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1 Caso.

 M.G.S., masculino, 16 anos, bom padrão sócio-econômico, chega ao seu consultório sozinho,
com quadro de emagrecimento, febre e tosse. Os exames confirmam tuberculose pulmonar e
AIDS. O paciente revela que é viciado em drogas injetáveis. Ele diz que não vai fazer tratamento
para as doenças e nem deixar de usar drogas, pois “sabe que vai morrer mesmo”. Ele não quer
que você entre em contato com a sua família. Qual a sua conduta?

Se o paciente, mesmo em uma situação de risco para sua saúde, expressou o desejo de não
entrar em contato com a família, isso deve ser respeitado, a menos que exista uma ameaça
iminente à sua vida. Dada a natureza infecciosa da tuberculose pulmonar e a possível
disseminação da doença, é importante avaliar o risco de transmissão para outras pessoas, como
contatos próximos ou outros usuários de drogas que compartilham agulhas. Deve tentar
conscientizar o paciente sobre os riscos reais associados à recusa do tratamento, especialmente
considerando a coinfecção com tuberculose e HIV. Informações claras sobre as consequências
potencialmente fatais dessas doenças podem ajudar o paciente a reconsiderar sua decisão. Além
de explicar os riscos, oferecer suporte emocional e discutir opções de tratamento é crucial.
Avaliar a capacidade do paciente de tomar decisões informadas é crucial. Se houver dúvidas
sobre sua capacidade mental para tomar decisões, pode ser necessário buscar avaliação
psiquiátrica ou legal. Caso o paciente mantenha sua decisão de não buscar tratamento, apesar
dos esforços para convencê-lo do contrário, o médico deve respeitar sua autonomia, desde que
não haja risco iminente de danos a terceiros. Considerações Éticas: Este caso levanta questões
éticas complexas, e pode ser útil discuti-lo com colegas, supervisores ou consultores éticos para
obter diferentes perspectivas. Independente da decisão tomada, é importante documentar de
maneira detalhada as conversas, avaliações e decisões, para garantir um registro completo do
processo de tomada de decisão. Em casos como este, pode ser útil envolver uma equipe
multidisciplinar, incluindo profissionais de saúde mental e assistentes sociais, para fornecer
suporte abrangente ao paciente.

2 Caso.

 M.P.S., 83 anos, sexo feminino, é portadora de quadro de falência de múltiplos órgãos por uma
cirrose hepática. Está recebendo tratamento apenas paliativo e de suporte, em sua residência, e
não consegue digerir sequer 100 ml de alimentação a cada 24 horas por uma sonda enteral, não
consegue deambular e está exausta do processo de doença. Está ciente de que seu fim está
próximo e está conformada com a ideia. Pede aos filhos que retirem a sonda enteral e inclusive
o acesso venoso (as veias estão frágeis e ela está sendo puncionada várias vezes ao dia para
manter um mínimo de hidratação). A família pede sua orientação como acompanhante do caso.

3 Caso.

 Paciente solicita o seu prontuário de atendimentos nutricionais. Porém, o nutricionista que o


atendeu não atua mais neste local. Você solicita os registros ao nutricionista, que se nega a
fornecê-lo. Qual sua conduta?

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