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mecanismos, desde a interação ao microrganismo até a reação do corpo contra tal antígeno. Diante
disso, os eventos fundamentais que ocorrem durante uma infecção são: entrada do agente
infeccioso, invasão e colonização dos tecidos. Assim, os patógenos necessitam de respostas
imunológicas diferentes e especializadas, dependendo do local onde ocorre a replicação do corpo
estranho( intra, extracelular) e do seu tamanho. Para isso, o sistema inato(natural) e adaptativo irão
cooperar entre si para atuar sobre tais patógenos infecciosos, podendo assim, combatê-los sem
danos graves ao corpo do indivíduo.
Direcionando tal contexto, observa-se que a imunidade contra bactérias extracelulares se deve
inicialmente a suas características no hospedeiro, como por exemplo o local de replicação dessas
que acontece fora de células hospedeiras. Inúmeras espécies diferentes de bactérias extracelulares
são consideradas patogênicas, e a doença pode ser causada por dois mecanismos principais.
Primeiramente, tais bactérias induzem a formação de uma inflamação, o que acaba por resultas na
destruição dos tecidos no local da infecção. Em segundo lugar, as mesmas(bactérias), produzem
toxinas, que possuem diversos efeitos patológicos. Além disso, as toxinas dividem-se em:
endotoxinas e exotoxinas. As endotoxinas, são componentes existentes da parede celular
bacteriana, já as exotoxinas, são secretadas pelas próprias bactérias.
Os mecanismos da imunidade inata contra tais agentes extracelulares são: ativação do sistema
complemento, fagocitose e resposta inflamatória. A ativação do complemento, deve-se a existência
de peptideoglicanos na parede celular das Gram-positivas, e como abordado anteriormente, as
Gram-negativas possuem o LPS, fazendo assim, mecanismos de diferenciação, já que por meio
desses ativam o complemento da via alternativa. Os agentes bacterianos que possuem manose
(glicoproteína transmembranosa, incluída na família dos (PPRS) que auxiliam no reconhecimento de
patógenos e desencadeiam uma ação via sistema complemento, ativados através das lectínas) é um
grande contribuinte para diferenciação e melhor atuação desse recurso. Um resultado dessa
ativação, é o complexo de ataque à membrana pelo complemento através da fagocitose aumentada
e consequentemente maior dano aos agentes bacterianos. Dessa forma, os componentes desse
mecanismo de defesa são: 1°- barreiras físicas e químicas, tais como epitélio e agentes
antimicrobianos produzidos nas superfícies epiteliais; 2°- células fagocíticas (neutrófilos,
macrófagos), células dendríticas e células assassinas naturais (NK, natural killer (tradução do termo) )
e outras células linfoides; e 3°- proteínas sanguíneas, incluindo membros do sistema complemento e
outros mediadores da inflamação.
Existem três vias principais de ativação do complemento: a via clássica, que é ativada por
determinados isotipos de anticorpos ligados a antígenos; a via alterativa que é ativada na
superfície das células microbianas na ausência de anticorpo; e a via das lectinas, que é
ativada por uma lectina plasmática que se liga aos resíduos de manose em microrganismos.
Buscando dissertar sobre essas três vias de ativação do sistema complemento, a 1° via clássica de
ativação se dá por meio de ativação do complemento resulta na proteólise do C3 e na fixação estável
com ligações covalentes do produto de degradação(C3b) nas superfícies microbianas. A 2°, via
alternativa, se dá por meio de ligações da proteína C1 do complemento aos domínios Ch2 do IgG ou
aos domínios Ch3 das moléculas de IgM que estão ligadas ao antígeno. Por fim, a via das
lectinas, é semelhante à via clássica. As lectinas são proteínas, ou glicoproteínas, que se ligam
a carboidratos e podem ativar a via clássica do complemento na ausência do complexo
antígeno-anticorpo como forma de acabar com tal agente invasor.
Como foi abordado incialmente no texto, o corpo possui 3 barreiras/mecanismos de defesa contra
esses microrganismos. A barreira epitelial, proporciona a formação de muros físicos entre o meio
externo e o tecido do hospedeiro, de modo que venha a se tornar muito eficiente. Assim, essas
interfaces possuem uma cobertura constituída por camadas contínuas de células epiteliais que
possuem especialização para atender a todas as funções a ela destinada. Além da existência de uma
camada externa de queratina acumulada devido a morte dos queranócitos, o muco produzido pelas
células respiratórias tem como função prejudicar fisicamente a invasão desses agentes microbianos.
A barreira epitelial, é composta por uma gama de linfócitos. Os linfócitos T intraepiteliais estão
presentes na epiderme da pele e no epitélio mucoso. Vários subgrupos de linfócitos intraepiteliais
estão presentes em diferentes proporções, dependendo das espécies e da localização tecidual para
poder assim atuar contra organismos estranhos.
Posteriormente todo esse processo, existe um mecanismo que tem o intuito de promover a
opsonização de microrganismo de forma a promover o recrutamento de fagócitos para o local de
infecção, atuando na lise dos microrganismos. A ativação desse, envolve cascatas proteolíticas, nas
quais uma enzima inativa, é alterada para se tornar uma protease ativa que induzirá a atividade
proteolítica da próxima proteína do complemento dentro da cascata. Em síntese, as cascatas
enzimáticas, resultam em amplificações da quantidade de produtos proteolíticos que são gerados,
sendo que, esses produtos realizam funções efetoras dentro do sistema complemento contribuem
para maior capacidade de lise do organismo extracelular.
É de suma importância lembrar a existência da via clássica e a lectina. A via clássica dentro desse
sistema, atua a partir de mecanismos efetores do braço humoral das respostas imunes adaptativas,
tendo como proteína de detecção a C1q que se encontra ligada a superfície plasmática. Já a via
lectina, é ativada por meio de uma proteína ligante de manose, que tem por função reconhecer
resíduos de manose terminal das glicoproteínas nas membranas dos fagócitos.
Elucidando sobre a atuação dos receptores de reconhecimento, logo após a efetivação desses
mecanismos, os patógenos são internalizados em forma de fagossomos, que por sua vez, fundem-se
ao lisossomo que originam o fagolisossomo. A atuação enzimática e de reativos intermediários
(oxigênio e nitrogênio) que estão presentes nestas vesículas, culminam na eliminação de agentes
infecciosos ali presentes. Os PAMPs (Padrões moleculares associados a patógenos) são padrões de
moléculas reconhecidas pelas células do sistema imune inato como sinal de invasão por um grupo de
agentes patogênicos. Dentro deles, estão contidos os receptores do tipo Toll, que atuam como
expressões por um amplo espectro de agentes infecciosos. Monócitos, macrófagos e neutrófilos
fagocitam patógenos microbianos e estimulam a resposta de citocinas dando como resultado o
desenvolvimento da imunidade inata, a resposta inflamatória e medeiam a efetiva imunidade
adaptativa. Sua função principal é ação de reconhecimento do patógeno e a estimulação da resposta
imunológica contra agentes patológicos. Vale ressaltar que, a atuação desses não destroem os
tecidos adjacentes, somente os infectados por agentes microbianos.
Os DAMPs (Padrões Moleculares Associados a Danos), por sua vez, são substâncias endógenas
produzidas ou liberadas por células mortas ou danificadas causadas por infecções, por exemplo.
Além disso, também podem indicar lesões celulares assépticas (sem infecção) provocadas por algum
tipo de trauma. Assim, receptores para PAMPs e DAMPs atuam em adição aos TLRs ligados na
membrana, que sentem os patógenos fora das células ou nos endossomas, o sistema imune inato
evolui para equipar as células com receptores de padrão de reconhecimento que detectam infecção
ou célula danificada no citosol. Três classes principais destes receptores citosólicos são receptores
do tipo NOD, receptores do tipo RIG e sensores citosólicos de DNA. Esses receptores citosólicos,
similares aos TLRs, são ligados às vias de transdução de sinal que promovem inflamação ou produção
de interferon tipo I. A habilidade do sistema imune inato em detectar infecção no citosol é
importante porque partes dos ciclos de vida normais de alguns microrganismos, tais como
translação de gene viral e montagem de partícula viral, ocorrem no citosol.
Quando a atuação do mecanismo de resposta inata não consegue ser suficiente contra tal
mecanismo de combate a bactérias extracelulares, o corpo, a partir de seus recursos de imunidade
vem ativar a resposta imune adaptativa como forma de impulsionar o combate. Diante disso, tal
recurso tem como principal característica a existência de uma memória imunológica, que possibilita
a maior efetividade e especificidade contra antígenos extracelulares, sendo assim uma das principais
diferenciações entre imunidade inata e adaptativa, pois a inata(natural) não provem desse recurso
como forma de combate, sendo necessária assim a ativação dessa via de combate.
O sistema imune adaptativo, busca por meio do reconhecimento de substâncias uma melhor
atuação, tal mecanismo denominado especificidade promove uma melhor interação a resposta ao
microrganismo e também promove a memorização das características do organismo. Assim, quando
um organismo extracelular é reconhecido posteriormente a ação da imunidade inata, a maior
chance de combate a esse se torna maior devido a presença de substâncias que promovem a maior
atuação devido a um histórico guardado por esses componentes que caracteriza a memória
imunológica, grande diferenciador entre as imunidades.
Dentro desse contexto, os principais agentes que atuaram com grande intensidade contra
organismos estranhos são os linfócitos T e B, pois juntos, promovem ações que visam a destruição
do antígeno de forma a evitar sua proliferação, de modo a diminuir danos ao corpo entre outros
fatores. Assim, dando início ao processo de inicialização e desenvolvimento das respostas imunes
adaptativas, se torna de suma importância que os antígenos sejam capturados e apresentados aos
seus específicos linfócitos para que ocorra de fato tal mecanismo. Diante disso, um dos pioneiros e
que exercem este papel são as células apresentadoras de antígeno ( APCs). As APCs, dentre todas,
para tal contexto possui uma célula com capacidade de capturar antígenos microbianos, chamada
células dendríticas. As células dendríticas fazem o seguinte percurso, após capturas antígenos
microbianos originados no ambiente externo, transportam seus antígenos aos órgãos linfoides e
apresentam os antígenos aos linfócitos T imaturos para que ocorra o início das respostas imunes.
Os linfócitos T CD8+ têm ação citolítica, ou seja, são capazes de destruir células que carreguem na
superfície peptídeos que eles reconheçam como estranhos e aos quais se liguem especificamente.
Existem dois mecanismos principais responsáveis pela morte dessas células por esses linfócitos. O
primeiro mecanismo envolve a formação de poros nas membranas e com isso ocorre a entrada de
íons e água na célula. O segundo, envolve a apoptose, que é a morte celular programada. Para que
isso ocorra o linfócito T CD8+ ativado produz duas proteínas envolvidas nesse processo. São elas a
perforina e a granzima. Essas proteínas se concentram em grânulos citoplasmáticos ligados à
membrana. Vale ressaltar que as IL-15 são de suma importância para que as células CD8+ continuem
vivas. Ela pode ser produzida por diversos tipos de células, inclusive as dendríticas.
Vale ressaltar que existem 3 tipos de linfócitos T para atuação efetiva: Auxiliar, citotóxicas e
supressoras. Cada especialização da célula T promove uma ação para maior efetividade contra o
organismo extracelular e intracelular. As citotóxicas promovem a adesão nos antígenos, matando
através de furos ocasionado pela perforina, injetando enzimas em suas células. Já a auxiliares,
promovem uma ação conjunta com os linfócitos B, produzindo anticorpos para acabar com os
organismos presentes que sejam considerados estranhos. Por fim, as supressoras produzem
substâncias que ajudam a encerrar a resposta imunológicas, que será abordada ao fim dessa
dissertação.
A imunidade humoral, é de suma importância imunológica que funciona para bloquear infecções e
eliminar microrganismo e neutralização de tóxinas liberadas pelos organismos extracelulares como
forma de tentar burlar tal recurso imunológico. Os polissacarídeos são antígenos prototípicos T-
independentes e em ação conjunta com a imunidade humoral, é um dos principais recursos para
defesa contra bactérias extracelulares encapsuladas por uma extensa camada de polissacarídeo. Tal
mecanismo utilizado para o combate incluem desde a neutralização até a ativação do complemento
pela via clássica. A neutralização é mediada pela alta afinidade dos isotipos IgG, IgM, IgA. A
opsonização é mediada por algumas subclasses de IgG e a ativação do complemento é iniciada pela
produção de IgM e subclasses de IgG.
Por fim, a imunidade celular consiste pela mediação dos linfócitos T que ficam aderidas na
superfície das bactérias extracelulares, de modo a atuarem direcionadamente sobre esses locais.
Dessa maneira, quando o corpo é infectado por esses e ocorre a proliferação, os linfócitos presentes
na circulação atuam por meio da fagocitose, destruindo células infectadas evitando possíveis
reservatórios de novas infecções causadas por novos organismos extracelulares. O recrutamento dos
linfócitos T atuam também no recrutamento de leucócitos que destroem patógenos, auxiliando as
células B numa produção efetiva de anticorpos. Com isso, ao fim de todos esses processos
dissertados ao longo do texto, espera-se que o organismo esteja livre desses organismos
extracelulares, dando uma maior qualidade de vida ao indivíduo, dando também a menor chance de
novas infecções devido a dados guardados pelas células de memória presente no nosso corpo.