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CAPITULO
munogenética •
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P

"Descobertas médicas,
IMUNIDADE HUMORAL INATA
Movem-se em poderosos saltos, Ü
Saltadiretoda gripecomum do passado Vários fatores solúveis estão envolvidos na imunidade inata; eles^
E nos fazem continuar." ajudam a minimizar os danos tissulares limitando a dispersão dc
Pam Ayers microrganismos infecciosos. Eles em geral são chamados átprotei-^
nas defase aguda eincluem aproteína C-reativa, proteína de ligação|i
àmanose eo componente sérico amilóide P, Os primeiros dois atu-,
am facilitando aligação deum dos componentes docomplemento,
C3b, à superfície do microrganismo, que se torna opsonizado^i
IMUNIDADE
(aprontado) para aaderência aos fagócitos, enquanto oúltimo liga^
enzimas lisossômicas aos tecidos conjuntivos. Além disso, as células
Osmicrorganismos, insetos e outros agentes infecciosos são mui
quando infectadas por um vírus produzem e secretam interferon,^
to mais numerosos que os da espécie humana, e semefetivos me
canismos dedefesa contra sua atividade aespécie humana sucum
que interfere na replicação viral reduzindo aestabilidade do RNA^
mensageiro (mRNA) e interferindo na tradução,
biria rapidamente. Osistema imunológico emtodas as suas formas
é nosso mecanismo de defesa, e para compreender os distúrbios
herdados de imunidade devemos primeiro compreender os fun Complemento
damentos da base genética da imunidade. Ocomplemento éuma série complexa de 20 oumais proteínas do plas
Osmecanismos dedefesa imunológica podem serdivididos em ma que interagem e podem serativadas pelas membranas celularesl"
dois tipos principais: imunidade inata, que inclui vários sistemas dos microrganismos invasores, no que échamado de via alternativa.^/^
inespecificos que nàorequerem ou envolvem um contato anterior Os vários componentes do complemento interagem em uma cascata
com oagente infeccioso, eaimunidade específica adquirida ou adap- específica, resultando em uma resposta inílamatória aguda pela ação^'
tativa, que envolve uma resposta imunológica ajustada que ocorre de mediadores liberados pelos mastócitos emacrófagos tissulares.^i
após a exposição a um agente infeccioso. Ambos os tipos podem Isto resulta em um aumento de permeabilidade vascular eaatração^—
envolver oua imunidade humoraly que combate as infecções extra- dos fagócitos no processo conhecido como quimiotaxia. Além disso,
celulares, oua imunidade mediada por células, que combate infec osúltimos componentes dacascata docomplemento geram umcom-
ções intracelulares.
plexo de ataque da membrana, que induzem defeitos na membrana^^
celular, resultando nalise dos microrganismos (Fig, 13.1).
Ocomplemento também pode ser ativado pela via clássica, pe-^"
Ia ligação do anticorpo ao antígeno (p. 185).
IMUNIDADE INATA

o primeiro tipo simples de defesa contra ainfecção é uma barrei IMUNIDADE INATA MEDIADA POR CÉLULAS
ra mecânica. Apele funciona namaioria dotempo como uma bar
reiraimpermeável, mas, além disso, opH ácido dosuoré inibidor Fagocitose ^
do crescimento bacteriano. As membranas que revestem as vias Os microrganismos são engolfados e digeridos pordois tipos prin-^8S
respiratórias e gastrointestinais são protegidas por muco. Nocaso cipais de células: neutrófilos polimorfonucleares ou macrófagos. Os^^
das vias respiratórias, uma outra proteção édada pelo movimento neutrófilos poHmorfonucleares sãoencontrados principalmente na •
ciliar, enquanto outros líquidos corpóreos contêm uma variedade corrente sangüínea, enquanto os macrófagos ocorrem primariamen-í®®
de agentes bactericidas, tais como as lisozimas nas lágrimas. Se um te em tecidos ao redor da membrana basal dos vasos sangüíneos no^^
organismo invade o corpo, a fagocitose e agentes bactericidas en tecido conjuntivo, pulmão,fígadoe revestimentodos sinusóides
184 tram em ação. baço e seios medulares dos linfonodos. Os antígenos de superfície^^
0#
IMUNOGENÉTICA 13

Via "clássica" Via "alternativa" capazes dc reconhecer e se ligar a antígenos de microrganismos


Reconhecimento Reconhecimento
infectantes, levando à ativação de fagócitos e início da via clássica
de complexos de bactérias do complemento, resultando na geraçãodo complexo de ligaçãoà
antigeno-anticorpo membrana (Fig. 13.1). A exposição a um antígeno específico re
Clqrs O :Í sulta na proliferação clonal de um pequeno linfócito derivado da
N» \C4 C3 J medula óssea (donde linfócitos "B"), resultando em células ma
m 'V. ,C2 duras produtoras de anticorpos ou pUwnócitos.
C3 C3a + C3b
Os linfócitos capazes de produzir anticorpos expressam em sua
Desgranulação de mastócitos
Quimiotaxia superfície cópias de imunoglobulina (Ig) as quais codificam, que
Opsonizaçlo atuam como um receptor de superfície para o antígeno. A ligação
do antígeno resulta, em conjunto com outras proteínas associadas
Ni C5
C6
à membrana, em transdução de sinal que levaà expansãoclonal e
># Complexo
C7 de ligação produção de anticorpos. Em princípio isto resulta na resposta pri
C8 à membrana mária com produção de IgM e subseqüentemente IgG. A reexpo-
C9 sição ao mesmo antígeno resulta no aumento dos níveis de anti
•# corpos em um curto período de tempo, conhecido como resposta
üse
•# secundária^ refletindo o que é conhecido como memória imunoló-
gica específica de antígeno.
Vias clássica e alternativa de ativação do complemento. {Adaptado
de PaulWE(ed,). 1993. Fundamental immunology. Raven Press.
Nev/York.) Imunoglobulinas
As imunoglobulinas, ou anticorpos, são uma das principais classes
de proteínas do soro. Sua função, tanto no reconhecimento da va-
^^nos microrganismos resultam em ser engolfados e fusionados aos riabilidade antigênica e nas atividades efetoras, foi inicialmente
_ grânulos do fagócito, sujeitando-os a ação de agentes bactericidas revelada pela proteína, e mais recentemente DNA, estudos de sua
"dos grânulos intracelulares, que contêm peróxido de hidrogênio, estrutura.
radicais hidroxila e oxido nitroso, levando a sua destruição.

Estrutura da imunoglobulina
Morte extracelular
A papaína, uma enzima proteolítica, quebra a molécula de imu
As células viralmence infectadas podem ser mortas por grandes
linfócitos granulares, conhecidos como células natural killer. Elas noglobulina contendo um sítio de anticorpo capaz de se combinar
com um antígeno específico e portanto chamado defragmento de
têm receptores de ligação a carboidratos em sua superfície celular
que reconhecem glicoproteínas de alto peso molecular expressas ligaçãodo antígenoou Fab. O terceiro fragmento pode ser cristali
na superfície da célula infectada como resultado do vírus coman zado e foi portanto chamado de Fc. O fragmento Fc determina as
dando as funções replicativas da célula. A ligação das células na funções biológicas secundárias das moléculas de anticorpo, ligan
tural killer a células infectadas resulta na liberação de vários agen do o complemento e receptores de Fc em vários tipos diferentes
tes: estes, por sua vez, resultam em dano à membrana da célula de células envolvidas na resposta imunológica.
infectada, levando à morte celular. A molécula de imunoglobulina é feita de quatro cadeias poli-
peptídicas: duas "leves" (L) e duas "pesadas" (H) com aproxima
damente 220 e 440 aminoácidos de tamanho, respectivamente. Elas
são mantidas juntas em forma de Y por pontes dissulfídricas e in
IMUNIDADE ESPECÍFICA ADQUIRIDA terações não-covalentes. Cada fragmento Fab é composto de ca
deias L ligadas a uma parte amino-terminal das cadeias H, en
Muitos organismos infecciosos têm, por meio de mutação e pres quanto cada fragmento Fc é composto apenas da porção terminal
•ü! sões seletivas, desenvolvido estratégias para superar ou escapar de carboxila das cadeias H (Fig. 13.2).
ecanismos associados à imunidade inata. Portanto há uma ne-
^^cessidade de ser capaz de gerar imunidade específica adquirida ou Isotipos de imunoglobulina. subclasses e idiotipos
adaptativa. Isto pode, como a imunidade inata, ser separado em
*^processos humorais emediados por células. Existem cinco tipos diferentes de cadeia pesada, chamadas respec
tivamente de 7, a, 8, e e cada uma respectivamente para as cin
co classes principais de anticorpos, ou o que é chamado de isotipos:
IMUNIDADE ADQUIRIDA ESPECIFICA
IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. A análise posterior revelou que as ca
HUMORAL
deias L são de um dos dois tipos, seja kapa (k) ou lambda (\), os
Os principais mediadores da imunidade adquirida específica hu- dois tipos de cadeia L ocorrendo nas cinco classes de anticorpos,
moral são as imunoglobulinas ou anticorpos. Os anticorpos são mas com apenas um tipo de cadeia leve ocorrendo em cada anti- 185
13 IMUNOGENETICA

C ticorpos alotipos destas classes, também foram identificadas. Elas^


ar são o sistema Gm associado à cadeia pesada de IgG, o sistema Am
Recombinaçáo somática associado à cadeia pesadade IgA,os sistemas Kme Inv associados'
à cadeia leve k, o sistema Oz para a cadeia leve \ e o alotipo Em(
i
Sítios de ligação
para a cadeia pesada IgE. Os sistemas Gm e Km são independen
tes um do outro e são polimórficos (p. 129), e as freqüências dos''
alelos diferentes variam em grupos étnicos diferentes. (

Regiões Regiões de
hipervariáveis I- arcabouço 1-4 Produção da diversidade de anticorpos ,
Pode parecer paradoxalque uma única moléculade proteína exibaa
heterogeneidade estrutural suficiente para ter especificidade para
um grande número de antígenos diferentes. Combinações di-*
Fab ferentes de cadeias pesadas e leves podem, até certo ponto, res-^
ponder por esta diversidade. Seriam necessários, entretanto, mi
/ lhares de genes estruturais para cada tipo de cadeia fornecer va-
riabilidade suficiente para o grande número de anticorpos produ
Pontes
dissulfidricas'
/ ' / zidos em resposta a um número igualmente grande de antígenos
Fc aos quais as pessoas seriam expostas. Nossa compreensão inicial
de como isto ocorre veio de pessoas com uma malignidade de cé
lulas produtoras de anticorpos, ou o que é conhecido como mielo-
Carboxiterminal
ma múltiplo.

Fig.13.2
Modeloda estrutura da molécula de anticorpo. Mieloma múltiplo ^
As pessoas com mieloma múltiplo fazem uma única espécie de an-'
ticorpo monoclonal em grande quantidade, que é excretado emí
corpo individual. Assim a fórmula molecular da IgG é Kzli ou grandes quantidades na urina. Esta proteína, conhecida comopro-.
K272- As características das várias classes de anticorpos são descri teína Bence-Jones^ consiste em cadeias levesde anticorpo. A com
tas em resumo na Tabela 13.1. Em adição, existem quatro subclas- paração desta proteína de pacientes diferentes com mieloma reve-^
ses de IgG, IgGl, IgG2, IgG3 e IgG4, e duas subclasscs de IgA, lou que as pontas aminoterminais da molécula são bem variáveis^BB
IgAl e IgA2, que diferem em sua seqüência de aminoácidos e li em sua seqüência de aminoácidos, enquanto as pontas carboxiter-^—
gações dissulfídricas entre as cadeias. Moléculas individuais de minais eram relativamente constantes. Elas são chamadas de regiões
anticorpos que reconhecem antígenos específicos são conhecidas variávely ou Vy e constante, ouC, respectivamente. Uma análise^®
como idiotipos. mais detalhada da seqüência de aminoácidos das regiÕesV de pro-^^
teinas diferentes do mieloma mostrou quatro regiões que variavam

Alotipos de imunoglobulinas
pouco de um anticorpo para outro, conhecidas como regiõesfra-^^
mework (FR1-4), e três regiões marcantemente variáveis interca-^B
As cinco classes de imunoglobulinas ocorrem em todas as pessoas ladas entre elas, conhecidas como regiões hipervariáveis (HV
normais, mas as variantes alélicas, ou o que é conhecido como an (Fig. 13.2). "

Tabela 13.1 Classes de imunoglobulina humana


Classe Peso molec. Concentração Atividade de anticorpo Fixaqão do Transferência
(Oa) (mg/mt) complemento placentária

IgG 150.000 8-16 üga-se a microrganismos e neutraliza toxinas bactenanas + +

IgM 900.000 0.5-2 Produzida na resposta imune especialmente em bacteremias + -

IgA 160.000 1.4-4 Proteger superfícies mucosas + -

IgD 185.000 0-0,4 Na superfície celular de Imfócito, envolvidano controle de - -

alivação e supressão

IgE 200000 Traços Em reações a(érnic.ís e parasitértas -


-

186
IMUNOGENETICA
13

^^studos de DNA da diversidade de anticorpos D J

PÍ^^csde 1965, Drcyer eBennett propuseram que um anticorpo po- 1! S-"// • --'_rÍ/ i_k*-
^dia ser codificado por "genes" separadosnas células da linhagem
'^^germinativa que sofriam rearranjos, ou, como eles o chamaram, Recombinação
Í(^'embaralhados", no linfócito em desenvolvimento. Acomparação somática

^^dos mapas de restrição dos segmentos de DNA codiflcantes das


^^egiòes CeVdas cadeias \ leves de imunoglobulina nas células
i^^mbrionárias eprodutoras de anticorpos revelou que eles estavam
V DJSC^i
1 SCa
p|^)em separados na primeira mas bem próximos na última. Aaná
lise mais detalhada revelou que os segmentosde DNA codifican- 'ly éLLíimí
es das regiões V e C da cadeia leve estãoseparados por cerca de
.500 pares de bases (pb) nas células produtoras de anticorpos, O
^^segmento de DNA intercalar foi encontrado codificando uma re- Mudança
^^giào dejunção, o\xJ, imediatamente adjacente à região Vda cadeia de classe

•i^eve. Acadeia k leve mostrou tera mesma estrutura. Aclonagem


0^ oscqüenciamento do DNA dos genes de cadeia pesada nas cé-
' lulas da linhagem germinadva revelaramque eles têm uma quarta V
\
DJSCa

i^^egião, chamada divenidade, ou D, entre às regiões VeJ. W "fa. -Lm

0ê Éestimado que existam cerca de 60 segmentos diferentes de Fig. 13.4


^DNA codificando a regiãoV da cadeia pesada, aproximadamente
Rearranjogênicode cadeia pesada de imunoglobulina e mudança
^^40 segmentos codificantes da região Vda cadeia k leve e 30 seg- de classe.
^(^nentos de DNA para a região Vda cadeia X. leve. Seis segmentos
uncionais de DNA codificam a região J da cadeia pesada, cinco
para a regiãoJ da cadeia k levee quatro da regiãoJ da cadeia Xle-
0#'e. Um único segmento de DNA codifica a região C da cadeia k Rearranjo de gene de anticorpo
eve, setesegmentos de DNA codificam a região C da cadeia Xleve
e 11 segmentos funcionais de DNA codificam a região C das clas- Os genes para as cadeias leves k e Xe as cadeias pesadas em hu
cs diferentes de cadeia pesada. Existem também 27 segmentos manos foram situados nos cromossomos 2, 22, e 14, respectiva
l^^uncionais codificantes da região Dda cadeia pesada (Fig. 13.3). mente. Apenas um de cada tiporelevante de segmento de DNA é
A estimativa do número de segmentos de DNA codificantes expresso em qualquer molécula únicade anticorpo. Os segmentos
^^destas várias porções da molécula deanticorpo éconfundida pela codificantes de DNA para as várias partes das cadeias de anticor
•l^resença de um grande número de seqüências de DNA nào-ex- po nestes cromossomos são separados por DNA não-codificante.
^^^ressas ou pseudogenes (p. 16). Embora os segmentos codificantes Os eventosde recombinação somática envolvidos na produçãode
das várias regiões da molécula de anticorpo possam ser chamados anticorposenvolvem seqüências de recombinação curtas, de sinal,
e genes, o uso deste termo em relação a anticorpos deliberada- conser\adas flanqueadoras de cada segmento de DNA da linha
piente temsidoevitado porque elespodem ser considerados uma gem germinativa (Fig. 13.4). Ocorre umamaior diversidade pela
^xceção à regra geral "um gene — uma enzima (ou proteína)" recomposição variável do mRNA na junçãoV-Jno processamento
p. 158). do RNA e por mutação somática de genesde anticorpo. Estes me
canismos podemser facilmente explicados peladiversidade de an
ticorpos vista na natureza. Embora estaprobabilidade envolva al
wáê guma forma de seleção clonal, não está totalmente claro como
-É» Região Região de Região Região segmentos particulares de DNA são selecionados para produzir
variável diversidade jundonal constante um anticorpo para um antígeno específico. O "embaralhamento
Cromossomo 2
dos genes" desta forma também é conhecido como explicando a
40 5 1
intensa variabilidade vista nos antígenos de superfície do parasita
tripanosomo e os diferentes tipos reprodutivos de leveduras.
>#
^^Cromossomo 22
30 4 7
Mudança de classe de anticorpos
Cadeia
Existeumamudançanormalde classe deanticorpos produzidape
^^^Cromossomo 14 pesada lascélulas B em exposição contínuaou posteriora um antígeno, de
60 27 6 11
h# IgM, que é a classe inicial de anticorpo produzida em resposta à
ig. 13.3 exposição a um antígeno, a IgA ou IgG. Este processo, conhecido
úmero estimado dos vários segmentos de DNA codificantesde como mudança de classe, envolve a retenção da especificidade do
'í:. Xe váriascadeias pesadas. anticorpo ao mesmo antígeno. A análise da mudança de classe em 187
13 IMUNOGENETICA

uma população de células derivadas de uma única célula B mostrou vendo linf(')citos diferenciados do tímo, donde células T. Os linfó-||^
que ambas as classes de anticorpo têm os mesmos sítios de ligação citosT têm receptores especializados na superfície celular, conhe
de antígeno, tendo a mesma região V, e diferindo apenas em sua re cidos como receptores de iiiiiígenos de superfície de células 7", que erri^®
gião C. A mudança de classe ocorre por um evento de recombina- conjunto com o complexo principal de hislocompalibilidade na su-^jg
ção somática que envolve segmentos de DNA chamados de S (de perflcie da célula infectada resulta no envolvimento das células
mudança, switchhig) que levam a uma alça e deleçào do DNA in helper ecélulas Tcitotóxicas para combater infecções intracelulare^"
tercalar. O resultado é eliminar o segmento de DNA codificante da levando à morte da célula infectada. ip®
região C da cadeia pesada da molécula de IgiM e levar o segmento
gênico codificante da região C da nova classe de cadeia pesada ad
jacente ao segmento que codifica a região V (Fig. 13.4).
Receptor de antígeno de superfície de células T ^
As célulasT expressam cm sua superfície um receptor de antige-|M

A superfamília de genes de imunoglobuLína


no. Ele consiste em duas cadeias polipcptídicas diferentes, ligada^^
por uma ponte dissulfldrica, que ambos contêm dois domínios ti
Os estudos da estrutura de outras moléculas envolvidas na respos po imunoglobulina, um que é relativamente invariante em estru-i
ta imune mostraram que várias têm homologia de seqüência de tura, eooutro altamente variável como aporção Fab de uma imu-^
DNA com as imunoglobulinas. Isto envolve uma seqüência de 110 noglobulina. A diversidade em receptores de células T necessária^
aminoácidos caracterizada por uma ponte bissulfldrica situada cen para o reconhecimento da variação antigenica que pode ocorrer >
tralmente que estabiliza uma serie de filamentos P antiparalelos no gerada por um processo similar ao visto nas imunoglobulinas.
que é chamado de dobra de anticorpo. Este grupo de moléculas rearranjo dos segmentos de DNA variáveis (V), de diversidade^
com estrutura similar costuma ser chamado de superfamília de imu- (D), juncíonais (J), econstantes (C) durante amaturação da célu-^^
noglobuHna (p. 16).Ele consiste em oito famílias multigenicasque, IaT, por um mecanismo de recombinação similar ao que ocorn^H
em adiçãoàs cadeias k e X. levee diferentes classesde cadeia pesa nas células B, resulta em uma seqüência contíguaVDJ. Aligaçãt^^
da, incluem as cadeias do receptor de célulasT (p. 16), as classes I dos antígenos ao receptor de célulasT, em conjunto a um comple
e II do comple.KO principal de histocompatibilidade(MHC), ou os xo associado de peptídeos transmembranares, resulta na sina!iza4^
antígenos leucocitários humanos (HLA) (p. 378), e Pj-microglo- çãoda célula parase diferenciar e se dividir. jk
bulina. Este último é um receptor para o transporte de algumas
classes de imunoglobulinas através das membranas mucosas. Uma
série de outras moléculas apresenta homologia com a superfamília O complexo principal de histocompatibilidade
de imunoglobulina. Elas incluem moléculas receptoras de superfí o MHC tem um papel central no sistema imunológico. Aassocia^ng
cie de células T CD4 e CDS, que cooperam com os receptores de ção deum antígeno à molécula deMHC nasuperfície das células^^
células T no reconhecimento de antígenos, e as moléculas de ade é necessária para o reconhecimento doantígeno pelo receptor d(^^
são intercelular, ICAM-1, -2, e -3, que estão envolvidas na intera célulasT que, emconjunto com a proteína intimamente associad;^B3
ção de linfócitos com células apresentadoras de antígeno. P2-microglobulina, resulta no recrutamento de célulasT helper
citotóxicas na resposta imune. Amolécula de MHC ocorreem três
classes: as moléculas classe I ocorrem em praticamente todas
Engenharia de anticorpos
células esão responsáveis pelo recrutamento das células Tcitotó^^
As técnicas de engenharia genética têm levado à perspectiva de xicas; moléculas classe IIocorrem nas células Beos macrófagos^^
remodelar ou modelar anticorpos humanos para fins terapêuticos e estão envolvidas na sinalização de célulasT helper para recrutai,
ou diagnósticos. Eles são o que é conhecido como anticorpos mo- mais células B e macrófagos; as moléculas classe III não-cIássica|pBa
noclonais. Os anticorpos recombinantes podem ser construídos incluem váriasoutras proteinas com uma variedade de outras
usando a estrutura da região variável humana, as regiões constan ções imunológicas. Estas últimas incluem medidores inflamatórios
tes humanas das cadeias pesadas e leves, e o sítio de ligação de an tais como ofator de necrose tumoral, proteínas heat-shock eos vá-fP^
tígeno de um anticorpo de camundongo. As pessoas tratadas com rioscomponentes do complemento (p. 184). |
estes anticorpos "construídos" não montam uma resposta imune A análise estrutural das moléculasclasse I e II de MHC revela _
a eles, um problema encontrado no uso de anticorpos monoclonais que elas são heterodímeros com homologia àimunoglobulina. 0^
derivados de hibridoma de roedores. Espera-se que o uso das cé genes que codificam a classe I (A, B, C, E, F e G), classe II (DR^b>
lulas de mieloma derivadas de humanos para a expressão destes DQ_, e DP) e as moléculas classe II de MHC, ouo que também é
anticorpos recombinantes supere esta dificuldade. conhecido como antígeno leucocitário humano (HLA), estão situa
dos no cromossomo 6.

IMUNIDADE ADQUIRIDA ESPECÍFICA


MEDIADA POR CÉLULAS Genética de transplantes
Alguns microrganismos, vírus e parasitas vivem dentro de células A substituição de órgãosdoentespor transplante tornou-serotin
hospedeiras. Como resultado, uma forma separada de imunidade na medicina clássica. Exceto os enxertos de córnea e ossos, o su
188 adquirida evoluiu para combater infecções intracelulares envol cesso de tais transplantes depende do grau de similaridade doa
Deficiência de 21-hidroxilsse A3/Bw47/DR7

Hemocromatose

Tabela 13.2 Alelos nos toei HLA Diabetes msulmo-dependente (Tipo 1)

Locus HLA NS de alelos Miastenia grave

Narcolepsia

Artnte reumatóide

Lúpus entematoso sistêmico DR2/DR3

Tirotoxicose (doença Graves)


%

13 IMUNOGENETICA

hidroxilase estáassociada a HLA-B14/DR1, e HLA-A1 /B8/DR3 Distúrbios de imunidade humoral inata


está negativamente associada à deficiência de 21-hidroxilase. Em te
geral,os mecanismos envolvidos na maioria das associações HLA- Uma variedade de defeitos do complemento pode levar a distúj^
doença nào sào bem compreendidos. bios inatos de imunidade.
m
Distúrbios do complemento ^
Os defeitos do terceiro componente do complemento, C3, Icvai^
DISTÚRBIOS HERDADOS DE a anomalias de opsonizaçào de bactérias, resultando em dificulda
IMUNODEFICIENCIA des em combater infecções piogênicas. Os defeitos dos últimof
componentes do complemento envolvidos na formação do con^
Os distúrbios herdados de imunodeficicncia são incomuns e ge plexo de ligação àmembrana também resultam na suscetibilidad^
ralmenteestãoassociados a grande morbidadee mortalidade. Eles a uma espécie bacteriana particular, primariamenteNeisseriu.
podem ocorrercomo uma anomalia isolada ou podem serum acha A deficiência do inibidor Cl resulta em ativação imprópria
do secundário ou associado. A apresentação é variável, mas c ge via clássica do complemento, levando auma produção descontrc^u
ralmente no início da infancia após os benefícios da imunidade iada de C2a, que e vasoativa, resultando em acúmulo de liquido
transplacentária terem declinado. Ainvestigação do funcionamen em tecidos moles evias aéreas, às vezes levando aedema de larir^*
to imunológico deve ser considerada nascrianças cominsuficiên gcameaçador da vida. Isto é conhecido como edema angioneun^BI
cia inexplicada em sedesenvolver e diarréia, infecções bacterianas tico hereditário, que é herdado como um distúrbio autossômic^^
recorrentes, e oportunistas. A hepatosplenomegalia inexplicada dominante. O soro contém entre 5 e 30% dos níveis normais in^^
também pode ser uma característica. bidores de Cl, os níveis de C4 estão reduzidos, e os níveis de
estão normais. Os ataques agudos podem ser tratados com plasn^m
fresco congelado ou infusões deinibidor Cl purificado. Apreven
DISTÚRBIOS DE IMUNIDADE HERDADOS ção alongo prazo eobtida pela terapia diária com andrógenos atc^®
PRIMARIAMENTE
nuados tais como danazol. Isto suprime oedema e leva aum ai^B
As manifestações de pelo menos algumas doenças de deficiência mento dos níveis de inibidor Cl, C4 e C2.
imunológica primária em humanos (Tab. 13.4) podem ser com
preendidas considerando se são distúrbios de imunidade inata ou
de imunidade específica adquirida. As anormalidades de imuni Distúrbios da imunidade inatamediada por célula
dade humoral estão associadas com resistência reduzida ainfecção Um mecanismo importante na imunidade inata mediada por cé
bacteriana que pode levar à morte na lactância. As anomalias de lulaé a fagocitose, que resultana subseqüentemorte mediada
imunidade especifica adquirida quesão mediadas porcélulas estão célula de microrganismos.
associadas a aumento de suscetibilidade a infecções virais e sào
manifestas experimentalmente emanimais porprolongada sobre- Doença granulomatosa crônica
vida de homoenxertos de pele. Adoença granulomatosa crônica (CGD)éoexemplo melhor conW
cido de um distúrbio da função fagocítica. Ela podeser herdac
Distúrbios de imunidade inata como um distúrbio ligado ao X ou autossômico recessivo, e em
todos os casos é causada por uma incapacidade em gerar radicí^
Os distúrbios primários de imunidade inata envolvendoimunida superóxido, levando à perda da atividade antibacteriana dos fagi
de humoral e mediadapor célulajá foram descritos. citos (Fig, 13.5). ACGD está, portanto, associada a infecções r^

Tabela 13.4 Algumas doenças dedeficiência imunoíógica e suascaracterísticas


Distúrbio TImo Línfócitos Mediada Plasmócitos Sítese Genética Tratamento
por célula de Ig
Imunodefioência Vestigiat l i l i AR/RX BMT, reposição enzimática
grave combinada para deficiênciade ADA
Síndrome Ausente N Deteção Transplante detimo fetal "
DiGeorge/ (paratireóídes
Sedlácková também ausentes)
Agamaglo \ RX Injeções de Ige antibioticos
bulinemta do
tipo Bruton

AR. autossômica recessiva; RX. ligada aoX recessiva: BMT, transplante de medula óssea: ADA, adenosina desaminase; N. normal, i reduzida;
+, presente.
190
IMUNOGENÉTICA 13

Opsonizaçào de bactérias Agamaglobulinemia tipo Bruton


fixadas à superfície celular
Os meninos com esta imunodeficiència ligada aoX geralmente de
Ingestão senvolvem múltiplas e recorrentes infecções bacterianas nasvias res
piratórias e pele após os primeiros meses de vida, tendo sido prote
gidos inicialmente pela IgG materna transferida pela piacenta. O
tratamento das infecções ameaçadoras da vida com antibióticos e o
uso deimunoglobulinas intravenosas profiláticas melhoraram aspers
pectivas de sobrevida, mas ascrianças com este distúrbio ainda po
dem morrer deinsuficiência respiratória porcomplicações de repe
Núcleo tidasinfecções pulmonares. O diagnóstico deste tipo de imunodefi-
ciência éconfirmado pela demonstração dadeficiência deimunoglo-
bulina e ausência de linfócitos B. O distúrbio foi demonstrado como
resultando demutações emumatirosina cinase específica para célu
las B (Btlc) queresultam naperda do sinal paracélulas Bdiferencia
rem-seem plasmócitos maduros produtores de anticorpos.

Síndrome hiper-IgM
Esta é uma condição recessiva ligada ao X que inclui níveis au
Enzimas de descarga de mentados de IgM, e também geralmente de IgD, com níveis de
grânulos {G) nos vacúolos outras imunoglobulinas sendo diminuídos. Os pacientes são sus
para matar e digerir bactérias
cetíveis a infecções piogênicas recorrentes e o genemutado codi
•#9.13.5 fica uma molécula de superfície celular nas célulasT ativadas cha
j^gocitose e as vias envolvidas na morte intracelular de mada ligando CD40(renomeado para TNFSfS). Quando o gene
crorganismos. não está funcionando, as mudanças de classe de imunoglobulina
são ineficientes, de modo que a produção de IgM não pode ser
prontamente mudada para IgA ou IgG.
«9
rentes bacterianas ou fúngicas, geralmente pormicrorganismos Imunodeficiência variável comum
gl^^ensais. Até oadvento do tratamento de apoio sob a forma de Este constitui o grupo mais comum de deficiências de células B,
f:ibióticos relacionados ainfecção eantibióticos profiláticos, ela mas é muito heterogêneo e as causas são basicamentedesconheci
^ava associada a uma taxa de alta mortalidade infantil. O gene das.A apresentação é similara de outras formasde deficiência imu
^^itado na CGD foi oprimeiro gene de doença humana clonado ne,incluindo hiperplasia linfóide nodular. Ossexos são igualmen
,rclonagem posicionai (p. 74). te afetados e a apresentação podecomeçar em qualquer idade.

^^ficiência de adesão leucocitária


ndivíduos afetados por deficiência de adesão leucocitária apre- Distúrbios de imunidade mediados por células
^^itam infecções bacterianas da pele emembranas mucosas ame- especificamente adquiridas
i^doras da vida que impedem aformação de pus. Oaumento de O distúrbio herdado mais comum deimunidade adquirida específica
^^cetibilidade a infecções ocorre devido à ausência da cadeia p2 mediada porcélula é a imunodeficiência combinada grave (SCID).
integrinas leucocitárias. Isto resulta em migração defeituosa
üe células fagocíticas devido a funções anormais relacionadas à Imunodeficiência combinada grave
%são de quimiotaxia efagocitose. Odistúrbio éfatal amenos que A SCID, como o nome indica, está associada a um aumento de
ifim dados antibióticos, tanto para infecção como profilaticamen- suscetibilidade a infecções tanto virais quanto bacterianas devido
^até que seja oferecido transplante de medula óssea. a uma imunidade humoral e mediada por células profundamente
anormal. A morte geralmente ocorre na lactância devido a uma
"Sstúrbios de imunidade adquirida específica infecção intensa, a menos queseja feito um transplante de medu
laóssea. ASCID é geneticamente heterogênea e podeserherdada
^^vamente eles podem ser considerados sob as categorias de dis- como um distúrbio ligadoao X ou autossômicorecessivo, embora
íbios deimunidade humoral eadquiridos específicos mediados todas as formas tenham em comum um defeito no funcionamento
células. ou desenvolvimento das célulasT.A forma ligadaaoX(SCIDXl)
é a mais comum de SCID nos homens, contribuindo com 50-60%
^stúrbios de imunidade adquirida humoral do geral, e foi mostrada comosendo devidaa mutações na cadeia
7 do receptor de citosina para interleucina-2.
anomalias de funcionamento de imunoglobulinas levam a um Aproximadamente de um terço à metade das crianças com
â-Tnento de tendência de desenvolver infecções bacterianas. SCID que não é ligada ao X, a herança é autossómica recessiva 191
13 IMUNOGENETICA
s
(SCIDl), originalmente conhecida como agamaglobulincmia tipo controle dos movimentos ebalanço (ataxia cerebelar), vasos sangi^
suíço. As condições sSo classificadas de acordo com serem célula neos dilatados da parte branca dos olhos (conjuntiva), orelhas e fa
B negativa ou célula B positiva. O grupo é geneticamente hetero ce (telangiectasia oculocutânea), e uma suscetibilidade a infecçò^
gêneo, e inclui deficiência das enzimas adenosina desaminase do seio e pulmonares. As pessoas com este distúrbio têm níveis
(ADA) e purina nucleosideo fosforilase (PNP) (p. 171),que afeta ricos baixos de IgA e um timo hipoplásico como resultado de uiji
o sistema imunológico pelo acúmulo dos produtos de degradação defeito na resposta celular a danos ao DNA. O diagnósticode ata
de purina que sào seletivamente tóxicos para célulasT. Além dis xia telangiectasia podeserconfirmado pelademonstração denívd^
so, há a deficiência do receptor da proteína tirosina fosfatase tipo séricos baixos ou ausentes de IgA eIgG, eanomalias cromossôn^
C (ou CD45). CD45 suprime as cinases Janus (JAK), e há uma cas características em cultura de linfócitos de sangue periférico,
célula B específica SCID positiva devida à deficiência de JAK3, chamadas de instabilidade cromossômica (p. 278). Além disso, ^
que pode ser muito variável, de subclínica à ameaçadora da vida indivíduos afetados com ataxia telangiectasia têm um risco aume^Bi
no início da infancia. Outras formas raras autossômicas recessivas tado de desenvolver leucemia ou malignidades linfóides.
de SCID incluem a chamada bure lymphncyte syndrome., devida a
ausência de moléculas classe II de MHC, e a deficiência de RAGI/
RAG2 (genes ativadores de recombinaçào); estes genes RAG sào Síndrome Wiskott-Aldrich
responsáveispor recombinaçôesVDJque levama cadeiasmaduras A síndrome iViskntt-Aldrich é um distúrbio recessivo ligado ao X
de imunoglobulina e receptores de célulasT. no qual os meninos afetados têm eczema, diarréia, infecções
correntes, uma baixacontagem de plaquetas (trombocitopenia)^i
IMUNODEFICIÊNCIA SECUNDÁRIA OU geralmente, baixos níveis de IgM séricos eprejuízo da função^^
número de célulasT. As mutações no gene responsável foram mos
ASSOCIADA
tradas como resultando na perda de respostas de célulasT citoi^*
Existem vários distúrbios hereditáriosnos quais ocorremanoma xicase resposta de célulaT helppara resposta de células B, levajjB
lias imunológicas como uma dentre várias características associa do a uma resposta prejudicada a infecções bacterianas. Até o ad
das como parte de uma síndrome. vento dos transplantes de medula óssea, a maioria dos menir^f
afetados morria nametade daadolescência dehemorragia oun;|H
lignidade de células B.
Síndrome DiGeorge/Sedlácková
As crianças com asíndrome DiGeorge (também descrita muito bem
por Sedlácková, 10anos antes que DiGeorge) apresentam doenças Testes de portador para ímunodeficíêncías
virais recorrentes e são encontradas tendo imunidade celular anor
ligadas ao X ^
mal caracterizada por números reduzidos de linfócitos T, bem co Antes da identificação dos genes responsáveis pela síndro^^
mo produção de anticorpos anormais. Isto tem sido visto associa Wiskott-Aldrich, a hipogamaglobulinemia tipo Brutton eaSC^®
do a ausência particular do timo, levando a defeitos na imunidade ligada ao X, a disponibilidade de marcadores de DNA proxin^^a
mediada por células e produção de anticorpos dependente de cé mente ligados permitiu ostestes de portadores porestudos dainj^^
lulas T. Geralmente estes defeitos são relativamente brandos e me tivaçào do X (p. 98) nos linfócitos de mulheres em risco. Uma
lhoram com a idade, á medida que o sistema imunológicoamadu lherparente deum homem esporadicamente afetado porumain^®B
rece. Entretanto, é importante para todos os pacientes diagnosti nodeficiência ligada ao X seria confirmada como portadora p^^
cados serem investigados fazendo uma contagem de sangue total demonstração de um padrão não-aleatório de inativação do X^ia j
com resultados diferenciais de CD3, CD4 e CDS, e imunoglobu- população de linfócitos T, indicando que todos os seus linfóci^^
linas. Os níveis de anticorpos de difteria e tétano podem indicar a T de sangue periférico tinham o mesmo cromossomo inativí^jia
habilidade do sistema imunológicoem responder. Estes pacientes (Fig. 13.6). -
geralmente também têm várias anomaliascongênitas característi Oportador (C) e não-portador (NC) são ambos heterozigo^^
cas, que podem incluir doença cardíaca e ausência das glândulas para um polimorfismo de sitio de restrição Hpa\\/Msp\. HpaíjÊKi
paratireóides. Este último achado pode resultar nas pessoasafeta Msp\ reconhecem a mesma seqüência de reconhecimento de
das apresentando no período neonatal tetania devida a baixos ní cleotídeos, masMsp\corta o DNA bifilamentar estejaelemetilacíO
veisde cálciosérico secundário a baixosníveis de hormônio para- ou não, enquanto Hpall corta só o DNA nao-metilado (apenaí®'
tireoideano. Esta síndrome foi reconhecida como sendo parte do cromossomo X ativo). Na mulher portadora, a mutação no gpÊ9
espectro de fenótipos causados por anomalias da terceira e quarta SCID está no cromossomo X no qualestá presente o sítio de rés- ^
bolsas faringeais (p. 92) como uma conseqüência de uma micro- trição de Hpall/Mps\. EcoKl/Mspl digere duplamente os lin^^
deleção da banda cromossômica 22qll.2 (p. 264). citosT resultando em fragmentos de DNA 6,4e2quilobases (j^iès
na análise de gel dos fragmentos de restrição para mulheres
Ataxía telangíectasía tadoras e não-portadoras. As digestões duplas deífoRI/Hpall
DNA delinfócitos T resulta, entretanto, em um único fragme^W
Aataxiatelangiectasia é um distúrbioautossômico recessivo noqual de 6kb na mulher portadora. Isto éporque em uma portadora^
192 as crianças apresentam no início da infancia uma dificuldade no únicas células T que sobrevivem serão as nas quais ogene norni^f'
Ai IMUNOGENETICA
13
Digestão dupla Digestão dupla
com EcoR\lMsp\ Portadora Não-portadora com EcoRllHpaI
C NC C NC
E H/M E E H/M E

2kb 4kb ^2kb^ 4kb ^


E E E E

' -e.-l ' 6kb ^


H/M,E = Hpa WjMsp Ie sítios de restrição de fco RI
ZZ = gene mutante .j = gene normal

^.13.6
ativação nao-aleaíória de tinfócitos T paralestede transporte em SCID ligada aoX.

no cromossomo X ativonao-metilado. Assim,a inativação pa- ABO para os antígenos A e B são herdados de modo co-dominan-
^Hpe ser nào-aleatória em um portador, embora, estritamente fa- te mas são ambos dominantes ao gene para o antígeno O. Existem
^do, é asobrevida da população decélulas que não é aleatória. portanto seis genótipos possíveis. Os estados homozigoto e hete-
" Um padrão misto de inativação nos linfócitos da mãe de um rozigoto para os antígenos A e B (AA, AO, BB, BO) podem ser
g^mem esporadicamente afetado é consistente com o distúrbio determinados pelos estudos familiais (Tab. 13.5).
p^ído sur^do como uma novamutação ligada ao X ou sendo de- Como as pessoas do grupo AB não produzem anticorpos A ou
frao à forma autossômica recessiva. Estudos similares de inativa- B, elas podem receber uma transfusão de sangue das pessoas de
do X da população de linfócitos B de sangueperiférico podem todos os outros grupos sangüíneosABO,e são portanto chamados
usados para determinar a condição de portadora de uma mu- de receptores universais. Poroutro lado, comoas pessoas do grupo
er em risco de agamaglobulinemia tipo Bruton e sindrome O não expressam os antígenos A ou B em suas hemácias, elas são
skott-Aldrich. Esta técnica foi amplamente substituída pela chamadas dc doadores universais. Os anti-soros podem se diferen
ntificaçãodireta de mutações nos genes responsáveis. ciar em dois subgrupos do grupo sangüíneo A, A1 e A2, mas isto
tem pouca importância prática no que se relaciona com as trans
fusões sangüíneas.

IRUPOS SANGÜÍNEOS
Base molecular dos grupos sangüíneos ABO
Igrupossangüíneos refletem os determinantes antigênicos das Os indivíduos com os grupos sangüíneos A, B, e AB possuem en
nácias e foram umadasprimeiras áreas nasquaisumacompre- zimas com atividade de glicosiltransferaseque convertem o grupo
ejnsão da biologiabásicalevoua avanços significativos na medicina sangüíneo básico, que é conhecido como antígeno "H", nos antí
Limica. Nossos conhecimentos dos grupos sangüíneos ABO e genos oligossacarídicos "A" ou "B". Os alelos para os grupos san
|esus resultaram em transfusões sangüíneas segurase prevenção güíneos A e B diferem em sete substituições de uma única base
^^doença hemolítica Rhesus do neonato. que resultam em diferentes atividades de transferase A e B, sendo
o alelo A associadoà adição de grupos A-acetilgalactosaminil e o
^ GRUPOS sangüíneos ABO
•n, grupos sangüíneos ABO foram descobertos por Landsteiner
^^0 após a virada doséculo XX. A transfusão de hemácias deal- Tabela 13.5 Fenótipos e genótipos de grupo sangüíneo
•l^nas pessoas para outras resultou, emalguns casos, emhemóli- ABO
^^rápida; em outras palavras, seu sangue era incompatível. Os
Hemácias Reage com anti-soro
tJtüdos revelaram que existem quatrotipos principais de grupos
Fenótípo Genótipo Anticorpos Anti-A Anti-B
O:A,B,AB e O. As pessoas que são do grupoA possuem o an-
no A na superfície de suas hemácias, as pessoas do grupo B 0 00 Anti-A.B -
-

o antígenoB, as pessoas do grupo ABtêm ambosos antígenos


A AA.AO Anti-B +
B,e aspessoas quesão do grupoO não têm nenhum. As pes- -

o grupo A têm a ocorrência natural de anticorpos anti-B em B BB. 80 Anti-A -


+

sangue,as pessoasdo grupo B têm anti-A, e as pessoasdo gru-


AB AB +
^^^angüíneo Otêm ambos. Os alelos do locus do grupo sangüíneo - +
193
13 IMUNOGENETICA
1

i
alelo B com a adiçSo dc grupos D-galactosil. O aleloO resulta de Erotina triar todas as mulheres Rh negativas durante ages^
uma deleçüo crítica de um único par de bases que resulta em uma çàoquantoao desenvolvimento de anticorposRh. A despeitodei
proteínaincapaz de modificar o antígenoH. tasmedidas, uma pequena proporção demulheres torna-se seni
bilizada. Se surgem anticorpos Rh, são feitos testes para ver s(|
feto foi afetado. Casosim, há um balanço delicado entre a escolb
Condição de secretor
de um parto antecipado, com os riscos da prematuridade euií
Na maioria das pessoas, os antígenos de grupo sangüíneo ABO, transfusão de troca, e o tratamento do feto no útero com transfif
além de serem expressos nas hemácias, sâo secretados em vários sões de sangue.
outros líquidos corpóreos, incluindo asaliva. Isto é controlado por
dois alelos do chamado locus secreior, sendo as pessoas secretor po
Base molecular do grupo sangüíneo Rhesus
sitivo ousecretor negativo, as primeiras dominantes em relação às
segundas. Acondição secretora está associada a uma predisposição Recentes evidências bioquímicas mostraram que existem dois ti
a úlceras pépticas. O locus secretor também foi demonstrado co pos de polipeptídeos de membrana das hemácias. Um correspof
mo estando ligado ao locus da distrofia miotônica. Antes do ad de aoantígeno D e o outro às séries C e E de antígenos. A clor|i
vento dos marcadores de DNA, osestudos familiais da condição gem das seqüências genômicas responsáveis usando DNA co
secretora eram usados para prever se uma pessoa assintomática plementara Rh (cDNA)de reticulócitos revelou que existemd
tinha herdado o gene para este distúrbio (p. 104). genes codificando osistema Rh, um para D ed, e um segundo ^
raCeceEee. Olocus Destá presente na maioria das pessoa^
codifica o antígeno principal D nos que são Rh positivo. Os indi
GRUPO SANGÜÍNEO RHESUS víduos Rh negativos são homozigotos para uma delcção do ge^
Osistema degrupo sangüíneo Rhesus (Rh) envolve trêsconjuntos D. Talvez não seja surpreendente, portanto, que nunca tenha si^
de antígenosproximamcnte ligados, Cc, Dd e Ee. D é fortemente feito um anticorpo para d!
antigênico eas pessoas são, para fins práticos, ouRh positivos (pos Aanálise de cDNA dos reticulócitos nas pessoas RH negatif!
suindo o antígeno D) ou Rh negativos (não tendo o antígeno D). que são homozigotas paradCe,dcE e dce permitea identifica^
das seqüências genômicas responsáveis pelasdiferentes varianKS
antigênicas no segundo locus, revelando que elas são produzia^
Doença hemoUtíca Rhesus do neonato por recomposição alternativa do mRNA transcrito. OpoIipeptídP
A proporção dasmulheres que são Rh negativas tem um aumento Ee éum produto de todo otamanho do gene CcEe, muito simi^
dechance deter um filho que morrerá no útero ounascerá grave em seqüência ao polipeptídeo D. Os antígenos E e e diferem pot
mente anêmico devido a hemólise, a menos que tenha recebido uma mutação de ponto no éxon 5. Os polipeptídeos Cc são, íí
transfusão ainda no útero. Istoocorre pelo seguinte motivo. Se o contraste, produtos de um transcrito mais curto do mesmo ge:^
sangue Rh positivo é dado a pessoas que são Rhnegativo, a maio havendo aremoção dos éxons 4,5e6ou 4,5e 8. Adiferença ^
ria irá desenvolver anticorpos anti-Rh. Tal sensibilização ocorre tre C e c é devidaa quatro substituiçõesde aminoácidos nos éxons
com a exposição a quantidades muito pequenasde sangue, e uma 1e 2.Estes achados ajudam a explicar o queantes eraumsiste:^
vezque a pessoa tenha sidosensibilizada, umaexposição posterior de grupo sangüíneo aparentemente complexo. ^
resulta na produção de títulos muito altos de anticorpos.
Nocaso de uma mãe Rh negativo levando umfeto Rhpositivo, OUTROS GRUPOS SANGÜÍNEOS
as hemácias deorigem fetal podem entrar na circulação da mãe,
por exemplo após um abortoou na época do parto. Isto podein Existem aproximadamente outros 12 sistemas de grupos sanga
duzira formação deanticorpos Rhnamãe. Emuma gestação sub neos "comuns" de importância clínica em humanos, incluin^
seqüenteestesanticorpos podemcruzar a placenta e entrar na cir Duffy, Lewis, MN e S. Estes geralmente só têm interesse na co^
culação fetal. Istoleva à hemólise das hemácias fetais e,se o feto é paração de sangues de pessoas que, devido arepetidas transfus^d
Rhnegativo, pode resultar ouemmorte fetal, conhecida como eri- desenvolveram anticorpos paraum destesoutrosantígenos de gru
troblastosefetal, ouem uma grave anemia hemolítica decrianças pos sangüíneos. Até o advento dofmgerprinting de DNA (p.
neonatas que é chamada de doença hemolítica do neonato. Uma vez eles eram usados em estudos de ligação (p. 132) e testes depat^
que uma mulher tenha sido sensibilizada há um risco significati nidade (p. 259). ^
vamente maior deque uma criança em uma gestação subseqüente,
se Rh positiva, seja mais gravementeafetada. ^
Para evitar sensibilizar uma mulher Rh negativa, deve sempre
ser usado um sangue Rh compatível em qualquer transfusão de LEITURAS COMPLEMENTARES
sangue. Além disso, asensibilização e portanto aincompatibilida Bell J I, Todd J A, McDevitt HO1989 The molecular basis ofHLA-dise^^
de deRh após o parto pode serevitada dando à mãe uma injeção association. Adv Hum Genet 18: 1—41
deanticorpos deRh, chamada deanti-D, demodo que quaisquer Cood reviewofthe HL/í-disease associalions.
células fetais que sejam encontradas a caminho da circulação ma DreyerW J, Bennec J C 1965 Themolecular basis ofantibody formation:^^
paradox. Proc NatI Acad Sei USA 54; 864-869
19A terna sejam destruídas antes que a mãe sejasensibilizada. Theproposalofthegeneration of antihodydiversity. "
«a#
IMüNOGENÉTtCA 13
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lOOíi, ipell illiistraleti, lexihnok oflhe bidlogy oJ immuuolngy ExceUent basic immtinology textbook.

ELEMENTOS

O Aresposta imune cm humanos pode ser dividida em dois noácidos tanto nas cadeias leve quanto pesada ocorrem dentro
tipos principais, inata eespecífica adquirida ou imunidade adap- de várias pequenas regiões hipervariáveis. Elas são tidas como
tativa. Ambosos tipos podem ser ainda subdivididos em imu sítios deligação deantígeno. As cadeias deimunoglobulina são
nidade humoral e mediados por células. produzidas decombinações degrupos separados desegmentos
de DNA. Elas consistem em uma deum número de segmentos
^ Aimunidade humoral inata envolve proteinas da fase agu variáveis de DNA codificando as regiões constante (C),
da que atuam para minimizar o dano tissular limitando a dis
persão de organismos infecciosos e, pelavia alternativa de ati
variável(V) edejunção (J) entre as regiõesV eCpara as cadeias
vação do complemento, resulta em umaresposta inflamatória
leve \ e Ke os vários tipos de cadeias pesadas. As cadeias pe
sadas também contêm uma região de diversidade (D) situada
localizada e aatraçào de fagócitos eopsonização de microrga-
entre as regiões Ve J. O número total de anticorpos possíveis
nismos. Ocomplemento, que consiste em uma série de proteí
nas inativas do sangue que são ativadas seqüencialmente em que podem serproduzidos por várias combinações destes seg
uma cascata, também pode serativado pela via clássica pela li
mentos de DNA contribui para a diversidade de anticorpos
vistos nos humanos.
gação do anticorpo a um antígeno.
@ Aimunidade inata mediada por célula envolve oengolfa- 0 Aimunidade específica mediada por células adquiridas
mento de microrganismos pelos macrófagos e sua destruição primariamente envolve células T que, pelo receptor de antíge
no de superfície de células T, em conjunto com moléculas do
pelos grànulos intracelulares.
complexo principal dehistocompatibilidade nasuperfície das
O imunidade humoral específica adquirida envolve apro células infectadas, envolve ascélulas T helper e células T cito-
dução deanticorpos pelas células Bmaduras dos anticorpos ou tóxicas para combaterinfecções intracelulares.
plasmócitos em resposta a antígenos. Os anticorpos são molé
culas em forma de Y e cada uma é composta de duas cadeias O o complexo principal de histocompatibilidade (MHC) ou
o sistema deantígeno leucocitário humano (HLA)consiste em
pesadas (H) idênticas e duascadeias leves (L) idênticas. Amo
lociproximamente ligados no cromossomo 6. Os muitosalelos
lécula de anticorpo tem duas partes que diferem em sua fun
ção: dois sítios idênticos de ligação de antígenos (Fab) e um diferentes que podem ocorrer em cada locus significam que
único sítio deligação para ocomplemento (Fc). Existem cinco pode resultar um número muito grande decombinações dife
rentes. Os loci de HLA são herdados em bloco como um ha-
classes deanticorpos, IgA, IgD, IgE, IgG eIgM, cada uma com
plótipo. Quanto maior acorrespondência dos antígenos deHLA
cadeia pesada específica. A cadeia leve de qualquer classe de
entreo doador e o receptor no transplante de órgãos, maior a
anticorpo pode serfeita de cadeias kapa (k)ou lambda (X).
probabilidade de sobrevida a longo prazodo homoenxerto. A
0 Cada cadeia leve ou pesada de imunoglobulina tem uma posse de alguns antígenos de HLA está associada a um risco
•í| região variável (V) de apro.ximadamente 110 aminoácidos na relativamente aumentado dedesenvolver doenças específicas.
•A ponta aminoterminal. A ponta carboxiterminal consiste em
uma regiãoconstante (C) de aproximadamente 110 aminoáci O Urna compreensão dos grupos sangüíneos ABO eRhesus
dos nas cadeias k e e três a quatro vezes este tamanho na resultou em transfusões de sangue seguras e a prevenção da
doença hemolítica Rhesus no neonato.
cadeia pesada. A maioria das variações deseqüências deami-

195

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