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INTRODUÇÃO PNTN
A triagem neonatal é uma metodologia de rastreio que se O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) – criado
baseia na identificação precoce – numa população pela Portaria GM/MS nº 822 do dia 6 de junho de 2001 –
assintomática e com idade de 0 a 28 dias de vida – de consiste em um programa de rastreamento populacional que
indivíduos que estão sob risco de desenvolver determinada tem como objetivo principal identificar distúrbios e doenças
doença metabólica, genética, enzimática ou no RN em tempo oportuno para a intervenção adequada,
endocrinológica; e que, portanto, se beneficiaram de uma além de garantir tratamento e acompanhamento contínuo aos
investigação adicional, de ações preventivas ou de medidas pacientes com diagnóstico positivo, visando a redução da
terapêuticas imediatas. Além disso, ela engloba o morbimortalidade e a melhoria da qualidade de vida. Sendo
gerenciamento dos casos positivos e o acompanhamento da assim, fundamentando-se no princípio da equidade, a missão
criança durante o processo de tratamento. do PNTN é promover a triagem neonatal no âmbito do SUS,
com foco na prevenção, intervenção precoce e
Considerações: acompanhamento permanente dos doentes.
+ A triagem pressupõe a capacidade de alterar a história
natural da doença em indivíduos pré-sintomáticos FASES DE IMPLANTAÇÃO
(mediante o tratamento em tempo oportuno), evitando-se Devido à existência de diferentes níveis de organização nas redes
sequelas e até mesmo a morte. assistenciais presentes nos estados brasileiros, assim como pela
+ Os testes de triagem objetivam o diagnóstico presuntivo, grande variação do percentual de cobertura dos nascidos vivos
indicando, portanto, impressão, suspeita ou probabilidade. pela triagem neonatal, o PNTN teve que ser implantado em
Dessa forma, um rastreio positivo não é sinônimo de fases. Além disso, sua implementação também levou em conta a
diagnóstico confirmado, sendo empregados para tal testes diversidade das características populacionais existentes no Brasil.
mais específicos. ❖ Fase I: fenilcetonúria + hipotireoidismo congênito (2001)
+ Os principais critérios para a inclusão de doenças na ❖ Fase II: inclusão da anemia falciforme e outras
triagem neonatal são os seguintes: hemoglobinopatias (2008)
✓ Doenças que quando não tratadas levam a ❖ Fase III: inclusão da fibrose cística (2013)
consequências graves ❖ Fase IV: inclusão da hiperplasia adrenal congênita +
✓ Doenças com prevalência relevante naquela população; deficiência de biotinidase (2014)
✓ Doenças que têm um período pré-sintomático
relativamente prolongado (uma vez que o objetivo da TESTE DO PEZINHO
triagem é o rastreio, e não o diagnóstico)
✓ Doenças com detecção possível (tanto em termos de
tecnologia quanto de viabilidade da coleta)
✓ Doenças que tem disponibilidade de tratamento, com
bons resultados obtidos com a intervenção precoce
✓ Doenças cujo custo total do processo – incluindo o
diagnóstico e o tratamento dos pacientes diagnosticados
– é economicamente equilibrado (custo-benefício)
Deficiência de biotinidase
→ O que é: A deficiência de biotinidase é um distúrbio
autossômico recessivo causado por um defeito no
metabolismo da biotina [vitamina B7] que resulta na
deficiência de biotina endógena, seja devido à incapacidade
do organismo de reciclar a biotina ou de usar a biotina ligada
à proteína fornecida pela dieta.
*Atenção: De acordo com os níveis de biotinidase, pode-se
classificar a doença em diferentes níveis de gravidade
▪ Deficiência profunda = atividade enzimática < 10%
▪ Deficiência parcial = atividade enzimática entre 10 e 30%
→ Epidemiologia: A prevalência da deficiência de biotinidase no
Brasil ainda não é definida. Mundialmente, ela acomete 1 a
cada 61.067 nascidos vivos.
→ Quadro clínico: Clinicamente, a deficiência de biotinidase
pode envolver manifestações que incluem: déficit intelectual,
retardo no DNPM, convulsões, microcefalia, hipotonia
muscular, ataxia, dermatites e alopecia. Nos pacientes com
diagnóstico tardio podem ser observados distúrbios visuais e
auditivos e atraso motor e de linguagem.
→ Tratamento: O tratamento da deficiência de biotinidase é
preconizado para quadros moderados e graves, baseando-
se no uso de biotina na dose de 10 mg/dia.