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Objetivos:

➢ Definir quais os principais exames bioquímicos e sua importância


para o diagnóstico nutricional
➢ Compreender o diagnóstico nutricional e como ele é feito
➢ Caracterizar o que são suplementos nutricionais, riscos, indicações e
legislação (adulto e idoso)

➢ Definir quais os principais exames bioquímicos e sua importância


para o diagnóstico nutricional
A partir dos exames bioquímicos conseguimos detectar o diagnóstico nutricional, fornecendo
informações sobre o estado nutricional de um indivíduo e ajudando os profissionais de saúde a
identificar deficiências ou excessos de nutrientes.
No entanto, a avaliação bioquímica isolada não deve ser conclusiva sobre o estado
nutricional do indivíduo, pois necessita-se da combinação de dados antropométricos, inquéritos
alimentares e achados laboratoriais que auxiliem no melhor diagnóstico nutricional e tratamento
dietoterápico.

-Massa protéica somática: As medidas bioquímicas representadas pelo índice creatinina


altura (ICA) e pela dosagem urinária da 3-metil histidina auxiliam na identificação das
condições do compartimento muscular. O músculo esquelético estriado é o principal
reservatório de aminoácidos durante situações de lesão. Ocorre mobilização de massa magra
para a gliconeogênese com aumento das perdas urinárias de nitrogênio e de outros
metabólicos protéicos.
Índice Creatinina-Altura (ICA): Na desnutrição e os estados hipercatabolismo, vai haver uma
intensa degradação do músculo esquelético, que pode ser aferido pela dosagem da creatinina
urinária, que é um metabólito derivado da hidrólise da creatina e que tem excreção urinária
aumentada nestas condições. Como a síntese é diária e constante, ou seja, o coeficiente de
creatinina para homens é 23mg/kg de peso corporal nas 24 horas e para mulheres é 18mg/kg
de peso corporal nas 24 horas, a fórmula para o cáculo consiste em medir a creatinina urinária
nas 24 horas dividida pelo coeficiente de creatinina urinária para cada sexo.
CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DO ÍNDICE CREATININA-ALTURA:
ICA= creatinina urinária (24 horas) x 100
—-------------------------------------------
coeficiente de creatinina
interpretação:
80% a 90% = depleção leve
60% a 80% = depleção moderada
< 60% = depleção grave
A realização desse exame requer a coleta da urina de 24 horas, a fim que os valores não
sejam prejudicados.
Casos específicos:
Em casos de nefropatas, onde, apesar da frequente elevação da produção de creatinina, a
excreção está prejudicada devido ao comprometimento renal
Em caso de idosos, devido à progressiva perda de massa magra corpórea devido a idade
avançada, fazendo com que a creatina seja perdida e, portanto, a creatina do músculo está da
mesma forma diminuída e, portanto, pode haver diversos padrões de creatinina.
Em vegetarianos estritos, observa-se alteração nas dosagens, pois a ingestão diária de carne
e o considerável teor desta substância influenciam na excreção de creatinina urinária. É
recomendado que 24 a 48 horas antes da coleta da urina para a análise ICA, os pacientes, de
um modo geral, façam dieta restrita em carnes e derivados para que não haja interferência em
seus valores
A excreção de creatinina pode ser aumentada na fase aguda do trauma, o que poderia tornar
este parâmetro inadequado para o período
Metil histidina urinária: é o metabolismo formado a partir da histidina na síntese das proteínas
musculares actina e miosina. A excreção se faz por via urinária e está relacionada ao
catabolismo muscular.
A dosagem urinária da 3-metil histidina é feita pelo método de cromatografia, tendo utilização
restrita e pouco acessível.

-PROTEÍNA DE MASSA VISCERAL: A restrição alimentar prolongada, bem como as


situações de lesão, compromete também a integridade visceral. Isso ocorre pois a maioria dos
órgão tem redução de massa proporcional à perda de massa corporal total.
A dosagem de algumas proteínas sintetizadas pelos tecidos que sofrem essa ação, junto com
outros parâmetros servem para identificação do comprometimento visceral e do diagnóstico
nutricional.
Albumina: É a proteína da síntese hepática abundante no meio extracelular, responsável pela
manutenção da pressão osmótica do plasma, bem como pelo transporte de algumas
substâncias no sangue como os ácidos graxos de cadeia longa e os esteróides. A diminuição
dessa proteína no sangue faz com que ocorra passagem de líquido para o espaço
extravascular e surgimento de edemas.
Hipoalbuminemia: Relacionado com a desnutrição e, portanto, a dosagem de proteína
representa medida de avaliação do estado nutricional.
A sensibilidade deste parâmetro não seja considerada ideal em função de sua longa
meia-vida (18 a 20 dias), é um índice bastante usado na prática médica devido ao seu baixo
custo.
Pacientes com valores séricos de albumina inferiores a 1g% e proteínas totais inferiores a
5g% possuem maior risco de complicações pós operatórios e deveriam, sempre que possível,
sofrer intervenções dietoterápicas previamente ao procedimento cirúrgico.
Interpretação dos valores de albumina:
>3.5g% = normal
3 a 3,5g% = depleção leve
2,4 a 2,9g% = depleção moderada
<2,4g% = depleção grave
Doenças hepáticas podem indicar hipoalbuminemia, principalmente os valores de albumina
sérica ficam diminuídos em função ao comprometimento da capacidade de síntese desta
proteína pelo fígado. Em condições de enfermidades graves durante sua fase aguda, ocorre
um desvio na síntese de albumina em função do aumento na produção hepática de proteínas
de fase aguda e, portanto, instala-se um quadro persistente de hipoalbuminemia.

Transferrina: Proteína de síntese hepática relacionada com o transporte sérico do ferro. Sua
meia vida é de sete a oito dias, inferior à albumina e, portanto, mais sensível nos casos de
desnutrição aguda e no controle de intervenções dietoterápicas.
Pode ser determinada indiretamente a partir da capacidade total de ligação com o ferro
(CTLF) pela fórmula:
Transferrina= (0,8 x CTLF) - 43
Os resultados são interpretados através das seguintes referências:
150 a 200mg% = depleção leve
100 a 150mg% = depleção moderada
<100 mg% = depleção grave

Pré-Albumina: É uma proteína sintetizada no fígado com ação no transporte da tirosina.


Possui vida média de dois dias. Está diminuída da desnutrição e nas enfermidades hepáticas.
Valores de referência para análise de abordagem nutricional:
20mg% = normal
10 a 15mg%= depleção leve
5 a 10mg% = depleção moderada
<5 mg% = depleção grave

Proteína transportadora de Retinol: A proteína ligada à albumina tem ação no transporte de


vitamina A (retinol) do tecido hepático para outros tecidos-alvo de seu papel fisiológico.
Apresenta sensibilidade muito grande à restrição calórica e protéica, pois sua meia-vida é de
apenas 12 horas, além de possuir reservas discretas no organismo.
É dosada através de radioimuno difusão e seus valores séricos inferiores a 3 - 5 mg% podem
ser indicativos de desnutrição.
Sua limitação na prática da avaliação do estado nutricional está relacionada a sua extrema
labilidade e ao fato de sofrer alteração nos níveis séricos quando na vigência de hipovitaminose
A. Na hepatopatias podem estar com valores inferiores ao padrão. Devido ao fato de ser
metabolizado nos rins, pode-se apresentar aumentada nas doenças renais.

HEMOGLOBINA E HEMATÓCRITO:
A hemoglobina, por ser proteína intracelular, possui sensibilidade a um processo de
desnutrição menor quando comparada às demais proteínas para análise nutricional. No
entanto, quando está com valores inferiores aos normais, é sugestiva de desnutrição protéica.

Esses dados contribuem para traçar um panorama geral do metabolismo protéico durante o
acompanhamento do estado nutricional, no entanto, em circunstâncias nas quais existem
alterações plasmáticas, como desidratação, choque, sangramento intenso e
hemoconcentração).

SOMATOMEDINA C (IGF-I)
Por ser considerado mediador do hormônio do crescimento, a dosagem de somatomedina C
vem sendo estudada para avaliação do estado nutricional. Seus níveis sanguíneos estão
suscetíveis a alterações durante a desnutrição protéica, sobretudo em pediatria e quando o
paciente sofre intervenção nutricional, a medida desta proteína parece responder
satisfatoriamente.
Da mesma forma que outras proteínas plasmáticas, como no caso da albumina, a utilização
da somatomedina C durante a fase aguda de doenças inflamatórias é limitada, pois seis
valores estão persistentemente reduzidos nessas condições

Fibronectina: É uma alfa-2-glicoproteína, cuja vida média e de 4 a 24 horas. Está presente


nos líquidos extracelulares, na membrana basal e na superfície celular de alguns tecidos.
Devido a sua vida média curta, é considerada um marcador nutricional útil, além de não ser
sintetizada exclusivamente pelo fígado. Em pacientes desnutridos, a terapia nutricional induz
ao aumento expressivo de fibronectina já após uma semana de tratamento. A partir de estudos
realizados por Delgado e Kimura, a fibronectina é um bom marcador de repleção nutricional

Colesterol Sérico: A hipocolesterolemia (< 160 mg/dL) tem sido estudada como índice
prognóstico de desnutrição. Embora esta pareça ocorrer tardiamente no curso da desnutrição,
o que limitaria seu uso como instrumento de avaliação nutricional, vários trabalhos demonstram
sua associação com o estado nutricional de indivíduos enfermos. Esse parâmetro tem sido
estudado associado a outros tradicionalmente utilizados na prática clínica, como albumina e
contagem linfocitária, em diferentes métodos de avaliação.
Níveis sérico baixos de colesterol parecem ser um bom instrumento prognóstico, pois estudos
têm demonstrado importante relação com o aumento da mortalidade, bem como o da
permanência hospitalar, principalmente em idosos. Níveis séricos muito baixos de colesterol
também são relacionados a doenças hepáticas, renais e estado mal absortivo.

ÍNDICES PROGNÓSTICOS: Os índices prognósticos são empregados na clínica com o


objetivo de identificar aqueles pacientes cuja inadequação do estado nutricional potencialize os
riscos de morbidade e mortalidade no curso de doenças graves ou intervenções cirúrgicas,
sendo, desta forma, beneficiados pela atenção dietoterápica direcionada. Para a determinação
desses índices utilizam-se fórmulas, que são elas:
-

-Avaliação Nutricional Instantânea, empregada em pacientes críticos, em terapias intensiva,
utilizando-se dois parâmetros de avaliação nutricional para indicar alto risco de complicações:

-Avaliação nutricional, utilizada no prognóstico cirúrgico de pacientes com neoplasias a partir


dos seguintes parâmetros de avaliação nutricional:
AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA:
-Testes cutâneos: A desnutrição pode alterar a imunidade celular e uma de suas
manifestações é a hipersensibilidade cutânea tardia a antígenos específicos, geralmente já
conhecidos pelo organismo. A avaliação da imunidade celular é feita, portanto, por testes
cutâneos pela administração intradérmica de antígenos padronizados, e após 24 a 72 horas é
efetuada a leitura do diâmetro da induração formada.
Os antígenos normalmente utilizados são: candidina, estreptoquinase, estreptodornase,
varidase e tuberculina. Aqui, o que mais interessa é o diâmetro da pápula (lesões sólidas
presentes na pele) e não do eritema (vermelhidão na pele). A reação se considera positiva com
uma pápula maior que 5mm. Esse resultado indica que houve exposição passada ao antígeno
e que linfócitos T foram estimulados e capazes de liberar citocinas necessárias para a resposta
inflamatória.
Quando não existe formação de pápula, falamos em anergia cutânea total, frequentemente
observada em desnutridos graves.
5 a 10mm de enduração = depleção moderada
<5mm de enduração = depleção grave
Fatores não nutricionais também podem modificar a resposta imune (como idade, câncer,
trauma, químico e radioterapia). Além disso, outras variáveis, como edema periférico e drogas
(corticoides, cimetidina, ácido acetilsalicílico), também interferem na resposta dos destes.

Contagem total de linfócitos periféricos (CTLP): O estado nutricional pode interferir nessa
contagem.
Fórmula:
CTL = % de linfócitos x leucócitos
—--------------------------------
100
Interpretação:
1200 a 2000 mm3 = depleção leve
800 a 1199mm3 = depleção moderada
< 800mm3 = depleção grave
Essa contagem pode ser influenciada por infecções, cirrose hepátíca, queimaduras e alguns
medicamentos.

MONITORAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL:


Balanço nitrogenado: Como a proteína é fator limitante na determinação da sobrevivência, a
maioria das avaliações nutricionais se focaliza nas funções determinadas da proteína. Devido à
inexistência de um único teste bioquímico para identificar a desnutrição, ou mesmo
acompanhar o progresso durante a repleção, o balanço nitrogenado é um método útil, embora
aproximado para a avaliação da ingestão e degradação proteica. Também fornece uma medida
dinâmica e não estática do balanço protéico energético.
Ele é realizado com um cálculo da diferença entre o nitrogênio introduzido e aquele eliminado
Quando a introdução de nitrogênio é suficiente para substituir as perdas, se obtêm balanço
positivo. Se ao contrário, as perdas superarem as introduções, verifica-se balanço negativo
(introdução inadequada de nutrientes ou de energia, desequilíbrio entre os aminoácidos
essenciais e não-essenciais, catabolismo aumentado em seguida a trauma, sepse,
queimaduras, perdas de nutrientes, aumentada pelo trato gastrointestinal, por fístulas,
queimaduras, drenagem e tals.
O nitrogênio é avaliado dividindo por 6,25 a quantidade de proteínas consumidas pelo
paciente, já que 16% das proteínas são nitrogênio.
As perdas de nitrogênio são calculadas somando o nitrogênio urinário, fecal e as perdas por
outras vias.
A medida de excreção de nitrogênio constitui um índice grosseiro de catabolismo. O
nitrogênio total excretado pode ser extrapolado pelas perdas urinárias de uréia, ao qual são
adicionados 4g de nitrogênio, em consideração às perdas de nitrogênio através da pele, fezes
e produtos finais da degradação protéica, como amônia.

➢ Compreender o diagnóstico nutricional e como ele é feito:


O diagnóstico clínico é definido como conhecimento ou determinação de uma doença pelos
sintomas e/ou mediante exames diversos, como radiológicos, laboratoriais, físicos relacionados
ao nutricional.
Para realização do diagnóstico nutricional, precisamos conhecer a sintomatologia de doenças
e o que determina, ou seja, os determinantes de uma situação ou problema. A partir da
detecção e do conhecimento, necessitamos também saber qual a sua extensão, para enfim
uma intervenção.
Ao realizarmos o diagnóstico, estamos querendo identificar a situação de nutrição de um
indivíduo, que pode ser verificado a partir dessas perguntas:
1. Que condições levaram ao seu aparecimento? (determinantes)
2. Como se identifica o problema individualmente? (diagnóstico individual)
3. Qual a extensão do problema, ou seja, sua magnitude, quais as tendências no tempo,
distribuição geográfica, grupos populacionais de maior risco? (perfil ou diagnóstico
coletivo)
4. Como podemos solucioná-lo na esfera coletiva e individual? (intervenção)
A partir da coleta de dados, podemos determinar se a sua ingestão nutricional é:
➢ Suficiente para repor toda a energia que o seu organismo consome, estando em
equilíbrio: Para ser adequado, necessita-se de vários fatores, como fase do curso da
vida, nível de atividade física e doenças que aceleram o metabolismo
➢ Menor do que o gasto energético, seu organismo está desequilibrado, em déficit
nutricional, podendo causar desnutrição ou outra carência nutricional
➢ Se a ingestão alimentar é maior do que o gasto energético, havendo um excesso,
podendo causar obesidade, diabetes, hipertensão e outros distúrbios

O que é necessário para fazer o diagnóstico nutricional?


Para cumprir as etapas ditas anteriormente, é preciso, antes de tudo, conhecer os métodos
disponíveis e recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e identificar alguns
conceitos importantes que são necessários para você fazer um diagnóstico nutricional.
Os métodos para avaliação nutricional são classificados em dois grupos: diretos e indiretos, e
a sua escolha deve se dar de acordo com os objetivos.
Os métodos diretos expressam objetivamente as manifestações biológicas de um
desequilíbrio nutricional. As ferramentas usadas são os exames clínicos, bioquímicos e
antropométricos.
Os métodos indiretos explicam os determinantes da situação de nutrição de indivíduos e/ou
coletividades. As ferramentas utilizadas para se conhecer a causalidade do problema
nutricional são informações sobre a situação socioeconômica e de consumo alimentar de
indivíduos/coletividades, bem como taxas que expressam sua situação de saúde

Na atenção primária à saúde, o mais utilizado é o método de consumo alimentar, que tem por
finalidade obter, da forma mais precisa possível, informações quantitativas e/ou qualitativas
sobre a ingestão de alimentos e bebidas e de práticas alimentares individuais e/ ou da
população. Essas informações têm uma reconhecida importância para o diagnóstico indireto do
estado nutricional de indivíduos e populações, pois contribuem para a complementação de
estudos clínicos e epidemiológicos, para a formulação e orientação de políticas de produção e
comercialização de alimentos, e para o planejamento e avaliação de programas de intervenção
nutricional.
Também, um método de menor custo se comparado aos demais, é a antropometria, que é
amplamente utilizada nos serviços de saúde. Ela é um método de menor custo, se comparado
aos demais, fácil, simples de aplicar e não apresenta riscos ou danos à saúde. Ela é capaz de
dar respostas imediatas do estado nutricional e faz parte da rotina dos serviços de saúde, não
importando seu nível de abrangência e atuação. É um método que traduz muito bem as
dimensões corporais, tem correlação significativa com as condições de nutrição e saúde, e
pode ser utilizado para realizar o diagnóstico nutricional tanto de indivíduos quanto de
coletividades. Em nível coletivo, permite a triagem de grupos de risco nutricional, apontando as
prioridades de atenção do serviço de saúde.

Okay, mas como transformamos esses dados em informações?


Após a aplicação dos métodos diretos e indiretos de diagnóstico nutricional, vamos obter
dados importantes que poderão ser utilizados para o diagnóstico nutricional. Alguns desses
dados, chamados também de variáveis, são coletados e registrados diariamente nos serviços
de saúde; contudo, se analisados isoladamente não terão utilidade alguma. Para que eles
sejam transformados em informação, é preciso agrupá-los a outros, formando um índice. Aí
sim, analisando o peso em relação à idade, por exemplo, essa informação será capaz de nos
dizer muita coisa.
Variável = dado isolado (peso, altura, idade)
índice = quando relacionamos uma ou mais variáveis
Indicador = medida qualitativa ou quantitativa que descreve uma determinada situação do
problema nutricional, compreendendo limites de normalidade ou adequação.
Como o próprio nome sugere, o indicador tem por objetivo informar a ocorrência e revelar as
características do problema encontrado; no nosso caso, de um problema nutricional. Para
tanto, faz-se necessário estabelecer limites de normalidade, denominados também de pontos
de corte. Como exemplo de indicador, podemos citar o peso ao nascer. O peso do
recém-nascido pode indicar se ele sofreu desnutrição durante a gestação. Nesse exemplo, o
limite de normalidade é 2.500g, ou seja, crianças nascidas com peso abaixo de 2.500g são de
baixo peso e, por isso, necessitam de atenção especial, pois são consideradas de risco.

➢ Caracterizar o que são suplementos nutricionais, riscos, indicações e


legislação (adulto e idoso)
Referência: GOV
Suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar,
prevenir ou curar doenças. Os suplementos são destinados a pessoas saudáveis. Sua
finalidade é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em
complemento à alimentação.
A finalidade principal do suplemento alimentar é complementar a dieta com
nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos. Os benefícios de seu uso
estão relacionados à substância ou ao microrganismo fornecido.
Com exceção dos suplementos de enzima e probióticos, não é necessário destacar
nesses produtos um benefício específico relacionado ao seu consumo. Mas caso haja
interesse de fazer esse destaque, só podem ser alegados os benefícios autorizados
pela Anvisa.
Os benefícios autorizados são aqueles que apresentam comprovação científica.
Associar um benefício específico em razão do consumo de uma determinada
substância não é uma missão científica simples, pois os efeitos à saúde são,
geralmente, consequência da atuação conjunta de uma diversidade de nutrientes e
substâncias.
Em nenhuma hipótese, um suplemento alimentar pode apresentar indicação de
prevenção, tratamento ou cura de doenças. Esse tipo de alegação é restrita a
medicamentos e precisam ser comprovadas por outros meios.
Os suplementos são destinados a pessoas saudáveis como uma opção para
complementação nutricional, no caso de dietas restritivas, alterações metabólicas,
atividade física intensa, entre outros.
Composição dos suplementos alimentares:
Para fornecer nutrientes, substâncias bioativas e enzimas, só podem ser utilizados
nos suplementos constituintes (ingredientes) que tenham sido autorizados pela Anvisa.
Os microrganismos usados como fonte de probióticos incluem-se nesse regra.
Na formulação dos suplementos alimentares, também podem ser adicionados os
aditivos permitidos para a categoria e os ingredientes de uso tradicional em alimentos
utilizados para dar sabor, cor, aroma, consistência ou volume

A utilização de suplementos pode levar a algum risco, ou podem fazer mal?


A maior parte do riscos associados ao uso de suplementos está relacionada a
produtos irregulares, ou seja, que apresentam em sua composição substâncias que
não foram avaliadas ou mesmo que já foram avaliadas mas que não estão permitidas
pela insuficiência de dados sobre sua segurança ou por haver evidências de danos à
saúde.
É necessário ficar alerta, porque alguns dos ingredientes usados em suplementos
são sintéticos ou extraídos de fontes não alimentares, por isso, é necessário avaliar
criteriosamente sua segurança antes de sua exposição ao consumo. Mesmo os
ingredientes extraídos de fontes alimentares podem passar por processos de extração
que concentram substâncias tóxicas.
Os produtos regulares, elaborados conforme as regras, também podem representar
um risco se forem consumidos em quantidades acima do limite de segurança ou por
grupos populacionais para os quais não sejam indicados. Fique atento às indicações do
fabricante e às advertências ou restrições presentes na rotulagem.

Regras para suplementos alimentares:

● RDC 243/2018: criou a categoria de suplementos alimentares e dispôs sobre

os requisitos sanitários.

● RDC 242/2018: alterou a legislação de medicamentos específicos para torná-la

coerente com o novo marco regulatório de suplementos alimentares.

● RDC 241/2018: estabeleceu os requisitos para comprovação da segurança e

dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em alimentos

● RDC 240/2018: alterou a RDC 27/2010. Dispõe sobre as categorias de

alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário.

● RDC 239/2018: estabelece os aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia

autorizados para uso em suplementos alimentares.

● Instrução Normativa 28/2018: estabelece as listas de constituintes, limites de

uso, alegações e rotulagem complementar dos suplementos alimentares.

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