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Na obra cinematográfica "Jogos Vorazes", dirigida por Gary Ross, é retratada uma

sociedade distópica controlada pelo opressor Capitólio. Nesse cenário, uma das estratégias
de controle é a realização dos mortais Jogos Vorazes, nos quais jovens tributos de cada
distrito são obrigados a lutar até a morte em uma arena repleta de armadilhas. Nesse
contexto, a trama evidencia de maneira contundente como a arquitetura hostil é utilizada
como instrumento de controle social e opressão. Nesse ínterim, essa realidade é
fomentada pela marginalização de grupos vulneráveis e pela violação dos direitos humanos.
A princípio, a marginalização de grupos vulneráveis é indiscutivelmente um fator que
contribui para a existência da arquitetura hostil. Segundo o livro "The Right to the City:
Social Justice and the Fight for Public Space", escrito por Don Mitchel, a arquitetura hostil
nega o acesso de grupos marginalizados aos espaços públicos, reforçando sua exclusão
social. Paralelamente, torna-se evidente que a arquitetura hostil controla e oprime esses
mesmos grupos, privando-os de espaços públicos e limitando suas oportunidades de
participação na sociedade. Diante desse cenário, surge o chamado para uma transformação
na concepção e prática da arquitetura, a fim de incorporar uma abordagem mais inclusiva e
voltada para a promoção da justiça social.
Ademais, a violação dos direitos humanos também é uma causa preocupante. Segundo
o renomado arquiteto Norman Foster, a arquitetura deve ser inclusiva, promovendo espaços
que respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais de todos. Nesse sentido, a
abordagem da arquitetura hostil representa não apenas uma exclusão física, mas também
uma negação da dignidade e dos direitos fundamentais de cada indivíduo. Assim, reafirmar
a importância de uma mudança de mentalidade na concepção e planejamento dos espaços,
garantindo a inclusão e o respeito aos direitos humanos, é fundamental para construir um
ambiente urbano mais justo e igualitário.
Desse modo, o Ministério da Cidadania em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos,
devem promover campanhas de conscientização e educação sobre a arquitetura hostil,
buscando evidenciar os impactos negativos que essa prática tem na sociedade, por meio de
palestras e cartilhas, a fim de sensibilizar a população sobre a necessidade de se criar um
ambiente urbano mais justo e igualitário. Além disso, é essencial que sejam criadas políticas
públicas que visem a promoção da inclusão nos espaços públicos, por meio de
investimentos em infraestrutura urbana a fim de promover oportunidades para todos e
igualdade de acesso. Dessa forma, casos como no filme “Jogos Vorazes” não ocorrerão.

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