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EXAMES BIOQUÍMICOS DE INTERESSE E


ROTINA NUTRICIONAL

Prof. Monique Mª L. S. do Amaral Aguiar


Parte da aula cedida pela Ma. Mariellena Fragoso e Marcela Jardim
 Exames laboratoriais utilizados em desnutrição proteica: hemograma completo, proteínas totais,
proteína ligadora de retinol, índice de creatinina-altura (ICA)
 Exames bioquímicos para avaliação e acompanhamento de doenças cardiovasculares: triglicérides,
colesterol total, HDL, LDL, VLDL, apoliproteína A, apolipoproteína B, índice de Castelli I, índice de Castelli
II.
Exames utilizados para acompanhamento de doenças endócrinas: glicemia, teste oral de tolerância à

glicose, insulina, hemoglobina glicada.
Exames para avaliação da tireoide: tiroxina (total e livre), triiodotironina, globulina ligadora de tiroxina
 (TGB), hormônio estimulador da tireóide (TSH).

Exames utilizados para acompanhamento de doenças renais: gasometria,uréia, creatinina, sódio, cálcio
 (total e iônico), potássio sérico, fósforo sérico, magnésio sérico, ácido úrico, oxalato, citrato, proteína,
filtração glomerular.
Exames laboratoriais para acompanhamento de doenças hepáticas: alanina aminotransferase (ALT);
 aspartato aminotransferase (AST), gama glutamiltransferase (GGT), bilirrubina.

Exames laboratoriais para acompanhamento de anemia: ferro, transferrina, ferritina, capacidade total
 de ligação do ferro.

Acompanhamento laboratorial de carências específicas advindas de cirurgia bariátrica e/ou outras


 desordens: vitamina B12, ácido fólico, cálcio total, cálcio iônico, ferro, zinco, sódio, fósforo, selênio, cloro,
vitamina A, vitamina C, vitamina E, vitamina K, vitamina B6, vitamina B2, vitamina D3.
Outros hormônios: ACTH, ADH, calcitonina, cortisol, FSH, GH, progesterona, prolactina e testosterona.

Outros exames: amilase, amônia, beta HCG, ceruloplasmina, frutosamina, gastrina, leptina, lipase,
 oxalato, tempo de protrombina.
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA
A CRITÉRIO MÉDICO
• AVALIAÇÃO E
ACOMPANHAMENTO DE DCV
• CONTROLE GLICÍDICO
• FUNÇÃO HEPÁTICA
FUNÇÃO RENAL
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CONTROLE
VEGETARIANISMO
VEGETARIANISMO
A B12 :deve ser sempre dosados em vegetarianos, e, principalmente,
veganos.
Maior fonte da vitamina ser de origem animal;

Ácido metilmalônico e homocisteína que mostra quando os estoques já


estão exauridos e a deficiência foi atingida.
Ácido metilmalônico: ácido dicarboxílico proveniente do ácido propiônico e
transformado em ácido succínico numa reação em que a vitamina B12 é um
cofator.

Homocisteína sérica

Lima,LC,Reis,NT.Interpretação de exames laboratoriais aplicados á nutrição Clínica.Rio de Janeiro:Editora Rubio,2012.


VEGETARIANISMO

• 25(OH)D
• Melhor marcador da deficiência de Vit D e da intoxicação exógena;
• Reflete com maior fidelidade suas reservas corporais;
• Relativamente estável, essa dosagem não recebe influência de hormônios
ou do Ca da dieta e deve ser realizada, inclusive, como rastreamento, uma
vez que a hipovitaminose pode estar presente mesmo com Ca, PTH e
calciuria normais.

• 1,25(OH)2D
• Indicado, juntamente com dosagem da 25(OH)D, em doentes renais
crônicos.
Suficiência: > 30 ng/mL
Insuficiência: 30-20 ng/mL
Deficiência: < 20 ng/mL
Deficiência grave: < 5 ng/mL

Torezan,EFG.Revisão das principais deficiências de micronutrientes no pós-operatório do Bypass Gástrico em Y de Roux International Journal of nutrology, v.6, n.1, p. 37-42, Jan/Abr 2013 37
Lupus, Diabetes, artrite
reumatóide, câncer.

Rev Bras Reumatol 2010;50(1):67-80


DEFICIÊNCIA:
Alterações no metabolismo
de cálcio materno e do
feto:
* hipocalcemia,
* hipoplasia do esmalte
dentário,
* osteomalácia materna,
* pré-eclampsia,
* resistência à insulina,
* diabetes gestacional,
* vaginose bacteriana
* aumento da frequência de
parto cesáreo.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

História clínica;

Exames
Exame físico;
bioquímicos;

Antropometria;
ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS

Dosagem de
proteínas
Reserva protéica plasmáticas Manutenção da
visceral (Concentração pressão oncótica
protéica total no
plasma)

Inespecíficas
Correlacionam-
Proteínas para marcadores
se com
viscerais do estado
morbimotalidade
nutricional
ESTADO NUTRICIONAL
DE PROTEÍNAS
HIPOPROTEÍNEMIA
ALBUMINA +
GLOBULINA
• Proteína Total • Desnutrição
• Hepatopatias
• Teste bioquímico de • Sindrome nefrótica
proteínas totais é a • Estados catabólicos
soma de todas as
proteínas presentes • Hipoalbuminemia
(APC)

O plasma contém muitos Valores de referência:


tipos de proteínas com
diferentes funções 6,4 a8,3 g/dL

Hipoproteinemia verifica-se em diversas situações patológicas como má nutrição e outras patologias que
envolvem principalmente a hipoalbuminemia. Alguns tipos de hipoproteinemia podem ser devidos a outros fatores
como a incapacidade ou redução de síntese, perda urinária ou idiopáticos.
Hiperproteinemia pode se verificar em algumas situações tais como a hemoconcentração (verificada na
desidratação), excesso de ingestão proteica, etc.
ESTADO NUTRICIONAL
DE PROTEÍNAS
Albumina
Proteína Meia-vida Valores de
plasmática referência

Transferrina

Albumina 14-20 dias 3,5–5,5 g/dL

Transferrina 8-9 dias 200-400 mg/dL


Pré-
albumina

Pré- albumina 2-3 dias 15,7-29,6 mg/dL

Proteína ligada 12 horas 2,6-7,6 mg/dL


Proteína
ligada ao ao retinol
retinol
ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS

Produção hepática
influenciada por
numerosos fatores
adicionais ao
• Albumina estado nutricional • Função hepática
• Perda de
• Relaciona-se proteínas;
com a doença • Hidratação
O uso da albumina (grande troca de
total na avaliação do fluídos)
estado nutricional é
questionável Infecção /
Inflamação
ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS

Baixa concentração Aumento da Várias condições


sérica de albumina morbimortalidade clinicas

Várias condições
clinicas
Linfoma

Cirurgia gastrointestinal
Doenças renais
Pneumonia

Câncer catabólico
Infecção por HIV
ESTADO NUTRICIONAL
DE PROTEÍNAS

ALBUMINA

• Franch – Arcas aponta a albumina sérica como um


excelente indicador do prognóstico de Risco Nutricional Uso da
alumina na
em diferentes situações clínicas. avaliação
nutricional

Baixo Mudanças
Baixas concentrações; custo na CMB
Patogênese da desnutrição protéico-calórica

Ingestão dietética inadequada  Síntese protéica Facilidade


de
dosagem
ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS

ALBUMINA

• Exerce importante papel na pressão osmótica


• Manifestações de edema  2,0 e 2,5 g/dL
• São consideradas alarmantes concentrações a baixo de 1,5 g/dL

Concentrações de albumina Classificação do Estado Nutricional


(g/dL)
> 3,5 Adequada
3,0-3,5 Depleção leve
2,4-2,9 Depleção moderada
<2,4 Depleção grave

Adaptado por Wallace (2003)


ESTADO NUTRICIONAL DE PROTEÍNAS

PROTEÍNA C REATIVA

 Sintetizada pelos hepatócitos;


 A principal função é mediar a fagocitose na imunidade inata;

• É uma das proteínas de fase aguda (PFA);


• As proteínas de fase aguda são aquelas cuja concentração sérica
aumenta ou diminui pelo menos 25% durante estados inflamatórios;
• Tem meia vida plasmática de 19 horas e mesmo após estímulo único,
como trauma ou cirurgia, pode levar vários dias até retornar a níveis
basais;
• Dessa forma, dosagens seriadas ao longo de vários dias são mais
úteis que resultados isolados.
ESTADO IMUNOLÓGICO
AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO

HEMOGRAMA

Exame utilizado para avaliar:


• Eritrócitos (série vermelha)
• Leucócitos (série branca)
• Plaquetas
ANEMIA
Incapacidade do organismo em
transportar O2 em quantidade suficiente
aos tecidos

 Hemoglobina (Hgb)

< 13/dL
< 12g/dL
< 11g/dL
Quadro clínico típico:
HGB*
HCT
Hemácias**
CLASSIFICAÇÃO

ETIOLÓGICA MORFOLÓGICA
CLASSIFICAÇÃO MORFOLOGICA

Microcítica

Macrocítica

Normocítica
SINAIS E SINTOMAS DA ANEMIA

RELACIONADO À RAPIDEZ DE INSTALAÇÃO DA REDUÇÃO DE HGB  HIPOXIA TECIDUAL

Leves/inespecíficos Anemia
crônica

Graves Anemia
aguda

GERAIS

Palidez cutaneomucosa
Fadiga; Polipneia
Astenia; Cansaço fácil
Dores musculares
Unhas quebradiças
Irritabilidade...
AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO

HEMOGRAMA

Exame utilizado para avaliar:


• Eritrócitos (série vermelha)
• Leucócitos (série branca)
• Plaquetas

Os leucócitos são células presentes no sangue responsáveis pela


defesa do organismo contra toxinas, vírus e bactérias.

Os leucócitos são as únicas células completas presentes do sangue,


pois possuem núcleo. São classificadas em: granulócitos (neutrófilos,
basófilos e eosinófilos), linfócitos e monócitos.
AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO

LEUCÓCITOS

• Exame indicado para diagnóstico ou acompanhamento de infecções


e inflamações, alérgicas ou leucêmicas.

• Situações de estresse, gravidez, exercício físico, alimentação e uso


de corticosteróides podem alterar os resultados.

Leucocitose: Aumento global do número de leucócitos. Pode ocorrer na


infecções, verminoses e processos crônicos.

Leucopenia: Baixas concentrações de leucócitos. Na maioria das vezes é


provocada pela neutropenia – diminuição de neutrófilos.
LEUCOGRAMA

• Neutrófilos: Prevenir/retardar a chegada de agentes infecciosos e


outros materiais estranhos (infecção bascteriana)
• Segmentados e bastão

• Eosinófilos: São atraídos para tecidos onde há invasão de parasitas ou


sítios de reações alérgicas.
• Basófilos: Liberam histamina, potente agente quimiotático para os
eosinófilos.
• Monócitos: Possuem > capacidade inata de fagocitose sem prévio
conhecimento do invasor. (infecções e reações alérgicas crônicas)
• Linfócitos: B e T. Resposta imunológica inata/ 1ª defesa (imediata) e
adaptativa (tardia). Vírus
AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO
• Os testes imunológicos mais utilizados na avaliação do EN são:

Contagem total de linfócitos (CTL) ou linfocitometria

• Indicador do estado nutricional que evidencia alterações bioquímicas


precocemente, antes das lesões celulares e/ou orgânicas.

• Pode estar aumentado nas infecções virais, agudas e doenças colagenosas


e diminuído com o uso de corticoesteróides e doenças relacionas à
deficiência do sistema imunológico.
AVALIAÇÃO DO ESTADO IMUNOLÓGICO

Contagem total de linfócitos (CTL) ou Linfocitometria

• Interpretação dos resultados:


ANÁLISE BIOQUÍMICA

1. Muitos testes bioquímicos são medidas objetivas do

estado nutricional;

2. Cuidado na interpretação dos resultados, pois podem

ser dependentes do estado da doença e das várias


modalidades de terapias médicas;

3. Melhor usar testes laboratoriais em série.


ANÁLISE BIOQUÍMICA
Fatores que podem afetar a validade das medidas:

a) Nenhum teste único é diagnóstico. Deve-se combinar dados


antropométricos e ingestão nutricional;
b) O “normal” é afetado pela idade, gênero, estado fisiológico e
circunstâncias ambientais;
c) Existem concentrações sanguíneas que refletem a ingestão
imediata de nutrientes enquanto outras refletem o estado a longo
prazo.TODOS os fatores que afetam a concentração devem ser
considerados;
d) Alguns testes são afetados por fatores não nutricionais, ex.:
estresse ou lesão;
ANÁLISE BIOQUÍMICA

a) Algumas drogas podem interferir significativamente com a análise


dos testes;

b) Pode haver variações diárias ou semanais no indicador. Uma


simples medida não pode ser considerada definitiva;

c) Testes diferentes podem dar resultados diferentes;

d) Um valor bioquímico para um nutriente pode ser influenciado pela


ingestão ou nível corpóreo de outro nutriente. Ex.: sódio sérico no
estabelecimento hospitalar.
ANÁLISE BIOQUÍMICA

• VANTAGEM
Diagnóstico precoce de alterações ou
manifestações orgânicas provocadas por deficiência e/ou
excesso de consumo alimentar;

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