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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

Mateus Gomes de Holanda Cavalcanti

MINISTÉRIO DA DOS DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

RECIFE

2023
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1. INTRODUÇÃO
A defesa dos direitos humanos e a promoção da cidadania são duas frentes de atuação
do Ministério Público que se complementam. Os direitos humanos visam garantir a dignidade
e a integridade da pessoa, especialmente frente ao Estado e suas estruturas de poder, e a
cidadania garante o equilíbrio entre os direitos e deveres do indivíduo em relação à sociedade
e da sociedade em relação ao indivíduo. Combater o preconceito e a discriminação, proteger
as populações vulneráveis e exigir do poder público a prestação de serviços e assistência
básica são exemplos das atribuições do ministério.

2. MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

O Ministério em questão foi instituído por meio da junção entre a Secretaria de


Políticas para a Mulheres, criado com estatuto de ministério pelo então Presidente Lula, e
outras secretarias, como a criada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 17 de abril
de 1997, denominada em alguns governos de Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República e em outros de Secretaria Especial de Direitos Humanos. Mesmo que nesse
período fosse apenas uma secretaria, também tinha seu estatuto de ministério. Em 2015, a
pasta dos Direitos Humanos foi unificada com as secretarias de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres na reforma ministerial pela presidente Dilma
Rousseff formando o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
(MMIRDH), com o envio ao Senado da Medida Provisória n.º 696, em outubro de 2015, que
alterou a Lei n.º 10.683 de 28 de maio de 2013.

O mesmo ministério foi extinto em 2016, após a posse de Michel Temer como
presidente interino, e recriado como ministério em 2017 pelo mesmo, desta vez sob o nome de
Ministério dos Direitos Humanos. No Governo Bolsonaro, a pasta foi transformada em
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, englobando também as políticas
indígenas, por meio da Funai, que teve seus comitês regionais dissolvidos e uma série de
funções encerradas, anteriormente vinculada ao Ministério da Justiça. Em janeiro de 2023, no
início do Governo Lula, a pasta recebeu o nome de Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania. O atual titular do ministério é o advogado, filósofo e professor universitário Silvio
Almeida.

O Ministério dos direito humanos e cidadania é capaz de formular políticas e diretrizes


para promover os direitos da cidadania, da criança, do adolescente, do idoso e das minorias e
à defesa dos direitos das pessoas com deficiência e à promoção da sua integração à vida
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comunitária. Deve também coordenar a política nacional de direitos humanos, de acordo com
as diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e servir como ouvidoria
nacional das mulheres, da igualdade racial e dos direitos humanos, promovendo ações contra
a discriminação e pela igualdade entre mulheres e homens.

A elaboração e a implementação de políticas para crianças e adolescentes são

prioridade absoluta para este Ministério em 2023. No âmbito do Ministério Direitos Humanos

e da Cidadania, cabe, sobretudo, à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do

Adolescente (SNDCA) o desenvolvimento de ações e a articulação política para que essas

ações sejam implementadas e os direitos da criança e do adolescente, assegurados. Os

objetivos e ações são:

● Coordenar as ações e medidas governamentais referentes à criança e ao adolescente;


● Coordenar a produção, a sistematização e a difusão das informações relativas à criança
e ao adolescente;
● Coordenar ações de fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos (SGD) de
crianças e adolescentes;
● Coordenar a política nacional de convivência familiar e comunitária;
● Coordenar a política do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase);
● Coordenar o Programa de Proteção de Adolescentes Ameaçados de Morte
(PPCAAM);
● Coordenar o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes; e
● Exercer a secretaria-executiva do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente (Conanda)

Uma vez que a criança e o adolescente podem ser do sexo feminino ou masculino,

negros, brancos ou indígenas, ser ou não deficientes, dentre outras particularidades, eles são

cuidados por todo o Ministério, de forma transversal e integrada. A promoção, a defesa e o

enfrentamento a violações dos direitos de crianças e adolescentes baseiam-se na necessidade

de proteção integral, absoluta e prioritária desses grupos populacionais, com foco na

perspectiva da família, buscando o fortalecimento de seus vínculos familiares e sociais e

respeitando-os enquanto pessoas em desenvolvimento. Algumas das ações desenvolvidas são:


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● Escola Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (ENDICA) - O objetivo é


oferecer treinamento e capacitação de qualidade e acessível a todos aqueles que fazem
parte do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. Por meio dos
cursos da ENDICA, todas as pessoas que trabalham com crianças e adolescentes,
sejam Servidores Públicos ou representantes da Sociedade Civil, podem aumentar seu
nível de conhecimento e melhorar a qualidade do atendimento. Essa é uma forma
concreta de fortalecer nossa rede de proteção ao público infanto-juvenil.

● Escola Nacional de Socioeducação (ENS) - objetivo principal proporcionar, no âmbito


da União, o acesso à formação continuada e qualificada a todos os atores do SGDCA,
em especial às equipes de atendimento e de órgãos com atuação no Sistema
Socioeducativo.

● Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e


Adolescentes - Trata-se de instância que integra diferentes setores governamentais
com a Sociedade Civil e o sistema de justiça, com a finalidade de trabalhar de forma
articulada no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes. A
Comissão é também o espaço institucional para elaboração do novo Plano Nacional de
Enfrentamento das Violências, a ser realizada com apoio financeiro de linha do Fundo
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, aprovada pelo Conanda
(abril/2023).

● Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) - coordenação da


execução da política nacional de atendimento socioeducativo, a elaboração do Plano
Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, a contribuição para a qualificação e ação em rede dos
Sistemas de Atendimento Socioeducativo, garantir a publicidade de informações sobre
repasses de recursos aos gestores estaduais, distrital e municipais, para financiamento
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de programas de atendimento socioeducativo, estabelecer diretrizes sobre a


organização e funcionamento das unidades e programas de atendimento e as normas
de referência destinadas ao cumprimento das medidas socioeducativas de internação e
semiliberdade e instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo, seus planos, entidades e programas.

3. REFERÊNCIAS

● Medida Provisória nº 696, de 2 de outubro de 2015 Casa Civil da Presidência da


República. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.683.htm#art27xxv
● Temer recria a pasta de Direitos Humanos em 2017. Disponível em:
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADtica/temer-recria-p
asta-de-direitos-humanos-1.222980
● Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Disponível em:
https://www.gov.br/mdh/pt-br
● Ações e programas do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Disponível em:
https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-progr
amas

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