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COMPILADO DE QUESTÕES DE IMUNOLOGIA

Essas questões e respostas foram selecionadas com base no material disponível no Drive preparado
pelos veteranos e não necessariamente todas são de provas ou mesmo da professora Vera. Quando a
origem for conhecida, será assinalada. Os gabaritos apresentados não foram revisados.
QUESTÕES DE “ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS B”

1. Por que o B de zona marginal é tão importante?

O B de zona marginal tem muito mais proteínas de membrana capazes de transduzir sinal para
ele. Por isso, a demanda dele de antígeno é muito menor e parece ser bem dependente da sinalização
via Toll. O B de zona marginal expressa CD27, que é um marcador de célula de memória. Esses
linfócitos têm uma permanência mais prolongada no organismo, então, considera-se o B de zona
marginal como se o natural dele já fosse um fenótipo mais semelhante à célula de memória (limiar de
ativação mais baixo, resposta mais rápida, longa permanência), mas essas células têm receptores
com uma diversidade mais restrita (não temos um repertório tão grande de linfócitos B de zona
marginal). O LINFÓCITO B de ZONA MARGINAL É UM DOS PRINCIPAIS LEUCÓCITOS NA
RESPOSTA CONTRA ANTÍGENOS POLISSACARÍDICOS (não precisam de auxílio da TCD4) – esses
antígenos são timo-independentes (por apresentarem epítopos repetitivos).

2. Cite duas consequências imunológicas para a retirada do baço.

Maior propensão a infecções, especialmente por patógenos com antígenos timo-independentes


(como bactérias com cápsulas de polissacarídeos, EX: Neisseria spp., Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus influezae).

Outra: As células B da zona marginal do baço são responsáveis por responder a antígenos de
natureza polissacarídica. Portanto, com a retirada do baço ocorre deficiência na geração da resposta
imune adaptativa a antígenos de natureza polissacarídica, resultando em maior susceptibilidade a
infecções por bactérias encapsuladas, como Pneumonia e Meningite. Além disso, as hemácias
possuem receptores que interagem com opsoninas, podendo carrear vários antígenos opsonizados
por proteínas do complemento para serem eliminados no baço. Então, sem o baço, esses
imunocomplexos tendem a se acumular

Abbinhas: A fagocitose mediada por anticorpos é o principal mecanismo de defesa contra bactérias
encapsuladas, como os pneumococos. As cápsulas ricas em polissacarídios, destas bactérias,
protegem os organismos contra a fagocitose na ausência de anticorpo, porém a opsonização por
anticorpos promove fagocitose e destruição das bactérias. O baço contém grandes números de
fagócitos e é um importante sítio de depuração fagocítica de bactérias opsonizadas. É por isso que os
pacientes submetidos à esplenectomia são suscetíveis a infecções disseminadas por bactérias
encapsuladas.

Falha na remoção de imunocomplexos, gerando deposição destes nos vasos sanguíneos.

Sepse pós-esplenectomia
3. Sabendo-se que o linfócito B possui marcadores de superfície com funções de receptor,
responda: que marcadores da célula B são responsáveis pelo reconhecimento do Ag na célula
B naive? Explique como a célula B funciona como célula apresentadora de Ag e que
marcadores de superfície a capacita para tal função.

A célula B, além de expressar MHC de classe II, apresenta B7 e CD40, moléculas capazes de
liberar o segundo sinal para ativação de linfócitos T (não virgens). A célula B vai ter papel de APC
principalmente para processar e combater antígenos timo-dependentes (proteicos). Ela reconhece o
Ag via BCR, internaliza, processa e apresenta o epítopo via MHC II para o linfócito T. A partir daí a T
ativa a célula B (por meio da ligação entre CD40 e CD40L), que é capaz de se proliferar, diferenciar
em plasmócito de vida longa, promover a troca da classe de Ig e induzir a hipermutação somática e
maturação da afinidade do anticorpo.

4. (Vera) Explique por que crianças menores de 2 anos são mais suscetíveis a infecções
por antígenos de natureza polissacarídica?

Esse grande diferencial do B de zona marginal para um B folicular, que é a expressão do CR2
só acontece após o 2º ano de vida do indivíduo. Antes do 2º ano de vida, essa população ainda não
está formada, no sentido de que não tem uma expressão elevada ou nem sequer expressa o CR2.
Bactérias capsuladas, como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influezae, Neisseria, são
exemplos de patógenos cujos antígenos são timoindependentes. Não que essas bactérias não tenham
antígenos proteicos, mas os principais antígenos delas são polissacarídeos presentes na cápsula.
Então, não por acaso, as crianças até, aproximadamente, o 2º ano de vida tem muito mais infecções
por esse grupo de microrganismos do que as crianças mais velhas e o adulto

Outra: A resposta timo-independente é realizada pela célula B, com formação de


anticorpos. Antígenos T-independentes têm vários epítopos, sendo reconhecidos por vários
BCR. Aproximação de BCR leva a cascata de sinalização e produção de fatores de transcrição
que induzem B a se proliferar, virar plasmócito de vida curta e produzir IgM. Resposta mais
eficiente depende do complexo CR, como CD21, CD19, CD81 que amplificam e otimizam a
sinalização. As B da zona marginal possuem esses complexos e são capazes de montar resposta
contra essas bactérias com estruturas polissacarídicas. Até os 2 anos a população de B da zona
marginal não está completa, deixando as crianças até essa faixa etária mais susceptíveis aos
antígenos polissacarídeos.

Outra resposta...Os linfócitos B2 da zona marginal (B2-ZM) são os principais responsáveis pela
resposta a antígenos timo-independentes e só começam a ser produzidos a partir dos dois anos de
idade. Eles são capazes de reconhecer antígenos polissacarídeos, que apresentam
epítopos repetitivos em suas estruturas. Dessa forma, os BCRs conseguem se ligar
simultaneamente a esses epítopos, o que provoca uma aproximação espacial desses receptores. Isso
desencadeia uma sinalização celular que provoca a ativação de transativadores, resultando na
ativação dessa célula B. Ela se diferencia em plasmócito de vida curta e passa a produzir
anticorpos (IgM) específicos contra o patógeno não proteico . Tal resposta é amplificada pelo
complexo CR2 que reconhece proteína do complemento ligada ao antígeno (que também se liga ao
BCR). Logo, conclui-se que, antes dos 2 anos a resposta contra antígenos timo-independentes, como
Neisseria e Streptococcus, é baixa, visto que os linfócitos T e B2 folicular respondem apenas a
antígenos derivados do processamento de proteínas os linfócitos B2-ZM ainda não foram
produzidos. Resta apenas a ação do B1, que é menos eficaz do que a de B2-ZM, pois não
apresenta com complexo CR2, mas reconhece antígeno não proteico.

5. Qual (is) das proteínas, caso tenham perda funcional por mutações nos seus genes,
poderiam comprometer o desenvolvimento de linfócitos de B de memória a partir dos centros
germinativos: ICOS, AID (deaminase induzida por ativação), CD40. Explique apontando o papel
de cada uma delas no processo.

A CD40 é importante para a interação entre linfócitos T e B, além de ser imprescindível para a
produção da própria AID no B. Para o linfócito B se manter no folículo e concluir seu processo de
diferenciação em linfócito de memória, é preciso que o contato com o linfócito T se mantenha, o que
explica o porquê de, caso houvesse perda funcional do CD40, haveria comprometimento da produção
de linfócitos de memória. A AID é importante para o processo de troca de classes da imunoglobulina,
retirando o segmento pós-VDJ comum e permitindo, assim, a recombinação que dá origem a classes
diferentes de imunoglobulina baseado no perfil de resposta. Apesar de ser muito benéfico para a
formação de linfócitos de memória que esse processo já tenha ocorrido, ele não é crucial, podendo
haver a formação de linfócitos de memória sem ter havido troca de classes. Isso quer dizer que, caso
haja uma perda funcional da AID, não necessariamente haverá comprometimento do desenvolvimento
de linfócitos B de memória. ICOS, assim como a CD40, está relacionado ao contato entre linfócitos B e
T, sendo importante para o processo de diferenciação do T em Th folicular, que promove a proliferação
do B. Como T-helper folicular é essencial para os eventos que vão acontecer dentro do folículo (entre
eles a diferenciação do B em linfócito de memória), pode-se dizer que, caso haja perda funcional do
ICOS, haverá comprometimento do desenvolvimento de linfócitos B de memória.

6. O linfócito B é capaz de reconhecer antígenos na sua forma nativa sem auxílio de células
apresentadoras, entretanto, ele é capaz funcionar como uma célula apresentadora para o
linfócito T. Essa afirmativa é falsa ou verdadeira? Justifique.

(Esse entretanto não faz sentido, as frases não são antagônicas). Ainda sim, ambas as
afirmativas são verdadeiras. O linfócito B não necessita de APC para reconhecer antígeno e ao
mesmo tempo pode funcionar como uma APC profissional (possui MHC II, B7, CD40, mecanismo já
respondido).

7. Linfoma é um tipo de câncer de célula do sistema imune, que ao sofrerem mutações nos
genes de proteínas de controle do ciclo celular e/ou apoptose, proliferam descontroladamente.
A ocorrência de linfomas de linfócitos B, oriundos de centros germinativos, é muito maior do
que de linfócitos T. Por que estas células são mais susceptíveis a isto? Explique.

O linfócito B, ao ser estimulado por algum antígeno, será induzido a proliferação e


diferenciação, migrando para os focos extrafoliculares e depois para os centros germinativos. Nos
centros germinativos, disseminam-se e sofrem processos, dois deles importantes para esta questão:
Hipermutação Somática e Troca de Classe de Ig. Eventuais erros irão acontecer nessas etapas com
uma maior frequência, ocasionando possíveis neoplasias. Isso, conjugado com a maior quantidade de
linfócitos B e sua grande capacidade de proliferação, explica a maior susceptibilidade dos linfomas de
linfócitos B.

8. Com relação a ativação dos linfócitos B2 por antígenos proteicos responda o que se
pede:

a) Quais os fenótipos dos linfócitos T helper envolvidos na indução da troca de cadeia pesada e
que citocinas, por eles secretadas, participam da produção dos diferentes isotipos de
anticorpos?

Th1 induz diferenciação de IgM em IgG1 e IgG3 por ação do IFN gama, Th2 induz diferenciação de
IgM em IgE por ação da IL4 em conjunto com a IL13 e o Th17 induz diferenciação de IgM em IgG e
IgA por ação da IL21.

b) Explique o que é hipermutação somática dos linfócitos B2 e qual a consequência desse


evento na seleção dos linfócitos B que deixam o linfonodo.

A hipermutação somática é uma mutação aleatória do domínio variável do BCR mediada pela ação da
enzima AID que promove uma maturação da afinidade do BCR. A AID é ativada pela ligação
CD40-CD40L entre as células B e T e promove mutações nos nucleotídeos que codificam o BCR.
Essas mutações são aleatórias e podem alterar essa afinidade do BCR pelo antígeno de forma
positiva ou negativa. O que acontece é que o centro germinativo, onde a hipermutação somática
ocorre, têm tendências pré-apoptóticas e os únicos mecanismos de escape dessa apoptose são o
reconhecimento do antígeno na DC folicular ou a apresentação do antígeno para a ThF. Logo, os
BCRs que tiverem menor afinidade pelo antígeno, não escaparão da apoptose, e quanto mais a
resposta imune progride, menos antígenos estão disponíveis e mais seletivo fica esse processo. Como
consequência, temos que com o passar do tempo, a resposta imune humoral fica cada vez mais
específica e os anticorpos têm afinidade cada vez maior (o que ocorre no caso de infecções
secundárias, terciárias, etc).

9. Ao inocular-se um antígeno vacinal em indivíduo, o mesmo amplificou clones celulares,


detectando-se o seguinte: Linfócitos B com especificidade e plasmócitos. Pergunta-se: Sob o
ponto de vista fisiológico, que tipo de resposta está ocorrendo? No caso de uma segunda
aplicação do mesmo antígeno, como deve ser a resposta imune do indivíduo?

(A questão não deixou claro se já havia plasmócitos e B específicos no momento da inoculação da


vacina ou depois). Caso seja no momento da inoculação da vacina, essa resposta é uma resposta
imune (específica) secundária. Uma nova aplicação do antígeno provocaria uma resposta imune ainda
mais específica pois, além de não necessitar aquele processo de ativação de uma célula virgem, os
anticorpos estão progressivamente se tornando mais específicos e ganhando maior afinidade por
aquele determinado antígeno.

10. Quais são as diferenças entre antígenos timo-dependentes e timo-independentes?


Antígenos timo dependentes são aqueles que necessitam da atividade do linfócito TCD4 (produzido no
timo) sobre a célula B para que está exerça sua função. Quando as células B e T se ligam por meio do
CD40-CD40L, torna-se possível que parte das B ativadas retornem para o folículo, onde está sendo
formado o centro germinativo, se diferenciem em plasmócito de vida longa secretor de IgG, proliferem
e troquem a classe de IgM para IgG. É no centro germinativo que ocorre o processo de hipermutação
somática do domínio variável da cadeia alfa, seguido da maturação da afinidade dos anticorpos. Por
esses motivos, o reconhecimento e antígenos timo-dependentes é muito eficiente. Os antígenos
timo-independentes são aqueles que possuem natureza química não proteica (polissacarídeos,
lipídios, etc) e por isso não necessitam desse auxílio da TCD4. Esses antígenos costumam ter
epítopos repetidos e isso possibilita o reconhecimento simultâneo do mesmo antígeno por vários
BCRs. Como a membrana plasmática é fluida, isso aproxima os BCRs que estão ligando no antígeno
e por consequência possibilita a fosforilação dos domínios ITAM das cadeias Ig alfa e Ig beta, que
ativam a cascata de sinalização necessária para internalização e combate ao antígeno. Uma vez que
não há contato da célula B com a T nessa via, não ocorre diferenciação em plasmócitos de vida longa,
troca de classe, hipermutação somática ou maturação da afinidade. Só são secretados anticorpos do
tipo IgM; eles possuem menor especificidade e são característicos de fase aguda. Células B1 e B da
zona marginal do baço costumam ter boa resposta a antígenos timo-independentes.

11. Durante a ontogenia dos linfócitos B, muitos marcadores específicos que são
expressados na membrana tem função de receptor. Baseado nessa afirmativa: Qual o marcador
do linfócito B capaz de reconhecer e ligar o antígeno? Descreva o complexo receptor de
reconhecimento de antígenos dos B. Indique o receptor que permite à célula B funcionar como
célula apresentadora de antígeno e justifique sua resposta.

Sem resposta.

12. Linfoma é um tipo de câncer de célula do sistema imune, que ao sofrerem mutações nos
genes de proteínas de controle do ciclo celular e/ou apoptose, proliferam descontroladamente.
A ocorrência de linfomas de linfócitos B, oriundos de centros germinativos, é muito maior do
que de linfócitos T. Por que estas células são mais susceptíveis a isto? Explique.

O linfócito B, ao ser estimulado por algum antígeno, será induzido a proliferação e


diferenciação, migrando para os focos extrafoliculares e depois para os centros germinativos. Nos
centros germinativos, disseminam-se e sofrem processos, dois deles importantes para esta questão:
Hipermutação Somática e Troca de Classe de Ig. Eventuais erros irão acontecer nessas etapas com
uma maior frequência, ocasionando possíveis neoplasias. Isso, conjugado com a maior quantidade de
linfócitos B e sua grande capacidade de proliferação, explica a maior susceptibilidade dos linfomas de
linfócitos B.

13. Durante a ontogenia dos linfócitos B, muitos marcadores específicos que são
expressados na membrana tem função de receptor. Baseado nessa afirmativa: Qual o marcador
do linfócito B capaz de reconhecer e ligar o antígeno? Descreva o complexo receptor de
reconhecimento de antígenos dos B. Indique o receptor que permite à célula B funcionar como
célula apresentadora de antígeno e justifique sua resposta.
Sem resposta.

14. Linfoma é um tipo de câncer de célula do sistema imune, que ao sofrerem mutações nos
genes de proteínas de controle do ciclo celular e/ou apoptose, proliferam descontroladamente.
A ocorrência de linfomas de linfócitos B, oriundos de centros germinativos, é muito maior do
que de linfócitos T. Por que estas células são mais susceptíveis a isto? Explique.

O linfócito B, ao ser estimulado por algum antígeno, será induzido a proliferação e


diferenciação, migrando para os focos extrafoliculares e depois para os centros germinativos. Nos
centros germinativos, disseminam-se e sofrem processos, dois deles importantes para esta questão:
Hipermutação Somática e Troca de Classe de Ig. Eventuais erros irão acontecer nessas etapas com
uma maior frequência, ocasionando possíveis neoplasias. Isso, conjugado com a maior quantidade de
linfócitos B e sua grande capacidade de proliferação, explica a maior susceptibilidade dos linfomas de
linfócitos B.
14 Descrever uma hipersensibilidade do tipo 2 → falar da miastenia gravis

4. Mulheres Rh negativas (que não expressam o antígeno D nas hemácias) em uma


1ª gestação de bebês Rh positivos, podem sensibilizar seu sistema imunológico com
estas proteínas antigênicas ao entrarem em contato com o sangue do bebê, mais
comumente, no final da gestação e no parto. Em uma segunda gravidez desta mulher,
de outro bebê Rh+, pode ocorrer a manifestação da doença hemolítica do
recém-nascido

OBS: Importante
(eritroblastose fetal), quando as hemácias fetais sofrem hemólise, causando anemia e,
possivelmente, insuficiência cardíaca, resultando em níveis elevados de bilirrubina
indireta, tóxica ao SNC podendo levar à

morte fetal.

a) Explique OS MECANISMOS QUE CAUSAM a hemólise

b) Por que a incompatibilidade materno-fetal entre os antígenos glicídicos do grupo


ABO não leva ao mesmo desfecho?

a) O anticorpo anti-Rh produzido no primeiro contato, após o segundo contato com antígeno
D, passará pela placenta e vai interagir juntamente com o antígeno, por exemplo, com o CD64 de
fagócitos, através da porção Fc, levando à opsonização das hemácias que podem ser fagocitadas
por macrófagos, por exemplo, e também à ativação de células NK, através da citotoxicidade
mediada por anticorpos, que leva a liberação de perforinas e granzimas, favorecendo a apoptose.

b) Antígenos glicídicos não levam a maturação de afinidade e à produção de IgG (antígenos


timo-independentes), sendo que apenas os anticorpos IgG são capazes de passar pela placenta.
QUESTÕES DE “ANTICORPOS: ESTRUTURA E FUNÇÃO”

1. Tendo em vista que algumas imunoglobulinas tem a capacidade de se ligarem a


membrana das células através da sua porção Fc, responda

a) Quais as classes e subclasses de imunoglobulinas que desempenham função de opsoninas


e qual a importância desta função ?

IgG do tipo IgG1 e IgG3. A opsonização é importante mecanismo de auxílio à fagocitose pois, além de
aumentar a ação microbicida dos fagócitos, eles não dependem do reconhecimento do PAMP ou
DAMP pelo PRR. O fagócito tem receptor para as opsoninas, que são capazes de se ligar ao antígeno
e auxiliar essa fagocitose, além de ativar vias bioquímicas que potencializam o burst oxidativo, a
produção de NO e de enzimas lisossomiais.
b) Qual a classe de Ig capaz de se ligar a mastócitos e basófilos e qual a consequência desta
ligação IgE.

A importância dessa ligação é a degranulação dessas células e liberação de histamina, importante


mediador da resposta inflamatória e alérgica. A histamina provoca dilatação arteriolar, aumento da
permeabilidade dos capilares venosos e a contração da musculatura lisa dos brônquios e intestinos.

2. A respeito dos anticorpos, responda:

a) Quais a classes e/ou subclasses de imunoglobulinas que desempenham função de ativação


do sistema complemento e qual a importância desta função ?

IgM e IgG (a importância já foi respondida).

b) Qual a classe de Ig responsável pela vigilância das mucosas e de que forma esta classe pode
contribuir para a proteção contra infecção?

IgA (a contribuição já foi respondida).

c) Qual a classe de Ig é responsável pela imunidade neonatal ?

IgG

d) Qual classe de Ig é produzida durante uma resposta com predomínio de fenótipo Th2?

IgE

3. Como se dá a atuação dos anticorpos IgG na resposta imune?

A neutralização ocorre pela capacidade do IgG se ligar com alta afinidade ao antígeno, bloqueando a
interação antígeno-célula e impedindo a infecção celular. A interação dos domínios variáveis do IgG
que está aderido à superfície dos patógenos com a proteína C1 auxilia na ativação da via clássica do
sistema complemento. Já a opsonização acontece porque o Th1 libera IFN-gama, que induz a troca de
classe dos linfócitos B de IgM para IgG1 e IgG3, que opsonizam o patógeno, contribuindo com a
fagocitose. Por fim, os IgGs fixados na parede das células infectadas aproximam os receptores Fc das
células Natural Killers (NK), ativando-as

4. Por que deve-se avaliar a afinidade de anticorpos IgG para se discriminar infecções
agudas de infecções pregressas? Por que não seria cabível realizar esse tipo de avaliação com
anticorpos de classe M? De que forma o anticorpo IgM fornece proteção contra infecções?
Por causa da alteração da afinidade do IgG durante o processo infeccioso. Em decorrência do edema
causado pela inflamação, o Ag timo-dependente chega ao linfonodo satélite através dos vasos
linfáticos. Esse Ag será reconhecido pelo B2 folicular específico, o qual vai internalizar, processar e
apresentar o peptídeo via MHC II. Enquanto isso, a dendrítica que também reconheceu o Ag na
periferia vai ativar e induzir a diferenciação de uma T virgem no santuário que lhe é mais próximo,
tornando essa T efetora. Essa T então migra para o folículo. A sinapse entre essas células vai induzir
a proliferação de B e a diferenciação desse em plasmócitos de vida curta, que ficam alguns dias
produzindo IgM, caracterizando o foco primário da fase inicial de resposta, e depois morrem. Já na
fase tardia, algumas Bs que não se diferenciam nesses plasmócitos retornam ao folículo e se
proliferam intensamente, formando o centro germinativo, onde ocorre a diferenciação em plasmócitos
de vida longa.

Dentro do centro germinativo ocorrem processos de hipermutação somática e de maturação da


afinidade. Esses processos relacionam-se à ativação da enzima AID (Deaminase Induzida por
Ativação) após interação de B com T, uma vez que essa enzima é responsável pela mutação na região
hipervariável da sequência VDJ do BCR durante intensa proliferação de B no centro germinativo.

Com o progresso da infecção, a quantidade de Ags vai diminuindo, ao passo que o número de células
B específicas aumenta. Com isso, haverá uma competição desses linfócitos para se ligarem aos Ags,
se estabelecendo, assim, uma pressão seletiva sobre os que tiverem maior afinidade. Ou seja, serão
selecionadas as cél. B que, no processo de hipermutação, tiveram maturação da sua afinidade ao Ag.

Como resultado da seleção dessas cél B específicas, serão formados plasmócitos que produzirão
IgGs com maior afinidade em comparação àqueles que foram produzidos na fase aguda da infecção,
quando a quantidade de Ags era maior e o repertório de B no centro germinativo era menor.

Em relação à avaliação da avidez com anticorpos de classe M, são anticorpos de baixa afinidade,
produzidos apenas na fase inicial da resposta imune humoral. Os plasmócitos responsáveis pela
produção de IgM são os de vida curta, os quais morrem após alguns dias produzindo anticorpos.

IgM fornece proteção por meio da ativação do sistema complemento pela via clássica, que é a
dependente de anticorpo. Essa via é iniciada com a proteína plasmática C1. Ela interage com os
domínios constantes do anticorpo, no caso IgM, que está aderido à superfície do patógeno, sofrendo
uma torção em seu arranjo que ativa subunidade, dando início a uma cascata de reações. Porém, os
domínio constantes precisam estar próximos para que ocorra essa torção. Por essa razão, o IgM se
mostra tão eficaz na proteção contra infecções por ativação do sistema complemento, uma vez que
sua estrutura é pentamétrica e, portanto, oferece domínios constantes próximos para C1 se ligar.

5. Descreva o mecanismo de produção da molécula de IgA secretora , indicando seu papel


na resposta imune.

A IgA é produzida nos tecidos linfoides mucosos e é ativamente transportada através dos epitélios,
ligando-se a e neutralizando microorganismos que entram nos lúmens dos órgãos mucosos, que estão
em constante contato por meio da respiração, da ingestão de alimentos, etc. Elas são produzidas na
submucosa pelos tecidos linfoides da mucosa e pelas células B1 e são transportadas através do
epitélio por meio da poli-Ig. Parte dessa molécula se liga à IgA e permite esse transporte (porção
secretora), além de impedir que existam sítios disponíveis para a ação de proteases presentes no
lúmen das mucosas.
6. Analise os 2 quadros elaborados pelo HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS e pelo LABORATÓRIO
DE ANÁLISES CLÍNICAS SÉRGIO FRANCO, compare-os e aponte aquele que vc acha que traz a
informação mais adequada NO QUE SE REFERE APENAS A IgM/IgG, explicando o porquê da
sua escolha. *OBS: A opção de se pesquisar anticorpos IgA ocorreu de modo a garantir uma
detecção mais sensível na fase inicial da doença, uma vez que anticorpos IgA são detectados
em títulos elevados em doenças infecciosas respiratórias e são descritos nestes casos como
marcadores no diagnóstico de infecção aguda

O quadro produzido pelo Sírio Libanês é o mais adequado no que se refere às IgM e IgG. Isso porque,
no cenário em que a IgM é positiva, mas não há presença de IgG, por exemplo, há uma infecção
recente e não uma infecção prévia como apontado pelo Laboratório Sérgio Franco. A IgM é a primeira
imunoglobulina a ser produzida no contexto de infecção (já que a sequência nucleotídica que vem
adjacente ao VDJ é a que codifica IgM), já a IgG faz parte de uma resposta mais tardia, pós processo
de troca de classes da imunoglobulina (processo mediado pela enzima AID que retira o segmento pós
VDJ comum e permite a recombinação, dando origem a imunoglobulinas de classes diferentes
baseadas no perfil de resposta)

7. Observe o fluxograma simplificado para interpretação da sorologia para toxoplasmose e


complete os quadros 1, 2 e 3 com o termo: INFECÇÃO PREGRESSA ou com o termo INFECÇÃO
RECENTE. Justifique suas respostas baseando-se na explicação dos eventos imunológicos
associados ao centro germinativo no decorrer na resposta imune.
8. Leia a afirmativa abaixo e responda se você concorda ou não.

“A troca de classe de anticorpos e a formação de memória imunológica de longa duração


seguindo infecções por bactérias capsuladas são dependentes de complemento.”

Sem resposta.

9. Os anticorpos variam com relação às suas propriedades físico-químicas como: avidez


pelos antígenos, capacidade de apresentar reações cruzadas com outros antígenos
relacionados, taxa de metabolismo (meia-vida), distribuição entre os diferentes tecidos do
corpo e capacidade de produzir reações de fixação do complemento. (Neurociências • Volume 5
• Nº 4 • outubro/dezembro de 2009). Discuta tais propriedades para as classes IgM, IgG e IgA

Sem resposta.

QUESTÕES DE “USO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO DOS ANTICORPOS”


Obs.: Essas questões e respostas foram selecionadas com base no material disponível no Drive
preparado pelos veteranos e não necessariamente todas são de provas ou mesmo da professora
Vera. Quando a origem for conhecida, será assinalada. Os gabaritos não foram revisados por nós.

1- O citomegalovírus (CMV) é atualmente considerado a causa mais comum de infecções


congênitas em países desenvolvidos. A transmissão vertical do CMV pode ocorrer tanto após a
infecção primária da gestante, como por uma recorrente devido a reativação do vírus que
causou a infecção primária ou, ainda, por uma reinfecção com outra cepa do vírus. Em seguida
a uma infecção primária, que ocorre em 1 a 4% das mulheres susceptíveis, a infecção pode ser
transmitida para 20 a 40% dos fetos. Dos fetos infectados, 15% podem ter doença clínica
aparente, sendo que 90% deles podem apresentar sequelas. Os testes hoje disponíveis para
pesquisa de IgM anti-CMV podem gerar testes falsamente positivos em pacientes com
infecções por outros Herpesvirus. Além desta limitação, a cinética da resposta imune varia
entre as pessoas. De uma maneira geral, níveis máximos de IgM podem ser detectados no
início da infecção (1 a 2 meses – fase aguda) após o qual os títulos caem abruptamente (fase de
convalescença) ficando negativos dentro de seis meses. No entanto, em alguns pacientes a
negativação só ocorre em 12 ou mais meses. Desse modo, é inviável a interpretação do teste
IgM quando analisado isoladamente, a alternativa adequada é buscar o auxílio do teste da
avidez da IgG. A partir do texto acima, responda:

a) Por que a concentração de IgM se torna negativa após a infecção (mesmo que persista por
algum tempo além da fase aguda)?

Porque os plasmócitos produtores de IgM são de vida curta, então quando eles morrem a produção de
IgM e a sua concentração no sangue acabam.

b) No que se baseia e como é a interpretação de um teste de avidez de IgG?

O teste de avidez da IgG pelo antígeno mede quantas IgGs, dentre os anticorpos produzidos para
aquela infecção, tem bastante afinidade pelo antígeno. Quanto mais antiga for a infecção, mais
anticorpos de alta afinidade a pessoa vai ter porque, conforme o antígeno que estimula a produção de
anticorpos for diminuindo em concentração no organismo, menos desse antígeno vai estar disponível
para a maturação da afinidade dos anticorpos no centro germinativo, de modo que os anticorpos que
conseguem se ligar aos antígenos são aqueles com mais afinidade.

2- Por que é necessário mais de uma amostra de soro para fazer pesquisa de IgG?

Sem resposta.

3- (Vera 2017.2) Qual a relevância de avaliar afinidade pra IgG? É cabível fazer isso com
IgM? Qual a importância do IgM no combate a antígenos?
Tinha que falar de como IgG adquire afinidade por Ag – centro germinativo, mutação (AID,seq VDJ),
sítio abásico, maturação de afinidade, plasmócitos, céls de memória e refino de afinidade com
competição (era parte do ponto falar da competição!)

Não é possível fazer com IgM, pq IgM não altera sua afinidade (só isso)

importância do IgM no combate a antígenos: Ativa complemento

4- (vera) a presença de anticorpo IgG de baixa afinidade no indivíduo caracteriza infecção


em curso. Explique se a afirmativa é verdadeira e justifique sua resposta.

A afirmativa está correta, pois quando a infecção está em curso, os anticorpos IgG gerados são de
baixa afinidade. Isso ocorre porque nos processos de hipermutação somática e de
maturação de afinidade não ocorreram de forma tão significativa. Diferentemente de uma
infecção pregressa ou crônica que passaram muito mais vezes por esses processos, gerando
IgG com maior afinidade.

Outra resposta certa: A afirmativa está correta, pois no caso de infecções já resolvidas, crônicas
ou após processos de imunização (vacinas) ocorre a maturação de afinidade, que é um evento
do centro germinativo, resultando na presença de IgG de alta afinidade, maturada pela seleção
(após hipermutação somática, ocorre competição para se ligar ao peptídeo e apenas aqueles
que com altíssima afinidade sobrevivem); os com menor afinidade sofrem apoptose. Dessa
maneira, os IgG de baixa afinidade caracterizam a infecção em curso, porque, conforme o
tempo de infecção passa, a seleção fica ainda mais rigorosa (menos peptídeos de patógenos
disponíveis causa seleção por afinidade mais alta ainda). Então, apesar de já ter trocado para a classe
IgG, o fato de ter pouca afinidade nos elucida sobre o tempo de curso da infecção (ainda não
deu tempo de maturar a afinidade).

Outra correta...É correta, pois, no início da resposta de B, haverá apenas produção de IgM. Porém,
parte dos linfócitos B ativados vão para o folículo, onde formam ocentro germinativo. Lá
acontecerá a hipermutação somática, a troca de Ig, a proliferação (1º). Após se proliferarem, a
AID será ativada, que é a enzima deaminase (troca de citosina por uracila) e vai atuar alterando o
gene de produção para a imunoglobulina. Isso irá aumentar a variabilidade e será feita uma seleção
dos B que apresentarem maior afinidade do BCR pelo antígeno invasor (peptídeo), por meio da
apresentação (não expressão) desses pelas APCs e Ts no centro germinativo. No final desse
processo, haverá produção de IgG cada vez mais afim pelo antígeno. Logo, se a infecção já se iniciou
e está começando a formar o centro germinativo, é possível que haja produção de IgG com afinidade
maior que a do IgM, porém menor que a do IgG que será produzido no final da inflamação. Logo, se
fosse IgG de alta afinidade poderia representar infecção crônica, plasmócitos de vida longa
ou vacina. Já que o IgG é de baixa afinidade, conclui-se que está ocorrendo a formação de
plasmócitos de vida longa; é um processo em curso ainda.

5- O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2018, foi conferido a James P. Allison e


Tasuku Honjo “Por sua descoberta da terapia do câncer pela inibição da regulação imunológica
negativa”. Ao estimular a capacidade inerente do sistema imunológico de atacar as células
tumorais, os ganhadores do Prêmio Nobel deste ano estabeleceram um princípio inteiramente
novo para a terapia do câncer. Por mais de 100 anos, os cientistas tentaram envolver o sistema
imunológico na luta contra o câncer. Até as descobertas seminais pelos dois laureados, o
progresso no desenvolvimento clínico era modesto. A terapia de ponto de controle (checkpoint)
imunológico revolucionou o tratamento do câncer e mudou fundamentalmente a maneira como
vemos como o câncer pode ser tratado. Contudo a taxa de resposta a esta terapia é baixa em
tumores ditos frios tais como o câncer de ovário, o pancreático e o glioblastoma, por exemplo.
Aponte os alvos e explique no que se baseia esta terapia e por que ela falha nestes tipos de
tumores.

Gabarito da Vera: Os alvos são as proteínas de membrana PD-1, CTLA-4 e PD-L1. CTLA-4,
expresso em linfócitos T após ativação e constitutivo em Treg, tem afinidade pelas moléculas
coestimulatórias (CD80 e CD86 ou B7.1 e B7.2), no entanto, ao invés de exercer os efeitos de
coestimulação como no 2º sinal, ele inibe esse processo, além de ir desativando as vias que tinham
sido estimuladas no processo de ativação. Em linfócitos Treg, a interação do CTLA-4 com DC também
inibe a expressão dos coestimuladores e prejudica a coestimulação necessária a ativação de linfócitos
T contra os antígenos tumorais. Com estímulo crônico ou uma hiperestimulação do linfócito T,
principalmente o T CD8+, começa a expressar PD-1, que é uma molécula de exaustão. PD-1 ao
interagir com seu ligante (PD-L1 expresso por muitos tipos de células tumorais), promove uma perda
funcional progressiva das atividades desse linfócito (ao pensar no T CD8+, podemos notar a perda da
capacidade de produzir citocinas, a perda da capacidade citolítica e, até mesmo, entrar em processo
de apoptose) e, com isso, a ação dele no combate à célula tumoral ficaria prejudicada. As terapias de
“inibição da regulação imunológica negativa” (inibição de checkpoint imunológico) se baseia no uso de
anticorpos monoclonais específicos para tais moléculas a fim de bloquear a interação com seus
respectivos ligantes, as quais desencadeiam sinalização inibitória das funções dos linfócitos T.
Tumores frios não têm infiltração suficiente de linfócitos T, portanto tal terapia não tem efeito uma vez
que os linfócitos não têm acesso ao ambiente tumoral.

6- Explique UM, apenas 1, mecanismo pelo qual o anticorpo monoclonal é utilizado em


terapias contra tumores.

Anticorpo monoclonal é associado a toxinas ou radioisotopos em caso de tumores com


modulação antigenica, pois esse anticorpo, ao se ligar ao epitopo da celula tumoral, vai sofrer
endocitose, e dentro da celula, essa toxina promovera a morte da celula tumoral.

R= Tive vários, eu expliquei a de imunotoxinas q é quando o anticorpo monoclonal é associado a


toxinas ou radioisotopos e ai quando interage com o epitopo especifico na superficie do tumor, esse
tumor vai internalizar todo esse complexo e a toxina em seu interior irá desencadear a morte da celula
tumoral. (Obs: tem outros mais fácies, optei por esse porque foi o primeiro que lembrei)

7- O tocilizumab é um anticorpo monoclonal (Mab) IgG1 contra receptor de IL-6 usado no


tratamento da artrite reumatoide. Este Mab tem um padrão de glicosilação da porção Fc que,
apesar de muito semelhante, é ligeiramente diferente das IgG1 humanas. Tais diferenças fazem
com que este Mab tenha como principal efeito biológico apenas o bloqueio do receptor para
IL-6. Caso não houvesse nenhuma diferença, explique quais efeitos este Mab poderia causar.
A porção Fc, que é aquela que apresenta função efetora, ser diferente do tocilizumab, impede
que outras atividades normalmente presentes na IgG1 ocorram, como ativação de fagócitos, do
sistema complemento (por via clássica) e células NK, que levariam a efeitos de morte celular, mais
prejudicando que ajudando esse indivíduo.

8- O trazstuzumab é um anticorpo monoclonal específico para uma proteína de membrana


(Her 2) cuja expressão está aumentada em certos tipos de câncer de mama. O margetuximab
desenvolvido pela MacroGenics, adaptou o mesmo alvo Fab que o transtuzumab, mas foi
projetado com Fc para elevar a afinidade relativa para o receptor Fc-gama, Fc-gama RIIIa (CD16)
sobre a afinidade relativa para o receptor inibitório Fc-gama RIIIb (CD32b), e recentemente
mostrou uma redução de risco de 24% em pacientes em relação ao transtuzumabe em um
ensaio clínico de fase 3 feito com 536 pacientes com câncer de mama.

Explique por que esta modificação foi feita no margetuximab, explique seu mecanismo de ação
e por que ele apresentou um desempenho terapêutico maior que o transtuzumab.

CD16: receptor de cél NK

C32b: domínios ITIM, NÃO estão envolvidos com a atividade efetora dos Ac.

Margetuximab – maior capacidade de induzir ADCC, menor chance de se ligar ao CD32b sem induzir
efeito anti-tumoral.

9- Os anticorpos monoclonais (Mab) têm sido utilizados na imunoterapia para diversas


doenças, entre as quais as relacionadas à resposta inflamatória, como as doenças autoimunes
psoríase e esclerose múltipla, e neoplasias, como linfoma e câncer de mama. A grande maioria
destes anticorpos são da classe IgG e podem ter sua porção Fc engenheirada para
potencializar ou diminuir a interação dela com outros componentes do sistema imune conforme
a necessidade de ação terapêutica do Mab. Nas doenças onde o excesso de número ou
atividade de linfócitos B está relacionado com a patogenia, como na leucemia linfoide ou no
lúpus, uma estratégia terapêutica com Mabs é o uso do Rituximab, uma IgG1 quimérica
camundongo-humana anti-CD20 (CD-20 é expresso nos linfócitos B a partir do estágio pró-B
até a maturação), para REDUZIR A QUANTIDADE destes linfócitos no organismo do paciente.
Explique o(s) mecanismo(s) que promovem esta redução.

Rituximab possui afinidade por CD-20, uma proteína de membrana expressa constitutivamente
em linfócitos B. Ao ligar-se a diversas CD-20, forma um aglomerado proteico na membrana celular que
permite três processo que resultam na morte da célula: ADCC (citotoxicidade dependente de
anticorpos). ativação do sistema complemento e lise por MAC, e sinalização apoptótica.

10- Quanto aos testes disponíveis atualmente para o diagnóstico da COVID 19 analise as
afirmativas abaixo:
I) Os testes imunocromatográficos para pesquisa de Ac permitem um diagnóstico mais rápido e
agilizam a tomada de decisões, além de serem mais sensíveis que o RT-PCR.

II) Os testes sorológicos que pesquisam Acs IgM/IgG por método ELISA são úteis pois
permitem determinar a fase aguda da doença, facilitando o tratamento precoce do paciente.

III) O teste RT-PCR é considerado o padrão ouro no diagnóstico da COVID 19, pois é mais
sensível e permite detectar a presença do vírus antes do aparecimento dos sintomas.

IV) O teste ELISA para pesquisa de Acs neutralizantes utiliza placas sensibilizadas com ACE-2
(receptor para o vírus) e é positivo quando a interação do RBD (domínio da spike) adicionado a
placa é inibida pelo soro do paciente.

Assinale a opção que corresponde à sequência correta das afirmativas ”Verdadeiras” e


“Falsas”

a) V, F, V, V

b) V, V, F, V

c) F, F, V, V

d) V, V, F, F

e) F, V, V, F

Gabarito C

11- Uma criança recém nascida apresentou sintomas clínicos que levaram a suspeita de
infecção pelo vírus da rubéola. O pediatra então, solicitou teste sorológico para pesquisa de
anticorpos IgM e IgG no soro da criança.

Assinale a alternativa que corresponde à solicitação de exame mais adequada para o


diagnóstico da infecção na criança.

a) A solicitação de pesquisa de IgG é adequada pois confirmaria o diagnóstico da infecção no


recém nascido.

b) A solicitação de pesquisa de IgM na criança é irrelevante pois a criança sendo recém nascida
já está protegida pelos anticorpos maternos

c) Por ser uma criança recém nascida deveria ser solicitada a pesquisa de IgG junto com o
teste de avidez da IgG no soro

d) A solicitação de pesquisa de IgM e IgG está correta pois só assim confirmaría o diagnóstico
na criança
e) A solicitação de pesquisa de IgM por si só já confirmaria o diagnóstico da infecção aguda na
criança recém nascida

Gabarito E

12- Um pediatra recebeu em seu consultório uma criança de 4 meses com sintomas que
levaram a suspeita de infecção pelo vírus do sarampo. Com a finalidade de fazer um
diagnóstico correto solicitou teste sorológico imunoenzimático para pesquisa de anticorpos
IgM e IgG no soro da criança. Assinale a alternativa que corresponde à solicitação correta para
o diagnóstico da infecção da criança.

a) O correto seria solicitar a pesquisa apenas de IgG pois bastaria para confirmar o diagnóstico
da infecção na criança.

b) A pesquisa de IgG é irrelevante pois é um anticorpo transplacentário que está presente nos
primeiros meses de vida da criança

c) O correto seria solicitar uma sorologia pareada pois apenas a conversão sorológica
confirmaria o diagnóstico da infecção aguda na criança.

d) A pesquisa de IgM na criança é irrelevante pois a criança já está protegida pelos anticorpos
maternos

e) O correto seria solicitar a pesquisa de ambas IgM e IgG pois só assim confirmaría o
diagnóstico na criança

Gabarito B

13- Sobre terapias antitumorais em pacientes que não responderam aos tratamentos
convencionais, explique o mecanismo de:

a) Imunização com CDs

As CDs são pulsadas com antígenos tumorais e colocadas diante das TCD8 especificas e
estas inseridas no paciente.

b) Transfusão de células t com IL-2

Há isolamento dos linfócitos t do sangue ou do infiltrado tumoral e propagação desses linfócitos em


IL-2 e transfusão dos linfócitos T para o paciente. Não deu certo pois a IL-2 em vez de favorecer
células t antitumorais favoreceu Treg.

c) Recebimento de soro
Recebimento de Acs contra moléculas self. A célula endocita esse Ac e ele pode estar ligado pela
porção Fab a uma droga, radioisótopo ou toxina que irão exercer efeito tóxico para essa célula ou se
for só o anticorpo endocitado induz ADCC e fagocitose opsonizada.

d) Vacina com plasmídeo

Expressão de antígenos tumorais/B7/GM- CSF/IL-2 que são proinflamatorios e serão incorporados as


células dentriticas que irão migrar para apresentar para células T.

3) Além de reações imediatas, o látex também pode causar reações tardias, explique os
mecanismos imunológicos associados a este outro tipo de alergia e compare os testes
diagnósticos para as 2 possibilidades de reações.

A reação tardia de hipersensibilidade, também chamada de tipo IV, ocorre quando já se construiu uma
resposta celular para o alérgeno. Após primeira exposição e sensibilização pelo antígeno, ocorre a
apresentação desse para células T, que adquirem fenótipo efetor reativo para esse alérgeno. A
patogênese se dá a partir de uma reexposição ao antígeno, ativando células Th1 e Th17 secretoras de
grande quantidade de citocinas, como IL-12, TNF-alpha, IFN-gama, recrutando e ativando leucócitos
como macrófagos e linfócitos T CD8+ citotóxicos, contribuindo para morte celular e injúria tecidual.
Esse processo demora de 24 a 48h, em contraste com as reações de hipersensibilidade imediata, que
ocorrem em minutos. O teste diagnóstico para a reação imediata pode ser o "prick test", no qual se
goteja o antígeno sobre a pele do paciente e, com uma agulha, se perfura a pele dele para gatilhar
uma reação imediata, caracterizada por um halo de eritema em torno de um foco de edema, evidente
em poucos minutos na pele se o indivíduo for sensível e previamente exposto ao antígeno em
questão. Enquanto no teste de hipersensibilidade cutânea tardia, pode-se fazer uma injeção
intradérmica do antígeno, observando-se inicialmente uma pequena pápula no local da injeção,
indicando positividade para hipersensibilidade do tipo IV após 24-48h com o aparecimento de eritema
e uma enduração maior de 5mm. Feedback individual

Por que a reação no prick test é imediata? Porque o indivíduo já foi previamente sensibilizado.

3) A nefrite lúpica e a glomerulonefrite pós-streptocócica tem em comum a patogênese


associada a presença de imunocomplexos. Explique os mecanismos imunológicos que levam
ao quadro INFLAMATÓRIO com LESÃO TECIDUAL que se estabelece nos locais de deposição
destes imunocomplexos?

Os imunocomplexos são formados quando há a presença de antígenos/alergenos no sangue, aos


quais o anticorpo se liga formando esse complexo antígeno-anticorpo. A formação desses
imunocomplexos está associada à hipersensibilidade do tipo III e eles podem levar a um quadro
inflamatório ao se depositarem na parede dos vasos. Quando o imunocomplexo é pequeno, ele é
menos imunogênico e, por isso, não atraem macrófagos (células fagocitárias) com facilidade,
permanecendo mais tempo circulando no sangue e podendo se prender às células endoteliais dos
vasos. Após essa deposição, o complexo ativa o sistema complemento pela via clássica (C1 se liga ao
anticorpo), acarretando a liberação de fragmentos anafilatoxinicos como C3a e C5a, que fazem
vasodilatação e aumentam permeabilidade vascular, provocando edema pela passagem de líquido dos
vasos ao tecido no local da inflamação. Além disso, esses fragmentos atuam como quimiocinas e
atraem neutrófilos que tentarão fagocitar o imunocomplexo preso ao vaso. Quando os neutrófilos não
conseguem fagocitar complexo, eles liberam enzimas citotóxicas que causam lesão tecidual. A lesão
tecidual libera DAMPS (padrões moleculares associados a patógenos) que ativam ainda mais a
cascata inflamatória atraindo células imunes ao local, aumentando a liberação de citocinas e
aumentando a inflamação.

QUESTÕES DE “REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE”

Obs.: Essas questões foram selecionadas com base no material disponível no Drive preparado pelos
veteranos e não necessariamente todas são de provas ou mesmo da professora Vera. Quando a
origem for conhecida, será assinalada. Os gabaritos não foram revisados por nós.

1. Quais fatores contribuem para que a diferenciação dos linfócitos Treg induzidos (iTreg)
ocorre preferencialmente no tecido linfoide da mucosa gastrointestinal (GALT)?

As células dendríticas da submucosa do TGI estão em um ambiente tolerogênico, que é criado pela
produção de TGF-beta pelos enterócitos da mucosa. Isso é importante considerando que a dendrítica
tenha um limiar de ativação alto. Portanto, a dendrítica que vai para o santuário mais próximo (no caso
o GALT) tende a ser mais tolerogênica, induzindo a expressão de iTreg por meio da produção de
TGF-beta e IL-12, o que inibe os fenótipos Th1, Th2 e Th17.

2. Além da produção de citocinas como IL-10 e TGF-beta, linfócitos T reguladores


periféricos (FoxP3+) inibem a resposta imune contra antígenos próprios através de outros
mecanismos. Explique um destes mecanismos que inibe a atividade de linfócitos T efetores e
outro mecanismo que inibe células dendríticas.

Sem resposta.

3. (Cleo) Leia a afirmativa a seguir, justificando, se você concorda ou não: “No final da
resposta imune protetora contra patógenos, a presença das células T reguladoras é
fundamental para a manutenção das células T efetoras de memória central contra o patógeno
que iniciou a resposta imune.”

Sem resposta.
1. Um trabalho recente publicado na Science relatou que autoanticorpos neutralizantes
(auto-Abs) contra interferons tipo I (IFNs) foram encontrados distintamente em pacientes com
COVID19 com risco de vida (101/987, 10.2 %), enquanto raramente foram detectados em
indivíduos assintomáticos ou com infecção branda (Fig.1). Entre os pacientes com pneumonia
grave por COVID-19 que têm auto-Abs neutralizantes contra IFNs do tipo I, os pacientes do
sexo masculino representam a grande maioria (95/101, 94%). Explique a relação da
neutralização dos INF I com o desenvolvimento da forma mais grave da doença

INF-I - EXPLICAÇÃO DO EFEITO ANTIVIRAL: efeito autócrino e parácrino de inibição do fator


necessário à síntese proteica e ativação de RNAses, com isso os RNAs dentro da célula são
destruídos e a síntese proteica é inibida, as células ficam refratárias à replicação viral e
consequentemente a carga viral não aumenta desenfreadamente. Os INF-I também aumentam a
expressão de MHC-I, favorecendo a apresentação de Ags virais para TCD8 e consequente eliminação
das células infectadas. Os INF-I também potencializam a atividade de células Nk.
2. Dois estudos publicados na revista Science apontam que a severidade da covid-19 pode
estar ligada ao comprometimento de genes codificantes de interferon tipo 1 (IFN-I). De acordo
com os autores, de diversas instituições de pesquisa, as descobertas ajudam a explicar por
que algumas pessoas sem comorbidades desenvolvem uma doença muito mais severa do que
outras da mesma faixa etária. Além disso, podem oferecer uma justificativa molecular de por
que mais homens morrem de covid-19 do que mulheres, pois as variantes são mais comuns no
sexo masculino. Os cientistas observaram uma produção muito pouco significativa de INF-I na
presença do Sars-CoV-2, confirmando a associação entre as mutações, a baixa formação das
proteínas e a severidade da doença causada pelo coronavírus. Em 3,5% dos pacientes graves,
os pesquisadores detectaram a falta de um gene para INF-1 funcional. As células imunes
dessas pessoas sequer produzem IFN-I. – Newsletter do Correio Braziliense postado em
25/09/2020. Qual o impacto deste comprometimento na infecção viral? Quais outros
mecanismos de defesa atuam na proteção contra este tipo de infecção? Explique como esses
mecanismos atuam na proteção.

Sem a produção de INF-1 o organismo não consegue ativar o estado antiviral. Nesse estado, o
INF-1 promove a redução do metabolismo da célula infectada, impedindo que ela produza as proteínas
da própria célula e as virais. Isso é importante porque impede que o vírus continue se multiplicando e,
ao mesmo tempo, impede que a célula continue produzindo moléculas de MHC que ficarão expostas
na superfície celular. A redução de MHC na membrana da célula faz com que a célula NK, ao interagir
com essa célula infectada, entre no seu estado de ativação, degranulando e levando a célula infectada
à apoptose. O efeito do INF-1 é tanto sobre a própria célula que o produziu (a partir do
reconhecimento de PAMPs virais pelos receptores de padrão) quanto sobre as células vizinhas. Isso
permite que, se as células vizinhas já estejam infectadas, elas parem de produzir proteínas virais e
MHC, e se elas ainda não estiverem infectadas, isso impede que elas sequer comecem a produzir
essas proteínas virais (caso venham a ser infectadas posteriormente) porque elas já estarão com seu
metabolismo reduzido. Outros mecanismos que atuam em infecções virais, além do estado antiviral
são: ação citotóxica da célula NK (seja por ADCC ou pelo vírus levar à perda de expressão das
moléculas de MHC na célula infectada); anticorpos promovendo neutralização do vírus (impedindo que
ele infecte novas células) e ativação do Sistema Complemento pela via clássica; ação citotóxica do
TCD8. A célula NK pode ser levada a ser ativada pela redução da expressão de MHC na célula, como
dito anteriormente, ou por ADCC, isto é, pela interação do receptor da NK com a FC de IgG ligada ao
antígeno viral que está sendo expresso na membrana (quando ocorre brotamento do vírus). Essa
interação da FC de IgG com seu receptor na NK faz com que essa célula seja ativada e degranule,
liberando granzima e perforina dentro da célula infectada, fazendo com que ela sofra apoptose. Os
anticorpos também podem atuar prevenindo a formação de mais reservatórios virais ao neutralizar o
vírus, isto é, ao se ligar a ele no sítio onde ele se ligaria à célula, impedindo, assim, sua entrada. Além
disso, os anticorpos podem ativar a via clássica do Sistema Complemento pela ligação das FCs à
proteína C1q. A ativação do Complemento culmina na formação de MAC, isto é, um sistema de ataque
à membrana que forma poros na membrana da célula infectada, fazendo com que ela sofra lise
osmótica. → o que faltou na minha resposta (foi essa a questão que eu não ganhei o ponto inteiro) foi
falar da função do ac de promover a opsonização A ação do TCD8, por sua vez, sobre as células
infectadas, é reconhecer os antígenos para o qual ele é especifico que estão sendo apresentados via
MHC I e isso leva à sua ativação e degranulação (liberando granzima e perforina, o que gera apoptose
no reservatório viral). Uma vez ativado, ele também pode matar a célula infectada ao ligar o FasL que
ele possui em sua membrana ao Fas presente na célula, levando-a à apoptose.
QUESTÕES PARA A P3
QUESTÕES DE “HIPERSENSIBILIDADES II, III e IV”

1 - Escolha uma doença, dentre as enquadradas na hipersensibilidade do tipo II, e descreva sua
imunopatogenia (pênfigo porque foi a que ela deu de exemplo)

O pênfigo é uma hipersensibilidade do tipo 2 logo é uma doença autoimune de base humoral com
produção de anticorpos IgG autorreativos contra autoantígenos particulados, que nesse caso é a
proteína caderina que faz a adesão das células epiteliais da pele e de mucosas. Sendo assim, as
células epiteliais se soltam umas das outras mas continuam presas ao tecido conjuntivo. Por serem
grandes, não conseguem ser fagocitadas pelos macrófagos e estes fazem então ADCC like
liberando enzimas lisossomais, ocorrendo ativação do complemento com formação do MAC. Há então
a formação de bolhas podendo ser com conteúdo seroso ou sanguinolento caso haja lesão no vaso
sanguíneo.

2 -Diferencie a artrite na Artrite Reumatoide a artrite em Lúpus

As artrites em lúpus são caracterizadas pela deposição de imunocomplexos e são assimétricas,


migratórias e raramente são deformantes e erosivas. Já na artrite reumatoide, há infiltração de Th17
patogenica na membrana sinovial e suas características são simétricas, bilaterais e nunca migratórias.

3 - Diante do que foi falado em sala de aula, discuta porque o excesso de peso impacta
negativamente no curso das reações de hipersensibilidades

Em obesos há presença de uma gordura imunogênica alvo fácil de radicais livres que são
fagocitadas pelos macrófagos eu adquirem perfil M1 em vez de M2 (normopesos). Esses macrófagos
juntamente com adipocitos secretam MCP-1 quimiotatico de monócitos e citocinas da tríade (IL-1,
IL-6, TNF-alfa) aumentando a inflamação. Além disso, há o aumento de leptina que compromete o
compartimento Treg e favorece a formação de Th17 patogenica com o aumento de Il-6 e ausência de
TGF-beta, principal fenótipo envolvido nas reações de hipersensibilidades. Por fim, o excesso de
tríade pode quebrar a anergia de clones autorreativos de células T aumentando o risco de doenças
autoimunes e pode expor antígenos criptos.

4 - Explique a imunopatogenia da doença do soro MEET

A doença do soro é uma hipersensibilidade do tipo 3 caracterizada pela formação de


imunocomplexos no recebimento de soroterapia e que por defeito intrínseco da depuração normal
desses imunocomplexos ou no sistema fagocitico mononuclear eles são depositados nos capilares
sanguíneos (são muito pequenos).

5 - Explique a imunopatogenia da hipersensibilidade do tipo 4 de contato MEET


Na hipersensibilidade do tipo 4 de contato a pele entra entra em contato com o alérgeno hapteno que
se conjuga a proteínas do tecido formando linfócitos efetores e células T de memória. Na fase efetora
essas células de memória são ativadas pela apresentação aos linfócitos TCD4 e TCD8 diferenciando
em Th1, Th17, e T citotóxico com liberação de INF gama, IL-2 e Il-17, resultando no recrutamento de
macrófagos, neutrófilos, liberando ROS, NO, enzimas lisossomais, causando lesão na pele.

6 - Descreva o mecanismo imunopatológico da hipersensibilidade do tipo III MEET

7 - Além de reações imediatas, o látex também pode causar reações tardias, explique os
mecanismos imunológicos associados a este outro tipo de alergia e compare os testes
diagnósticos para as 2 possibilidades de reações. MEET

A reação tardia de hipersensibilidade, também chamada de tipo IV, ocorre quando já se construiu uma
resposta celular para o alérgeno. Após primeira exposição e sensibilização pelo antígeno, ocorre a
apresentação desse para células T, que adquirem fenótipo efetor reativo para esse alérgeno. A
patogênese se dá a partir de uma reexposição ao antígeno, ativando células Th1 e Th17 secretoras de
grande quantidade de citocinas, como IL-12, TNF-alpha, IFN-gama, recrutando e ativando leucócitos
como macrófagos e linfócitos T CD8+ citotóxicos, contribuindo para morte celular e injúria tecidual.
Esse processo demora de 24 a 48h, em contraste com as reações de hipersensibilidade imediata, que
ocorrem em minutos. O teste diagnóstico para a reação imediata pode ser o "prick test", no qual se
goteja o antígeno sobre a pele do paciente e, com uma agulha, se perfura a pele dele para gatilhar
uma reação imediata, caracterizada por um halo de eritema em torno de um foco de edema, evidente
em poucos minutos na pele se o indivíduo for sensível e previamente exposto ao antígeno em
questão. Enquanto no teste de hipersensibilidade cutânea tardia, pode-se fazer uma injeção
intradérmica do antígeno, observando-se inicialmente uma pequena pápula no local da injeção,
indicando positividade para hipersensibilidade do tipo IV após 24-48h com o aparecimento de eritema
e uma enduração maior de 5mm.

8 - Explique por que a obesidade e os transtornos de humor são considerados fatores de risco
para formas graves de doenças de hipersensibilidade.

OBS: Essa caiu a mesma questão, só que perguntava sobre HIV


Ambos os fatores de risco aumentam a tríade. No caso da obesidade, as adipocinas são reconhecidas
por todas as células do organismo, inclusive as do sistema imune, sendo a leptina a principal
adipocina. Com a obesidade, há maior produção de leptina e seu reconhecimento da por macrófagos
induz a formação do macrófagos tipo M1, que é pró- inflamatório. A presença desses macrófagos
induz a FoXP3, inibindo Treg (que liberaria TGF- beta). Além disso, a leptina estimula a tríade (IL-1B,
IL-6 e TNF-alfa), principalmente a IL-6, que na ausência de TGF-beta no meio induz a diferenciação de
Th17 patogênico, associado a doenças auto-imunes de hipersensibilidade do tipo IV. No caso dos
transtornos de humor, a inflamação causada exacerba o transtorno, além de desencadear os demais
efeitos já citados pela tríade.
9 - Descreva a imunopatogenia de uma doença de Hipersensibilidade do tipo 4 e discuta o
tratamento.

a) Diabetes Mellitus tipo 1:

Na diabetes mellitus tipo 1 ocorre uma resposta imune contra células beta da ilhota pancreática, as
produtoras de insulina. Essa resposta se dará, inicialmente, por Th1 que, via produção de IL-2,
formará TCD8 citotóxica, as quais destruirão essas células. Com a progressão da doença, um
ambiente pró-inflamatório com ausência de TGF-beta favorecerá a diferenciação do fenótipo Th17
patogênico. Desse modo, ocorrerá uma destruição progressiva das células produtoras de insulina, o
que acarretará em hiperglicemia, hálito cetônico, perda de peso, acidose metabólica. O tratamento de
indivíduos acometidos por DM1 é administração de insulina

b) Esclerose Múltipla:

Na esclerose múltipla, os HLAs predisponentes apresentam altíssima afinidade a proteínas dos


oligodendrócitos que formam a bainha de mielina no SNC. No início da resposta imune, tem-se tanto o
fenótipo Th1 quanto Th17. A área parenquimal cerebral ou medular acaba sendo infiltrada por
macrófagos ativados pelo INF-gama liberado pelo Th17. Graças ao IL-17 secretado, também são
atraídos neutrófilos, lesionando ainda mais o tecido. Em pacientes progressivos, há o domínio da
resposta Th17 e ajuda de TCD8. O tratamento, durante as crises, é feito com corticoide, e, para
pacientes refratários, é feito com azatriopina. O fingolimoide também vem se tornando uma escolha
para tratamento.

c) Artrite Reumatóide:

A artrite reumatoide é caracterizada por um comprometimento da membrana sinovial que reveste as


estruturas internas das articulações. O indivíduo, para desenvolver essa doença, apresenta um HLA
predisponente que vai apresentar o auto antígeno presente na membrana sinovial, ativando células T
que se diferenciam em Th17, responsáveis por recrutar neutrófilos e ativar macrófagos. Estes, ao
liberarem a tríade inflamatória, vão atuar sobre os osteoclastos, osteoblastos e condroblastos, a,
juntos com neutrófilos, produzirem MMPs (metaloproteinases), enzimas destruidoras de tecido ósseo e
cartilaginoso, o que provocará ainda mais o recrutamento de neutrófilos ao local. No tratamento, se o
corticoide não estiver adiantando mais, usa-se um coquetel quimioterápico citotóxico.

10 - Diferencie a artrite na Artrite Reumatoide da artrite em Lúpus

Inicialmente, destaca-se que são hipersensibilidades diferentes. No caso da artrite reumatoide, a


patogenia é decorrente da citotoxicidade sobre a membrana sinovial que reveste a estrutura interna
das articulações, causando uma artrite simétrica, bilateral, nunca migratória e que gera erosão óssea e
destruição da cartilagem. Já no caso da lúpus, a patogenia é decorrente da deposição de
imunocomplexos nas articulações, causando uma artrite assimétrica, migratória e raramente
deformantes e erosivas.

11 - Explique a imunopatogenia da hipersensibilidade do tipo 4 de contato

Na hipersensibilidade do tipo 4 de contato a pele entra entra em contato com o alérgeno hapteno que
se conjuga a proteínas do tecido formando linfócitos efetores e células T de memória. Na fase efetora
essas células de memória são ativadas pela apresentação aos linfócitos TCD4 e TCD8 diferenciando
em Th1, Th17, e T citotóxico com liberação de INF- gama, IL-2 e Il-17, resultando no recrutamento de
macrófagos, neutrófilos, liberando ROS, NO, enzimas lisossomais, causando lesão na pele

12 - Descreva a imunopatogenia das lesões cutânea e renais em pacientes com lúpus


enfatizando os quais são os auto antígenos reconhecidos.

A imunopatogenia das lesões cutâneas decorre da deposição de imunocomplexos formados por


anticorpos IgG e autoantigenos nucleares nos vasos provocando vasculite com lesões avermelhadas
em forma de asa de borboleta. Nos rins há deposição desses imunocomplexos nos glomérulos renais
ocasionando glomerulonefrite lúpica.

13 - Diante do que foi falado em aula, discuta porque o excesso de peso impacta negativamente
no curso das reações de hipersensibilidade.

O excesso de gordura está associado a uma maior produção de leptina, pois há mais adipócitos. Esta
substância tem um carátes pró-inflamatório, e pode chegar a danificar o compartimento das células
Treg e induzir o fenótipo TH17 patogênico associado a doenças autoimunes de hipersensibilidade tipo
IV. Isto ocorre porque há maior produção de citocinasinflamatórias, como a tríade (IL-1 IL-6 t TNF-alfa)
(amplificada pela atração do macrófago m1 que predomina) que induz TH1 e TH17, além de danificar
Treg (que liberaria o TGF-beta sem o qual a TH17 vira patogênica). Estes fenótipos efetores estão
associados à desregulações da resposta imune, como no curso da hipersensibilidade, até mesmo nas
humorais que dependem de célula T para a produção de anticorpo. Além disso, altos níveis de
inflamação podem levar à quebra da anergia funcional dos linfócitos que passaram pelo processo de
tolerância periférica, aumentando o risco de doenças auto-imunes.

Outra resposta...

O excesso de tecido adiposo fez com que a gordura estratificada tente ser destruída pelos
macrófagos, que se transformarão em células gigantes multinucleadas, que não conseguem
destruí-las. Atrelado a isso, há um aumento de leptina que aumenta a inflamação pela liberação da
tríade. Assim, o aumento da tríade (IL1, IL6 e TNF- alfa) causado pela inflamação, danifica Treg e
favorece TH17 patogênico, situação que favorece as reações de hipersensibilidade.

14 - O CDC (Centro de prevenção e controle de doenças dos EUA) recomenda que a pessoa
após ser vacinada com a vacina contra COVID-19 da Pfizer/BioNTech, em virtude do risco de
reações anafiláticas ou anafilactoides em indivíduos com histórico de alergias graves, espere
15 minutos antes de deixar o local de vacinação após receber este imunizante. A respeito
destas duas reações mencionadas no texto, é correto afirmar:

I - As reações anfilactoides (pseudoalérgicas), diferente das anafiláticas, têm como mecanismo


desencadeante da liberação de mediadores inflamatórios, a deposição de imunocomplexos

II - Estas duas reações só ocorrerão em indivíduos previamente sensibilizados com algum


componente da vacina ou com componente com epítopo semelhante que tenha gerado reação
cruzada

III - Estas duas reações envolvem a produção de IgE

IV - Estas duas reações irão ocorrer rapidamente porque os mediadores responsáveis pelos
sintomas já estão sintetizados e dependem apenas da ativação de mastócitos para serem
liberados.

a) I, II, III, IV.

b) I, II e IV.

c) II, III e IV.

d) II e IV.

e) IV.

15 - Em virtude do risco de reações alérgicas ou pseudoalérgicas com a vacina contra


COVID-19 da Pfizer/BioNTech em indivíduos com histórico de alergias graves, o CDC (Centro de
prevenção e controle de doenças dos EUA) recomenda que a pessoa após ser vacinada espere
15 minutos antes de deixar o local de vacinação após receber este imunizante. Qual(is)
alternativa(s) aponta(m) os mecanismos imunológicos relacionados à SINTOMATOLOGIA que
poderia se manifestar na ocorrência das reações alérgicas e pseudoalérgicas?

I - Ativação de mastócitos mediada por IgE e por anafilatoxinas a partir da deposição de


imunocomplexos, respectivamente.

II - Degranulação de mastócitos para ambas reações.

III - Ativação de linfócitos Th2 e ativação de mastócitos mediada por anafilatoxinas a partir da
deposição de imunocomplexos, respectivamente.

IV - Ativação de linfócitos Th2 para ambas reações.

a) I, II, III e IV.

b) I e II.

c) II e IV.

d) II.

e) I, II e III.
16 - Explique a imunopatogênese das glomerulonefrites causadas por imunocomplexos? MEET

17 - Que tipos de alergenos são responsáveis pelas dermatites de contato?

Haptenos reativos a subs que não causaram reações normalmente, mas que interagem com proteínas

18 - Explique a imunopatogenia da doença do soro

A doença do soro é uma hipersensibilidade do tipo 3 caracterizada pela formação de imunocomplexos


no recebimento de soroterapia e que por defeito intrínseco da depuração normal desses
imunocomplexos ou no sistema fagocitico mononuclear eles são depositados nos capilares
sanguíneos (são muito pequenos).

19 -Explique a imunopatogenia da hipersensibilidade do tipo 4 de contato

Na hipersensibilidade do tipo 4 de contato a pele entra em contato com o alérgeno hapteno que se
conjuga a proteínas do tecido formando linfócitos efetores e células T de memória. Na fase efetora
essas células de memória são ativadas pela apresentação a linfócitos TCD4 e TCD8 diferenciando em
Th1, Th17, e T citotóxico com liberação de INF- gama, IL-2 e Il-17, resultando no recrutamento de
macrófagos, neutrófilos, liberando ROS, NO, enzimas lisossomais, causando lesão na pele.

20 - Analise as afirmativas e marque a opção correta

I - fenótipos th17 patogênicos são gerados preferencialmente nas mucosas em função da


presença de tgf-Beta, em condições inflamatórias.

II - Infecções que induzem forte resposta inflamatória, tais como aquelas causadas por
bactérias extracelulares, É comum haver alterações na contagem de leucócitos, caracterizando
leucopenia.

III - Na sorologia pareada compare-se a concentração de IgG específica para determinado


antígeno orientando o diagnóstico de infecção aguda ou não.

IV - A estratégia de imunoterapia para controle das hipersensibilidades do tipo 1 envolve a


administração do alérgeno em esquema de dose e via de introdução que estimulam a resposta
específica mediada por IgG4.

a) I, II e IV estão corretas

b) I, III e IV estão corretas

c) Todas estão corretas


d) III e IV estão corretas

e) Apenas IV está correta

21 - Descreva a imunopatologia do Pênfigo Vulgaris

É um tipo de hipersensibilidade do tipo 2 na qual são produzidos anticorpos contra a caderina, que é
uma proteína de adesão da pele e da mucosa. Como são muito grandes, não são fagocitadas pelo
macrófago, mas fazem ADCC-like, liberando enzimas lisossomais sobre elas, além de apresentar
ativação do complemento e formação dos MAC, tudo isso mediado pelo IgG. Como as células do
epitélio se afastam pela pouca aderência celular, pode haver formação de bolhas.

a) Anemia Hemolítica Autoimune:

É um tipo de hipersensibilidade do tipo 2 na qual são produzidos anticorpos contra proteínas da


membrana das hemácias. Dessa forma, o mecanismo de ataque a essas hemácias se baseiam na
hemólise opsonizada por IGg, que pode ocorrer por ativação do complemento com formação de MAC
ou por fagocitose, com a participação de macrófagos esplênicos e hepáticos.

b) Doença de Graves:

É um tipo de hipersensibilidade do tipo 2 na qual são produzidos anticorpos contra os receptores de


TSH na tireoide, se ligando a eles e cumprindo um papel de agonista, estimulando a produção de T3 e
T4. Dessa forma, além de subir significativamente os níveis dos hormônios tireoidianos, por um
processo de feedback negativo a nível hipofisário, há uma diminuição dos níveis de TSH.

c) Tireoidite de Hashimoto:

É um tipo de hipersensibilidade do tipo 2 na qual são produzidos anticorpos que reconhecem enzimas
que atuam na formação de hormônios tireoidianos T3 e T4, tipo a TPO (Peroxidase Tireoidiana) e TG
(Tireoglobulina). Dessa forma, é comprometida a produção desses hormônios, fazendo com que haja
um aumento compensatório de TSH, que é ineficiente nesse caso. O mecanismo de ataque se baseia
na ativação do sistema complemento com formação do MAC.

d) Miastenia Gravis:

É um tipo de hipersensibilidade do tipo 2 na qual são produzidos anticorpos contra os receptores de


acetilcolina da placa motora, se ligando a eles e funcionando como um antagonista, fazendo com que
não aconteça a contração muscular, ocasionando perda da função muscular. Como nesses receptores
não chega o sistema complemento, então o mecanismo causador da doença, mediado por IgG, é a
fagocitose opsonizada, gerando degradação do conjunto receptor+anticorpo.

22 - MEET

a) A dermatite de contato é uma manifestação cutânea cujos sintomas se manifestam


tardiamente a partir do contato com a substância alergênica

OBS: Caiu essa, mas a Vera trocou “tardiamente” por “imediatamente”


Correto.

b) A dermatite de contato é uma alergia cutânea, que pode ser diagnosticada a partir de um
teste de puntura (prick test), cujos sintomas se manifestam tardiamente a partir do contato com
a substância alergênica desde que tenha havido sensibilização prévia

Não estou de acordo. A dermatite de contato é uma hipersensibilidade do tipo IV, mediada por células.
Portanto, o teste de puntura não é válido para esse tipo de análise, tendo em vista que ele avalia
somente a degranulação do mastócito e seus efeitos locais

c) A dermatite de contato ocorre com compostos capazes de reagir covalentemente com


proteínas próprias e depende de uma fase de sensibilização que envolve a formação de
linfócitos T de memória para estes complexos.

Correto.

23 - O Lúpus e a glomerulonefrite pós-streptocócica têm em comum a patogênese associada à


presença de imunocomplexos. Explique por que o quadro inflamatório com LESÃO TECIDUAL
se estabelece nos locais de deposição desses imunocomplexos. MEET

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Alvo dos autoACs são moléculas solúveis (IgGs contra DNA e ptns
nucleares) – HLA predisponente – cells B1 são importantes pois DNA é timo-independente – peptídeo
das histonas é apresentado ao linfócito T que vai oferecer suporte para ativação e maturação de B que
reconheceu o DNA – deposição de imunocomplexos pode levar à ativação do complemento, ação de
ADCC e ação dos fagócitos com suas enzimas causando lesão ao endotélio – 1a classe de sinais e
sintomas: manifestações cutâneas – 70% dos pacientes têm fotossensibilidade e a exposição ao sol
leva à morte celular (exposição do conteúdo antigênico) com consequente clínica de vasculite (lesão
em asa de borboleta) – doença pode se agravar se houver deficiência da ptn amiloide sérica produzida
pelo fígado (problema na remoção de restos celulares e de autoAgs) – ACs-autoAgs formam
imunocomplexos que se depositam nas membranas de ultrafiltração dos glomérulos renais e nas
articulações – 2ª classe: manifestações musculoesqueléticas (artralgia) assimétricas, migratórias e
raramente deformantes e erosivas – 3a classe: manifestações renais com deposição de
imunocomplexos no endotélio – manifestações clínicas/laboratorial/sorológico: vasculite, FAN+,
anti-Sm + (é patognomônico), complemento baixo, anticardiolipina + qnd VDRL dá +), PCR baixo (ptn
C reativa; pode ser infecção bacteriana ou lúpus) e anemia/leucopenia/trombocitopenia – lúpus é mais
comum em mulheres jovens – mulher com lúpus não pode engravidar (alta de estrogênio -> inibe T e
induz B de memória -> aumenta RIH -> IgG atravessa a placenta) – FAN > 1:80 – SMITH = ptn
associada a RNA nuclear altamente específico

Glomerulonefrite pós-streptocócica Após infecções cutâneas por S. pyogenes (cepa nefritogênica) –


quadros que caracterizam déficit de função renal (lesão dos glomérulos renais) – síntese de ACs
(principalmente IgG) contra Ags solúveis da membrana da bactéria – em algumas cepas Ag-AC
formam imunocomplexos difíceis de serem eliminados por fagocitose pelos macrófagos –
imunocomplexos tendem a se depositar na parede de vasos sujeitos a alta pressão de filtração (como
na membrana basal do glomérulo renal) – imunocomplexo depositado gera mtas Fcs próximas, o que
ativa o complemento e pode ativar receptor de Fc de fagócito – complemento libera anafilatoxinas
(recrutam + fagócitos) – liberação de citocinas pró- inflamatórias pelos fagócitos e degranulação –
lesão tecidual

24 - Mulheres Rh negativas (que não expressam o antígeno D nas hemácias) em uma 1ª


gestação de bebês Rh positivos, podem sensibilizar seu sistema imunológico com estas
proteínas antigênicas ao entrarem em contato com o sangue do bebê, mais comumente, no
final da gestação e no parto. Em uma segunda gravidez desta mulher, de outro bebê Rh+, pode
ocorrer a manifestação da doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal), quando as
hemácias fetais sofrem hemólise, causando anemia e, possivelmente, insuficiência cardíaca,
resultando em níveis elevados de bilirrubina indireta, tóxica ao SNC podendo levar à morte
fetal.

a) Explique OS MECANISMOS QUE CAUSAM a hemólise

O anticorpo anti-Rh produzido no primeiro contato, após o segundo contato com antígeno D, passará
pela placenta e vai interagir juntamente com o antígeno, por exemplo, com o CD64 de fagócitos,
através da porção Fc, levando à opsonização das hemácias que podem ser fagocitadas por
macrófagos, por exemplo, e também à ativação de células NK, através da citotoxicidade mediada por
anticorpos, que leva a liberação de perforinas e granzimas, favorecendo a apoptose.

b) Por que a incompatibilidade materno-fetal entre os antígenos glicídicos do grupo ABO não
leva ao mesmo desfecho?

Antígenos glicídicos não levam a maturação de afinidade e à produção de IgG (antígenos


timo-independentes), sendo que apenas os anticorpos IgG são capazes de passar pela placenta.

c) A dermatite de contato é uma alergia cutânea, que pode ser diagnosticada a partir de um
teste de puntura (prick test), cujos sintomas se manifestam tardiamente a partir do contato com
a substância alergênica desde que tenha havido sensibilização prévia

Errada. GABARITO DA VERA: A dermatite de contato é uma hipersensibilidade do tipo IV, mediada
por células. Portanto, o teste de puntura não é válido para esse tipo de análise, tendo em vista que ele
avalia somente a degranulação do mastócito e seu efeito imediato
d) A dermatite de contato é uma manifestação cutânea cujos sintomas se manifestam
tardiamente a partir do contato com a substância alergênica.CORRETA

1) Escolha uma doença autoimune que seja classificada como uma hipersensibilidade do tipo IV e descreva os
mecanismos imunes da autoagressão.

Ver questão 9 (Esclerose e Artrite).

2) Explique o porquê das mulheres serem mais propensas às doenças autoimunes.

A relação clínica existe e a hipótese para essa relação seria o sistema imune da mulher ser mais eficiente, o
que significa que ela tem uma reação inflamatória maior do que nos homens. A mulher tende a acumular
gordura mais facilmente que o homem, é uma predisposição inerente ao gênero, então ela tem maior
quantidade de leptina, mesmo que ela tenha o mesmo índice de massa corpórea. Além disso, costuma ter
mais facilmente hiperativação do tônus simpático, que está relacionado a catecolaminas que, por sua vez,
estão relacionadas a dopaminas. Portanto a mulher é uma “bomba-relógio”.

16. O Lúpus e a glomerulonefrite pós-streptocócica têm em comum a


patogênese associada à presença de imunocomplexos. Explique por
que o quadro inflamatório com LESÃO TECIDUAL se estabelece nos
locais de deposição desses imunocomplexos
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)
Alvo dos autoACs são moléculas solúveis (IgGs contra DNA e ptns
nucleares) – HLA predisponente – cells B1 são importantes pois DNA é
timo-independente – peptídeo das histonas é apresentado ao linfócito T
que vai oferecer suporte para ativação e maturação de B que reconheceu
o DNA – deposição de imunocomplexos pode levar à ativação do
complemento, ação de ADCC e ação dos fagócitos com suas enzimas
causando lesão ao endotélio – 1ª classe de sinais e sintomas:
manifestações cutâneas – 70% dos pacientes têm fotossensibilidade e a
exposição ao sol leva à morte celular (exposição do conteúdo antigênico)
com consequente clínica de vasculite (lesão em asa de borboleta) –
doença pode se agravar se houver deficiência da ptn amiloide sérica
produzida pelo fígado (problema na remoção de restos celulares e de
autoAgs) – ACs-autoAgs formam imunocomplexos que se depositam nas
membranas de ultrafiltração dos glomérulos renais e nas articulações –

QUESTÕES DE “IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES”

1 - Explique como ocorre a rejeição aguda dos transplantes. MEET

Primeiramente ocorre reconhecimento direto em que as células endoteliais do órgão doado expressam
MHC I que ativam células TCD8 do receptor se transformando em citotóxica produzindo granzimas e
perforinas. Como é o MHC do doador não a necessidade do segundo sinal. Há o reconhecimento
não so dos peptídeos mas da cadeia lateral do MHC com alta afinidade.TCD8 também produz
interferon gama que ativa endotélio que expressa MHC II que apresenta para linfócitos TCD4 tambem
apresentando citotoxicidade. Há também o reconhecimento indireto dos peptídeos do órgão doado
pelo MHC II do receptor que apresenta para TCD4 do doador com diferenciação em TH1 e Th17 e
resposta imune celular e ADCC like.

Primeiramente, é importante compreender que é uma situação em que haverá dano (processo
isquêmico e dano cirúrgico), ou seja, produção de DAMPs, que contribuirão para ativação de células
dendríticas, que serão capazes de apresentar antígenos às células T, tanto por ação indireta (APC
próprias apresentando MHC alogênico), quanto direta (CD alogênico apresentando diretamente
peptídeos por meio do MHC). Essa reação irá estimular: Th1, Th17, TCD8 (menos no reconhecimento
indireto) e anticorpos, que contribuirão para a ação contra estruturas alogênicas que estiverem
apresentando o MHC alogênico. Degranulação de neutrófilo, da ação citotóxica TCD8 e ação
citotóxica de NK. Essa rejeição gera lesão direta do enxerto e necrose aguda dos vasos. A ação é
mais rápida pelo reconhecimento direto por meio do TCD8. - Resposta alternativa

2 - Por que a rejeição em mucosas é pior?

Porque tem muitas células dendríticas e o mecanismo de rejeição é o direto com uma necrose mais
acelerada uma vez que não necessita de segundo sinal para ativar células T, pois os MHCs são
doados logo as células T não passaram pela seleção com esses MHC reconhecendo não só o
peptídeo mas também as laterais do MHC com alta afinidade diferenciando tanto TCD4 e TCD8 em
CTL.

3 - Explique os mecanismos para diminuição de rejeição em transplantesMEET

Compatibilidade sanguínea, testar se já possui anticorpos prévios, realizar tipagem de HLA, doador e
receptor serem do mesmo sexo (tem certos ags que são codificados por cromossomo Y).

4 - Sobre os transplantes, responda:

a) Qual a finalidade do teste de cross-match para o transplante de órgãos?


verificar se há antes do transplante, anti-corpos anti-HLA do doador, no soro do receptor. Linfócitos
são coletados no sangue periférico ou do aspirado ganglionar do doador, colocados numa solução
com o soro do receptor e proteínas do complemento, junto com um corante que indica se ocorre
morte celular. Caso ocorra lise desses linfócitos, significa que o teste é positivo e há presença de
anticorpos contra o doador. Dessa forma o transplante não é recomendado por risco de reação
hiperaguda.

b) Quais os medicamentos utilizados na profilaxia de rejeição em transplante

Ciclosporina, tracolimus – bloqueiam proliferação celular; Rapamicina – inibe síntese proteica);


metrotexato (citotóxico) e corticoides para combater reações inflamatória

5 - Em relação aos transplantes:


a) Por que mesmo em um transplante singenico é possível haver reações mais lentas de
rejeição? Explique.

Porque transplantes sigenicos (entre gêmeos univitelinos) os HLA são menos polimórficos gerando
reações mais lentas de rejeição.

b) Cite 2 causas que justificam a presença de clones de linfócitos alorreativos.

O MHC do doador pode apresentar diferentes epitopos que foram reconhecidos pelas T do receptor no
momento da seleção mas não houve anergia desses epítopos nem apoptose. O receptor pode
também possuir Ts que reconheçam a fenda do MHC como estranha uma vez que também não há
seleção para essas moléculas.

6 - Em relação aos transplantes:

a) Qual a finalidade do teste de cross-match para o transplante de órgãos?

O cross-matching (microlinfotoxicidade dependente de complemento) é uma prova cruzada contra o


doador – pesquisa de ACs pré-formados dirigidos contra Ags HLA do doador – incubação do soro do
receptor com linfócitos do sangue periférico (doador vivo) ou de linfonodo (cadáver) do possível
doador – se for observada lise celular: tem ACs pré-formados (coloração vital) – transplante é
contra-indicado se esse resultado ocorrer

b) Cite 2 causas que justificam a presença de clones de linfócitos autorreativos.

Durante a ontogenia, não há seleção negativa de clones alorreativos de linfócitos T que possam ter
alta afinidade com MHC alogênico. Dessa forma, o linfócito do receptor pode identificar o MHC
alogênico como estranho, o que dá início a uma resposta imune contra as cells do doador (enxerto
alogênico).

A fenda do MHC alogênico pode apresentar epítopos diferentes derivados de ptns comuns daqueles
que foram apresentados pelo MHC do receptor durante a ontogenia de T, o que justifica a existência
de clones alorreativos, isto é, de Ts do receptor que não aprenderam a tolerar tais epítopos diferentes,
dando início a uma resposta imune contra o exerto alogênico.

7 - A doença hemolítica do recém-nascido pode ocorrer intra-útero ou no nascimento de um 2º


filho Rh + (que expressam o antígeno D nas hemácias) quando as mães Rh negativas tenham
tido o sistema imunológico estimulado com as hemácias Rh + em uma primeira gestação de
criança Rh +, à medida que quantidades maiores de sangue fetal foram transferidos para a
circulação materna, durante o trabalho de parto deste 1º filho (9/14)

OBS: Não caiu essa questão exatamente, mas caiu uma sobre Eritroblastose fetal

a) Qual classe de anticorpo é responsável pela hemólise do 2º bebê durante a gestação?


IgG, pois é a imunoglobulina capaz de atravessar a placenta.

b) Explique como este anticorpo medeia a hemólise neste segundo filho.

O IgG tem a função efetora de opsonização (marcação de células com opsoninas para posterior
fagocitose por células fagocitárias), ativação do sistema complemento (formação de MAC, que tem
efeitos de ruptura celular, anafilatoxinas e opsonização) e ADCC (citotoxidade comunicada pelas
células dependendo dos anticorpos, matando as células revestidas por anticorpos por NK).

c) Qual célula produz o anticorpo responsável pela hemólise do 2º bebê ?

Linfócito B.

8 - Sobre os transplantes, responda:

a) Quais os mecanismos de reconhecimento direto dos HLA alogênicos pelo receptor?

MHC alogênico em APCs do enxerto apresenta epítopos diferentes (não apresentados na ontogenia
das cells T do receptor) derivados de ptns comuns ao doador e receptor, ativando T alorreativas (não
eliminadas durante a deleção clonal)

– TCD8 reconhece esse MHC com alta afinidade: pelo encaixe de aas da própria fenda no TCR, ou
pelo encaixe da topologia das bordas do MHC no TCR, ou pelo reconhecimento do complexo
MHC-peptídeo inteiro – não precisa nem de 2º sinal para essa TCD8 ser ativada em CTL: libera
perforinas e granzimas – TCD4 tbm é ativada – diferenciação em Th1, que induz a produção de IgG1 e
IgG3 por B – ACs vão agir por ADCC (ativa cells NK, que vão liberar perforinas e granzimas) ou por
ADCC-like (ativando macrófagos e neutrófilos, que vão liberar enzimas lisossomiais)

b) Qual a finalidade do teste de cross-match para o transplante de órgãos?

Sem resposta

c) Quais os medicamentos utilizados na profilaxia de rejeição em transplantes?

Profilaxia de aloenxertos:

ACs monoclonais (Mab) – AC específico para um Ag (único epítopo) – apenas alvo será destruído –
bloqueia e neutraliza moléculas envolvidas na inflamação ou tem ação citotóxica, eliminando cells por
opsonização, ADCC, ativação do SC – ex: Mab anti-CD3 (importante co-receptor presente em T que
participa da ativação dessa cell e permite sua expansão clonal)

Drogas imunossupressoras (para que não ocorra 2º sinal para T alorreativas que reconhecem o MHC I
alogênico do enxerto e essas cells se tornem anérgicas) – são combinadas pelo menos 3 tipos de
drogas, cada uma de uma classe (antimitóticos, corticoides e inibidor seletivo de Ts

9 - Por que é difícil achar transplante compatível em raças miscigenadas?

Porque quanto mais miscigenada for uma população, mais alelos de MHC podem ser expressos e
combinados de maneiras diferentes, tendo uma maior variabilidade das moléculas de MHC, o que
dificulta a compatibilidade entre indivíduos necessária para um transplante.

10 - A respeito do transplante de tecidos/órgãos, responda:MEET

a) Qual a finalidade do teste de cross-match (prova cruzada) no transplante de órgãos?

Verificar se há anticorpos anti-HLA do doador no soro do receptor antes do transplante.

b) Por que mesmo em um transplante singênico pode haver reações mais lentas de rejeição?

Porque apesar da rejeição de transplantes ocorrer principalmente pela diferença de alelos HLA,
também existem os antígenos menores. Assim, em um transplante singênico, eles, que são menos
polimórficos, geram reações mais lentas.

c) Cite duas causas que justificam a presença de linfócitos T autorreativos.

O MHC do doador pode apresentar epítopos diferentes dos que foram apresentados para os linfócitos
T do receptor no momento da ontogenia. Ou seja, não houve anergia dos Ts do receptor que
reconhecem esses epítopos do doador, e nem apoptose. Além disso, o MHC do receptor pode
apresentar epítopos diferentes dos que foram apresentados para os linfócitos T do doador no
momento da ontogenia. Ou seja, não houve anergia dos Ts do doador que reconhecem esses epítopos
do receptor, e nem apoptose.

outra resposta: Durante a ontogenia dos linfócitos T do receptor, os HLA do doador, ou peptídeos que
se encaixam na fenda desses HLA do doador não foram reconhecidos, isto é, não passaram por
aquela seleção negativa de linfócitos T, na qual sofre seleção negativa aqueles que reconhecerem
com alta afinidade as laterais do MHC, ou que reconhecerem o peptídeo self apresentado.

d) Quais os mecanismos de reconhecimento direto dos HLA alogênicos pelo receptor?

Primeiramente, é importante ressaltar que, durante a ontogenia dos linfócitos T do receptor, os HLA do
doador, ou peptídeos que se encaixam na fenda desses HLA do doador não foram reconhecidos, isto
é, não passaram por aquela seleção negativa de linfócitos T. Por isso, o reconhecimento direto se dá
justamente pelo reconhecimento, por meio dos linfócitos TCD8+ e TCD4+ do receptor, dos MHCs-I e II
do doador, ou até do novo epítopo apresentado (nunca antes visto, portanto, seu linfócito T específico
não é anergizado) com MUITA afinidade, fazendo com que ambas as TCD4+ e TCD8+ diferenciem-se
em CTL, levando à morte celular (necrose).

e) Quais os medicamentos utilizados na profilaxia de rejeição de transplantes?

São combinados, pelo menos, 3 drogas, uma de cada classe: Antimitóticos +Corticoide + Inibidor
Seletivo de Linfócito T. Além disso, pode-se optar pelo uso de anticorpos monoclonais contra
moléculas envolvidas na inflamação (citocinas e receptores) levando à citotoxidade (ADCC, ativação
do complemento, etc).

11 - Analise e as frases e comente APENAS AS ERRADAS explicando por que não está de
acordo com elas.MEET

a) A necessidade de esquemas de imunossupressão em transplantes de células tronco


hematopoiéticas entre indivíduos 100% compatíveis se dá apenas na fase pré-transplante para
realização do regime de condicionamento já que não há possibilidade de reações de rejeição
em função da histocompatilidade total dos HLAs.

Errado. No caso de TCTH com 100% de histocompatibilidade, o paciente realmente vai precisar
apenas do regime de condicionamento para depletar as células defeituosas que estão na sua medula
e abrir espaço para a chegada de novas células, células competentes. Porém, a compatibilidade 100%
em relação ao HLA não garante que não haverá rejeição porque pode ocorrer a chamada doença do
enxerto x hospedeiro (DECH), na qual são as células competentes transplantadas que rejeitam
antígenos próprios do receptor. Isso acontece por causa dos antígenos menores, que são proteínas
ligeiramente diferentes (devido ao polimorfismo gênico ou ao fato da proteína ter sido codificada por
um gene presente no cromossomo Y do doador e a receptora ser uma mulher) entre o receptor e o
doador. Havendo DECH, pode ser necessário submeter o paciente a terapias de depleção de linfócito
T, dependendo do caso.

b) O reconhecimento direto de MHCs alogênicos pelos linfócitos T do receptor propicia as


reações de rejeição hiperagudas

Errada. O reconhecimento direto de MHC alogênico pelos linfócitos do receptor provoca uma reação
de rejeição aguda, na qual a ativação dos linfócitos T vai levar à ativação de células residentes
(produzindo mais citocinas inflamatórias), produção de anticorpos (pela ativação do linfócito B mediada
por TCD4) e ação citotóxica (pelo TCD8) sobre as células expressando o MHC alogênico. A reação
hiperaguda ocorre mais rapidamente e se dá pelo reconhecimento do MHC alogênico (devido à
sensibilização prévia) ou dos antígenos do sistema ABO (no caso de incompatibilidade sanguínea) por
anticorpos já prontos no hospedeiro.

GABARITO DA VERA: O reconhecimento direto está mais relacionado às reações de rejeição aguda,
enquanto que as reações hiperagudas são decorrentes de anticorpos pré-formados contra grupo
sanguíneo ou MHC alogênico.
12 - Analise as frases abaixo e marque a alternativa corretaMEET

I- A realização de transplantes entre 2 indivíduos do sexo masculino e com compatibilidade


sanguínea garante ausência de rejeição hiperaguda

II- O uso de terapia imunossupressora evita as rejeições agudas

III- Dermatite, hepatite e enterite são manifestações da ativação das células tronco do doador
contra o receptor de transplante de células tronco hematopoiéticas

IV- A imunossupressão profilática da rejeição nos transplantes de órgão sólidos é feita com
uma combinação de fármacos com diferentes mecanismos de ação e se inicia imediatamente
antes do ato cirúrgico sendo mantida com ajustes para se ter o mínimo de efeitos colaterais.

a) Apenas I e II estão corretas.

b) Apenas I e III estão corretas.

c) Apenas II está correta.

d) II, III e IV estão corretas.

e) Todas estão corretas.

13 - Analise as frases e marque a alternativa corretaMEET

I- A realização de transplantes entre 2 indivíduos do sexo masculino e com compatibilidade


sanguínea garante ausência de rejeição hiperaguda.

II- O uso de terapia imunossupressora evita as rejeições agudas.

III- Dermatite, hepatite e enterite são manifestações da ativação das células tronco do receptor
contra as células do doador no transplante de células tronco hematopoiéticas.

IV- A imunossupressão profilática da rejeição nos transplantes de órgão sólidos é feita com
uma combinação de fármacos com diferentes mecanismos de ação e se inicia imediatamente
após o ato cirúrgico sendo mantida com ajustes para se ter o mínimo de efeitos colaterais.

a) Apenas I e II estão corretas.

b) Apenas I e III estão corretas.

c) Apenas II está correta.

d) II, III e IV estão corretas.

e) Todas estão corretas.

14 - Por que é necessário o regime de condicionamento no transplante de células tronco


hematopoiéticas alogênico?

15 - Como é avaliada a possibilidade de haver rejeição hiperaguda em um transplante alogênico

OBS: 14 e 15 caíram na P3 passada

Teste Cross matching que avalia a presença de anticorpos pré formados

16 - Analise e comente as frases abaixo dizendo se está ou não de acordo com elas.MEET

a) A necessidade de esquemas de imunossupressão em transplantes de células tronco


hematopoiéticas entre indivíduos 100% compatíveis se dá apenas na fase pré-transplante para
realização do regime de condicionamento já que não há possibilidade de reações de rejeição
em função da histocompatilidade total dos HLAs.

Errado. No caso de TCTH com 100% de histocompatibilidade, o paciente realmente vai precisar
apenas do regime de condicionamento para depletar as células defeituosas que estão na sua medula
e abrir espaço para a chegada de novas células, células competentes. Porém, a compatibilidade 100%
em relação ao HLA não garante que não haverá rejeição porque pode ocorrer a chamada doença do
enxerto x hospedeiro (DECH), na qual são as células competentes transplantadas que rejeitam
antígenos próprios do receptor. Isso acontece por causa dos antígenos menores, que são proteínas
ligeiramente diferentes (devido ao polimorfismo gênico ou ao fato da proteína ter sido codificada por
um gene presente no cromossomo Y do doador e a receptora ser uma mulher) entre o receptor e o
doador. Havendo DECH, pode ser necessário submeter o paciente a terapias de depleção de linfócito
T, dependendo do caso.

Não estou de acordo. Mesmo em transplantes entre indivíduos 100% compatíveis pode ocorrer
rejeição, haja vista a doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), cujos principais causadores são
os antígenos menores de histocompatibilidade, já que, mesmo que os HLA sejam idênticos, esses
antígenos menores de histocompatibilidade não necessariamente são idênticos, havendo necessidade
de esquema de imunossupressão pós-transplante também.

b) O reconhecimento direto de MHCs alogênicos pelos linfócitos T do receptor propicia as


reações de rejeição hiperagudas

Errada. O reconhecimento direto de MHC alogênico pelos linfócitos do receptor provoca uma reação
de rejeição aguda, na qual a ativação dos linfócitos T vai levar à ativação de células residentes
(produzindo mais citocinas inflamatórias), produção de anticorpos (pela ativação do linfócito B mediada
por TCD4) e ação citotóxica (pelo TCD8) sobre as células expressando o MHC alogênico. A reação
hiperaguda ocorre mais rapidamente e se dá pelo reconhecimento do MHC alogênico (devido à
sensibilização prévia) ou dos antígenos do sistema ABO (no caso de incompatibilidade sanguínea) por
anticorpos já prontos no hospedeiro.

Não estou de acordo. As reações de rejeição hiperaguda são mediadas por anticorpos pré-formados
(como anticorpos naturais contra grupo sanguíneo e anticorpos contra MHC alogênico).

17 - Dava uma explicação rapida sobre o procedimento de transplante que falava ser importante
não deixar a isquemia ser prolongada devido a questões de rejeições do transplante e
perguntava: explique a correlação entre isquemia prolongada e rejeição do paciente ao
transplante.

Lesão isquêmica, devido a presença de necrose, há liberação DAMP´s, que geram uma reação
inflamatória no local do enxerto, essa inflamação é capaz de ativar a resposta adaptativa- T.

R= Falar sobre formação de DAMPs, já que devido a isquemia vai ter necrose isquemica e como tem
necrose tem DAMPS, que leva a inflamação, ativação de celulas…

18 - A respeito do transplante de tecidos/órgãos, responda:

a) Qual a finalidade de realizar o cross-match (prova cruzada) no transplante de órgãos?

Verificar a existência de anticorpos anti-HLA do doador no receptor, buscando, assim, evitar reações
de rejeição. Obs: tinha que falar que era anti-HLA! Não podia ser anti-tecidos, anti- estruturas do
doador,

b) Por que mesmo em um transplante singênico é possível haver reações mais lentas de
rejeição? Explique

c) Cite 2 causas que justificam a presença de clones de linfócitos alorreativos


Quando o MHC do doador é diferente do MHC do receptor -> apresenta peptídeos diferentes dos que
o receptor costuma apresentar por ter uma fenda diferente -> linfócitos T do receptor reconhecem
como algo estranho.
Quando o MHC do doador possui aminoácidos distintos do receptor em sua fenda, de modo que os
linfócitos T do recepto reconhecem todo o complexo como algo estranho, diferente do que lhe foi
apresentado na seleção (era
importante falar de seleção!)

19 -

a) verificar se há antes do transplante, anti-corpos anti-HLA do doador, no soro do receptor.


Linfócitos são coletados no sangue periférico ou do aspirado ganglionar do doador, colocados numa
solução com o soro do receptor e proteínas do complemento, junto com um corante que indica se
ocorre morte celular. Caso ocorra lise desses
linfócitos, significa que o teste é positivo e há presença de anticorpos contra o doador. Dessa forma o
transplante não é recomendado por risco de reação hiperaguda.

b) Porque a rejeição ocorre, principalmente pela diferença de alelos HLA, mas também há antígenos
menores. Assim, em um transplante singênico os Ags menores, que são menos polimórficos, geram
reações mais lentas de rejeição.

b) o MHC do doador pode apresentar diferentes epítopos do que os que foram reconhecidos
pelas células T do receptor no momento da seleção para proteínas comuns a ambos. Ou seja,não
houve anergia desses epítopos nas células do receptor, nem apoptose com a seleção. O receptor
pode possuir células T que reconheçam a fenda do MHC do doador como estranha, uma vez que
também não há seleção para essas moléculas.

20 - Analise as frases abaixo e marque a alternativa correta MEET

I. A realização de transplantes entre 2 indivíduos do sexo masculino e com


compatibilidade sanguínea garante ausência de rejeição hiperaguda F
II. O uso de terapia imunossupressora evita as rejeições agudas ?

III. Dermatite, hepatite e enterite são manifestações da ativação das células tronco do
doador contra o receptor de transplante de células tronco hematopoiéticas V
IV. A imunossupressão profilática da rejeição nos transplantes de órgão sólidos é feita com
uma combinação de fármacos com diferentes mecanismos de ação e se inicia imediatamente
antes do ato cirúrgico sendo mantida com ajustes para se ter o mínimo de efeitos colaterais. V

Explique por que/como a lesão da mucosa pode perpetuar a inflamação (12/18) A questão não é
sobre transplante mas fala de lesão de mucosa. pensei na questão da lesão do regime de
condicionamento da mucosa pode levar ativação de T da doença DECH

A lesão auxilia na perpetuação da inflamação porque ao passo que células sofrem morte celular,
proteinas e outras estruturas intracelulares ganham o meio externo funcionando como os chamados
DAMPs que são reconhecidos pelas células da imunidade inata através de seus receptores,
estimulando a liberação de fatores pró-inflamatórios como histamina (promovendo a vasodilatação e
aumento de permeabilidade endotelial), a tríade inflamatória (TNF-alfa, IL1, IL-6), mediadores lipídicos
(leucotrienos e prostaglandinas) e fatores de agregação plaquetários.
QUESTÕES DE “MECANISMOS DE AUTOIMUNIDADE”

1 - Discuta os motivos pelos quais as mulheres são mais suscetíveis ao desenvolvimento de


doenças autoimunes.

Mulheres são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças autoimunes porque, além do seu
sistema imune ser naturalmente mais competente que o do homem, possuem maior tendência ao
acúmulo de gordura e o maior nível de leptina, que gera maior nível de tríade. Além disso, possuem o
tônus simpático mais elevado, pois o maior nível de catecolaminas gera maior nível de tríade. Esse
excesso de tríade pode levar a quebra da anergia dos clones de T autorreativos, predispondo a
doenças autoimunes. Além disso, as mulheres possuem quadros mais graves de DAI mediada por
anticorpos (tipos 2 e 3) especialmente durante a gravidez, já que o alto nível de estrogênio eleva a
produção de anticorpos pelas células B de memória.

Outra resposta parecida: Mulheres são mais suscetíveis a DAI porque possuem maior tendência ao
acúmulo de gordura (maior nível de leptina gera maior nível de tríade), e possuem tônus simpático
mais elevado (maior nível de catecolaminas gera maior nível de tríade). Esse excesso de tríade pode
levar à quebra da anergia de clones autorreativos, predispondo doenças autoimunes. Além disso, elas
possuem quadros mais graves de DAI mediadas por anticorpos (tipo 2 e 3) especialmente durante a
gravidez (estrogênio muito alto), porque esse hormônio eleva a produção de anticorpos pelas células B
de memória.

2 - Qual o fenótipo de T relacionado as doenças autoimunes? Explique seu papel patogênico.


MEET

Th17 patogênica que é estimulada pela ausência de TGF beta devido ao comprometimento do
compartimento Treg e excesso de tríade inflamatória sobretudo de Il-6, além da liberação de Il-23 e
Il-1beta. A Th17 patogênica secreta Il-17, Il-21 e Il-22 que recruta neutrófilos e macrófagos que vão
aumentar a secreção da tríade – IL-1, Il-6, TNF-alfa - que aumenta o ambiente inflamatório provocando
lesão tecidual que expõe Ags criptos e pode acabar com a anergia de clones autorreativos.

3 - Mutações dominantes em determinados genes estão associadas a autoimunidades. Explique


essa associação para cada um dos genes a seguir:

a) Fas (CD95)

b) TGF-beta

c) AIRE

a) Uma mutação dominante no gene Fas pode prejudicar a expressão dessa proteína que, em
linfócitos que são ativados contra antígenos próprios sem co-estimulação, por exemplo, através da
ligação com o L-Fas induz a apoptose, pela ativação de caspases efetoras.
b) Uma mutação dominante no gene TGF-beta pode provocar autoimunidades uma vez que
constitui uma citocina imunossupressora, expressa, por exemplo, por linfócitos Treg, inibindo, por
exemplo, respostas efetoras contra linfócitos inócuos e próprios e inibindo a diferenciação de células T
efetoras que podem agir contra antígenos próprios, estando muito presente em ambientes
tolerogênicos.

c) O gene AIRE expresso por células epiteliais tímicas leva à expressão de antígenos próprios de
vários tecidos do corpo, promovendo uma seleção negativa de linfócitos T na medula do Timo para
aqueles que reagem fortemente aos antígenos próprios. Com uma mutação dominante, essa seleção
torna-se deficiente e são mantidos linfócitos autorreativos. Além disso, há prejuízo na formação das
Treg (avidez intermediária por antígeno próprio) que também previnem as autoimunidades.

4 - Por que é comum a ocorrência de mais de um tipo de autoimunidade no indivíduo? Explicar


sobre o espalhamento de epítopos. MEET

5 - O que é fator reumatoide e qual o significado da sua detecção no soro de um indivíduo?


MEET

Fator reumatoide e um ac anti imunoglobulina humana. Sua detecção no soro não tem significado
clínico, pois embora ele seja associado a determinadas autoimunidades, ele tbm é produzido em
condições fisiológicas.

Função: torna imunocomplexo maior ainda.

6 - Como acontece a transição para a fase articular na Artrite Reumatoide? MEET

MEET
A) Lúpus Eritematoso sistêmico:
Doença auto-imune de hipersensibilidade do tipo III, na qual há interação de anticorpos
contra antígenos próprios solúveis, que neste caso são o DNA e as histonas, que
surgem a partir de
lesão celular, como por reação fotossensível nas células da epiderme. A reação forma
imunocomplexos que vão se depositar principalmente em capilares de ultrafiltração, como
nos glomérulos e articulações sinoviais. Estes imunocomplexos vão desencadear ativação
do sistema complemento com formação do Complexo de Ataque à Membrana (MAC) e
lesão do endotélio vascular, além do recrutamento de neutrófilos devido à liberação de
anafilotoxinas, que vão aumentar a lesão endotelial por mecanismos como ADCC e
produção de ERO e NO. Assim, a deficiência do fígado em produzir proteína amilóide
sérica, que remove os imunocomplexos, pioram o prognóstico da doença.
A) Esclerose Múltipla:
É uma doença autoimune de hipersensibilidade do tipo IV. Ou seja, associada a uma
resposta celular, neste caso contra os oligodendrócitos, produtores da bainha de mielina dos
neurônios do SNC. Geralmente há deficiência no fenótipo Treg, que produziria TNF-alfa.
Assim, ocorre uma resposta contra às proteínas dessas células, mediado pelos fenótipo Th1
e Th17, principalmente o Th17 patogênico, que vão liberar citocinas da tríade inflamatória
(IL-1beta, IL-6 e TNF-alfa), que aumenta o poder microbicida dos fagócitos, IL-17, que induz
IL-8, responsável por recrutar neutrófilos, e GM-CSF, muito associado a neuroinflamação,
capaz de ativar macrófagos e recrutar neutrófilos, que lesionam as bainhas de mielina do
SNC
QUESTÕES DE “IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS)”

1 - “O médico administrou ao seu paciente TARV em conjunto com antibiótico para tratar
infecção oportunista por P. jirovecii.” O médico agiu corretamente, tendo em vista que o
paciente é HIV+?

Não, pois com o TARV é devolvida a capacidade de resposta à infecção ao paciente e gera resposta
inflamatória com manifestações clinicas da doença. Nesses casos deve-se primeiro tratar a doença e
depois iniciar TARV.

2 - Sobre HIV:

a) Qual o teste de triagem para essa doença?

O teste de triagem é o ELISA com dosagem de Ac e p24.

b) Qual teste, o de triagem ou o confirmatório, tem maior especificidade e qual a relação desses
testes com o falso positivo/falso negativo?

O confirmatório – imunoblot (padrão ouro) e mais sensível e especifico.

3 - Discuta como a infecção e replicação do HIV nas mucosas pode acelerar a progressão da
doença para AIDS.

O HIV se replica na mucosa por ser onde há elevada quantidade de células TCD4+ CCR5+ uma vez
que as mucosas estão em contato com a microbiota oferecendo uma estimulação antigênica natural. O
fenótipo inflamatório de mucosa é Th17 cuja ativação é controlada por Treg. Como no HIV há
comprometimento do compartimento Treg e colapso das barreiras imune com pausa de produção de
IgA de mucosa há perda do controle por Th17 da translocação bacteriana que começa a ocorrer
permitindo a invasão de patógenos na mucosa levando a uma bacteremia. Dessa forma, há o aumento
de PAMPs que ocasionam aumento da tríade inflamatória que favorece a replicação do vírus pois
aumenta TCD4+ CCR5+ acelerando a progressão para AIDS.

4 - Fale sobre um mecanismo genético e um ambiental que configurem um progressor lento e


um progressor rápido de AIDS.

Progressor lento: fator ambiental – é encontrado fenótipo TCD8 não citotóxico que possui uma
característica protetora de secreção de CAF que bloqueia a replicação viral na célula infectada sem
prejudicar sua função. Fator genético presença dos alelos HLA-B27 ou HLA-B57 no MHC detrminando
um MHC de fenda promiscua que permite o reconhecimento de cepas virais mutadas sobressaindo
nesses indivíduos as cepas com baixo fitness viral.

Progressor rápido: mecanismo ambiental – obesidade, pois aumenta leptina pelos adipocitos que
desencadeia hiperativação inflamatória com excesso de tríade que aumenta TCD4+ CCR5+
favorecendo a replicação viral. Por fim, o fator genético é a presença do alelo HLA-B35 no MHC I
que monopoliza resposta TCD8 citotoxica no inicio o que causa morte muito precoce das TCD4
progredindo rapidamente para fase de AIDS.

5 - Na sua opinião, por que as vacinas contra HIV-1 até hoje testadas não foram capazes de
proteger indivíduos HIV+?

Porque existem diferentes isolados de HIV devido aos seus diferentes mecanismos de escape e sua
alta capacidade mutagênica.

6 - Descreva um evento imune em paciente infectado pelo HIV-1 que reduz a velocidade de
progressão para Aids.

Em progressores lentos há um maior numero preferencial de células TCD8 não citotóxicas em


comparação as TCD8 citotóxicas. Essas N-CTL liberam CAF quando são apresentadas as células
TCD4 infectadas que possuem CAF-R. A ligação do CAF com o CAF-R induz secreção da STAT-5
pela TCD4 infectada que bloqueia a interação do NF-kappaB nas LTRs impedindo a replicação viral
contribuindo para uma progressão mais lenta para a fase de AIDS.

7 - Paciente do sexo feminino, 29 anos, HIV positivo sabidamente de 1999, fazendo uso correto
dos antirretrovirais prescritos desde 2000, com última contagem de células T CD4+ em níveis
satisfatórios (412 células/mm3) e carga viral indetectável (<80 cópias po mL de sangue). Em seu
último exame, entretanto, apresentou carga viral de 4.200 cópias por mL de sangue e contagem
de células T CD de 288/mm3. A paciente ficou preocupada, pois afirmou jamais esquecer-se de
tomar os medicamentos na hora certa. Antes de pensar em uma possível aquisição de
resistência, por parte do vírus, ao esquema antirretroviral em uso, o médico assistente fez os
seguintes questionamentos:

OBS: Caiu na P3 passada, lembrar de falar de LTR e NFkB

a) “Quando você colheu esse exame, você estava sentindo alguma coisa, como resfriado,
diarréia, por exemplo?

b) Ou mesmo, você passou recentemente por alguma situação de trauma emocional ou


estresse intenso?”

Justifique cada questionamento feito pelo médico

Ao questionar sobre a presença de infecções ou trauma emocional/estresse,o medico deseja saber se


há motivos para geração de DAMPS (por estresse/trauma emocional) ou PAMPS por infecções que
induzem aumento da

triade inflamatória – IL-1, IL-6 e TNF alfa – que possbilita a replicação viral
pois estimula a síntese de NF-kappaB aumentando a carga viral e consequentemente diminuição dos
valores de linfócitos TCD4.

8 - Quais são os testes necessários para o diagnostico de HIV? Qual o padrão ouro?

Teste rápido + ELISA (Ac + p24) + imunoblot (padrão ouro).

9 - Por que em neonatos se faz PCR de DNA? Por que ELISA não é o melhor método?

Para ter a certeza de que o vírus é de fato das células do neonato e não da mãe, uma vez que com a
PCR de DNA descobre se o vírus esta transcrevendo DNA a partir de RNA. Não pode fazer ELISA
porque há passagem de IgG da mãe para o bebê logo os Acs podem ser maternos.

10 - Por que pede-se dosagem de TCD8 em pacientes HIV+?

Para acompanhar a progressão da doença para AIDS uma vez que altas concentrações de TCD8
indicam destruição progressiva das células TCD4 que são maioria em comparação a TCD8 em
indivíduos saudáveis.

11 - Explique os mecanismos de proteção/resistência ao HIV em individuos progressores


lentos/não progressores abaixo

a) MHC I promíscuos: progressores lentos possuem alelo HLA-27 ou HLA-57 que são caracterizados
por fendas promiscuas com capacidade de reconhecer as diferentes cepas virais resultantes do alto
poder mutagênico do HIV.

b) CD plasmocitoides > 10 por MI:

Contem esses MHC I com promiscuidade.

c) Anticorpos neutralizantes por Thf:

A preservação de thf resulta na maior produção de IgG1 e IgG3 neutralizantes podendo reconhecer
diferentes cepas virais.

d) CAF pelas N CTL:

N CTL são apresentadas as TCD4 ativdas e secretam CAF que se liga ao CAFR das TCD4. Essa
ligação estimula secreção de STAT-5 pelas TCD4 infectadas que inibe NF kappa B de ligar as LPRs
impedindo a replicação viral.

12 - Explique o papel da tríade inflamatória como mecanismo indireto causador de desordens


imunológicas em pacientes com Aids.

A produção da tríade (IL-1, IL-6, TNF-alfa) aumenta o numero de linfocitos TCD4+ CCR5+
possibilitando a replicação viral nessas células, diminuição das células T produtoras de Il-2 e
deficiência na sinalização de IL-2R comprometendo compartimento Th1 e Treg. Diminuição de T
virgens e de memória central comprometendo Il-7 e consequentemente timopoiese e manutenção da
memória central. Infecção das IL-17 protetoras de mucosa principalmente do IG passa a ser suscetível
a infecções bacterianas e das n Tregs (servem apenas de reservatório dos vírus). Aumento de T
classicos PD-1+. CCLA-4+, TIM-3+ Fas+ provocando destino anergico ou apoptotico.

13 - O abacavir é um antirretroviral usado no manejo da infecção pelo HIV e é um fármaco


associado a DRESS, Sindrome rara, grave e mediada por célula T. Um determindo alelo de
HLA-B (HLA-B*57:01) é reconhecido como um fator de risco genético para a reação de
hipersensibilidade a este medicamento. Comente as seguintes frases dizendo se está ou não
de acordo com elas:

a) Um filho de um casal que tenha herdado este alelo da sua mãe terá 50 % de chance de
apresentar este risco genético para DRESS. O abacavir (ou seus metabólitos) ao se acoplar
com alta afinidade a este alelo de HLA garante ativação de linfócitos T por células dendríticas
maduras o que caracteriza a imunogenicidade deste fármaco.

b) o desenvolvimento da DRESS é fortemente associado a episódios de reativação de infecções


por virus latentes como o herpes virus, por exemplo. Explique de que forma uma infecção em
curso pode favorecer a resposta de linfócitos T contra o abacavir?

a) Não estou de acordo com a primeira frase, pois os genes que codificam o HLA são codominantes,
ou seja, tanto os herdados do pai quanto os da mãe são expressos. Sendo assim, se a criança herdou
o alelo materno associado ao fator de risco genético para a hipersensibilidade ao medicamento, ela
tem 100% de risco de apresentar esse risco. Quanto à segunda frase, concordo. As células dendríticas
maduras são responsáveis pela apresentação de antígenos aos linfócitos T, ativando-os e
desencadeando a resposta imune adaptativa. Turma 143 – Medicina – Unirio

b) Uma infecção viral em curso libera interferon do tipo 1 que pode agir de maneira parácrina,
induzindo as células a entrarem em um estado antiviral, onde há, entre outras mudanças, um aumento
na expressão de moléculas de MHC por parte das células. Sendo assim, aumenta-se a apresentação
de antígenos para os linfócitos T, inclusive do abacavir.

14 - O médico administrou ao seu paciente TARV em conjunto com antibiótico para tratar
infecção oportunista por P. jirovecii. O médico agiu corretamente, tendo em vista que o paciente
é HIV+?
OBS: Importante
O médico não agiu corretamente, uma vez que com a introdução do antirretroviral foi devolvida ao
paciente a capacidade de responder à infecção oportunista, gerando uma resposta inflamatória contra
o P. jirovecii que favorece à replicação viral e as manifestações clínicas da doença, o que caracteriza a
Síndrome da Reconstituição Imune. Para evitá-la, o médico deveria primeiro ter tratado a infecção
oportunista para só então administrar TARV. outra resposta: Não, pois com o TARV é devolvida a
capacidade de resposta à infecção ao paciente e gera resposta inflamatória com manifestações
clínicas da doença. Nesses casos deve-se primeiro tratar a doença e depois iniciar TARV.

15 - Descreva a resposta imune à infecção por Mycobacterium tuberculosis e o prognóstico do


paciente HIV+ sem o diagnóstico de AIDS, com contagem de 400 células TCD4+.

Tuberculose secundária por reativação do foco primário devido à infecção pelo HIV. Isso ocorre porque
esse vírus infecta preferencialmente células TCD4 do tipo Th1, ocorrendo deficiência de Th1, que é
um fenótipo essencial na manutenção do granuloma responsável pelo confinamento da micobactéria.
Entretanto, como ele não tem diagnóstico de AIDS, ele vai desenvolver uma resposta com
desregulação de Treg e predomínio de Th17, que libera IL-17, que induz IL-8, que é quimiotática para
neutrófilos, que promovem necrose liquefativa, responsável pela formação de cavernas. Sendo assim,
o paciente desenvolverá a forma cavitária da tuberculose.

16 - Discuta como a infecção e replicação do HIV nas mucosas pode acelerar a progressão da
doença para a AIDS.

O HIV se replica na mucosa, principalmente intestinal, porque é onde há elevada quantidade de TCD4
CCR5+, devido ao fato de nossas mucosas estarem sempre em contato com a microbiota, o que é um
estímulo antigênico natural. O fenótipo mais encontrado na mucosa é o Th17, que mantém o controle
sobre a translocação bacteriana e cuja ativação é controlada por Treg. No entanto, quando essas
células são danificadas pela infecção pelo HIV, ocorre colapso das barreiras imunes e, já que não há T
para colaborar com B, IgA para de ser produzido. Isso reduz a capacidade de eliminação de
patógenos pela mucosa, tornando o intestino um local extremamente suscetível a infecções
bacterianas, muitas das quais da própria microbiota intestinal. Dessa forma, há um aumento de
PAMPs no sangue periférico, como LPS, que estimulam a resposta inflamatória pela imunidade
natural. Como resultado, há uma produção exacerbada da tríade inflamatória (IL-1beta, IL-6 e
TNF-alfa), que favorece a replicação viral ao aumentar a frequência de TCD4 CCR5+, o que acelera a
progressão para AIDS.

17 - Fale sobre um mecanismo genético e um ambiental que configurem um progressor lento e


um progressor rápido de AIDS.

Progressores lentos possuem como mecanismo ambiental maior quantidade do fenótipo não citotóxico
(N-CTL) de TCD8, que induz CAF, que é um conjunto de fatores solúveis que bloqueiam a replicação
do vírus na célula infectada sem prejudicar a função dela. Além disso, como fator genético, possuem a
presença dos alelos HLA-B27 e HLA-B57 no MHC I. A presença desses alelos determina uma fenda
de MHC promíscua, que reconheça uma maior gama de peptídeos virais, favorecendo uma resposta
imune mesmo que o vírus mute. Isso causa uma pressão seletiva negativa, porque o vírus muta tanto
na tentativa de não ser reconhecido pelo MHC que ele perde proteínas essenciais, de forma que as
cepas possuam baixo fitness viral, sendo menos virulentas, desencadeando uma progressão mais
lenta para AIDS.

Já os progressores rápidos possuem como mecanismo ambiental a obesidade, já que a liberação de


muita leptina pelos adipócitos, desencadeia uma hiperativação inflamatória com produção exacerbada
da tríade (IL-1B, IL-6 e TNF-alfa), o que aumenta a frequência de TCD4 CCR5+, favorecendo a
replicação viral. Além disso, como mecanismo genético, possuem a presença de alelos HLA-B35 no
MHC I. A presença desses alelos monopoliza a resposta TCD8 citotóxica (CTL) já nos estados iniciais
da infecção, o que causa morte por lise das células TCD4 infectadas. Com a redução drástica da
contagem de TCD4 logo no início da infecção, tem-se uma progressão rápida para AIDS.

18 - Na sua opinião, por que as vacinas contra HIV-1 até hoje testadas não foram capazes de
proteger o indivíduo HIV+?

Porque o HIV é muito mutagênico, de forma que existam diferentes isolados de HIV, devido aos
mecanismos de escape desse vírus. Para que uma vacina fosse eficaz na proteção do indivíduo HIV+,
ela teria que ser capaz de induzir células N-CTL e produzir anticorpos de ampla reação cruzada, aptos
a neutralizar isolados diferentes do HIV.

19 - Discuta os mecanismos responsáveis pela não agressão da AIDS em certos indivíduos

Indivíduos não-progressores podem apresentar mutações genéticas que não codificam o receptor
CCR5, que é fundamental para que haja invasão viral em linfócitos T ativados, onde poderia ocorrer a
replicação viral. Se não há CCR5 o vírus não se replica e não há AIDS. Além disso, pode haver um
bloqueio do CCR5 por suas citocinas, também resultando em impossibilidade de invasão e
consequentemente impossibilidade de replicação viral e AIDS.

20 - Explique dois mecanismos diretos e dois indiretos que promovam a desordem imunológica
na AIDS.

Mecanismo direto: a célula infectada aumenta a expressão de Bin/Bax, que são proteínas
pró-apoptóticas, responsáveis por ativar as caspases. Com isso há perda número da linfócito TCD4.
Além disso, brotamento viral e dano à membrana celular. Mecanismo indireto: os antígenos virais
produzem TAT, que inibe a produção de IL-12. Assim não há diferenciação de Th0 em Th1 e não há
ativação dos linfócitos TCD8 em CTL, comprometendo a resposta imune contra o vírus. Além disso, a
gp-120 solúvel estimula a apoptose de células TCD4.

21 - Paciente do sexo feminino, 29 anos, HIV positivo sabidamente de 1999, fazendo uso correto
dos antirretrovirais prescritos desde 2000, com última contagem de células TCD4+ em níveis
satisfatórios (412 células/mm3) e carga viral indetectável (<80 cópias por mL de sangue). Em
seu último exame, entretanto, apresentou carga viral de 4.200 cópias por mL de sangue e
contagem de células TCD4+ de 288/mm3. A paciente ficou preocupada, pois afirmou jamais
esquecer-se de tomar os medicamentos na hora certa. Antes de pensar em uma possível
aquisição de resistência por parte do vírus ao esquema antirretroviral em uso, o médico
assistente fez os seguintes questionamentos: A) “Quando você colheu esse exame, você
estava sentindo alguma coisa, como resfriado, diarréia, por exemplo? B) Ou mesmo, você
passou recentemente por alguma situação de trauma emocional ou estresse intenso?”.
Justifique cada questionamento feito pelo médico.

A pergunta sobre resfriado/diarréia busca investigar uma possível infecção oportunista, na qual os
PAMPs são reconhecidos por macrófagos, dendríticas, que favorecem o quadro inflamatório do
paciente pela produção de citocinas da tríade inflamatória (IL-1beta, IL-6 e TNF-alfa). Essa inflamação
aumenta a expressão de NFkB, um transativador que estimula a transcrição dos genes LTR do DNA
pró-viral, responsáveis pela replicação do vírus. Além disso, com a inflamação, há ativação dos
linfócitos TCD4, que aumentam a expressão de CCR5, favorecendo ainda mais a replicação viral. O
estresse também cria um ambiente propício para a inflamação porque estimula a produção de
catecolaminas pelas suprarrenais, o que gera DAMPs, que são reconhecidos por macrófagos,
dendríticas, que induzem produzirem as citocinas da tríade, estimulando a replicação do vírus.

22 - Sobre HIV:

a) Qual o teste de triagem para essa doença?

O teste de triagem é o ELISA com dosagem de Ac e p24.

b) Qual teste, o de triagem ou o confirmatório, tem maior especificidade e qual a relação desses
testes com o falso positivo/falso negativo?

O confirmatório – imunoblot (padrão ouro) é mais sensível e específico.

23 - "O médico perguntou ao paciente se ele ficou recentemente gripado, se tomou alguma
vacina ou se passou por alguma situação de estresse recentemente.” Justifique o
questionamento do médico, tendo em vista que o paciente é HIV+. (não esquecer de mencionar
o quadro de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida)

OBS: IMPORTANTE

R: Situações de estresse (geram DAMPs, devido ao excesso de catecolaminas) e infecções (geram


PAMPs) são capazes de induzir o aumento dos níveis da tríade inflamatória, o que estimula a síntese
de NF-kapa beta, que é uma ptn transativadora que se liga a regiões promotoras do genoma,
estimulando a transcrição do gene LTR. Como consequência, há o favorecimento da replicação viral (e
até do ciclo lítico do HIV, que não é tão expressivo), justificando o aumento da carga viral plasmática.
Por isso, houve o questionamento da parte do médico antes de suspeitar de falha terapêutica, por ter
aumento da carga viral e contagem de TCD4+ diminuída.
24 - Sobre HIV e Sifilis:

a) Qual o teste de triagem para essas doenças?

R: VDRL – aglutinação em látex

b) Qual teste, o de triagem ou o confirmatório, tem maior especificidade e qual a relação desses
testes com o falso positivo/falso negativo?

R: O confirmatório tem maior especificidade, quanto o de triagem está relacionado ao falso


positivo/falso negativo devido a sua elevada sensibilidade.

25 - Analise as frases abaixo e marque a alternativa correta

I - No caso de um acidente perfurocortante com material supostamente infectado com HIV em


um profissional de saúde, o teste de triagem deve ser imediatamente feito no profissional a fim
de indicar ou não a necessidade da profilaxia pós-exposição (PEP)

II - A replicação do HIV nas células T CD4 infectadas ocorre independente do estado de


ativação destas células

III - No curso natural da infecção pelo HIV, a fase crônica corresponde à queda da viremia
associada a um período em que os níveis de célula T CD4 se mantêm constantes até entrada na
fase da doença.

IV - A terapia anti-retroviral é indicada para pacientes infectados com HIV a partir do momento
em que a contagem de células T CD4 atinge nível abaixo de 200 células / mm3.

a) I e II estão corretas.

b) I e III estão corretas.

c) II e III estão corretas.

d) I, II e IV estão corretas.

e) Nenhuma está correta.

26 - Analise as frases e marque a alternativa correta

I - No caso de um acidente perfurocortante com material supostamente infectado com HIV em


um profissional de saúde, o teste de triagem deve ser imediatamente feito no profissional a fim
de indicar ou não a necessidade da profilaxia pósexposição (PEP).

II - A replicação do HIV nas células T CD4 infectadas ocorre independente do estado de


ativação destas células.
III - No curso natural da infecção pelo HIV, a fase crônica corresponde à queda da viremia
associada a um período em os níveis de célula T CD4 sofrem lento decréscimo provocado pela
ativação do sistema imune por outros diversos estímulos.

IV - A terapia anti-retroviral é indicada para pacientes infectados com HIV a partir do momento
em que é feito o diagnóstico da infecção.

a) I e II estão corretas.

b) I e III estão corretas.

c) II e IV estão corretas.

d) III e IV estão corretas.

e) Nenhuma está correta.

e) Na infecção pelo HIV, estratégias terapêuticas que potencializem a resposta imune contra o
vírus podem retardar a progressão para a fase aids.

GABARITO DA VERA: Não estou de acordo. Estratégias que potencializem a resposta imune podem
levar à estímulos inflamatórios, ativando NFkB que pode entrar no núcleo, se ligar às LTRs e promover
a transcrição do genoma viral, aumentando assim a replicação viral e a progressão para a fase AIDS.

27 - Descreva um evento imune em paciente infectado pelo HIV-1 que reduz a velocidade de
progressão para Aids. (1 ponto)

Resposta da Sabrina: A progressão à AIDS se dá pela perda e inativação das células tcd4, que são as
mais infectadas e asmais importantes do nosso sistema imune. Certos indivíduis possuem maior
quantidade de células tcd8 não-citotóxicas que outras. Essa célula reconhece uma célula infectada
(provavelmenteTCD4) e conegue realizar um ataque ao vírus sem que essa célula infectada perca as
função. Por meio da liberaçãode CAF esse tipo de TCD8 consegue interromper a replicação viral na
célula infectada e os danos que ela sofreria se esse vírus tivese sua replicação em vigor não ocorrem.
Esse indivíduo demora mais para perder a função das células TCD4 infectadas, que podem agir na
proteção e cordenação desse sistema imune por mais tempo.

Resposta do Gabriel: Vários mecanismos podem corroborar para redução de progressão para AIDS.
Um deles é a alta promiscuidade de certos alelos de MHC (B-27 e B-57). Devido a essa
promiscuidade, quando o vírus mutado finalmente consegue escapar desse reconhecimento, ele
escapa com baixo fitness (baixa capacidade replicativa), pois para se esvair desse reconhecimentoele
sofre mutações em áreas nobres. Dessa forma, esses alelos reduzem a velocidade de progressão.

28 - Paciente do sexo feminino, 29 anos, HIV positivo sabidamente de 1999, fazendo uso correto
dos antirretrovirais prescritos desde 2000, com última contagem de células T CD4+ em níveis
satisfatórios (412 células/mm3) e carga viral indetectável (<80 cópias po mL de sangue). Em seu
último exame, entretanto, apresentou carga viral de 4.200 cópias por mL de sangue e contagem
de células T CD de 288/mm3. A paciente ficou preocupada, pois afirmou jamais esquecer-se de
tomar os medicamentos na hora certa. Antes de pensar em uma possível aquisição de
resistência, por parte do vírus, ao e squema antirretroviral em uso, o médico assistente fez os
seguintes questionamentos:

a) “Quando você colheu esse exame, você estava sentindo alguma coisa, como resfriado,
diarréia, por exemplo?

b) Ou mesmo, você passou recentemente por alguma situação de trauma emocional ou


estresse intenso?”

Justifique cada questionamento feito pelo médico (1 ponto)

Resposta da Sabrina:

A- Apresença de uma infecção aumenta a inflamação desse paciente, por consequência, aumentam
os níveis da tríade inflamatória (IL-1, IL-6 E TNF- alpha). O vírus HIV só se replica em células ativadas
e quanto maior essa ativação, maior sua replicação. Essa maior ativação está atrelada ao estado
inflamatório do paciente, quanto maior inflamação e liberação de citocinas inflamatórias, maior
ativação das células do sistema imune, o que favorece a replicação viral nas células infectadas e
propicia a infecção nas células não infectadas pela expressão se R5 na membrana dos TCD4 ativadas
(correceptor necessário para a entrada do HIV na célula). Esses tatos podem justificar o aumento da
carga viral da paciente, A diminuição do número de TCD4 também pode ser justificado pela inflamação
decorrente de uma infecção de peleaumento de células infectadas e seu posterior reconhecimento e
morte pelas células TCD8 citotóxicas, nk ou pela ação do complemento.

B- Trauma emocional ou estresse aumentam os níveis de adrenalina e noradrenalina circulantes.


Essas catecolaminas (principalmente a adrenalina) são indutoras as tríade inflamatória que, como
explicado anteriormente, favorecem a replicação viral e a morte de TCD4.

29 - O médico administrou ao seu paciente TARV em conjunto com antibiótico para tratar
infecção oportunista por P. jirovecii.” O médico agiu corretamente, tendo em vista que o
paciente é HIV+?

30 - Fale sobre um mecanismo genético e um ambiental que configurem um progressor lento e


um progressor rápido de AIDS.

31 - Na sua opinião, por que as vacinas contra HIV-1 até hoje testadas não foram capazes de
proteger o indivíduo HIV+?

32 - Discuta como a infecção e replicação do HIV nas mucosas pode acelerar a progressão da
doença para a AIDS
33 - Gráfico retirado de um artigo de revisão publicado em 2019 na revista Immunological Reviews.
Interprete o gráfico explicando o porquê das linhas observadas baseando-se nos mecanismos
imunológicos observados.

Linha azul clara: controladores de elite: infectados que mesmo sem tratamento mantém carga viral
plasmática sob controle em níveis muito baixos

Linha vermelha: infectados tratados com terapia anti-retroviral

Linha azul escura: pacientes virêmicos (cópias do material genético viral no plasma)

Os pacientes virêmicos ao longo da fase aguda vão aumentando a sua carga viral até atingir um limiar
bem alto que se mantém, o que se relaciona com a exaustão dos linfócitos T – informação dada pelos
altos níveis de PD-1 que marcam esse processo de exaustão, no qual os linfócitos vão perdendo a
capacidade de proliferação e podem entrar em apoptose. Já nos pacientes tratados, observamos um
declínio na carga viral e junto com esse declínio, a expressão de PD-1 diminui, reflexo da diminuição do
estímulo. Quanto aos pacientes controladores de elite, como a carga viral é baixa, não se observa no
gráfico grandes alterações da expressão de PD-1, que se mantém baixa.

34 - Interprete o gráfico retirado de um artigo publicado em 2006 na revista Nature


correlacionando a carga viral plasmática do HIV com a intensidade de expressão de PD-1 em
linfócitos T CD8+. Explique por que esta correlação é observada. Explique os mecanismos
imunológicos associados. (O valor de P indica que a correlação observada é significativa
estatisticamente)
OBS: Caiu esse gráfico, mas pode não ter sido o mesmo enunciado

De acordo com o gráfico, é possível estabelecer uma relação diretamente proporcional entre a
carga viral plasmática de HIV e a intensidade de expressão de PD-1 em linfócitos TCD8+. O
PD-1 é um receptor expresso na membrana dos linfócitos TCD8+ em momentos mais
posteriores da sua ativação, quando ele já teve uma considerável atuação, de forma a controlar
a ação citotóxica do TCD8+ e diminuir sua proliferação. Contudo, em situações de estímulo
repetitivos e sem auxílio de TCD4+, o qual é muito importante para ativação dos linfócitos
TCD8+ e se encontram reduzidos em uma infecção por HIV porque são as principais células
destruídas pelo vírus, ocorre um “estado de exaustão” nos linfócitos TCD8+. Esse “estado de
exaustão” é caracterizado por um aumento acentuado da expressão de PD-1 por parte dos
linfócitos TCD8+, ocorrendo uma inibição das funções do linfócito ao se ligarem aos ligantes de
PDL-1, presentes em várias células, como a menor liberação de citocinas e dos grânulos
contendo perforinas e granzimas, que, de fato, são responsáveis pela função citotóxica. Além
disso, por fim esse estado pode levar o linfócito TCD8+ à apoptose. Dessa forma, o gráfico
representa essa situação de aumento da expressão de PD-1 devido ao aumento da exposição a
antígenos, nesse caso, o vírus HIV - Resposta alternativa

Em geral, de acordo com o gráfico, quanto maior for a expressão de PD-1, maior é a carga viral
plasmática. Isso faz sentido já que o PD-1 é uma proteína associada a (é expressa em) infecções
crônicas, caracterizadas por estímulo duradouro. Além disso, o PD-1 é um importante marcador de
exaustão celular, o que explicaria a carga viral plasmática elevada. Com a expressão do PD-1, a
capacidade de proliferação, de produção de citocinas e a própria capacidade citolítica do linfócito é
perdida, explicando então os resultados obtidos no gráfico

Os pacientes virêmicos ao longo da fase aguda vão aumentando a sua carga viral até atingir um limiar
bem alto que se mantém, o que se relaciona com a exaustão dos linfócitos T – informação dada pelos
altos níveis de PD-1 que marcam esse processo de exaustão, no qual os linfócitos vão perdendo a
capacidade de proliferação e podem entrar em apoptose. Já nos pacientes tratados, observamos um
declínio na carga viral e junto com esse declínio, a expressão de PD-1 diminui, reflexo da diminuição
do estímulo. Quanto aos pacientes controladores de elite, como a carga viral é baixa, não se observa
no gráfico grandes alterações da expressão de PD-1, que se mantém baixa.

35 - Analise as frases abaixo e marque a alternativa correta

I. No caso de um acidente perfurocortante com material supostamente infectado com HIV em


um profissional de saúde, o teste de triagem deve ser imediatamente feito no profissional a fim
de indicar ou não a necessidade da profilaxia pós-exposição (PEP)

II. A replicação do HIV nas células T CD4 infectadas ocorre independente do estado de ativação
destas células

III. No curso natural da infecção pelo HIV, a fase crônica corresponde à queda da viremia
associada a um período em que os níveis de célula T CD4 se mantêm constantes até entrada na
fase da doença.

IV. A terapia anti-retroviral é indicada para pacientes infectados com HIV a partir do momento
em que a contagem de células T CD4 atinge nível abaixo de 200 células / mm3.
a. I e II estão corretas.

b. I e III estão corretas.

c. II e III estão corretas.

d. I, II e IV estão corretas.

e. Nenhuma está correta.

36 - Analise as frases e marque a alternativa correta

I. No caso de um acidente perfurocortante com material supostamente infectado com HIV


em um profissional de saúde, o teste de triagem deve ser imediatamente feito no profissional a
fim de indicar ou não a necessidade da profilaxia pós exposição (PEP).

II. A replicação do HIV nas células T CD4 infectadas ocorre independente do estado de
ativação destas células.

III. No curso natural da infecção pelo HIV, a fase crônica corresponde à queda da viremia
associada a um período em os níveis de célula T CD4 sofrem lento decréscimo provocado pela
ativação do sistema imune por outros diversos estímulos.

IV. A terapia anti-retroviral é indicada para pacientes infectados com HIV a partir do
momento em que é feito o diagnóstico da infecção.

a. I e II estão corretas.

b. I e III estão corretas.

c. II e IV estão corretas.

d. III e IV estão corretas.

e. Nenhuma está correta

37 - O abacavir é um antirretroviral usado no manejo da infecção pelo HIV e é um fármaco


associado a DRESS, Sindrome rara, grave e mediada por célula T. Um determindo alelo de
HLA-B (HLA-B*57:01) é reconhecido como um fator de risco genético para a reação de
hipersensibilidade a este medicamento.

Comente as seguintes frases dizendo se está ou não de acordo com elas: .

a) Um filho de um casal que tenha herdado este alelo da sua mãe terá 50 % de chance de
apresentar este risco genético para DRESS. O abacavir (ou seus metabólitos) ao se acoplar
com alta afinidade a este alelo de HLA garante ativação de linfócitos T por células dendríticas
maduras o que caracteriza a imunogenicidade deste fármaco.

b) o desenvolvimento da DRESS é fortemente associado a episódios de reativação de infecções


por virus latentes como o herpes virus, por exemplo. Explique de que forma uma infecção em
curso pode favorecer a resposta de linfócitos T contra o abacavir?

a) Não estou de acordo com a primeira frase, pois os genes que codificam o HLA são codominantes,
ou seja, tanto os herdados do pai quanto os da mãe são expressos. Sendo assim, se a criança herdou
o alelo materno associado ao fator de risco genético para a hipersensibilidade ao medicamento, ela
tem 100% de risco de apresentar esse risco. Quanto à segunda frase, concordo. As células dendríticas
maduras são responsáveis pela apresentação de antígenos aos linfócitos T, ativando-os e
desencadeando a resposta imune adaptativa.

b) Uma infecção viral em curso libera interferon do tipo 1 que pode agir de maneira parácrina,
induzindo as células a entrarem em um estado antiviral, onde há, entre outras mudanças, um aumento
na expressão de moléculas de MHC por parte das células. Sendo assim, aumenta-se a apresentação
de antígenos para os linfócitos T, inclusive do abacavir.

38 - Explique como/por que a depleção destas células poderia levar a diminuição destes
anticorpos? Pensei numa relação de depleção de TCD4 que acontece no HIV

A depleção de células TCD4 causaria depleção no número de células T foliculares, que são fenótipos
oriundos da diferenciação da TCD4 e são responsáveis por migrarem até o folículo para ajudar as
células B na produção dos melhores anticorpos, que são os que formam centro germinativo e passam
pelos processos de hipermutação somática e maturação de afinidade para se tornarem anticorpos de
alta afinidade, alta capacidade neutralizante e longa duração. Sendo assim, sem a ajuda das células
Te sem a formação do centro germinativo, seriam formados mais anticorpos de baixa afinidade e baixa
capacidade neutralizante.

39 - Paciente HIV+ que toma coquetel antirretroviral corretamente apresentou aumento da carga
viral. O médico a questionou a respeito de alguma possível infecção (resfriado, diarreia, por
exemplo) ou alguma situação de trauma emocional. JUSTIFIQUE os questionamentos feitos
pelo médico.

● O médico administrou ao seu paciente TARV em conjunto com antibiótico para tratar
infecção oportunista. O médico agiu corretamente em seu paciente HIV+?
● Como a infecção e replicação do HIV nas mucosas pode acelerar a progressão da
doença para AIDS?
● Cite um mecanismo genético e um ambiental que configurem um progressor lento e um
progressor rápido de AIDS
● Porque as vacinas contra HIV até hoje testadas não foram capazes de proteger
indivíduos HIV+?
● Cite dois mecanismos indiretos e diretos do HIV na transposição para a forma de AIDS

Antes de questionar a eficácia da terapia (antirretroviral) é importante analisar outras situações que
podem levar ao aumento da carga viral. Sabe-se que um fato que aumenta a carga viral do indivíduo é
o aumento da síntese de tríade inflamatória (IL-1, IL-6 e TNF alfa). Esse aumento de citocinas
favorece um cenário inflamatório para a ativação de células TCD4, uma vez que, com a inflamação, as
APCs passam a expressar B7, possibilitando o segundo sinal (B7/CD28). Essa ativação de células
TCD4 faz com que elas passem a expressar CCR5, essencial para a replicação do vírus, o que explica
o aumento da carga viral.
Dessa maneira, uma infecção (resfriado ou diarreia, por exemplo), por ação de seus PAMPs, seria
uma geradora dessas citocinas inflamatórias. Já em relação aos traumas emocionais, os hormônios do
estresse (catecolaminas) geram DAMPs, e também aumentam a produção das citocinas da tríade.

1 - O médico não agiu corretamente, uma vez que, com a introdução do antirretroviral, foi devolvida ao
paciente a capacidade de responder à infecção oportunista, gerando uma resposta inflamatória intensa
contra o patógeno. Tal resposta é prejudicial para o paciente, já que com o aumento das citocinas
inflamatórias, há um favorecimento da replicação do HIV. Para evitar esse cenário, o médico deveria
tratar primeiro à infecção oportunista, para depois iniciar o TARV.

2 - O HIV se replica na mucosa, principalmente na intestinal, porque é onde há elevada quantidade de


TCD4+CCR5+. Isso porque nossas mucosas não são estéreis, muito pelo seu contato frequente com
nossa microbiota.

3 - O fenótipo Th17 é predominante nas mucosas e mantem o controle sobre a translocação


bacteriana. No entanto, quando essas células são infectadas pelo HIV, ocorre um colapso na barreira
imune e IgA para de ser produzido, reduzindo a capacidade de eliminação dos patógenos na mucosa,
os quais começam a atravessar em maior quantidade. Assim, muitas das bactérias que eram da
microbiota própria passam a ser patogênicas, podendo levar o indivíduo a ter uma bacteremia.

4 - Dessa maneira, há um aumento de PAMPs no sangue periférico (ex: Dna bacteriano, LPS), o que
estimula uma produção aumentada de tríade inflamatória, o que favorece a replicação viral, já que
aumenta os níveIs de TCD4+CCR5+. Esse aumento favorece a progressão da doença para AIDS.

5 - Nos indivíduos HIV+ caracterizados como progressores lentos um mecanismoque influencia na


progressão lenta da AIDS é a presença dos alelos HLA-B27 e HLA-B57 no MHC-I que determinam um
MHC com fenda promíscua, favorecendo uma resposta imune mesmo que o vírus sofra mutações.
Dessa forma, diversos antígenos virais mutados irão ser apresentados e sua replicação será
silenciada. → controlador de elite.

Ademais, essa variante de MHC tende a diferenciar a célula TCD8 no fenótipo TCD8 não citotóxico
(n-CTL), o qual possui uma característica protetora: ele induz um conjunto de fatores solúveis (CAF)
que bloqueiam a replicação do vírus na célula sem prejudicar a função dessa.

Nos indivíduos HIV+ caracterizados como progressores rápidos, um mecanismo que pode ser um
acelerador para a AIDS é a obesidade. Isso porque a liberação de muita leptina pelos adipócitos
desencadeia um processo de hiperativação inflamatória com produção exacerbada da tríade, a qual
aumenta a frequência de TCD4+CCR5+, favorecendo a replicação viral. Além disso, a presença de
alelo HLA-B35 no MHC-I desencadeia uma redução drástica de TCD4 logo no início da infecção.
6 - Porque o HIV muta muito, em vista da transcriptase reversa. Além disso, uma vacina eficaz deveria
ativar N-CTL, visto que se ativasse CTL em maioria iria ter dano no compartimento TCD4+ e
progressão da infecção. Ademais, seria importante que houvesse a produção de anticorpo com ampla
reação cruzada devido ao aumento da taxa de mutação viral.

1- Mecanismos diretos:
1) Depleção de células infectadas por TCD8 e NK
2) Indução a maior produção de proteínas pró apoptóticas e inibição de pre apoptóticas.

Mecanismos indiretos:

1) fibrose de tecido linfoide → Atrofia do tecido linfóide devido à replicação viral, com isso, tem
queda de IL-7.
2) Causados pela hiperativação imune → aumenta NF kappa B → aumenta viremia → aumenta
chance de AIDS

40 - O médico administrou ao seu paciente TARV em conjunto com antibiótico para tratar
infecção oportunista por P. jirovecii. O médico agiu corretamente, tendo em vista que o paciente
é HIV+?
O médico não agiu corretamente, uma vez que com a introdução do antirretroviral foi devolvida ao
paciente a capacidade de responder à infecção oportunista, gerando uma resposta inflamatória contra
o P. jirovecii que favorece à replicação viral e as manifestações clínicas da doença, o que caracteriza a
Síndrome da Reconstituição Imune. Para evitá-la, o médico deveria primeiro ter tratado a infecção
oportunista para só então administrar TARV. outra resposta: Não, pois com o TARV é devolvida a
capacidade de resposta à infecção ao paciente e gera resposta inflamatória com manifestações
clínicas da doença. Nesses casos deve-se primeiro tratar a doença e depois iniciar TARV.

40 - - "O médico perguntou ao paciente se ele ficou recentemente gripado, se tomou alguma
vacina ou se passou por alguma situação de estresse recentemente.” Justifique o
questionamento do médico, tendo em vista que o paciente é HIV+. (não esquecer de mencionar
o quadro de Síndrome de Imunodeficiência Adquirida)
R: Situações de estresse (geram DAMPs, devido ao excesso de catecolaminas) e infecções (geram
PAMPs) são capazes de induzir o aumento dos níveis da tríade inflamatória, o que estimula a síntese
de NF-kapa beta, que é uma ptn transativadora que se liga a regiões promotoras do genoma,
estimulando a transcrição do gene LTR. Como consequência, há o favorecimento da replicação viral (e
até do ciclo lítico do HIV, que não é tão expressivo), justificando o aumento da carga viral plasmática.
Por isso, houve o questionamento da parte do médico antes de suspeitar de falha terapêutica, por ter
aumento da carga viral e contagem de TCD4+ diminuída.
QUESTÕES DE “ERROS INATOS DA IMUNIDADE”

1 - Uma deficiência na produção da proteina C3 do sistema complemento impactaria na


resposta imune contra estas bactérias? Justifique.

Sim. Os Streptococcus pneumonia são bactérias que possuem uma cápsula polissacarídica que acaba
por dificultar a fagocitose. Esse fator de virulência consegue ser vencido com a opsonização realizada
pelo fragmento C3b da proteína do complemento. Isso acontece pois os fagocitos expressam
receptores de alta afinidade para esse fragmento (CR1 ou CD35), o que possibilita que ocorra a
fagocitose.

2 - Discuta os motivos pelos quais as mulheres são mais suscetíveis ao desenvolvimento de


doenças autoimunes.

NÃO SEI EXPLICAR SOCORRO

3 - Descreva a imunopatogenia das lesões cutânea e renais em pacientes com lúpus


enfatizando os quais são os auto antígenos reconhecidos.

A imunopatogenia das lesões cutâneas decorre da deposição de imunocomplexos formados por


anticorpos IgG e autoantigenos nucleares nos vasos provocando vasculite com lesões avermelhadas
em forma de asa de borboleta. Nos rins há deposição desses imunocomplexos nos glomérulos renais
ocasionando glomerulonefrite lúpica.
Aponte 3 sinais de alerta não relacionados a fenótipo que sejam indicativos de
imunodeficiência primária (IDP).
Sinais de Alerta:
1. Duas ou mais Pneumonias no último ano
2. Quatro ou mais novas Otites no último ano
3. Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses
4. Abscessos de repetição ou Ectima
5. Um episódio de infecção sistêmica/grave (Meningite, Osteoartrite,
Septicemia)
6. Infecções intestinais de repetição/Diarréia crônica
7. Asma grave, Doença do colágeno ou Doença auto-imune
8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por micobactéria
9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada à imunodeficiência
10. História familiar de imunodeficiência
Na suspeita de uma IDP, cite 2 exames básicos que devem ser solicitados para
orientar o diagnóstico.
QUESTÕES DE “IMUNIDADE TUMORAL”

1 - Explique quais os mecanismos de escape das neoplasias.

O tumor só expressa moléculas self logo só combate se tiver predisposição autoimune. Ausência de
MHC I e II não tendo como apresentar e processar a proteína da vacina antitumoral ausência de
moléculas coestimuladoras como B7 não conseguindo ativar CD para ativar resposa. Tumores
secretam moléculas imunossupressoras como tgf-beta que inibe NK e CTL e expressa FasL e PDL-1.
Ausência de neoantígenos mutados na célula tumoral para ser reconhecido pela IgG.

2 - Sobre terapias antitumorais em pacientes que não responderam aos tratamentos


convencionais, explique o mecanismo de:

a) Imunização com CDs: as CDs são pulsadas com antígenos tumorais e colocadas diante das TCD8
especificas e estas inseridas no paciente.

b) Transfusão de células t com IL-2: há isolamento dos linfócitos t do sangue ou do infiltrado tumoral
e propagação desses linfócitos em IL-2 e transfusão dos linfócitos T para o paciente. Não deu certo
pois a IL-2 em vez de favorecer células t antitumorais favoreceu Treg.

c) Recebimento de soro: recebimento de Acs contra moléculas self.

A célula endocita esse Ac e ele pode estar ligado pela porção Fab a uma droga, radioisótopo ou toxina
que irão exercer efeito toxico para essa célula ou se for so o anticorpo endocitado induz ADCC e
fagocitose opsonizada.

d) Vacina com plasmídeo: expressão de antígenos tumorais/B7/GM-

CSF/IL-2 que são pro-inflamatorios e serão incorporados as células dentriticas qe irão migrar para
apresentar para células T.
3 - Explique a hiperviscosidade sanguínea em mieloma múltiplo

No mieloma múltiplo há proliferação intensa de plasmócitos produtores de IgG na medula óssea e


esse excesso de anticorpos provoca a hiperviscosidade do sangue.

4 - Explique as alterações no hemograma de um paciente com leucemia linfocitica aguda:


linfocitose, células jovens, trombocitopenia, queda do hematocrito, pancitopenia.

Linfocitose: proliferação caracteristicade tumores que no caso da leucemia linfocitica é de linfócitos,


caracterizando uma linfocitopenia sobretudo de células jovens pois não da tempo de amadurecer.
Pancitopenia: queda de outros tipos celulares devido a alta produção de linfócitos, explicando a
trombocitopenia e a queda dos glóbulos vermelhos.

5 - Discuta o papel das células precursoras mieloides recrutadas para o ambiente tumoral na
progressão do tumor.

As células tumorais produzem fatores quimiotáticos para células precursoras mielóides, como CCL2
e MCSF. Essas células, no ambiente tumoral sofrem diferenciação para macrófagos M2. Esses
macrófagos produzem IL10, e TGFbeta, citocinas antiinflamatórias, o que faz com seja mais difícil
que se forme uma resposta imune contra as células tumorais, ainda que haja antígenos tumorais. Os
M2 tb estimulam a formação de Treg, pois apresentam uma proteína chamada IDO, que causa nas
células T a ativação da FOXP3, estimulando a diferenciação em Treg. Por fim, esses macrófagos
produzem fatores angiogênicos que facilitam a ocorrência de metástases.

6 - Qual a relação dos macrófagos M2 com a imunopatogenia do câncer e com o prognóstico


dessa doença?

NÃO SEI SOCORRO

7 - Descreva o papel das células precursoras mielóides recrutadas para o microambiente


tumoral na progressão do tumor.

As cells tumorais produzem M-CSF e quimiocinas (CCL-2) que promovem o recrutamento de cells
precursoras mieloides, as quais chegam ao microambiente tumoral (que tende à hipóxia) e modificam
seu metabolismo, tendo tendência, então, em se diferenciarem em macrófagos M2 associados ao
tumor (TAM), que é um fenótipo anti-inflamatório.

Esses macrófagos produzem a enzima IDO, metabolizando o triptofano, cujos metabólitos são
importantes para a indução do marcador FoxP3, favorecendo, desse modo, o fenótipo Treg. Além
disso, M2 produzem citocinas anti-inflamatórias como IL-10 e TGF-beta, que favorecem a
diferenciação de Treg e promovem a inibição direta do fenótipo T efetor. Esse fenótipo T efetor tbm
tem sua ação inibida indiretamente devido ao favorecimento do fenótipo Treg naquele
microambiente. Destaca-se tbm a presença de quimiocinas que vão recrutar Treg para aquele
ambiente e de prostaglandinas produzidas.

Esses macrófagos secretam arginase, que metaboliza a arginina (que é importante para o
funcionamento do T efetor), causando depleção dessa substância no meio. Sendo assim, é possível
elucidar, através das funções descritas, que M2 contribuem para a progressão do tumor (produzem
fatores de crescimento celular), inibindo a resposta do nosso sistema imune a cells neoplásicas (não
sofrerão ataque de NK e CTL, por ex) no mesmo ambiente tumoral em que há secreção de fatores
de crescimento e angiogênicos que favorecem o crescimento do tumor e a metástase.

8 - PD-L1 além de ser expresso por diferentes tipos celulares, inclusive nas tumorais, é
também constitutivamente expresso na membrana de células T, APCs e células epiteliais. O
Mab citado no trecho em destaque teve sua porção Fc modificada por meio de técnicas de
biologia molecular de modo a reduzir suas funções efetoras. Explique quais funções deste
Mab estariam reduzidas e caso estivessem preservadas qual seria o impacto sobre as células
PDL-1+.

As funções de desencadearem determinadas funções em diferentes células, por exemplo, já que


esses anticorpos, quando não modificados, podem se ligar a receptores de membrana de outras
células e fazer com que macrófagos por exemplo fagocitem o antígeno x ou que os neutrófilos
degranulem. A conexão desse anticorpo com o sistema complemento também estaria prejudicada já
que sua porção Fc não seria capaz de desencadear a ativação desse sistema. Se tivesse com suas
funções normais, o anticorpo poderia se ligar ao PD-L1 e impedir que houvesse a conexão desse
com o PD-1, fazendo com que a célula pudesse estar disponível para ser destruída.

9 - Discuta o papel das células precursoras mielóides para o microambiente tumoral na


progressão do tumor.

As células tumorais produzem fatores quimiotáticos para as células precursoras tumorais, como
CCL2 e GM-CSF. No ambiente tumoral, essas células sofrem diferenciação para macrófagos M2,
que produzem IL-10 e TGF-beta, citocinas anti-inflamatórias, que fazem com que seja mais difícil
formar uma resposta imune contra as células tumorais, ainda que haja antígenos tumorais. Os M2
também apresentam uma proteína chamada IDO, que causa ativação da FOXP3 nas células T,
estimulando a diferenciação em Treg. Por fim, esses macrófagos produzem fatores angiogênicos que
facilitam a ocorrência de metástases.

10 - Explique quais os mecanismos de escape das neoplasias.

O tumor só expressa moléculas self logo só combate se tiver predisposição autoimune. Ausência de
MHC I e II não tendo como apresentar e processar a proteína da vacina antitumoral ausência de
moléculas coestimuladoras como B7 não conseguindo ativar CD para ativar resposa. Tumores
secretam moléculas imunossupressoras como tgf-beta que inibe NK e CTL e expressa FasL e
PDL-1. Ausência de neoantígenos mutados na célula tumoral para ser reconhecido pela IgG.
11 - Sobre terapias anti tumorais em pacientes que não responderam aos tratamentos
convencionais, explique o mecanismo de:

a) Imunização com CDs: as CDs são pulsadas com antígenos tumorais e colocadas diante das
TCD8 específicas e estas inseridas no paciente.

b) Transfusão de células t com IL-2: há isolamento dos linfócitos t do sangue ou do infiltrado


tumoral e propagação desses linfócitos em IL-2 e transfusão dos linfócitos T para o paciente. Não
deu certo pois a IL-2 em vez de favorecer células t antitumorais favoreceu Treg.

c) Recebimento de soro: recebimento de Acs contra moléculas self. A célula endocita esse Ac e ele
pode estar ligado pela porção Fab a uma droga, radioisótopo ou toxina que irão exercer efeito tóxico
para essa célula ou se for só o anticorpo endocitado induz ADCC e fagocitose opsonizada.

d) Vacina com plasmídeo: expressão de antígenos tumorais/B7/GM- CSF/IL-2 que são pro-
inflamatorios e serão incorporados as células dentriticas qe irão migrar para apresentar para células
T.

12 - Explique a hiperviscosidade sanguínea em mieloma múltiplo

No mieloma múltiplo há proliferação intensa de plasmócitos produtores de IgG na medula óssea e


esse excesso de anticorpos provoca a hiperviscosidade do sangue.

13 - Explique as alterações no hemograma de um paciente com leucemia linfocítica aguda:


linfocitose, células jovens, trombocitopenia, queda do hematocrito, pancitopenia.

Linfocitose: proliferação caracteristicade tumores que no caso da leucemia linfocitica é de linfócitos,


caracterizando uma linfocitopenia sobretudo de células jovens pois não dá tempo de amadurecer.
Pancitopenia: queda de outros tipos celulares devido a alta produção de linfócitos, explicando a
trombocitopenia e a queda dos glóbulos vermelhos.

14 - Discuta o papel das células precursoras mieloides recrutadas para o ambiente tumoral na
progressão do tumor.

As cells tumorais produzem M-CSF e quimiocinas (CCL-2) que promovem o recrutamento de células
precursoras mieloides, as quais chegam ao microambiente tumoral (que tende à hipóxia) e modificam
seu metabolismo, tendo tendência, então, em se diferenciarem em macrófagos M2 associados ao
tumor (TAM), que é um fenótipo anti-inflamatório. Esses macrófagos produzem a enzima IDO,
metabolizando o triptofano, cujos metabólitos são importantes para a indução do marcador FoxP3,
favorecendo, desse modo, o fenótipo Treg. Além disso, M2 produzem citocinas anti-inflamatórias
como IL-10 e TGF-beta, que favorecem a diferenciação de Treg e promovem a inibição direta do
fenótipo T efetor. Esse fenótipo T efetor tbm tem sua ação inibida indiretamente devido ao
favorecimento do fenótipo Treg naquele microambiente. Destaca-se também a presença de
quimiocinas que vão recrutar Treg para aquele ambiente e de prostaglandinas produzidas. Esses
macrófagos secretam arginase, que metaboliza a arginina (que é importante para o funcionamento
do T efetor), causando depleção dessa substância no meio. Sendo assim, é possível elucidar,
através das funções descritas, que M2 contribuem para a progressão do tumor (produzem fatores de
crescimento celular), inibindo a resposta do nosso sistema imune a cells neoplásicas (não sofrerão
ataque de NK e CTL, por ex) no mesmo ambiente tumoral em que há secreção de fatores de
crescimento e angiogênicos que favorecem o crescimento do tumor e a metástase.

15 - Qual a relação dos macrófagos M2 com a imunopatogenia do câncer e com o prognóstico


dessa doença?

As próprias células tumorais secretam TGF-beta causando um ambiente anti-inflamatório. Também


podem produzir fatores de crescimento como o GM-CSF, que recruta células de origem mieloide
(aumenta produção destas na medula) que chegam ao local do tumor indiferenciadas. Lá, o ambiente
de hipóxia (devido ao processo crônico de inflamação e consumo de O2 para a produção de ERO e
ao isolamento de algumas células do aporte sanguíneo) associado à presença de citocinas
anti-inflamatórias estimula a diferenciação dessas células mieloides no fenótipo M2. Esse fenótipo
colabora para a diferenciação de T em TReg pela liberação de metabólitos do triptofano, pela enzima
IDO que ativa FOX P3 (transativador de TReg), além de produzir quimiocinas para TReg. Ademais,
também secretam fatores de crescimentoque favorecem o crescimento do tumor e a angiogênese.

16 - Descreva 2 mecanismos de escape imunológico exercidos pelos tumores.

1) Secreção dos neoantígenos em vez de exposição destes na superfície faz com que os anticorpos
contra eles sejam consumidos em vão, ou seja, vão se ligar nos neoantígenos solúveis, mas não
terão sua ação ideal para o combate do tumor, que seria a morte da célula tumoral por ADCC,
tentativa de fagocitose, através da liberação de enzimas ou ativação do complemento e formação do
MAC.

2) Secreção de fatores antiinflamatórios (TGF-beta) ou moléculas indutoras de anergia permanente


(PD-L1) ou apoptose (Faz-L). Esses fatores como o TGF-beta, induzem a diferenciação de TReg,
sendo esse um potencial expressor de PDL1 e FasL.

17 - Aponte os alvos e explique no que se baseia esta terapia e por que ela falha nestes tipos
de tumores

GABARITO DA VERA:

Os alvos são as proteínas de membrana PD-1, CTLA-4 e PD-L1.

CTLA-4, expresso em linfócitos T após a ativação e constitutivo em Treg, tem afinidade pelas
moléculas coestimulatórias (CD80 e CD86 ou B7.1 e B7.2), no entanto, ao invés de exercer os
efeitos de coestimulação como no 2° sinal, ele inibe esse processo, além de ir desativando as vias
que tinham sido estimuladas no processo de ativação. Em linfócitos Treg, a interação do CTLA-4
com DC também inibe a expressão dos coestimuladores e prejudica a coestimulação necessária a
ativação de linfócitos T contra os antígenos tumorais.
Com estímulo crônico ou uma hiperestimulação do linfócito T, principalmente o TCD8 +, começa a
expressar PD-1, que é uma molécula de exaustão. PD-1, ao interagir com seu ligante (PD-L1
expresso por muitos tipos de células tumorais), promove uma perda funcional progressiva das
atividades desse linfócito (ao pensar no TCD8+, podemos notar a perda da capacidade de produzir
citocinas, a perda da capacidade citolítica e, até mesmo, entrar em processo de apoptose) e, com
isso,a ação dele no combate à célula tumoral ficaria prejudicada.

As terapias de “inibição da regulação imunológica negativa” (inibição de checkpoint imunológico) se


baseia no uso de anticorpos monoclonais específicos para tais moléculas a fim de bloquear a
interação com seus respectivos ligantes, as quais

Tumores frios não têm infiltração suficiente de linfócitos T, portanto tal terapia não tem efeito uma vez
que os linfócitos não têm acesso ao ambiente tumoral.

18 - A terapia depletora de células B com uso de anticorpos monoclonais (Mabs) está indicada
para o tratamento de neoplasias hematológicas (linfomas ou leucemias de linfócito B), artrite
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico entre outras condições. Entre Mabs desta categoria,
o Ocrelizumabe é um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado anti-CD20 (CD20 é expresso nos
linfócitos B a partir do estágio pró-B até a maturação) indicado para ao tratamento de doentes
adultos com esclerose múltipla progressiva primária. Explique o(s) mecanismo(s) pelos quais
este Mab promove a redução dos linfócitos.

OBS: Vera gosta de anticorpo monoclonal


O Ocrelizumabe tem capacidade de promover a redução de linfócitos por meio da indução de ADCC
(citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos) ao se ligar ao CD20 da célula-alvo e
sinalizar para NKs que essa célula deve sofrer lise. Ocorre também, em menor escala, a ativação do
sistema complemento nas células-alvo.

19 - Os anticorpos monoclonais (Mab) têm sido utilizados na imunoterapia para diversas


doenças, entre as quais as relacionadas à resposta inflamatória, como as doenças
autoimunes psoríase e esclerose múltipla, e neoplasias, como linfoma e câncer de mama. A
grande maioria destes anticorpos são da classe IgG e podem ter sua porção Fc engenheirada
para potencializar ou diminuir a interação dela com outros componentes do sistema imune
conforme a necessidade de ação terapêutica do Mab. Nas doenças onde o excesso de número
ou atividade de linfócitos B está relacionado com a patogenia, como na leucemia linfoide ou
no lúpus, uma estratégia terapêutica com Mabs é o uso do Rituximab, uma IgG1 quimérica
camundongo-humana anti-CD20 (CD-20 é expresso nos linfócitos B a partir do estágio pró-B
até a maturação), para REDUZIR A QUANTIDADE destes linfócitos no organismo do paciente.
Explique o(s) mecanismo(s) que promovem esta redução.

Rituximab possui afinidade por CD-20, uma proteína de membrana expressa constitutivamente em
linfócitos B. Ao ligar-se a diversas CD-20, forma um aglomerado proteico na membrana celular que
permite três processo que resultam na morte da célula: ADCC (citotoxicidade dependente de
anticorpos). ativação do sistema complemento e lise por MAC, e sinalização apoptótica.
20 - Observe o gráfico extraído de um artigo publicado na revista Cancer Research
demonstrando a concentração plasmática de arginina em indivíduos saudáveis (healthy) e em
pacientes com neuroblastoma (tumor maligno que acomete principalmente crianças). Diante
da informação do gráfico, o que se espera do desempenho da resposta imune dos pacientes
contra o tumor? Justifique.

OBS: Caiu na P3
GABARITO DA VERA: Com a baixa disponibilidade de arginina, condição característica de tumores c
células c alta expressão de arginase (enzima que metaboliza a arginina), a proliferação, manutenção
e ativação de linfócitos T fica fortemente prejudicada já que esta cél é fortemente dependente deste
aminoácido. O consumo de arginina leva à formação de NO que ao reagir com radicais livres de O2
gera composto de alto poder de oxidação de proteínas, entre as quais o complexo TCR/CD8 e
CD3/zeta necessários à ativação de linfócitos T CD8. Diante destes efeitos, tem-se o
comprometimento da atividade de linfócitos T, em particular os T citotóxicos e consequentemente
perde-se a efetividade da resposta imune contra o tumor

21 - Por que a expressão e secreção de PDL-1 por determinadas células tumorais dificultam
sua destruição pelo sistema imune?

22 - Explique no que se baseia a imunoterapia com inibidores de checkpoint imunológico e


cite um exemplo. Efeito colateral da:

a) Ipilimumabe

É IgG1 anti-CTLA4. Efeito colateral é depleção de Treg em tecidos periféricos e em tecidos linfoides
(assim há perda de autotolerancia-AI/ tolerância à microbiota - colite), ativação de complemento-
inflamação teciduais e sistêmicas.

b) CART
Qualquer imunoterapia que provoque ativação celular em larga escala pode levar à tempestade de
citocinas (CRS) e está pode levar a febre, fadiga, dor de cabeça, hipotensão, hipóxia, CID, falência
múltipla de órgãos, e sindrome de neurotoxidade (aumento da permeabilidade da BHE, inflamação e
dano tecidual no SNC, gerando letargia, desordem na fala e escrita, confusão mental)

O tratamento desses efeitos colaterais envolve: tratamento sintomático pata CRS de suporte,
imunossupressor com tucilizumabe (inibidor de IL-6) e imunossupressor com glicocorticoides.

23 - Frase retirada de artigo sobre o uso terapêutico da IL-2 publicado em 2021 na revista
Annual Review of Medicine: “IL-2 é uma citocina que regula o equilíbrio entre
imunoestimulação e imunossupressão para preservar a homeostase imunológica.” Explique
os mecanismos pelos quais esta citocina exerce as funções estimulatórias e supressoras.

IL-2: está citocina é estimulatória na medida em que tem efeito autócrino na proliferação de linfócitos
TCD8. Ela pode ser supressora na medida em que linfócitos T com fenótipo regulador expressam
constitutivamente CD25, a subunidade de alta afinidade do receptor da IL-2 e, dessa forma, os Treg
“sequestram” a IL-2 do meio diminuindo sua disponibilidade para ativação do linf T efetores.

24- O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2018, foi conferido a James P. Allison e
Tasuku Honjo “Por sua descoberta da terapia do câncer pela inibição da regulação
imunológica negativa”. Ao estimular a capacidade inerente do sistema imunológico de atacar
as células tumorais, os ganhadores do Prêmio Nobel deste ano estabeleceram um princípio
inteiramente novo para a terapia do câncer. Por mais de 100 anos, os cientistas tentaram
envolver o sistema imunológico na luta contra o câncer. Até as descobertas seminais pelos
dois laureados, o progresso no desenvolvimento clínico era modesto. A terapia de ponto de
controle (checkpoint) imunológico revolucionou o tratamento do câncer e mudou
fundamentalmente a maneira como vemos como o câncer pode ser tratado. Contudo a taxa de
resposta a esta terapia é baixa em tumores ditos frios tais como o câncer de ovário, o
pancreático e o glioblastoma, por exemplo. Aponte os alvos e explique no que se baseia esta
terapia e por que ela falha nestes tipos de tumores.

OBS: Caiu na P3

A terapia de checkpoint imunológico usa anticorpos monoclonais do tipo anti-CTLA4, anti-PD1 ou


anti-PDL1. Esses anticorpos (chamados ICI) impedem os mecanismos de evasão imunológica das
células tumorais. No caso do anti- CTLA4 isso ocorre por garantir a coestimulação do linfócito T pela
dendrítica, uma vez que se o CTLA4 do linfócito não está se ligando ao B7 da dendrítica, esse B7
fica livre para se ligar ao CD28 do linfócito, promovendo a coestimulação necessária para ativação
desse clone. Além disso, o Treg, que é um fenótipo muito comum no ambiente tumoral (porque as
citocinas liberadas pelos tumores estimulam a diferenciação do linfócito nesse fenótipo regulador)
também tem CTLA4, que ele usa para inibir as células dendríticas, impedindo que elas fiquem com o
B7 livre para se ligar ao CD28 de linfócitos que precisam ser estimulados. Os anti-PD1 e anti-PDL1,
por sua vez, se ligam às proteínas PD1 e PDL1 (que é produzido em grande quantidade pelos
tumores), respectivamente, impedindo que elas interajam entre si e levem o linfócito TCD8 à
exaustão clonal. A falha desse tipo de terapia se deve ao fato de que os tumores ditos “frios” são
tumores que apresentam menos antígenos tumorais (que ativariam linfócitos), são tumores nos quais
a infiltração de linfócito é dificultada e nos quais existe um ambiente de intenso caráter
imunossupressor, com macrófagos tipo-M2 (também chamados de TAM) e células supressoras
derivadas de precursores mielóides (MDSC) e muita produção de citocinas de caráter
imunossupressor, tanto pelo próprio tumor quanto pelos fenótipos que as células do sistema imune
são levadas a assumir.

25 - Câncer de próstata com metástase óssea, câncer de ovário e gastrointestinal não podem
ser tratados com radioterapia ja que a dose de radiação necessária traria sérios danos à
medula óssea e aos órgãos da cavidade abdominal. Outro complicador para o tratamento
destes tumores é a condição de tumores frios que apresentam. No entanto, um estudo
conduzido em ratos e um pequeno grupo de pacientes com estes tipos de câncer mostrou que
os chamados tumores frios podem ficar quentes com intervenção que promova algum dano
ao tecido, sem comprometer outros tecidos, usando baixas doses de radiação. O estudo
incluiu oito pacientes que receberam os medicamentos mais uma dose muito baixa de
radiação a cada duas semanas. Os tumores em pessoas que foram alvo de radiação de baixa
dose regrediram. O tratamento também induziu a expressão de um receptor nessas células
que era necessário para o efeito terapêutico - Radiação pode ajudar sistema imunológico de
paciente com câncer”. Notícia publicada 10/09/2021 no site Olhar Digital.

Explique por que esta estratégia deixou os tumores quentes e que receptor necessário seria
este medicamento na reportagem, explicando também como/por que a expressão dele
favorece a terapia.

Os tumores frios, a partir da indução do dano tecidual, podem se tornar quentes devido a liberação
de DAMPs que darão início e alimentarão um processo inflamatório característico de tumores
quentes. Esse novo ambiente permite uma melhor infiltração de linfócitos, maior produção de
citocinas inflamatórias e a maturação de células dendríticas.

O receptor mencionado pela reportagem responsável pelo efeito terapêutico é o NKG2D, receptor de
células NK e NKT. NKT/NK se ligando ao tumor por meio desse receptor, faz a célula tumoral poder
ser reconhecida por essas células. NKT tem ação citotóxica, libera citocinas, produz IFN-gama
(recruta macrófago). NK degranula, tendo ação citotóxica direta. Todos esses fatores juntos
contribuem para o ataque imunológico à célula tumoral, logo, para a regressão do tumor e, portanto,
favorecem a terapia.

26 - Explique como DCs ativam os linfócitos T CD8 virgens contra antígenos tumorais,
incluindo as interações moleculares que se estabelecem na sinapse imunológica).

As DCs, ainda imaturas, irão reconhecer e internalizar os antígenos tumorais e apresentá-los junto
com moléculas de MHC de classe I, através da apresentação cruzada, e então tornando-se maduras.
Uma vez maduras, elas são capazes de ativar linfócitos T virgens, apresentado o antígeno para os
linfócitos T CD8. No encontro da DC com esses linfócitos ocorre a sinapse imunológica, através da
ligação entre o MHC E O TRC específicos. Essa primeira ligação é o 1o sinal, mas sozinha não ativa
completamente o linfócito T, se ativasse completamente poderia ocorrer um processo de
autoimunidade. O 2o sinal, necessário para que o linfócito deixe de ser virgem e se torne ativado,
ocorre através da ligação de B7 - uma molécula presente na APC em questão na ocorrência de
inflamação - e o CD28, molécula presente na membrana dos linfócitos virgens. O linfócito ativado
começa a expressar CD40 e a se proliferar devido a produção de IL-2, essa produção é própria e de
outros linfócitos que também foram ativados. Essa mesma molécula, IL-2, também é importante para
a ativação do T CD8 em célula citotóxica degranuladora, que possui papel importante no combate
aos tumores.

27 - A respeito da formação pro-tumoral de macrófago associados ao tumor (TAM) de fenotipo


M2, disserte a respeito do papel dele no tumor.

Muitas células tumorais secretam quiomicinas quimiotáticas para monocitos. E tambem secretam
fator de crescimento, que na ausencia de outras quimiocinas, induz a diferenciação do monócito em
M2. M2, com a contribuição de IL-6, prostaglandina, proteinas da matriz favorecem a diferenciação
em M2. M2 tem caráter menos pro-inflamatorio e mais pro-resolutivo, tem um grande poder de
produção de fatores angiogenicos e fatores de crescimento celular. Induzindo a formação de novos
vasos e aumentando ainda mais a proliferação de celulas tumorais, respectivamente. Além disso,
liberam IL-10, que recruta Treg e Ido. Ido metaboliza triptofano, e seus metabolitos associados a
Treg, induzem tolerância.

R= Falar sobre liberação de fator de crescimento celular e angiogenese. Além da diferenciação de


Th0 em Treg e também da imunossupressão gerada devido a liberação de citocinas antiinflamatorias
pelo tumor (ex: IL 10 e TGF-B ).

28 - Explique UM, apenas 1, mecanismo pelo qual o anticorpo monoclonal é utilizado em


terapias contra tumores.

Anticorpo monoclonal é associado a toxinas ou radioisótopos em caso de tumores com modulação


antigênica, pois esse anticorpo, ao se ligar ao epitopo da célula tumoral, vai sofrer endocitose, e
dentro da célula, essa toxina promovera a morte da célula tumoral.

R= Tive vários, eu expliquei a de imunotoxinas q é quando o anticorpo monoclonal é associado a


toxinas ou radioisotopos e ai quando interage com o epitopo especifico na superficie do tumor, esse
tumor vai internalizar todo esse complexo e a toxina em seu interior irá desencadear a morte da
celula tumoral. (Obs: tem outros mais fácies, optei por esse porque foi o primeiro que lembrei)

29 - Falar o papel das células mielóides na progressão do tumor – falar de macrófago M2,
como forma, ação,etc – tinha que falar que o M2 produz citocinas antiinflamatória (IL-10, TGF
beta), fatores de crescimento e de angiogênese, estimula diferenciação em Treg (IDO ->
FoxP3) e atrai Treg natural.

30 - Linfoma é um tipo de câncer de célula do sistema imune, que ao sofrerem mutações nos
genes de proteínas de controle do ciclo celular e/ou apoptose, proliferam
descontroladamente. A ocorrência de linfomas de linfócitos B, oriundos de centros
germinativos, é muito maior do que de linfócitos T. Por que estas células são mais
susceptíveis a isto? Explique.
O linfócito B, ao ser estimulado por algum antígeno, será induzido a proliferação e diferenciação,
migrando para os focos extrafoliculares e depois para os centros
germinativos. Nos centros germinativos, disseminam-se e sofrem processos, dois deles
importantes para esta questão: Hipermutação Somática e Troca de Classe de Ig. Eventuais erros
irão acontecer nessas etapas com uma maior frequência, ocasionando possíveis neoplasias.
Isso, conjugado com a maior quantidade de linfócitos B e sua grande capacidade de proliferação,
explica a maior susceptibilidade dos linfomas de linfócitos B.

O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2018, foi conferido a James P. Allison


e Tasuku Honjo “Por sua descoberta da terapia do câncer pela inibição da
regulação imunológica negativa”. Ao estimular a capacidade inerente do sistema
imunológico de atacar as células tumorais, os ganhadores do Prêmio Nobel deste
ano estabeleceram um princípio inteiramente novo para a terapia do câncer. Por
mais de 100 anos, os cientistas tentaram envolver o sistema imunológico na luta
contra o câncer. Até as descobertas seminais pelos dois laureados, o progresso no
desenvolvimento clínico era modesto. A terapia de ponto de controle (checkpoint)
imunológico revolucionou o tratamento do câncer e mudou fundamentalmente a
maneira como vemos como o câncer pode ser tratado. Contudo a taxa de resposta
a esta terapia é baixa em tumores ditos frios tais como o câncer de ovário, o
pancreático e o glioblastoma, por exemplo. Aponte os alvos e explique no que se
baseia esta terapia e por que ela falha nestes tipos de tumores.

Os alvos são as proteínas de membrana PD-1, CTLA-4 e PD-L1. CTLA-4, expresso


em linfócitos T após ativação e constitutivo em Treg, tem afinidade pelas moléculas
coestimulatórias (CD80 e CD86 ou B7.1 e B7.2), no entanto, ao invés de exercer os
efeitos de coestimulação como no 2º sinal, ele inibe esse processo, além de ir
desativando as vias que tinham sido estimuladas no processo de ativação. Em
linfócitos Treg, a interação do CTLA-4 com DC também inibe a expressão dos
coestimuladores e prejudica a coestimulação necessária a ativação de linfócitos T
contra os antígenos tumorais. Com estímulo crônico ou uma hiperestimulação do
linfócito T, principalmente o T CD8+, começa a expressar PD-1, que é uma
molécula de exaustão. PD-1 ao interagir com seu ligante (PD-L1 expresso por
muitos tipos de células tumorais), promove uma perda funcional progressiva das
atividades desse linfócito (ao pensar no T CD8+, podemos notar a perda da
capacidade de produzir citocinas, a perda da capacidade citolítica e, até mesmo,
entrar em processo de apoptose) e, com isso, a ação dele no combate à célula
tumoral ficaria prejudicada. As terapias de “inibição da regulação imunológica
negativa” (inibição de checpoint imunológico) se baseia no uso de anticorpos
monoclonais específicos para tais moléculas a fim de bloquear a interação com
seus respectivos ligantes, as quais desencadeiam sinalização inibitória das funções
dos linfócitos T. Tumores frios não têm infiltração suficiente de linfócitos T, portanto
tal terapia não tem efeito uma vez que os linfócitos não têm acesso ao ambiente
tumoral.
Com a baixa disponibilidade de arginina, condição característica de tumores c células c alta
expressão de arginase (enzima que metaboliza a arginina), a proliferação, manutenção e ativação
de linfócitos T fica fortemente prejudicada já que esta cél é fortemente dependente deste
aminoácido. O consumo de arginina leva à formação de NO que ao reagir com radicais livres de
O2 gera composto de alto poder de oxidação de proteínas, entre as quais o complexo TCR/CD8
e CD3/zeta necessários à ativação de linfócitos T CD8. Diante destes efeitos, tem-se o
comprometimento da atividade de linfócitos T, em particular os T citotóxicos e
consequentemente perde-se a efetividade da resposta imune
contra o tumor.

Câncer de próstata com metástase óssea, câncer de ovário e gastrointestinal não podem ser
tratados com radioterapia ja que a dose de radiação necessária traria sérios danos à medula óssea
e aos órgãos da cavidade abdominal. Outro complicador para o tratamento destes tumores é a
condição de tumores frios que apresentam. No entanto, um estudo conduzido em ratos e um
pequeno grupo de pacientes com estes tipos de cancer mostrou que os chamados tumores frios
podem ficar quentes com intervenção que promova algum dano ao tecido, sem comprometer
outros tecidos, usando baixas doses de radiação. O estudo incluiu oito pacientes que receberam
os medicamentos mais uma dose muito baixa de radiação a cada duas semanas. Os tumores em
pessoas que foram alvo de radiação de baixa dose regradiram. O tratamento também induziu a
expressão de um receptor nessas celulas que era necesssário para o efeito terapêutico - Radiação
pode ajudar sistema imunológico de paciente com câncer”. Noticia publicada 10/09/2021 no site
Olhar Digital.
Explique por que esta estratégia deixou os tumores quentes e que receptor necessário serie este
medicamento na reportagem, explicando tambem como/por que a expressao dele favorece a
terapia.
OBS: Caiu na P3

Os tumores frios, a partir da indução do dano tecidual, podem se tornar quentes devido a liberação de
DAMPs que darão inicio e alimentarão um processo inflamatório característico de tumores quentes. Esse
novo ambiente permite uma melhor infiltração de linfócitos, maior produção de citocinas inflamatórias e a
maturação de células dendríticas. O receptor mencionado pela reportagem responsável pelo efeito
terapêutico é o PD1, que passa a ser expressado devido ao contexto inflamatório que teve origem com a
radioterapia. A expressão de PD1 permite que a terapia com anticorpos monoclonais (inibidores de
checkpoint) seja utilizada de forma a evitar a exaustão de células citotóxicas, mantendo-as em
funcionamento contra o tumor. → seria PD1 ou PDL? ÉS A QUESTÃO.

Qual a relação dos macrófagos M2 com a imunopatogenia do câncer e com o prognóstico dessa
doença
As próprias células tumorais secretam TGF-beta causando um ambiente antiinflamatório. Também podem
produzir fatores de crescimento como o GM-CSF, que recruta células de origem mieloide (aumenta
produção destas na medula) que chegam ao local do tumor indiferenciadas. Lá, o ambiente de hipóxia
(devido ao processo crônico de inflamação e consumo de O2 para a produção de ERO e ao isolamento de
algumas células do aporte sanguíneo) associado à presença de citocinas anti-inflamatórias estimula a
diferenciação dessas células mieloides no fenótipo M2. Esse fenótipo colabora para a diferenciação de T
em TReg pela liberação de metabólitos do triptofano, pela enzima IDO que ativa FOX P3 (transativador de
TReg), além de produzir quimiocinas para TReg. Ademais, também secretam fatores de crescimentoque
favorecem o crescimento do tumor e a angiogênese.

2 - Descreva o papel das células precursoras mielóides recrutadas para o microambiente tumoral
na progressão do tumor.
As cells tumorais produzem M-CSF e quimiocinas (CCL-2) que promovem o recrutamento de cells
precursoras mieloides, as quais chegam ao microambiente tumoral (que tende à hipóxia) e modificam seu
metabolismo, tendo tendência, então, em se diferenciarem em macrófagos M2 associados ao tumor
(TAM), que é um fenótipo anti-inflamatório. Esses macrófagos produzem a enzima IDO, metabolizando o
triptofano, cujos metabólitos são importantes para a indução do marcador FoxP3, favorecendo, desse
modo, o fenótipo Treg. Além disso, M2 produzem citocinas anti-inflamatórias como IL-10 e TGF-beta, que
favorecem a diferenciação de Treg e promovem a inibição direta do fenótipo T efetor. Esse fenótipo T
efetor tbm tem sua ação inibida indiretamente devido ao favorecimento do fenótipo Treg naquele
microambiente. Destaca-se tbm a presença de quimiocinas que vão recrutar Treg para aquele ambiente e
de prostaglandinas produzidas. Esses macrófagos secretam arginase, que metaboliza a arginina (que é
importante para o funcionamento do T efetor), causando depleção dessa substância no meio. Sendo
assim, é possível elucidar, através das funções descritas, que M2 contribuem para a progressão do tumor
(produzem fatores de crescimento celular), inibindo a resposta do nosso sistema imune a cells neoplásicas
(não sofrerão ataque de NK e CTL, por ex) no mesmo ambiente tumoral em que há secreção de fatores de
crescimento e angiogênicos que favorecem o crescimento do tumor e a mestástase.

3 - Descreva 2 mecanismos de escape imunológico exercidos pelos tumores.


1) Secreção dos neoantígenos em vez de exposição destes na superfície faz com que os
anticorpos contra eles sejam consumidos em vão, ou seja, vão se ligar nos neoantígenos
solúveis, mas não terão sua ação ideal para o combate do tumor, que seria a morte da célula
tumoral por ADCC, tentativa de fagocitose, através da liberação de enzimas ou ativação do
complemento e formação do MAC.
2) Secreção de fatores antiinflamatórios (TGF-beta) ou moléculas indutoras de anergia
permanente (PD-L1) ou apoptose (Faz-L). Esses fatores como o TGF-beta, induzem a
diferenciação de TReg, sendo esse um potencial expressor de PDL1 e FasL.

A terapia depletora de células B com uso de anticorpos monoclonais (Mabs) está indicada para o
tratamento de neoplasias hematológicas (linfomas ou leucemias de linfócito B), artrite reumatoide,
lúpus eritematoso sistêmico entre outras condições. Entre Mabs desta categoria, o Ocrelizumabe é
um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado anti-CD20 (CD20 é expresso nos linfócitos B a partir do
estágio pró-B até a maturação) indicado para ao tratamento de doentes adultos com esclerose
múltipla progressiva primária. Explique o(s) mecanismo(s) pelos quais este Mab promove a
redução dos linfócitos.

O Ocrelizumabe tem capacidade de promover a redução de linfócitos por meio da indução de ADCC
(citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos) ao se ligar ao CD20 da célula-alvo e
sinalizar para NKs que essa célula deve sofrer lise. Ocorre também, em menor escala, a ativação do
sistema complemento nas células-alvo.

Linfoma é um tipo de câncer de célula do sistema imune, que ao sofrerem mutações nos genes
de proteínas de controle do ciclo celular a/ou apoptose, proliferam descontroladamente. A
ocorrência de linfomas de linfócitos B oriundos de centros germinativos, é muito maior do que de
linfócitos T. Por que estas células são mais susceptíveis a isto? Explique

Porque sofrem o processo de maturação de afinidade, que é efetuada pela hipermutação


somática mediada pela AID (deaminase de citidina induzida por ativação). Esta enzima causa
mutações pontuais preferencialmente na região variável do gene da imunoglobulina, onde atuam
mecanismos de correção (imperfeitos), resultando na variabilidade e subsequente seleção de
linfócitos B com maior afinidade pelo antígeno. Porém, essa enzima pode inserir mutações em
sítios indevidos do DNA, causando alterações oncogênicas. Como o processo de hipermutação
somática e proliferação dos linfócitos é intenso nessa região, as chances aumentam
consideravelmente

Explique como DCs ativam os linfócitos T CD8 virgens contra antígenos tumorais, incluindo as
interações moleculares que se estabelecem na sinapse imunológica).
As DCs, ainda imaturas, irão reconhecer e internalizar os antígenos tumorais e apresentá-los junto com
moléculas de MHC de classe I, através da apresentação cruzada, e então tornando-se maduras. Uma vez
maduras, elas são capazes de ativar linfócitos T virgens, apresentado o antígeno para os linfócitos T CD8.
No encontro da DC com esses linfócitos ocorre a sinapse imunológica, através da ligação entre o MHC E
O TRC específicos. Essa primeira ligação é o 1o sinal, mas sozinha não ativa completamente o linfócito T,
se ativasse completamente poderia ocorrer um processo de autoimunidade. O 2o sinal, necessário para
que o linfócito deixe de ser virgem e se torne ativado, ocorre através da ligação de B7 - uma molécula
presente na APC em questão na ocorrência de inflamação - e o CD28, molécula presente na membrana
dos linfócitos virgens. O linfócito ativado começa a expressar CD40 e a se proliferar devido a produção de
IL-2, essa produção é própria e de outros linfócitos que também foram ativados. Essa mesma molécula,
IL-2, também é importante para a ativação do T CD8 em célula citotóxica degranuladora, que possui papel
importante no combate aos tumores.
TEMAS MISTOS
3) O abacavir é um antirretroviral usado no manejo da infecção pelo HIV e é um fármaco
associado a DRESS, Sindrome rara, grave e mediada por célula T. Um determindo alelo de HLA-B
(HLA-B*57:01) é reconhecido como um fator de risco genético para a reação de
hipersensibilidade a este medicamento.
a) Comente as seguintes frases dizendo se está ou não de acordo com elas: um filho de um
casal que tenha herdado este alelo da sua mãe terá 50 % de chance de apresentar este risco
genético para DRESS. O abacavir (ou seus metabólitos) ao se acoplar com alta afinidade a este
alelo de HLA garante ativação de linfócitos T por células dendríticas maduras o que caracteriza a
imunogenicidade deste fármaco.
Não estou de acordo com a primeira frase, pois os genes que codificam o HLA são codominantes, ou
seja, tanto os herdados do pai quanto os da mãe são expressos. Sendo assim, se a criança herdou o
alelo materno associado ao fator de risco genético para a hipersensibilidade ao medicamento, ela tem
100% de risco de apresentar esse risco. Quanto à segunda frase, concordo. As células dendríticas
maduras são responsáveis pela apresentação de antígenos aos linfócitos T, ativando-os e
desencadeando a resposta imune adaptativa.
b) o desenvolvimento da DRESS é fortemente associado a episódios de reativação de
infecções por virus latentes como o herpes virus, por exemplo. Explique de que forma uma
infecção em curso pode favorecer a resposta de linfócitos T contra o abacavir
Uma infecção viral em curso libera interferon do tipo 1 que pode agir de maneira parácrina, induzindo as
células a entrarem em um estado antiviral, onde há, entre outras mudanças, um aumento na expressão de
moléculas de MHC por parte das células. Sendo assim, aumenta-se a apresentação de antígenos para os
linfócitos T, inclusive do abacavir.
3) Sindrome rara, grave e mediada por célula T. Um determindo alelo de HLA-B (HLA-B*57:01) é
reconhecido como um fator de risco genético para a reação de hipersensibilidade a este medicamento.
a) Comente as seguintes frases dizendo se está ou não de acordo com elas: um filho de um casal que
tenha herdado este alelo da sua mãe terá 50 % de chance de apresentar este risco genético para DRESS.
O abacavir (ou seus metabólitos) ao se acoplar com alta afinidade a este alelo de HLA garante ativação de
linfócitos T por células dendríticas maduras o que caracteriza a imunogenicidade deste fármaco.
Não estou de acordo com a primeira frase, pois os genes que codificam o HLA são codominantes, ou seja,
tanto os herdados do pai quanto os da mãe são expressos. Sendo assim, se a criança herdou o alelo
materno associado ao fator de risco genético para a hipersensibilidade ao medicamento, ela tem 100% de
risco de apresentar esse risco. Quanto à segunda frase, concordo. As células dendríticas maduras são
responsáveis pela apresentação de antígenos aos linfócitos T, ativando-os e desencadeando a resposta
imune adaptativa.
b) o desenvolvimento da DRESS é fortemente associado a episódios de reativação de infecções por
virus latentes como o herpes virus, por exemplo. Explique de que forma uma infecção em curso pode
favorecer a resposta de linfócitos T contra o abacavir

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