimentos básicos; fotografias; declarações; diários; espaço
de pertences individuais; etc.)
3.4.3.5 Relatórios do usuário (Definir todos os tipos de relatórios; normativas de
referência; quem faz, quando faz e como faz)
3.4.3.6 Instrumentais de controle e registro (Livro de Ocorrências; Livro
de Visitas; agenda de compromissos; planilha de medicação; listagens de
frequência; cadastros; entre outros)

3.4.4 Do atendimento individualizado e condições específicas (Como


priorizar o atendimento individualizado; mencionar eventuais especificidades no
atendimento, por exemplo: grupo de irmãos, adolescentes com filhos, mães com
filhos, pessoas com deficiência, transtorno mental, público LGBTQIA+, etc.)

3.4.5 Da participação do usuário na construção e execução do serviço

3.5 ACOMPANHAMENTO DA FAMÍLIA DE ORIGEM E/OU EXTENSA

92
3.5.1 Preservação e fortalecimento da convivência familiar (Citar os
envolvidos; conduta dos profissionais e estratégias desenvolvidas)
3.5.2 Trabalho com as famílias (Mencionar o trabalho feito/planejamento em
todos os âmbitos; Visita Técnica Domiciliar; Visita das Famílias à Unidade; Visita
do acolhido à Família)

3.6 PRESERVAÇÃO E FORTALECIMENTO DA CONVIVÊNCIA


COMUNITÁRIA (Descrever como são desenvolvidas as ações que visam à
convivência comunitária, à reinserção social e ao fortalecimento das redes de
apoio)

3.7 FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA (Mencionar ações que visem ao


desenvolvimento da autonomia do usuário, por exemplo: oficina de culinária;
educação financeira; ir e vir de compromissos fora da unidade; etc.)

3.8 ATIVIDADES DIRECIONADAS (Discorrer sobre as ações socioeducativas,


oficinas, etc.)

3.8.1 Oficinas realizadas na Unidade (Descrever as ações socioeducativas


realizadas dentro da Unidade, tanto as que são executadas por profissionais
que compõem a equipe quanto as ações realizadas por profissionais de fora/
voluntários)
3.8.2 Ações realizadas fora da Unidade (Expor as atividades promovidas em
ambiente externo à Unidade de Acolhimento)

3.9 ESPAÇOS COLETIVOS DE PARTICIPAÇÃO (Explicitar de que forma


o usuário é mobilizado para exercer o controle social; indicar participação em
assembleias, colegiados, Conselhos, dentro e fora da Unidade, etc.)

CAPÍTULO 4 – ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL

Descrever quais as ações de articulação intersetorial que a Unidade


desenvolve; citar parceiros; identificar responsáveis, fluxos, procedimentos e
monitoramento.

93
4.1 ARTICULAÇÃO NO AMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL

4.2 ARTICULAÇÃO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

4.3 ARTICULAÇÃO COM O SISTEMA EDUCACIONAL

4.4 ARTICULAÇÃO COM OUTRAS POLÍTICAS PÚBLICAS

4.5 ARTICULAÇÃO COM DEMAIS ÓRGÃOS DO SISTEMA DE GARANTIA


DE DIREITOS

4.6 ARTICULAÇÃO COM A REDE DE ATENDIMENTO LOCAL, DE ORIGEM


E REDE DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO 5 – DESLIGAMENTO

5.1 PROCESSO DE DESLIGAMENTO (Detalhar como será feito o processo de


desligamento)

5.1.1 Desligamento por reintegração familiar


5.1.2 Desligamento por transferência de unidade
5.1.3 Desligamento por evasão
5.1.4 Desligamento por adoção
5.1.5 Desligamento por maioridade

5.2 ACOMPANHAMENTO PÓS-DESLIGAMENTO (Descrever fluxos e


procedimentos)

CAPÍTULO 7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escrita deste capítulo fica a critério da Unidade de Acolhimento. Segue, a


seguir, uma sugestão de texto:
“Este Projeto Político-Pedagógico foi construído no período de XX a XX
de XXXX. Terá validade a partir da data identificada a seguir. A avaliação,

94
atualização e aprimoramento do Projeto Político-Pedagógico devem ocorrer
sempre que necessário ou, no mínimo, de forma anual, considerando a prática do
cotidiano. Nesse sentido, entende-se que é necessário atualizar o Projeto quando
houver alterações técnicas, metodológicas, legais, estruturais e operacionais.”

95
ANEXOS

Neste item, anexar os documentos-padrão utilizados pela Unidade de


Acolhimento.
- Regimento Interno.
- Modelos de relatórios e registros.
- Modelo de PIA.
Etc.

Curitiba, xx de xxxxxx de xxxx.

___________________________
Coordenador
(Assinatura / Carimbo)

____________________________
Gerente PSE
(Assinatura / Carimbo)

____________________________
Supervisor Regional
(Assinatura / Carimbo)

96
APÊNDICE 2 - MODELO REGIMENTO INTERNO

REGIMENTO INTERNO

UAI XXXXXXXXXXX

Curitiba
XXXX

97
REGIMENTO INTERNO

UAI: XXXXXX

1. DOS DIREITOS DOS ACOLHIDOS

1.1 DIREITO AO DESENVOLVIMENTO

1.2 DIREITO À IGUALDADE

1.3 DIREITO AO RESPEITO À IDENTIDADE E À SINGULARIDADE

1.4 DIREITO À AUTONOMIA

1.5 DIREITO À COMUNICAÇÃO E À PARTICIPAÇÃO (Comunicar-se,


Expressar-se, Manifestar Opiniões, Dialogar, Participar)

1.6 DIREITO À VIDA E À SAÚDE

1.7 DIREITO À EDUCAÇÃO

1.8 DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR

1.9 DIREITO À CONVIVÊNCIA COMUNITÁRIA

1.10 DIREITO AO ESPORTE, AO LAZER E À CULTURA

98
2. DOS DEVERES E REGRAS
2.1 DAS REGRAS DE ORGANIZAÇÃO

2.1.1 Da organização pessoal (Objetos e pertences — incluindo uso de celular;


lavagem de roupas; objetos de valor; materiais escolares; documentos pessoais; etc.)
2.1.2 Da apresentação pessoal (Vestuário; acessórios; etc.)
2.1.3 Da documentação pessoal (Certidão de nascimento; título de eleitor; RG;
etc.)
2.1.4 Da utilização e organização dos espaços (Quartos; espaços de lazer;
refeitório; banheiro; etc. Incluir horários e orientações)
2.1.5 Da utilização de objetos comuns (Objetos de uso coletivo, pedagógicos e
esportivos; computadores; TV; etc.)
2.1.6 Da rotina (Diurna e noturna; horários; atividades; responsáveis; etc.)

2.2 DAS REGRAS DE ACESSO

2.2.1 Do acesso do acolhido na Unidade (Organização; critérios de entradas e


saídas na UAI; entradas de novos acolhidos; etc.)
2.2.2 Do acesso de terceiros à Unidade (Familiares, amigos e outros;
voluntários; visitantes; parceiros; representantes da rede intersetorial; entre
outros)
2.2.3 Do uso do telefone (Recebimento e realização de ligações pelo telefone
institucional; uso do celular)
2.2.4 Do desacolhimento (Evasão; retorno familiar ou guarda; transferência de
Unidade; etc.)
2.2.5 Dos objetos externos na Unidade (Compras; doações; etc.)
2.2.6 Do uso de objetos pessoais e aparelhos eletrônicos portáteis

2.3 DAS REGRAS DE CONVIVÊNCIA

2.3.1 Regras internas de convivência


2.3.2 Da convivência com outros acolhidos
2.3.3 Da convivência com a equipe da Unidade
2.3.4 Da convivência com a equipe terceirizada e voluntários
2.3.5 Da convivência com a família de origem ou extensa
2.3.6 Da convivência comunitária
2.4.1 Das datas comemorativas e eventos internos/externos

2.4 DA PARTICIPAÇÃO

99
2.4.1 Nas atividades internas
2.4.2 Nas atividades e compromissos externos

2.5 DO USO DE SUBSTÂNCIA PSICOATIVA

2.6 DOS FILHOS

2.6.1 Acolhidos na mesma Unidade de Acolhimento


2.6.2 Acolhidos em outra Unidade de Acolhimento
2.6.3 Não acolhidos

3. MEDIDAS DE INTERVENÇÃO (Internas e externas; quem faz, como faz e


quando faz)

3.1 EM SITUAÇÃO DE EVASÃO

3.2 SAÍDAS NÃO AUTORIZADAS

3.3 AGRESSÃO FÍSICA A DEMAIS ACOLHIDOS OU EQUIPE DA UNIDADE

3.4 VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA (Planejamento e/ou tentativa de suicídio;


automutilação; etc.)

3.5 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA (Vítima ou autor de bullying; exposição;


ameaça; perseguição; etc.)

3.6 ATO INFRACIONAL GRAVE OU GRAVÍSSIMO (Tráfico ilícito de


entorpecentes; furto; roubo; estupro; homicídio; etc.)

3.7 DANOS AO PATRIMÔNIO

3.8 DESACATO À EQUIPE (Conceituar desacato sob os termos legais,


exemplificar e definir medidas)

3.9 DESCUMPRIMENTO DE HORÁRIOS, REGRAS E COMBINADOS

3.10 NÃO PARTICIPAÇÃO

100
3.11 FALTAS INJUSTIFICADAS AOS COMPROMISSOS (Saúde; escola; etc.)

4. NORMAS E PROCEDIMENTOS EM RELAÇÃO À EQUIPE

4.1 CONDUTA (Padronização e conduta ética quanto aos acolhidos e também


quanto ao trabalho realizado)
4.2 APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS (Folha-ponto; Licença de
Tratamento de Saúde; etc.)

4.3 APLICÁVEIS AOS FUNCIONÁRIOS TERCEIRIZADOS

4.4 APLICÁVEIS AOS VOLUNTÁRIOS

5. DOS DOCUMENTOS INTERNOS NORTEADORES (Documentação técnica e


administrativa e registros de atendimento, detalhando as orientações para cada
um. Livro de Ocorrência; formulário individual de cada acolhido; Livro de Visitas;
agenda de compromissos; planilha de medicação; listagem de frequência;
planilha de escalas; cadastro de acolhimento;livro de registros de acolhimento;
entre outros)

6. DAS METODOLOGIAS EDUCATIVAS QUANTO AO REGIMENTO INTERNO


(Quais as estratégias a serem utilizadas para que os atores envolvidos no
Regimento possam assimilá-lo, acolhe-lo, aplicá-lo, etc.)

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

101
APÊNDICE 3 - ESTUDO DIAGNÓSTICO PRÉVIO PARA O ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

Preenchimento inicial pelo Conselho Tutelar, repassado à Central de Regulação de Vagas, ao Ministério Público e ao Acolhimento Institucional.
1. EMERGENCIAL ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, por quê?
*No caso de Acolhimento Emergencial, o prazo é de 48 horas para coletas das informações abaixo.
2. Primeiro Acolhimento? ( ) Sim. ( ) Não. Se não, onde esteve?

3. DADOS PESSOAIS E SITUAÇÃO DO ACOLHIMENTO


*Nome: Identidade de gênero:
( ) Gênero feminino ( ) Gênero masculino
( ) Não declarado ( ) Outros
__________
Gestante? ( ) Sim. ( ) Não.
Nome social/afetivo/apelido: Etnia:

Data de nascimento: dd / mm / aa *Idade: *Data do acolhimento:


Mãe: Responsável:
*Tem deficiência? ( ) Sim. ( ) Não.
Qual é? ( ) Física. ( ) Intelectual. ( ) Visual. ( ) Auditiva. ( ) Múltipla. ( ) Transtorno do Espectro Autista.
Leve ( ) Moderada ( ) Severa ( )

102
111
Avaliação de risco:
Existência de família extensa? ( ) Sim. ( ) Não. Quem? Informação de contato?
*Motivo do acolhimento (descritivo):

4. ESTÁ INSERIDO NAS AÇÕES DA REDE?


4.1. Proteção à Pessoa em Risco para a Violência: ( ) Sim. ( ) Não. Se sim, qual?
4.1.1. Socioassistencial: ( ) Sim. ( ) Não.
( ) CREAS Local:
( ) CRAS Local:
( ) Unidade de Saúde Local:
( ) CAPS Local:
( ) Outros Local:
*4.2. Situação do acolhimento
( ) Rua:

103
112
( ) Escola – nome/endereço:
( ) Conselho Tutelar – Regional:
( ) Residência – endereço:
( ) Hospital – nome/endereço:
( ) Outros:
Qual a opinião da criança ou do adolescente sobre o possível acolhimento?

5. ENDEREÇO DA CRIANÇA E/OU DO ADOLESCENTE


*Município: Bairro:
*Rua: n.º: CEP:
*Ponto de referência: Complemento:
Telefones 1. 2. 3. 4.

6. COMPOSIÇÃO FAMILIAR

Pai: Ocupação:

104
113
8. HISTÓRICO

Restrição imediata de contato com familiares? ( ) Não. ( ) Sim, pelo motivo:

Perda do poder familiar? ( ) Não. ( ) Sim, pelo motivo:

A criança ou adolescente encontra-se em ameaça de morte? ( ) Não. ( ) Sim.

Foi acionado o PPCAM? ( ) Não. ( ) Sim.

A criança ou adolescente faz uso de drogas? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?

Histórico de suspeita de abuso, assédio ou exploração sexual? ( ) Como vítima. ( ) Como autor.

9. INFORMAÇÕES DE SAÙDE
Possui doença(s) crônica(s)? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?

105
115
Possui doença(s) aguda(s) contagiosa(s)? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Realiza acompanhamento médico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza acompanhamento psicológico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza acompanhamento psiquiátrico? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Realiza algum outro acompanhamento? ( ) Não. ( ) Sim. Onde?
Tem a carteira de vacinação? ( ) Não. ( ) Sim.
Tem medicação de uso contínuo/controlado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
A receita segue junto? ( ) Não. ( ) Sim.
Apresenta transtorno mental? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Tem filhos? ( ) Não. ( ) Sim.
Usa anticoncepção? ( ) Não. ( ) Sim.
Possui CID? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Possui órtese ou prótese? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Acolhido em hospital? ( ) Não. ( ) Sim. Exige algum tipo de cuidado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Realizou cirurgia recentemente? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
Exige algum tipo de cuidado? ( ) Não. ( ) Sim. Qual?
10. DOCUMENTOS OU PROTOCOLOS DE DOCUMENTAÇÃO EM ANEXO
Documento ou protocolo Prazo Responsável
Cópia do relatório da criança ou do adolescente (o mesmo que é enviado ao Ministério Público) 48 horas Conselho Tutelar

106
116
Relatório complementar – das políticas do território 15 dias
Cópia do Boletim de Ocorrência (quando houver) 48 horas Conselho Tutelar
Declaração de Transferência 1 semana Acolhimento

Histórico Escolar 30 dias Acolhimento

Certidão de nascimento 48 horas Conselho Tutelar

Registro Geral (RG): ( ) Sim. ( ) Não. Prazo de Obs.:


encaminhamento:

Cadastro de Pessoa Física (CPF): ( ) Sim. ( ) Não. Prazo de Obs.:


encaminhamento:

Carteira Profissional de Trabalho (conforme idade): ( ) Sim. ( ) Não. Prazo de Obs.:


encaminhamento:

Título de Eleitor (conforme idade): ( ) Sim. ( ) Não. Prazo de Obs.:


encaminhamento:

107
117
11. Responsáveis pela aplicação da medida de Acolhimento de crianças e adolescentes
Conselho Tutelar Regional: Conselheiro: Telefone/plantão do
conselheiro:
Regional EM: Vara da Infância ou Técnico de referência da Vara ou Fórum: Telefones:
Fórum:

Autos?
( ) sim nº. Promotor:
__________________ _________________________________________________________________________
( ) Não. Qual providência?
Juiz:
_____________________________________________________________________________

108
118

APÊNDICE 4 - MODELO DE PIA

PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO — PIA


1. IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Nome social/afetivo/apelido:
Data de Nascimento: Naturalidade: UF:
Identidade de Gênero:
( ) Gênero Feminino ( ) Gênero Masculino ( ) Não Declarado ( )Outros ___________
Autos:
Vara/Fórum: ( ) 1.ª ( ) 2.ª ( ) 3.ª ( ) CIC ( ) Santa Felicidade
1.1 DOCUMENTAÇÃO
Certidão de Nascimento:
R.G.: Órgão expedidor: Data da expedição:
CPF:
Outros:
CONTATO DE REFERÊNCIA
Nome:
Parentesco: ( ) Não. ( ) Sim. Especifique:
Endereço:
Telefone: Município:
2. INFORMAÇÕES SOBRE ACOLHIMENTO
Data do Acolhimento:
Órgão responsável pelo acolhimento:
Número da Guia de Acolhimento do CNJ:
Profissional de referência do Núcleo Psicossocial da Vara da Infância:
Número da Guia da Central de Vagas da EM:
Motivo do acolhimento: ( ) Violência Doméstica. ( ) Situação de Rua. ( ) Suspeita de abuso sexual.
( ) Exploração Sexual Comercial. ( ) Em conflito com a lei. ( ) Ameaça de morte.
( ) Vínculos familiares rompidos/fragilizados. ( ) Outros, especifique:
Conselho Tutelar de referência: Telefone:
Nome do Conselheiro:
Possui acolhimentos anteriores: ( ) Sim. ( ) Não.
Local: Data:

119 109
3. IDENTIFICAÇÃO DE VULNERABILIDADES
Em cumprimento de medida socioeducativa: ( ) Sim. ( ) Não.
Medida socioeducativa aplicada: ( ) Liberdade Assistida (LA).
( ) Prestação de Serviço Comunitário (PSE). ( ) LA e PSE.
Sofreu ameaça de morte após o acolhimento? ( ) Sim. ( ) Não.
Avaliado pelo PPCAAM? ( ) Sim. ( ) Não. Data:
Inserido no PPCAAM? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique:
Possui trajetória de rua? ( ) Sim. ( ) Não.

4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Raça/Cor: ( ) Branca. ( ) Negra. ( ) Amarela. ( ) Parda. ( ) Indígena.
Cor de cabelo:
Cor dos olhos:
Outros (cicatrizes, marcas de nascença, tatuagens, etc.):

5. SITUAÇÃO FAMILIAR
Família: ( ) Biológica. ( ) Substituta. ( ) Extensa.

120110
5.1 COMPOSIÇÃO FAMILIAR

Nome Parentesco Data de Grau de Formação Profissional Ocupação Renda Mensal


Nascimento escolaridade

Responsável familiar: ( ) Pai e Mãe. ( ) Mãe. ( ) Pai. ( ) Avós. ( ) Outros.


Possui outros irmãos em acolhimento institucional? ( ) Sim. ( ) Não.
Especificar nome e local de acolhimento dos irmãos:

111
121
5.2 SITUAÇÃO HABITACIONAL DA FAMÍLIA
Condição de moradia: ( ) Própria. ( ) Alugada. ( ) Cedida. ( ) Ocupação irregular.
( ) Assentamento. ( ) Outros. Especifique:
Tipo da Construção: ( ) Alvenaria ou madeira aparelhada.
( ) Madeira aproveitada, taipa ou outros materiais precários. ( ) Outros. Especifique:
Água: ( ) Sim. ( ) Não. Esgoto: ( ) Sim. ( ) Não. Luz: ( ) Sim. ( ) Não.
5.3 VÍNCULO FAMILIAR
Recebe visitas: ( ) dos pais. ( ) da mãe. ( ) do pai. ( ) dos irmãos. ( ) de parentes.
( ) de outros. Especifique:
Frequência da visita: ( ) Diária. ( ) Semanal. ( ) Bimestral. ( ) Quinzenal. ( ) Eventual.
( ) Sem visitas.
Perspectiva de retorno familiar? ( ) Sim. ( ) Não.
A criança ou o adolescente possui vínculo com a família? ( ) Sim. ( ) Não.
A criança ou o adolescente passa o final de semana com a família? ( ) Sim. ( ) Não.
Destituído do poder familiar? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Em análise.
Observações:
5.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL
Recebe acompanhamento do CRAS? ( ) Qual?
Recebe acompanhamento do CREAS? ( ) Qual?
Recebe acompanhamento da Unidade de Saúde? ( ) Qual?
Encaminhamentos:

6. SITUAÇÃO DE SAÚDE
Condição de saúde:
( ) Criança/adolescente com deficiência. Especifique: ( ) Mental. ( ) Visão. ( ) Audição.
( ) Física. ( ) Síndrome de Down.
( ) Em função desta condição de saúde, necessita de cuidados permanentes de terceiros.
( ) Outro. Especifique:

Faz acompanhamento de saúde:

Tratamento Local Frequência Medicamentos continuados

112
122
Possui laudo/CID:
A criança ou o adolescente é dependente químico? ( ) Sim. ( ) Não.
Drogas utilizadas: ( ) Não informado. ( ) Álcool. ( ) Tabaco. ( ) Cocaína. ( ) Crack.
( ) Inalantes. ( ) Injetáveis. ( ) Maconha. ( ) Outras. Especifique:
A criança ou o adolescente faz tratamento para dependência química? ( ) Sim. ( ) Não.
Local do tratamento:

Observações:
Encaminhamentos:

7. SITUAÇÃO EDUCACIONAL
Situação escolar: ( ) Estuda atualmente. ( ) Não estuda atualmente. ( ) Nunca estudou.
( ) Não informada. ( ) Fora da obrigatoriedade escolar.
Nível de escolaridade: ( ) Não informado. ( ) Analfabeto. ( ) Educação Infantil.
( ) Ensino Fundamental. ( ) Ensino Médio. ( ) Ensino Superior.
( ) Ensino Especial. ( ) EJA – Ensino Fundamental. ( ) EJA – Ensino Médio.
Ano/série:
Nome da escola: Telefone:
Endereço:
Observações:

Encaminhamentos:

8. INSERÇÃO NO MUNDO DO TRABALHO/PROFISSIONALIZAÇÃO


( ) Não se aplica.
Qual é a atividade?
Local onde foi encaminhado:

Encaminhamentos:

9. ATIVIDADES DE ESPORTE E LAZER

Encaminhamentos:

123 113
10. CONTEXTO HISTÓRICO

11. SITUAÇÃO ATUAL

114
124
12. COMPROMISSOS PACTUADOS

REDE RESULTADOS RESULTADOS


COMPROMISSO RESPONSÁVEL PRAZO
SOCIOASSISTENCIAL ESPERADOS OBTIDOS

115
125
13. CONSIDERAÇÕES FINAIS

ASSINATURAS DE COMPROMISSO
Data:

Assinatura da criança ou do adolescente:


Assinatura do técnico de referência:
Assinatura do responsável familiar:

126
116
APÊNDICE 5 - TERMO DE COMPROMISSO PARA ACOLHIMENTO
EM REPÚBLICA PARA JOVENS

NOME COMPLETO
CPF RG DN
ENCAMINHADO POR
NOME DA REPÚBLICA DATA DE INSERÇÃO

Declaro que fui orientado quanto às regras para acesso à República para
Jovens, que conheci o local de acolhimento e que, após minha decisão favorável à
inserção, comprometo-me com o ingresso no serviço de acolhimento em república
para jovens da Fundação de Ação Social, a atender:
a) Cumprir o estabelecido no Plano Individual de Atendimento (PIA), construído
com a minha participação junto ao CREAS de referência da República;
b) Manter-me inserido no mercado de trabalho;
c) Subsidiar minha parte na divisão mensal das despesas com alimentação,
higiene, objetos de uso pessoal e outros;
d) Não me envolver em conflitos com a lei;
e) Não portar, utilizar ou guardar armas dentro da República;
f) Não portar, utilizar ou guardar bebidas alcoólicas e outras drogas dentro da
República;
g) Respeitar as regras estabelecidas pelos moradores juntamente com a equipe do
CREAS de referência no que compete a sociabilidade, higiene, limpeza,
alimentação, horários, convivência social e organização financeira, descritas no
Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Interno da República, e demais que
possam ser construídas;
h) Zelar pela conservação e manutenção de estrutura, móveis, eletrodomésticos e
utensílios da residência;
i) Realizar a reposição de utensílios que quebrarem e comunicar imediatamente a
ocorrência ao CREAS de referência da República;

127
117
j) Comunicar ao CREAS de referência quaisquer incidentes, ocorrências ou
necessidade de manutenção estrutural.
Estou ciente de que, a partir da assinatura, este Termo de Compromisso tem
validade de até 24 (vinte e quatro) meses, desde que minha idade não ultrapasse
21 anos incompletos.
Estou ciente também de que este Termo poderá ser revogado a qualquer
momento por descumprimento dos itens acima citados, por avaliação do PIA pela
equipe técnica de referência, e, ainda, por minha decisão.

DATA: / / ASSINATURA:

128 118
APÊNDICE 6 - FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS

1. DO SOLICITANTE
UNIDADE/ DATA DA
ÓRGÃO/ SOLICITAÇÃO
EQUIPAMENTO
REGIONAL DETERMINAÇÃO ( ) Não. ( ) Sim.
DO TJ [anexar]
PROFISSIONAL CARGO/
SOLICITANTE FUNÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DO JOVEM
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
COMO GOSTA DE SER
IDADE
CHAMADO
NACIONALIDADE NATURALIDADE
FIALIAÇÃO
ORIENTAÇÃO
SEXO ( )M ( )F
SEXUAL
ENDEREÇO TELEFONES
POSSUI ( ) Não. ( ) Sim. Qual:
DEFICIÊNCIA?

3. DOCUMENTAÇÃO PESSOAL
CERTIDÃO DE Termo Fl. SIM NÃO
NASCIMENTO Lv.
RG Nº SIM NÃO
CPF Nº SIM NÃO

129

119
TÍTULO ELEITORAL SIM NÃO
CARTEIRA DE TRABALHO SIM NÃO
SERVIÇO MILITAR SIM NÃO
CARTÃO TRANSPORTE SIM NÃO

4. DADOS DE SAÚDE
UNIDADE DE SAÚDE DE
REFERÊNCIA
ACOMPANHAMENTO MÉDICO
(Detalhar especialidade, motivo e
local)
HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO
DE TRANSTORNO MENTAL
(Detalhar especialidade, motivo e
local)
HISTÓRICO DE USO/ABUSO
DE SUBSTÂNCIAS (Álcool e
outras drogas)
USO DE CIGARRO
USO DE MEDICAMENTO
CONTÍNUO
ALERGIA (Detalhar qual e se faz
tratamento)
HISTÓRICO DE
INTERNAMENTO
(Detalhar motivo, local e período)
DATA DA ÚLTIMA AVALIAÇÃO
CLÍNICA

5. DADOS ESCOLARES / ACADÊMICOS


( ) Não estuda. CURSA ( ) Ensino Fund. I
Parou na ________. ANO/SÉRIE ( ) Ensino Fund. II
130

120
( ) Não estuda. Completou o ( ) Ensino Médio
Ensino Médio. ( ) EJA/CEEBJA
( ) Não estuda. Completou o
Ensino Fundamental.
( ) Manhã.
UNIDADE
( ) Tarde.
ESCOLAR DE TURNO
( ) Noite.
ENSINO
( ) Intermediário.
GRADUAÇÃO/CURSOS
TÉCNICOS
CURSOS
EXTRACURRICULARES
E/OU
PROFISSIONALIZANTES
(Nome do curso, período,
local)

6. DADOS DO MUNDO DO TRABALHO


( ) Estágio.
LOCAL DE ( ) Aprendiz.
TIPO
TRABALHO ( ) Trabalho formal.
( ) Trabalho informal.
DATA DE RENDA HORÁRIO DE
INÍCIO MENSAL TRABALHO
N.º DO
BPC ( ) Não. ( ) Sim.
NIS
EXPERIÊNCIAS
PROFISSIONAIS
ANTERIORES

7. SITUAÇÃO FAMILIAR
VÍNCULO FAMILIAR OU
POSSIBILIDADE DE

131

121
CONVIVÊNCIA COM A FAMÍLIA
POSSUI IRMÃOS EM
ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL? (Especificar)
POSSUI FILHOS?
Observações relevantes quanto ao histórico familiar:

8. ACOMPANHAMENTO SOCIAL
CRAS DE CREAS DE
ORIGEM ORIGEM
HISTÓRICO CUMPRIMENTO
MSE
HISTÓRICO NA REDE DE
PROTEÇÃO
HISTÓRICO DE
ACOLHIMENTOS

9. AVALIAÇÃO TÉCNICA
RESPONSÁVEL PELO
PREENCHIMENTO DATA
(assinatura/carimbo)

132 122
APÊNDICE 7 - FORMULÁRIO DE INTERESSE DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS

1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
IDADE ENCAMINHADO POR
ENDEREÇO TELEFONES

2. DADOS ESCOLARES/ACADÊMICOS

(Descreva sua vida escolar: em que série está, que escola frequenta e em qual o
período. Explique como está sua vida escolar, as dificuldades e potencialidades
que possui e quais são seus projetos para esta área da sua vida)

2. DADOS DE SAÚDE

(Descreva sua saúde: se faz algum tratamento, se necessita de algum cuidado


especial, se faz uso de alguma medicação ou se possui alguma dificuldade neste
sentido e quais são suas estratégias para ter qualidade de vida)

133

123
4. MUNDO DO TRABALHO
(Descreva sua relação com o mundo do trabalho: se está desenvolvendo alguma
atividade profissional, em que lugar e há quanto tempo; se já realizou algum curso
profissionalizante; e quais são seus projetos para esta área)

5. SITUAÇÃO COMUNITÁRIA E SOCIAL


(Descreva sua relação a comunidade: se frequenta espaços públicos; como
organiza seus momentos de lazer; se tem acesso à cultura, ao esporte, a práticas
espirituais)

6. DESACOLHIMENTO
(Descreva quais são as suas expectativas quanto à saída da Unidade e o seu
projeto de vida)

134

124
7. DO INTERESSE NO ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS
REPÚBLICA DATA DE
VISITADA: VISITA:
MOTIVO DO
INTERESSE:
Declaro, para os devidos fins, que as informações contidas na presente ficha são
verdadeiras e que fui orientado pela equipe do CREAS de referência da República
acima citada quanto aos critérios para inserção e permanência:
 Ter idade de 18 a 21 anos;
 Preferencialmente, ser egresso das Unidades de Acolhimento Institucionais
oficiais ou da rede parceira;
 Ser residente no município de Curitiba;
 Apresentar documentação pessoal (RG, CPF, CTPS, Título de Eleitor e
outros necessários ao acesso aos direitos civis);
 Possuir algum tipo de renda para subsidiar as despesas mensais;
 Estar apto e disposto a participar da divisão e execução das tarefas
domésticas;
 Ter desejo em aderir a esta modalidade de acolhimento, na concordância
com as regras do serviço (inclusão, prazos) e normas de sociabilidade
(higiene/limpeza, alimentação, horários, convivência social, organização
financeira) estabelecidas pelos moradores juntamente com equipe de
referência.
Após conhecer o local de acolhimento e sendo minha decisão favorável
ao meu acolhimento na República para Jovens acima identificada, assino
abaixo.

DATA: / / ASSINATURA:

135
125
APÊNDICE 8 - FORMULÁRIO DE RECUSA DE VAGA EM
REPÚBLICA PARA JOVENS

1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DATA DE
COMPLETO NASC.
IDADE ENCAMINHADO POR
ENDEREÇO TELEFONES

2. RECUSA NO ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS


REPÚBLICA DATA DE
VISITADA: VISITA:
MOTIVO DA
RECUSA:

Declaro, para os devidos fins, que as informações contidas na presente


ficha são verdadeiras e que fui orientado pela equipe do CREAS de referência da
República acima citada quanto aos critérios para inserção e permanência:
 Ter idade de 18 a 21 anos;
 Preferencialmente, ser egresso das Unidades de Acolhimento Institucionais
oficiais ou da rede parceira;
 Ser residente no município de Curitiba;
 Apresentar documentação pessoal (RG, CPF, CTPS, Título de Eleitor e
outros necessários ao acesso aos direitos civis);
 Possuir algum tipo de renda para subsidiar as despesas mensais;
 Estar apto e disposto a participar da divisão e execução das tarefas
domésticas;
 Ter desejo em aderir a esta modalidade de acolhimento, na concordância
com as regras do serviço (inclusão, prazos) e normas de sociabilidade
(higiene/limpeza, alimentação, horários, convivência social, organização
financeira) estabelecidas pelos moradores juntamente com equipe de
referência.

136

126
Após conhecer o local de acolhimento e sendo minha decisão
desfavorável ao meu acolhimento na República para Jovens, conforme
motivos anteriormente citados, assino abaixo.

DATA: / / ASSINATURA:

137
127
ANEXO 9 — FORMULÁRIO DE DESLIGAMENTO DE VAGA EM
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICA PARA JOVENS

1. IDENTIFICAÇÃO
NOME DO
JOVEM
CPF RG DN
NOME DA DATA DE
REPÚBLICA ENTRADA

2. DESLIGAMENTO
DATA DE
SAÍDA
DESLIGAMENTO Voluntário Indicação da equipe técnica
SOLICITADO POR
MOTIVO(S) DO DESLIGAMENTO (assinalar)
Descumprimento dos critérios de
Abandono sem identificação do motivo. permanência no serviço de acolhimento em
República.
Descumprimento gradual ou reiterado às
Desistência por solicitação do jovem.
normas de convivência do serviço.

Fatores externos relacionados com a


Autonomia do jovem.
segurança pública.

Mudança de cidade. Medida Sócio Educativa em Meio Fechado.

Alcance de idade limite para


Reintegração familiar.
permanência no serviço.

RELATO DO(S)
MOTIVO(S) DE
DESLIGAMENTO:

_____________________________ _______________________________
Jovem Responsável Técnico
Curitiba, ___/____/____

138

128
ANEXO 10 – FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO APÓS
DESACOLHIMENTO

Formulário de Acompanhamento após Desacolhimento

Nome da criança e/ou adolescente:


Responsável familiar:
Endereço:
CREAS de referência:

Considerando a necessidade de acompanhamento de pelo menos 06 (seis) meses da família e


considerando a referência da família e do território na constituição de relações sociais e
comunitárias, de forma a lhe dar suporte para o cumprimento de suas funções de cuidado e
proteção, buscando sua autonomia e visando evitar a reincidência da necessidade de acolhimento 3,
a equipe técnica da Unidade de Acolhimento Institucional (nome da UAI), por ocasião do
desacolhimento da criança/adolescente (nome da criança/adolescente), informa que a família de
(nome do responsável familiar) deverá ser acompanhada por esse CREAS XXXXXXXXXXXXX com a
inclusão da família no PAEFI.

Curitiba, xx de xxxxxxxxxxxxxxxxxx de xxxx.

Assinatura do responsável

3
Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. (CONANDA, MDS, 2009)

139
129
FICHA TÉCNICA

Elaboração do documento

Assessoria de Apoio às Políticas da Criança, do Adolescente e da Pessoa Idosa


(APCAPI)
Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comtiba)
Conselho Tutelar
Coordenação Municipal da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em
Situação Risco para a Violência
Diretoria de Planejamento
Diretoria de Proteção Social Especial
Gerências de Proteção Social Especial dos Núcleos Regionais
Organizações da Sociedade Civil parceiras de Acolhimento Institucional
Organizações da Sociedade Civil parceiras de Acolhimento Família Acolhedora
Supervisores Regionais
Unidades de Acolhimento Institucional Oficiais

140

130
Colaboradores

Ministério Público do Paraná — MPPR


Secretaria Municipal da Educação — SME
Secretaria Municipal de Saúde — SMS
Secretaria Municipal de Governo — SGM

141
131
132
133

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