Você está na página 1de 23

VACINAS

Profa. Dra. Maysa Braga


Imunização

 É definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma infecção.

 Prática que tem como objetivo aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções.

 É administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos.

 Divida em:
- Imunização Passiva;
- Imunização ativa.
Imunização Passiva x Imunização ativa
• Imunidade passiva:
- Recebida passivamente através da transferência de soro/plasma ou células de indivíduos já
imunizados, recebe os anticorpos prontos;

- Produz uma rápida e eficiente proteção, porém, temporária, durando em média poucas
semanas ou meses.

- Ex:
Imunidade passiva natural: caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto por
meio da placenta e também pelo leite.

Imunidade passiva artificial: Injeção de anticorpos pré formados, quando pacientes possuem
defeito na formação de anticorpos ou quando não há tempo para imunização imunização ativa,
ex: picada de cobra.
Imunização Passiva x Imunização ativa
• Imunização ativa:
- Produção de anticorpos pelo próprio indivíduo pela exposição ao antígeno, provocando
imunidade protetora e memória imunológica;

- Dura por vários anos, às vezes, por toda uma vida;

- Se bem sucedida, em exposição subseqüente provoca reposta reposta imune aumentada


capaz de eliminar o patógeno ou prevenir prevenir a doença.

- Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são:


Natural: contraindo uma doença infecciosa
Artificial: vacinação.
Soro Vacina

Tipo de Imunização Passiva Ativa

Via Artificial Artificial

Constituição Possui anticorpos Possui antígenos

Resposta Imediata Posterior

Tempo de Ação Temporário Duradouro

Combate Veneno/Toxinas Vírus/Bactéria


Diferentes tipos de vacinas

 Organismos vivos atenuados

- A atenuação é um processo pelo qual a virulência (patogenicidade) do agente infeccioso é


reduzida de forma segura, para não causar a doença, mas ao mesmo tempo, é capaz de
estimular a resposta imunológica, por ex: vírus atenuados.

- Método de Pasteur
• É o mais utilizado para a obtenção de vírus atenuados. Neste
procedimento, vírus patogênicos são utilizados para
promover infecções sequenciais em culturas celulares in vitro, ou
em ovos embrionados.
• O que se obtém após a série de passagens são cepas virais menos
virulentas (atenuadas), as quais sofreram mutações
genéticas pontuais que comprometem o funcionamento de
fatores virais necessários à patogenicidade, sem, no entanto, Seleção de ovos
de galinha embrionados para
gerar prejuízos à capacidade replicativa do vírus. infecção com uma suspensão
viral.
Diferentes tipos de vacinas

 Organismos vivos atenuados

- Modo de ação:
• Quando aplicado no corpo de um indivíduo, o vírus atenuado é capaz de se replicar, porém
de maneira lenta, sem causar maiores danos ao organismo.
• A prolongada exposição ao vírus durante a lenta replicação viral induz uma resposta imune.
• Esta resposta leva à produção de grande quantidade de células de memória (linfócito B e T),
as quais garantem o estabelecimento de imunidade contra o vírus em questão.

- Vantagens: Dose única, proteção duradoura, resposta humoral e celular.

- Desvantagens: Em 5 a 10 por cada milhão de aplicações da vacina atenuada o vírus pode


reverter a sua forma patogênica e causar a doença, especialmente em pessoas
imunocomprometidas. Por isso, em crianças imunodeprimidas só deve usar as vacinas
inativadas.
Diferentes tipos de vacinas

 Organismos vivos atenuados

- Exemplos:

• Pólio (Sabin) – oral:


Diferentes tipos de vacinas

 Organismos vivos atenuados

- Exemplos:

• Sarampo;

• Caxumba;

• Rubéola;

• Varicela/Catapora;

• Febre amarela;

• Rotavírus.
Diferentes tipos de vacinas

- Organismos mortos/inativos

 O agente infeccioso é inativado por agentes químicos, calor, radiação ou antibióticos, como
formaldeído, e torna-se incapaz de se multiplicar, mas apresenta sua estrutura e seus
componentes, preservando a capacidade de estimular o sistema imunológico.

 Exemplos de vacinas inativadas são a de gripe, cólera, pólio, hepatite A e raiva.

 Vantagem: Não existe risco de reversão da patogenicidade.

 Desvantagem:
- O patógeno deve ser cultivado in vitro;
- Doses múltiplas;
- Principalmente resposta Humoral;
- Adjuvantes.
Diferentes tipos de vacinas

 Fragmentos subcelulares

- Diferente da introdução de micro-organismos atenuados ou inativos para gerar uma resposta


do sistema imune, um fragmento dele, como uma subunidade proteica, pode gerar uma
resposta do sistema imunológico.

- Exemplo: vacina contra o vírus influenza tipo B.

- Vantagens: Seguras e sem risco de patogenicidade.

- Desvantagens: Múltiplas doses, resposta humoral, adjuvantes.


Diferentes tipos de vacinas

 Vacinas recombinantes

- As vacinas de subunidades produzidas por técnicas de engenharia genética, onde outros

micróbios são programados para produzir a fração antigênica desejada, são chamadas de

vacinas recombinantes.

- Exemplo: vacina contra o vírus da hepatite B consiste de um fragmento da proteína do

envelope viral produzida por uma levedura modificada geneticamente.

- Múltiplas doses.
Diferentes tipos de vacinas

 Toxóide

- Os toxóides, toxinas inativadas, são vacinas dirigidas contra as toxinas produzidas por um

patógeno.

- Vacinas desses tipos incluem a de tétano e difteria.

- É necessária uma série de injeções para se obter imunidade completa, seguida de reforço a

cada 10 anos.
Diferentes tipos de vacinas

 Vacina com o uso de vetores

- Um vetor é um vírus que não possui um gene para reprodução e é usado para transportar

material genético de outro vírus contra o qual a vacina está sendo aplicada a uma célula.

- Por serem vetores vivos, indivíduos imunizados com estes vetores desenvolvem ampla gama

de respostas imunológicas, incluindo respostas citotóxicas células T-CD8 dependentes e a

produção de anticorpos.

- Ex: Vacina contra Ebola.


Características de uma vacina ideal

 Vacinas contêm antígenos que são alvos do sistema imunológico.

 A vacinação deveria gerar uma imunidade efetiva (anticorpos e células T).

 Vacinas devem produzir imunidade protetora.

 Bom nível de proteção sem a necessidade de uma dose de reforço.

 Seguras: uma vacina não pode causar doença ou morte.

 Considerações práticas:

- Baixo custo por dose.

- Fácil de administrar.

- Estável biologicamente.

- Poucos ou nenhum efeito colateral.


Vias de administração

- Intramuscular;

- Subcutânea;

- Intradérmica;

- Intranasal/Aerosol;

- Oral;

- Transdérmica.
Adjuvantes

 Substâncias adicionadas a vacinas que aumentam ou modulam a imunogenicidade dos


antígenos presentes na formulação.

 Aspectos específicos:
- Aumentam a sensibilização de indivíduos reduzindo o número de doses para conferir
proteção;
- Aumentam a duração da resposta imune;
- Ampliam a resposta imune induzida (respostas citotóxicas e de mucosas);
- Ampliam o reconhecimento de epítopos e conferem maior abrangência da resposta imune;
- Ativam respostas em indivíduos mal respondedores;
- Redução da quantidade de antígeno necessária para se atingir um estado protetor.
Adjuvantes:
Vacinas contra o SARS-CoV-2 aprovadas no Brasil

 BioNTech - PFIZER
- Mecanismo de ação: RNA mensageiro

 COMO FUNCIONA A VACINA DE RNA MENSAGEIRO?


- As vacinas de mRNA carregam o código genético do vírus que contém as instruções para que
as células do corpo produzam determinadas proteínas  Ou seja, elas atuam introduzindo
nas células do organismo a sequência de RNA mensageiro, que contém a “receita”
(sequencia de genes) para que essas células produzam uma proteína específica do vírus.

- Uma vez que essa proteína seja processada dentro do


corpo e exposta ao nosso sistema imunológico, este pode
identificá-la como um antígeno e criar imunidade contra
ele.
Vacinas contra o SARS-CoV-2 aprovadas no Brasil

 VACINA CORONAVAC (SINOVAC BIOTECH)

- Mecanismo de ação: vírus inativado.

 OXFORD – ASTRAZENECA e JANSSEN

- Mecanismo de ação: Vetor viral não replicante (adenovírus).

- Um vírus "enfraquecido" (adenovírus), após ser modificado para não se multiplicar, carrega

parte do material genético do SARS-CoV-2 responsável pela produção de uma proteína

(proteína S - “Spike”) que auxilia o vírus da COVID-19 a invadir as células humanas.

- Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir essa proteína Spike, que é

reconhecida como estranha pelo sistema imunológico, ativando o sistema imune.


https://www.youtube.com/watch?v=LoGyLqCf1DQ
Infecção por Coronavírus
 O vírus usa a Proteína Spike, presente em sua superfície, para se ligar em Receptores ACE2 na
superfície das células humanas.
 Uma vez dentro, essas células vão traduzir o RNA do vírus para produzir mais vírus.
Resposta imune ao coronavírus
 APCs captam o vírus e exibem partes
dele para ativar células T CD4
auxiliares.

 Os linfócitos T CD4 permitem outras


respostas imunes:

• Linfócitos B produzem anticorpos que


podem impedir o vírus de infectar
células, bem como marcar o vírus para
destruição.

• Linfócitos T citotóxicos (CD8)


identificam e destroem células
infectadas pelo vírus.

Você também pode gostar