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METABOLISMO
ERROS INATOS DO
METABOLISMO
Alteração genética que leva a Doenças
Metabólicas Hereditárias (DMH), as quais são
causadas por DEFICIÊNCIA OU AUSÊNCIA DE
ATIVIDADE de uma ou mais enzimas específicas,
ou DEFEITOS NO TRANSPORTE de proteínas.
Nas centenas de DMH descritas, as manifestações
clínicas e bioquímicas são relacionadas a
ACÚMULO, DEFICIÊNCIA OU SUPERPRODUÇÃO
de produtos ou substrato do metabolismo normal;
PADRÕES DE HERANÇA
Existem quatro padrões de herança que são mais comuns nos EIM:
• autossômico recessivo: As maiorias das DMH → 25% de risco para a doença a cada gestação.
• mãe e o pai devem ser portadores do gene defeituoso.
• autossômico dominante;
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DE
AMINOÁCIDOS (OU AMINOACIDOPATIAS)
FENILCETOTONÚRIA
FENILCETOTONÚRIA
❑As hiperfenilalaninemias (HFA) são um grupo de alterações no
metabolismo da fenilalanina (FAL), que produz um ACÚMULO da
mesma no sangue, e que são associados a uma ↓ do nível
plasmático de tirosina (TIR).
❑Autossômica recessiva;
❑ Mutações no gene localizado no cromossomo 12q22-q24 que
codifica a enzima hepática fenilalanina-hidroxilase (FAH).
❑A deficiência ou total ausência da FAH impede a conversão
hepática de fenilalanina em tirosina, causando acúmulo de FAL no
sangue e em outros tecidos (cérebro, por exemplo).
METABOLISMO DA FENILALANINA
https://safe.org.br/depoimento-de-um-jovem-com-fenilcetonuria/
SINAIS CLÍNICOS
❑Os níveis de FAL no sangue e a idade de início do tratamento influenciará na intensidade dos sintomas, no grau
do retardo mental e nas lesões cerebrais
❑Pacientes são assintomáticos antes de passarem a receber alimentos que contenham FAL (leite materno ou
fórmulas infantis próprias para a idade).
❑Se não for detectada pelo teste de triagem neonatal só irá manifestar-se clinicamente em torno do 3o ou 4o mês
de vida.
❑Sinais: perda de interesse pelo que rodeia a criança, convulsões, espasmos frequentes, atraso global do desenvolvimento
neuropsicomotor, irritabilidade ou apatia, hiperatividade, alterações cutâneas (eczema), anormalidades no eletroencefalograma, cheiro
característico da urina, da pele e dos cabelos e padrão errático do sono.
IMPORTANTE!
Mesmo pacientes tratados desde as primeiras semanas de vida e com o bom controle
metabólico inicial, mas que perderam esse controle na última infância ou na vida adulta, podem
sofrer consequências neuropsiquiátricas IRREVERSÍVEIS.
DIAGNÓSTICO
Triagem neonatal "teste do pezinho“
obrigatória em todo o território nacional.
Nos recém-nascidos a termo, a amostra deve
ser coletada o mais perto possível da alta,
entre o segundo e o quinto dia de vida.
Proibidos
Carnes, peixes, mariscos, ovos, leite e derivados, pão, pastelaria, frutos secos,
leguminosas, aspartame e todo alimento que os contenha
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMzJmZTMzMmQtM2MzMS00Yjk3LTg2MTMtZDlkN2Q0OGI0MWMxIiwidCI6ImI2N2F
mMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9
https://safe.org.br/o-que-e-fenilcetonuria/
TERAPIA NUTRICIONAL
* Recomendações de proteína para indivíduos que consomem fórmula metabólica como principal fonte proteica, considerando a menor biodisponibilidade de aminoácidos
desta fonte, já considerando perdas de aminoácidos.
HOMOCISTINÚRIA
HOMOCISTINÚRIA
❑Deficiência de cistationina-betassintase (CβS), que atua no
metabolismo da metionina. → aumento plasmático de homocisteína
❑Autossômica recessiva.
❑O comprometimento da atividade da segunda enzima pode ser
causado por falha na síntese de CH3-B12 a partir da vitamina B12 ou
por uma deficiência na 5,10-metilenotetra-hidrofolato redutase, bem
como por mutações na apoenzima CbS.
❑2014: prevalência no mundo de 1,09:100.000 quando o diagnóstico
foi realizado por MS e 0,82:100.000 utilizando-se os critérios clínicos.
SINAIS CLÍNICOS
❑Por ter caráter lento e progressivo, os recém-nascidos não costumam
apresentar manifestações clinicas;
❑Ectopia lentis (deslocamento da lente ocular) e/ou miopia grave;
❑Anormalidades esqueléticas (Ex: altura excessiva e escoliose);
❑Osteoporose;
❑Tromboses intravasculares: Níveis ↑ homocisteína → ↑ chances de
desenvolvimento de coágulos no sangue → AVE, parada cardíaca e
trombose venosa;
❑Atraso no desenvolvimento e deficiência intelectual.
DIAGNÓSTICO
Recomenda-se a dosagem da HcyT acompanhada de análise de
aminoácidos plasmáticos.
Se a HcyT estiver abaixo de 100 µmol/ℓ (normal: < 15 µmol/ℓ),
acompanhada de metionina alta ou no limite superior, o
diagnóstico se torna muito provável.
TRATAMENTO
❑Doses farmacológicas devem ser tentadas em todo paciente com
hipermetioninemia e homocistemia. Sabe-se que algumas mutações respondem
à medicação (já foram descritas 214 mutações no gene CBS):
❑Pacientes responsivos à piridoxina: cloridrato de piridoxina + ácido fólico;
❑Pacientes parcialmente responsivos: cloridrato de piridoxina + ácido fólico +
dieta com restrição de metionina + fórmula metabólica isenta de metionina;
❑Pacientes não responsivos à piridoxina: dieta restrita/pobre em metionina
+ combinação de suplementos vitamínicos (B6, folato, B12) e betaínas
❑Em estudo: Suplementação com betaínas (120 a 150 mg/kg/dia – dividida
em 3 doses) em pacientes que não respondem à vitamina B6.
TERAPIA NUTRICIONAL
Objetivos:
■Reduzir os níveis de Homocisteína;
■Manter níveis de Homocisteína abaixo de 100 mmol/ℓ (o recomendado seria manter entre
70 e 80 mmol/ℓ)
■Manter concentração de metionina dentro do recomendado (20 a 40 µmol/ℓ)
■Manter concentração plasmática de cistina dentro da faixa de normalidade (47 a 87
µmol/ℓ)
■Manter bom estado nutricional ou melhorar o estado nutricional do paciente;
■Prevenir o catabolismo proteico;
■Prevenir fenômenos tromboembólicos;
■Fazer dieta pobre em metionina e, quando necessário, rica em cistina.
TERAPIA NUTRICIONAL
A dieta é complexa e difícil, e a baixa adesão é comum.
Dieta com restrição de metionina.
Mesmo se a restrição dietética for iniciada tardiamente, ainda assim haverá redução
do risco de complicações adicionais e melhora do comportamento e da ocorrência de
convulsões.
Grupos de
alimentos Galactosemia clássica (> 5 mg de galactose)
Leite e derivados Todos os tipos de leite: integral em pó, desnatado e semidesnatado, condensado, creme
de leite, queijos em geral
Gorduras Manteigas e margarinas que contenham leite
Carnes Vísceras (fígado, coração, moela, rim)
Frutas Caqui, abacaxi, mamão, kiwi, melancia e damasco
Vegetais Tomate, salsa e abóbora
Leguminosas Feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico
Sobremesas Chocolate, cacau, bolo, flã, sorvete, manjar, doce de leite
Açúcares Geleias com frutas proibidas
• Alguns queijos maduros, como gouda, emmenthal ou gruyère, não contêm galactose (devido ao processo de fermentação)
tornando-se uma fonte importante de cálcio na alimentação;
• É importante orientar a família sobre a leitura de rótulos de alimentos industrializados e medicamentos;
• Evitar alimentos em conserva com aditivos ou conservantes de que não se conheça a composição.
Diferenças na dieta por idade.
Alimentos Recém-nascidos, primeira infância Pré-escolares, adolescentes, adultos
Pão Permitido: preparação caseira Esporadicamente: comprado em padaria ou
caseiro
Chocolate amargo Probidos: cacau e chocolate Permitidos: cacau puro e chocolate amargo
Ovos Proibidos: exceção em biscoitos sem Máximo de dois por semana, com base na
lactose presença de galactolipídios
Frutas Proibidas: caqui, manga, mamão, amora, Permitidas
figo, ameixa, goiaba
Galacto-oligossacarídios Permitidos: fibra que não é digerida Permitidos: fibra que não é digerida
Vegetais Proibidos: tomate, beterraba, lentilha, Permitidos
feijão, grão-de-bico, ervilha
Queijo Proibido Tipos específicos são
permitidos: cheddar, emmenthal, gouda, grana
padano, gruyère, parmesão
Frutas secas Proibidas: avelã, castanhas, gergelim em Permitidas
grandes quantidades
Produtos de soja Proibidos Permitidos: todas as bebidas à base de soja
Sementes Proibidas em grandes quantidades Permitidas
Temperos Proibidos Permitidos no preparo de alimentos