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ERROS INATOS DO METABOLISMO

J. M. Marin
Genética
INTRODUÇÃO

• Erro inato do metabolismo (EIM) é um termo aplicado a


um grupo de doenças geneticamente determinadas,
decorrentes de deficiência em alguma via metabólica que
está envolvida na síntese (anabolismo), transporte ou na
degradação (catabolismo) de uma substância.

• Existem mais de 500 tipos de EIM

• São doenças raras


– 1:2.500 nascidos vivos
Definição
• determinadas geneticamente
• defeito enzimático
• bloqueio de uma determinada rota metabólica
• A conseqüência deste bloqueio é: o acúmulo do
substrato , a deficiência do produto da reação, o
desvio do substrato para uma rota alternativa
• O quadro clínico é decorrência destas
consequências
Vias Metabólicas
enzim
NORMAL a
substrato produto

DEFEITO
enzima
ENZIMÁTICO
produto
substrato
produto
rota alternativo
alternativa
Enzimas diferentes funcionam na
mesma área de metabolismo

Enzima 1
• As enzimas 1, 2 , 3 e 4
atuam conjuntamente
para gerar o Produto Enzima 2
final.
• Na ausência de qualquer
uma destas enzimas o Enzima 3
defeito será o mesmo:
falta do Produto final
• Logo a clínica será a Enzima 4 Produto final
mesma!
Doenças diferentes originam-se por
defeitos de uma mesma enzima

Produto 1
• A enzima Y atua
em 4 rotas
metabólicas, que
Produto 2
produzem
produtos Enzima Y
diferentes
Produto 3
• Logo, na ausência
da enzima Y todos
os 4 produtos
estarão ausentes, Produto 4
o que resulta
numa mesma
clínica
Complexidade de vias metabólicas
Quando suspeitar de EIM?

SINAIS DE DEGENERAÇÃO DO SNC


• Desaceleração e parada do desenvolvimento
psicomotor
• Ocorrência de sinais neurológicos anormais
(ataxia, espasticidades, convulsões)
• Progressão de piora inexorável
Manifestações clínicas

• Variadas, desde assintomáticos(glicosúria


renal) até fatais ( defeitos no ciclo da uréia)

• Parecem com doenças comuns (septicemia)

• Podem aparecer ao nascimento ou na infância

• Pode ter qualquer sintoma


Sinais e Sintomas
• São um alerta para se pensar na etiologia de um EIM

• Quadro de intoxicação aguda


– Vômitos
– Desidratação
– Acidose metabólica
– Alcalose respiratória
– Hipoglicemia ou hiperglicemia
– Hepatomegalia
– Icterícia
– Hiperamonemia
– Letargia
– Coma
Mecanismos de herança

• Herança autossômica recessiva


– Só ocorre em homozigotos (dois genes mutantes em um determinado
locus cromossômico)
• Para herdar a doença o afetado tem de receber um alelo mutante
tanto do seu pai quanto da sua mãe

• Herança ligada ao X

• Afeta igualmente ambos os sexos


Achados clínicos precoces mais
comuns em 90 erros metabólicos
Achado N° de doenças
Retardo ou regressão 31
neurológicas
Hepatomegalia 27

Retardo do crescimento 25

Convulsões 24

Vômitos, letargia 20
Diagnóstico
• Efetivo feito pela determinação da atividade
enzimática - muito caro - só quando há
suspeita
• Diversidade de efeitos- dificuldade
• Usa-se testes de triagem (urina, sangue)- falso
positivo
Amniocentese
Amniocentese
Tabela com EIM que podem
ser detectados
Doenças pesquisadas com
sondas de DNA
Estratégias de tratamento dos EIM

• Restrição alimentar
• Reposição
• Desvio
Restrição alimentar

• não ingerir o substrato


• altamente eficaz
• Requer o cumprimento vitalício de uma dieta
restrita, artificial e cara
• Exemplo : hiperfenilalaninemia (PKU),
Reposição

• administrar a enzima ausente


• É a forma que tem mais êxito no tratamento
• Mas existem poucas doenças tratáveis por
este mecanismo
• Exemplo: Doença de Gaucher tipo I e
mucopolissacaridoses
Desvio

• Consiste em desviar a rota metabólica alterada para


uma rota alternativa desde que o produto da rota
alternativa não seja tóxico
• Exemplo : distúrbios do ciclo da uréia
• benzoato de sódio+amônia=hipurato.
Cerca de 500 EIM conhecidos → agrupados pelos seus metabólitos; vias metabólicas;
função enzimática ou envolvimento de organela

DIS TÚB IOS DO M E TA B O LIS MO

CA RB O IDRA TO S A M INO Á CIDOS A RM A ZE NA M ENTO LIPÍDE OS


G ALA CTOS E M IA CLÁS SICA FE NILCE TO NÚRIA D. TA Y-S A CHS
D. von G IE RKE A LCA P TO NÚRIA D. G A UCHE R
D. P O M PE HO M O CISTINÚRIA , A LBINIS MO

TRA NS P O RTE E M . M INE RAL M UCO P O LISS A CARIDO SE CO LE S TE ROL


CIS TINÚRIA D. HURLE R HIPE RCO LES TERO LE M IA
D. W ILS ON D. HUNTE R FA MILIAL
S . M O RQ UIO

P URINAS
D. LE S CH-NYHA N
Distúrbios Metabólicos Hereditários
Erros Inatos do Metabolismo
Distúrbios Metabólicos Hereditários
Erros Inatos do Metabolismo
Doenças de metabolismo
intermediário
• Cistinúria
• Fenilcetonúria
• Tirosinemia
AMINOACIDOPATIAS
• Homocistinúria
• Alcaptonúria
Alcaptonúria

• Garrod (1902): 1a. Doença metabólica - AR

ALCAPTONÚRIA
• Conceito de EIM: distúrbios determinados
geneticamente que afetam as vias metabólicas
da biotransformação no organismo:
AMINOÁCIDOS-ALCAPTONÚRIA

• Ausência de homogentisato oxidase


• Defeito no catabolismo da
TIROSINA Acúmulo de Substrato

ácido homogentísico ácido maleilacetoacético


(alcaptona)

acúmulo depósito nas excreção na urina


no sangue cartilagens (oxida  escura)
(ocronose:orelhas, nariz,
bochechas, escleróticas azuis)
Artrite fralda preta
Alcaptonúria
Alcaptonúria

• Teste da fralda: adicionar na urina cloreto


férrico  verde escuro (ácico fenilpirúvico)

• Triagem neonatal: Teste do pézinho (3-4 dias


após nascimento) – dosagem da fenilalanina
no sangue

Diagnóstico precoce até 6 meses e dieta pobre em fenilalanina


(300-500 mg de fenilalanina/dia) até 7 anos de idade ou tempo
indeterminado
Alcaptonúria

• Manifestação tardia: ~
30 anos
• Tratamento: ingestão
reduzida de fenilalanina
e tirosina
Fenilcetonúria

Proteína da dieta
Proteínas teciduais

melanina
Proteínas teciduais fenilalanina tirosina
tiroxina

Fenilalanina catecolaminas
hidroxilase
Acido fenolpirúvico
Metabolismo da fenilalanina
Fenilcetonúria
PKU
• Definição
– Doença metabólica que resulta da deficiência da enzima
fenilalanina hidroxilase hepática, que converte o
aminoácido fenilalanina em tirosina, a qual é precursora
da dopamina e da noradrenalina.
– Herança autossômica recessiva
• Incidência
– 1:11.000 nascidos vivos
• Diagnóstico
– “Teste do pezinho”
• triagem com cloreto férrico em pequenas amostras de
sangue
Teste do pézinho

Pelo SUS:
fenilcetonúria,
hipertiroidismo
congênito,
homoglobinoptias
Metabolismo da L-fenilalanina

• Aminoácido essencial, e sua fonte é a alimentação ou o


catabolismo proteico.
• Apenas pequena parte é usada para a síntese de proteínas, a
maior parte é oxidada em tirosina e uma porção menor em
outros metabólitos (ácido fenilpirúvico)
• É convertida em tirosina pela enzima fenilalanina hidroxilase
(PHA) tendo como cofator a tetraidrobiopterina (BH4)
– A PHA consiste de dois componentes, um dos quais é lábil
e só é encontrado no fígado  este sistema é afetado na
fenilcetonúria
Quadro clínico
• Tanto a deficiência de PAH quanto o defeito do seu cofator BH4 promoverão o
aumento da L-fenilalanina e seus metabólitos secundários no sangue e nos
tecidos, levando aos principais sinais e sintomas da doença:
– Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
– Hiperatividade
Pacientes com diagnóstico
– Convulsões
precoce e tratado
– Odor característico na urina e suor adequadamente podem
– Comportamento agressivo ou tipo autista apresentar algum déficit
– Hipotonicidade muscular como atenção e percepção
– Tremores
– Microcefalia
– Hipoplasia dentária Necessidade de
continuidade da dieta,
com controle rígido por
toda a vida
Classificação
Atividade Fenilalanina Tratamento
enzimática sanguínea

Fenilcetonúria < 1% > 20 mg/100 ml Sim


clássica

Fenilcetonúria leve 1% a 3% 10 – 20 mg/100 ml Sim

Hiperfenilalaninemia > 3% < 10 mg/100 ml Não há


permanente necessidade
Tratamento dietoterápico

• Tratamento por toda a vida !

• Dieta:
Oferta de alimentos pobres em fenilalanina, porém
com níveis suficientes deste aminoácido para
promover crescimento e desenvolvimento
adequados.
Tratamento dietoterápico

• Retiram-se da dieta:
– Alimentos ricos em proteína de origem animal e
vegetal
– Fontes Proteicas contém de 2,4% a 9% de fenilalanina
• Suplementação com fórmulas especiais
Fórmulas que contém uma mistura de aminoácidos e
isenta de fenilalanina, para suprir a necessidade de
proteína
• Suplementação com tirosina
Tratamento dietoterápico

O leite materno pode ser


associado a leites especiais,
desde que respeitada a
quantidade recomendada de
ingestão de fenilalanina
Hiperfenilalaninemias
Homocistinúria

• EIM dos aminoácidos que contém enxofre (sulfurados)


• Herança autossômica recessiva
• Incidência rara
– 1:58.000 a 1:100.000
• Causa:
– A principal causa é a deficiência da enzima cistationina -
sintetase (CBS) necessária ao catabolismo do aminoácido
essencial Metionina.
Envolve alterações no metabolismo da homocisteína
(HCTY) e também por deficiências em cofatores
vitamínicos.
Homocistinúria
PERIGO!!!! Aumento dos níveis séricos
Quadro clínico
Comprometimento:
• Sistema ocular
– Deslocamento ou luxação do cristalino, glaucoma, miopia
• Sistema esquelético
– Alterações esqueléticas são frequentes com: Osteoporose e outras anormalidades
(deformação torácica, membros longos, escoliose, tendência a fraturas patológicas)

Características físicas:
– Indivíduos altos e magros (dificuldade para ganhar peso)

Comprometimento:
Sistema vascular
- O aumento da Homocisteína leva a lesão endotelial (com aumento da proliferação muscular lisa, formação
da placa de ateroma; além de Aterosclerose prematura, risco de alterações na coagulação com TVP (trombose
venosa profunda), tromboembolismo pulmonar, AVC...

Sistema Nervoso
- Deficiência mental (50% dos pacientes), crises epilépticas, distúrbios psiquiátricos
Obs.: Parece que o aumento da HCTY cerebral provoca uma ação neuroexcitatória e epileptogênica
Diagnóstico

• Precoce
– Teste do pezinho
• Bioquímico
– Elevação dos níveis de Homocisteína sérica / Homocistina
e Presença de Homocistina e Metionina na urina (menos
comum pois os rins são capazes de reabsorver a
metionina)
• Enzimático
– Dosagem da atividade da enzima CBS (cistationina -
sintetase)  mostrando atividade nula (homozigotos) e <
50% nos heterozigotos)
Tratamento dietético

• Suporte Nutricional:
4) Manter o estado nutricional adequado
5) Prevenir catabolismo proteico
6) Prevenir fenômenos tromboembólicos

– Suplementação com fórmulas especiais


AMINOÁCIDOS - ALBINISMO ÓCULO-
CUTÂNEO (AR)
• Ausência do produto final

• Defeito no metabolismo da MELANINA

Deficiência de Tirosinase

acúmulo ausência
Tirosina Melanina
(pele, mucosas, cabelos
e olhos)
Albinismo
Doenças do ciclo da uréia
DCU
• Ciclo da uréia
 via final da excreção de compostos nitrogenados não
utilizados no metabolismo.

• Uréia
 produzida a partir da amônia no processo conhecido como
detoxificação hepática
 Não é excretada pelo rim e o aumento dos seus níveis é
extremamente danoso e prejudicial ao organismo por sua
neurotoxicidade
Doenças do ciclo da uréia

• O processo que transforma a amônia em uréia depende de 6 enzimas


• Carbamil fosfato sintetase (CPS)
• Ornitina transcarbamilase (OTC)
• Argininosuccinato sintetase (AS)
• Argininosuccinato liase (AC)
• Arginase (A)
• N-acetilglutamato (NASG).

• As DCU são causadas pelo déficit de uma das enzimas


referidas e caracteriza-se pela tríade:
– Encefalopatia, Alcalose respiratória e Hiperamoniemia
Doenças do ciclo da uréia

• Doença autossômica recessiva


– Exceto o déficit de Ornitina transcarbamilase (OTC) cuja
transmissão se encontra ligada ao cromossomo X
(mulheres afetadas pela deficiência de OTC podem
apresentar um quadro mais brando)
• Incidência - 1:8.000 a 1:30.000 nascidos vivos

• As DCU podem manifestar-se em qualquer idade, porém, o


período neonatal, a infância e a puberdade são os períodos
mais comuns, onde o stress metabólico e a infecção podem
precipitar situações de catabolismo proteico
Manifestações
• Os primeiros sinais podem aparecer com meses ou anos de vida e
ocorrem em surtos nos quais os sintomas são devidos ao  da amônia
– Perda de apetite
– Vômitos
– Letargia
– Alteração de comportamento
– Irritabilidade
– Confusão
– Cefaléia
– Ataxia Em quadros crônicos são descritas:
- Insônia, alucinações e psicoses
Tratamento Dietético

• Objetivo:
 Fazer a depuração da amônia

 Estabilizar as alterações metabólicas

 Evitar catabolismo proteico

 Evitar agravos neurológicos

 Aporte nutricional para garantir o crescimento e


desenvolvimento
Tratamento

• Tratamento dietético
– Restrição de proteínas na dieta
Obs.: A implementação de uma dieta hipoproteica justifica-
se pelo fato da produção e excreção fisiológicas de ureia
aumentarem linearmente com a ingestão proteica
– Prescrição de aminoácidos essenciais
– Suplementação de L-carnitina (50 a 100mg/kg/dia) – Em
virtude da restrição proteica e colabora para  amonemia
– Suplementação de arginina ou citrulina (exceto na
deficiência de arginase)
– Suplementação com fórmulas metabólicas especiais
METABOLISMO DAS PURINAS

• Síndrome de Lesch-Nyhan
Lesh-Nyhan
METABOLISMO DAS PURINAS

• Síndrome de Lesch-Nyhan (XR): defeito no


metabolismo das purinas  superprodução de
purina  excesso de ácido úrico

• Defeito enzimático: deficiência da enzima


Hipoxantina Fosforibosil-Transferase (HPRT)
regulação na síntese de purinas  converte

Guanina e Hipoxantina respectivos nucleotídeos


Produção de Ácido úrico
QUADRO CLÍNICO

•  ácido úrico no sangue


• Gota e cálculo renal
• cristais de urato nas articulações,
cartilagem e ouvido externo
• paralisia cerebral - RM
• auto-agressão e auto-mutilação
• Tratamento: Alopurinol
Sindrome de Lesch-Nyhan
automutilação
Doenças de intolerância a açucares

• Galactosemia clássica
INTOLERÂNCIA • Deficiência de galactoquinase
AOS AÇÚCARES • Deficiência da epimerase
• Intolerância hereditária a frutose
Galactosemia
• Herança autossômica recessiva
• A galactosemia é um erro inato do metabolismo,
caracterizado por uma inabilidade em converter
galactose em glicose da maneira normal.
• O resultado imediato é o acúmulo de metabólitos da
galactose no organismo, que passa a ter níveis
circulantes elevados e tóxicos, principalmente para o
fígado, cérebro e olhos.
• A incidência desse tipo é de 1:50.000 neonatos
Galactosemia

• A lactose do leite é a principal fonte de galactose na dieta.


• A hidrólise da lactose resulta em glicose e galactose.
• O principal passo do metabolismo da galactose, em humanos,
é a conversão de galactose em glicose
• A principal via metabólica para utilização da galactose,
envolve 3 enzimas:
– Galactose-1-fosfatase (GALT)
– Galactoquinase (GALK)
– Uridil-difosfato-galactose-4’-epimerase (GALE)
Intolerância aos açúcares-
galactosemia clássica
Galactosemia
A principal enzima deficiente é a GALT

Esta disfunção leva ao acúmulo de galactose 1-fosfato impedindo a formação


de glicose-1-fosfato que entraria na glicogenólise (degradação do glicogênio).

• Galactosemia clássica
– Após alguns dias recebendo leite materno ou fórmula contendo
lactose, a criança afetada apresenta:
• Sucção débil, baixo ganho ponderal, hipoglicemia, alterações
hepáticas, diátese hemorrágica, icterícia, hiperamonemia
(casos + graves).
• Catarata neonatal – manifestação considerada clássica, mas
ocorre apenas em 10% dos pacientes nesta idade
Galactosemia
• Diagnóstico
– Triagem neonatal
• Não é oferecida na rede pública brasileira
• Tratamento dietético
– Restrição de Lactose e galactose
– Dieta enteral, com triglicerídeos de cadeia média (TCM) e
sem galactose
– Após estabilização do quadro – usar fórmulas a base de
soja, enriquecidas com cálcio
Galactosemia
Galactosemia
Frutosemia
• Transtorno autossômico recessivo do metabolismo da
frutose  comprometimento na utilização de frutose
pelo organismo
• Causa:
– Deficiência da enzima frutose 1,6-bifosfato aldolase
(Aldolase B) resultando no acúmulo de frutose-1-
fosfato
• Incidência
– 1:20.000
Frutosemia
• Frutose: carboidrato muito comum na natureza
– Monossacarídeo
• Frutas, vegetais e mel
– Dissacarídeo
• Sacarose (açúcar de cozinha)
– Trissacarídeo
• Rafinose (leguminosas)
– Tetrassacarídeo
• Estaquiose (leguminosas)
– Polímeros
• Inulina (chicória)
Fisiopatologia
• Frutose:
– Quando absorvida pelo intestino delgado (ID), é rapidamente utilizada
pelo organismo
– Metabolismo
• Ocorre principalmente no fígado, nos rins e ID visando a
transformação em glicose
– Deficiência de aldolase B
• Impede o transporte de frutose pela membrana intestinal
• O excesso de frutose não absorvida atua como agente osmótico
que absorve água para a luz intestinal
• A frutose não absorvida é fermentada no cólon por bactérias e
produz gases (metano, dióxido de carbono)
Quadro clínico

• Desconforto gastrointestinal
– Vômitos, diarréia, distensão abdominal e flatulência
• Hipoglicemia
A frutose-1- fosfato acumulada inibe a glicogenólise
e gliconeogênese, causando hipoglicemia severa, seguida
à ingestão de frutose
– Tende a não ser muito exacerbada
• Intoxicação hepática
– Hepatomegalia, icterícia, ascite, melena
• Intoxicação renal
DEFICIÊNCIA DE PROTEINAS SÉRICAS

• Doença de Wilson
• Acúmulo de cobre - Destilação de cachaça - alambique de
cobre
• Cobre: 95% ceruloplasmina
• 5% albumina
• Efeito: Depósito – fígado - cirrose
• - cérebro - retardo mental
Doenças Metabólicas Hereditárias

• • Grupo I - Catabolismo ou Síntese Macromoléculas


• Doenças de Depósito Lisossômico
• Esfingolipidoses
• Doença de Gaucher
• Doença de Fabry
• Doença de Niemann-Pick
• Doença de Farber
• Gangliosidoses: GM1; GM 2
• Leucodistrofia Metacromática
• Doença de Krabbe
• Mucopolissacaridoses
• Doença de Pompe
• Oligossacaridoses
LISOSSOMO
Doença de Depósito Lisossômico
• Deficiência enzimática leva ao depósito de
macromoléculas não degradadas e o gradual
aumento do lisossomo leva a disfunção celular e do
órgão

• Qual tecido será afetado e a idade que os sintomas


se desenvolvem, depende de quão importante é a via
de degradação em um dado tecido e em que estágio
do desenvolvimento se encontra
Doenças lisossomais

• Hurler
MUCOPOLISSACARIDOSES • Huler- Sacheie
• Scheie
• Tay- Sachs
• Doença de Fabry
ESFINGOLIPIDOSES
• doença de Gaucher
• Nieman-Pick
Doenças lisossomais

• MUCOPOLISSACARIDOSES ESFINGOLIPIDOSES
• acúmulo de -Acúmulo de algum
glicosaminoglicanos leva a lipídio
desorganização do tecido -Membranas celulares
conjuntivo(fígado, ossos, ( tecido nervoso)
córnea)
Mucopolisacaridoses
MUCOPOLISSACARIDOSE
• Armazenamento lisossômico de mucopolissacarídeos →
depositados e armazenados em diversos tecidos → hepatoesplênico,
nervoso, ósseo, cartilaginoso, glandular, cardiovascular, oftalmológico
• Mucopolissacarídeos ou Glicosaminoglicanas: cadeias de
polissacarídeos sintetizadas por células do tecido conjuntivo

unidades repetidas de dissacarídeos


degradação por enzimas específicas (lisossomos)
remoção em etapas de monossacarídeos na extremidade
da cadeia
• Defeito enzimático: deficiência de enzimas específicas →
degradação parcial e acúmulo nos lisossomos → detectados no
urSna (dermatan,heparan e ceratan sulfatos
SINDROME DE HURLER

• Fácies grosseira
• baixa estatura c/deformidades esqueléticas
• cifose-escoliose
• hipoacusia progressiva
• hipertricose
• cabelos e sombrancelhas grossas e espessas
• macroglossia
• hipertrofia dos lábios
• comprometimento intelectual progressivo
• Tratamento: transplante de medula óssea
SINDROME DE HUNTER

• Infecções respiratórias
• hérnia inguinal e umbilical
• facies grotesca
• baixa estatura
• limitação articular
• hepatoesplenomegalia
• surdez moderada
• comprometimento
intelectual moderado
Doença de Hurler
DOENÇA DE ARMAZENAMENTO
LISOSSÔMICO
• Armazenamento lisossômico de lipídeos:
-alteração no metabolismo de lipídeos → acúmulo
nos lisossomos → vísceras, cérebro e vasos
sanguíneos
-Gangliosidoses: D. Tay-Sachs
D. de Gaucher
• Armazenamento lisossômico de
mucopolissacarídeos:
-Mucopolissacaridoses: S. Hurler
S. Hunter
S. Morquio
LIPIDOSE OU GANGLIOSIDOSE

• Doença de Tay-Sachs: armazenamento de gangliosídeo


(GM2) → deficiência de Hexosaminidase A (segregada nos
lisossomos)

resíduo N-acetil--galactosamina terminal


(gangliosídeo)

• Gangliosídeos ou Glicoesfingolipídeos: forma de


esfingolípideos em que a estrutura básica é uma ceramida
ligada a uma cadeia polissacarídica
Metabolismo de gangliosideo
Hexosaminidase
Metabolização pela
Hexosaminidase A
Hexosaminidase A
• FARMACOGENÉTICA
Distúrbios Farmacogenéticos
Distúrbios Farmacogenéticos
Defeitos Metabólicos- Farmacogenética

• Sensibilidade ao suxametônio
• Suxametônio- Succinilcolina→ anestésico→ apnéia
• Enzima presente no soro- pseudocolinesterase

• Sensibilidade a primaquina
• Primaquina → droga antimalárica
• Glicose 6 fosfato desidrogenase (G6PD): enzima envolvida em
uma via secundária da glicólise em hemácias
• Efeito: anemia hemolítica aguda
Defeitos Metabólicos- Farmacogenética
• Álcool desidrogenase
• Álcool etilico→figado
• Variedades suíça e inglesa

• Acatalasia
• H2O2 → parte afetada → cor escura
• Água oxigenada (Peróxido de Hidrogênio – H2O2) →→→ Água
• Catalase
• Autosssômica recessiva – japoneses

• Ausência de catalase
• – flora normal forma peróxidos que são quebrados pela catalase
• - ausência de catalase → peróxido leva a irritação da mucosa e gangrena
• Gengivite ulcerativa e necrosante

• 1ª doença controlada pela biologia molecular / engenharia genética


Referências Bibliográficas
• Tabelas e figuras foram retiradas dos seguintes livros:

• Cohn, m. Robert; Roth, Kape . Biochemistry and disease. Ed. Williams e


Wilkins, 1996.
• Martins, Ana Maria. Erros Inatos do metabolismo-abrodagem clínica.
• Giugliani, Roberto. Erros inatos do metabolismo:uma visão panorâmica
• Marshall, William J.. Clinical Chemistry. 1995, Ed. Mosby
• Robinson, Wanyce Miriam; Borges-Osório, Maria Regina. Genética para
Odontologia, Artmed, 1ª Ed.
OBRIGADO !!!

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