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IMUNOCOMPETENTE
INTRODUÇÃO
As infecções fúngicas são especialmente importantes depois de uma série de procedimentos como transplantes
sobrevivência. Estão presentes no solo, ar, superfície corporal e se apresentam na forma de centenas de
milhares de espécies. Felizmente, menos de 150 espécies são patogênicas para o homem.
Os fungos possuem uma série de características que lhes conferem virulência. Algumas delas são:
Os fungos causadores de doença em seres humanos são de dois tipos: fungos dimórficos e fungos oportunistas.
Dentre os fungos dimórficos podemos citar Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis, Histoplasma
A resposta imunológica nas infecções fúngicas pode ser classificada, didaticamente, em três frentes: barreira
A BARREIRA EPITELIAL
O epitélio, seja da pele, das vias aéreas ou gastrointestinal, se constitui como uma barreira física e química
contra microrganismos. Ele é capaz de detectar a presença de patógenos e induzir uma resposta inflamatória
e antimicrobiana. É por conta disso que existe um risco aumento de infecções fúngicas em pacientes que
apresentam queimaduras, assim como há aumento de ocorrência de infecções por Malassezia spp em indivíduos
IMUNIDADE INATA
A imunidade inata possui diversos mecanismo que atuam mobilizando uma resposta imunológica contra uma
▪ Proteínas efetoras circulantes: sistema C, lectinas (MBP), PCR, fatores de coagulação e etc;
▪ Células: neutrófilos, macrófagos, células N;
▪ Citocinas: TNF-a, IL-1B, quimiocinas, IFN-a e B, IL-12, IL-15, IL-17, IL-10 e TGF-B.
Além disso, a parede celular dos fungos possui componentes, como manoproteínas, quitina e glucanas, que
são padrões moleculares (PAMP’s) dos fungos reconhecidos pelos receptores de reconhecimento padrão das
a. Lectinas: as lectinas compõem uma classe de proteínas que se ligam reversivelmente a carboidratos
como manose, frutose, galactose e N-acetilglicosamina. É produzida por células do pulmão ( proteína
surfactante D) ou estão no plasma, como a proteína ligante de manose. Essas proteínas são capazes
b. Monócitos, células dendríticas e neutrófilos: são células capazes de reconhecer padrões moleculares
associados a patógenos (PAMPs) através de seus receptores de reconhecimento padrão (PRRs). Esse
diversas proteínas que ativam a enzima CASPASE 3, que é capaz de clivar as formas precursoras
O reconhecimento pelos PRRs depende do tipo de fungo/estrutura fúngica que será reconhecida por
aquele receptor. Como resultado da sinalização celular, ocorre a mobilização de uma resposta
imunológica, como produção de citocinas pró-inflamatórias, produção de IL-12 pelas células dendríticas
(importante para a diferenciação dos linfócitos T helper 1 e indução do burst oxidativo (enzimas NADPH
peptídeos catiônicos e outras moléculas efetoras). Abaixo, um esquema que resume a sinalização celular
estimulam atividade antimicrobiana dos macrófagos e promovem a maturação e ativação das células
dendríticas, que são muito importantes no processo de ativação da resposta imune adaptativa.
Os macrófagos, por sua vez, realizam fagocitose e produzem reativos intermediários de oxigênio, como
H202, NO, O2- e OH, que são capazes de matar os fungos. Além disso, os macrófagos produzem
citocinas e quimiocinas inflamatórias, como IL-12, IL-18, TNF-a, IL-1B, IL-6, CXCL9, CXCL10, CCL2,
As células “natural killer” também atuam na proteção contra fungos, tanto na produção de citocinas
como de moléculas citotóxicas, como a granzima B e a perforina, que são capazes de matar não apenas
as células dominadas pelos fungos, mas também os fungos que se encontram livres no organismo.
As células dendríticas são o elo entre a resposta inata e a resposta adaptativa. As células dendríticas
imaturas que estão circulando funcionam como sentinelas, elas possuem em sua superfícies receptores
que permitem que essas células possam reconhecer patógenos (TLR, receptor de manose, DCSIGN e
etc). Elas também possuem moléculas de adesão, que permitem que elas possam se aderir às outras
células. As células dendríticas imaturas atuam na captura e processamento de antígenos. Quando isso
ocorre, elas mudam tanto na sua forma como no tipo de receptor padrão e moléculas coestimulatórias
(o CCR7, por exemplo, permite que agora elas possam migrar para os linfonodos).
IMUNIDADE ADAPTATIVA
Nos linfonodos as células dendríticas maduras são capazes de apresentar os antígenos para os linfócitos T,
diferenciação do linfócito em uma subpopulação específica. Os linfócitos T também são capazes de produzir
citocinas, como IFN-Y e TNF-a que ativam os macrófagos. Como vimos, os macrófagos são as células efetoras
mais importantes para promover a morte do fungo. Portanto, a resposta imune adaptativa torna os macrófagos
mais “profissionais” para matar o fungo. Para a resposta contra os fungos, as duas subpopulações de linfócitos
Os anticorpos possuem uma função considerada secundária na resposta contra os fungos, embora sejam
dano ao hospedeiro devido à resposta inflamatória. No entanto, quando temos uma alta produção de
anticorpos, o que é possível analisar é uma resposta do tipo celular mais fraca, culminando em uma má resposta
à infecção fúngica.