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O que significa estado nutricional? Como avaliamos?

O estado nutricional vai ser a condição da pessoa proveniente da sua alimentação habitual, o
que reflete no seu estado de saúde. Avaliamos o estado nutricional identificando o diagnóstico
nutricional

Quais os métodos objetivos e os subjetivos de avaliação do estado nutricional?


Objetivos incluem exames bioquímicos, antropométricos, clínicos e bioimpedância; já os
subjetivos incluem a semiologia nutricional, que avalia o histórico do paciente, temos também a
avaliação subjetiva global e a avaliação muscular subjetiva, que avalia a perda de massa
através do exame físico

Quais são os principais indicadores demográficos, socioeconômicos e de estilo de vida


relacionados ao estado nutricional?
Demográficos: População, razão entre os sexos crescimento populacional e tals
Indicadores Socioeconômicos: Condições de saúde, alimentos e nutrição, educação, moradia
e tas
Estilo de vida: Hábitos alimentares, atividade física

Quais são os indicadores diretos e indiretos do estado nutricional:


diretos:
Antropométricos: Peso, altura, circunferência da cintura, dobras cutâneas e outras
Bioquímicos e laboratoriais: Exames de sangue, urina, fezes e outros
Clínicos: Sinais e sintomas clínicos relacionados à nutrição
Indiretos:
Consumo alimentar
Renda e disponibilidade alimentar

O que é e para que serve a antropometria?


Serve para avaliar a massa corporal do indivíduo, desde o peso total, até quantidade de tecido
adiposo e massa muscular para que um diagnóstico preciso seja dado

Liste as vantagens e desvantagens dos indicadores abaixo na avaliação do estado nutricional:


a) Albumina
É a proteína da síntese hepática abundante no meio extracelular, responsável pela
manutenção da pressão osmótica do plasma, bem como pelo transporte de algumas
substâncias no sangue como os ácidos graxos de cadeia longa e os esteróides. A diminuição
dessa proteína no sangue faz com que ocorra passagem de líquido para o espaço
extravascular e surgimento de edemas.
A sensibilidade deste parâmetro não seja considerada ideal em função de sua longa
meia-vida (18 a 20 dias), é um índice bastante usado na prática médica devido ao seu baixo
custo.
b) Transferrina
Proteína de síntese hepática relacionada com o transporte sérico do ferro. Sua meia vida é de
sete a oito dias, inferior à albumina e, portanto, mais sensível nos casos de desnutrição aguda
e no controle de intervenções dietoterápicas.
c) Pré-albumina
É uma proteína sintetizada no fígado com ação no transporte da tirosina. Possui vida média
de dois dias. Está diminuída a desnutrição e as enfermidades hepáticas.
d) Proteína Transportadora de Retinol
A proteína ligada à albumina tem ação no transporte de vitamina A (retinol) do tecido hepático
para outros tecidos-alvo de seu papel fisiológico. Apresenta sensibilidade muito grande à
restrição calórica e protéica, pois sua meia-vida é de apenas 12 horas, além de possuir
reservas discretas no organismo.
Sua limitação na prática da avaliação do estado nutricional está relacionada à sua extrema
labilidade e ao fato de sofrer alteração nos níveis séricos quando na vigência de hipovitaminose
A. Na hepatopatias podem estar com valores inferiores ao padrão. Devido ao fato de ser
metabolizado nos rins, pode-se apresentar aumentada nas doenças renais.

Assunto de cada questão dada:

01. Quais exames devem ser pedidos e justificar


Massa proteica somática: Medidas representadas pelo índice de creatinina altura pela
dosagem urinária da 3-metil histidina utilizadas para identificar condições do compartimento
muscular.
->Creatinina Altura: Afere a desnutrição e estados hipercatabólicos devido à degradação
intensa do músculo energético derivado da hidrólise da creatina e que tem excreção urinária
aumentada;
->Metil Histidina Urinária: É o metabolismo formado a partir da histidina na síntese das
proteínas musculares actina e miosina. A excreção se faz por via urinária e está relacionada ao
catabolismo muscular;

Proteína de Massa Visceral: A restrição alimentar prolongada, bem como as situações de


lesão, compromete também a integridade visceral. Isso ocorre pois a maioria dos órgãos têm
redução de massa proporcional à perda de massa corporal total
->Albumina: É a proteína da síntese hepática abundante no meio extracelular, responsável
pela pressão osmótica do plasma, bem como transporte de substâncias como ácidos graxos de
cadeia longa e os esteróides;
->Hipoalbuminemia: Relacionado com a desnutrição e, portanto, a dosagem de proteína
representa medida de avaliação do estado nutricional. A sensibilidade deste parâmetro não
seja considerada ideal em função de sua longa meia-vida (18 a 20 dias), é um índice bastante
usado na prática médica devido ao seu baixo custo.
->Transferrina: Proteína da síntese hepática relacionada com o transporte sérico do ferro.
Sua meia vida é de sete a oito dias, inferior à albumina e, portanto, mais sensível nos casos de
desnutrição aguda e no controle de intervenções dietoterápicas.
->Pré-Albumina: É uma proteína sintetizada no fígado com ação no transporte da tirosina.
Possui vida média de dois dias. Está diminuída a desnutrição e as enfermidades hepáticas.

Hemoglobina e Hematócrito são passados pela sensibilidade a um processo de desnutrição


menor quando comparados às demais proteínas para análise nutricional. Quando os valores
estão abaixo do normal significam uma desnutrição protéica;

Colesterol Sérico: A hipocolesterolemia (< 160 mg/dL) tem sido estudada como índice
prognóstico de desnutrição. Embora esta pareça ocorrer tardiamente no curso da desnutrição,
o que limitaria seu uso como instrumento de avaliação nutricional, vários trabalhos demonstram
sua associação com o estado nutricional de indivíduos enfermos. Esse parâmetro tem sido
estudado associado a outros tradicionalmente utilizados na prática clínica, como albumina e
contagem linfocitária, em diferentes métodos de avaliação.
HDL: Níveis baixos de HDL significam uma alta quantidade de LDL e VLDL (associado ao
risco de problemas cardiovasculares, pois é responsável pelo transporte de triglicerídeos na
corrente sanguínea)

02. Quais métodos para a avaliação


Métodos quantitativos: Esses métodos têm como principal objetivo conhecer a quantidade
calórica, macro e micronutrientes ingeridos pelo paciente. A análise desses nutrientes deve ser
feita baseada na tabela de composição de alimentos e a ingestão de suplementos e
multivitamínicos deve ser observado.
-Recordatório de 24 horas: Utilizado para verificar a ingestão alimentar do paciente ou
monitorar a adesão à presença dietoterápica. Deve ser feita no período de 24 horas,
geralmente avaliando o dia anterior ao inquérito. O paciente é questionado sobre todos os
alimentos e bebidas ingeridos nas últimas 24 horas, sendo importante registrar o tipo, as
quantidades, a marca comercial, as preparações dos alimentos e bebidas ingeridos em todas
as refeições do dia ou fora delas, bem como os horários em que estas foram realizadas. Aqui
recomenda-se, a fim de facilitar a memória do paciente, iniciar o questionamento pela última e
terminar pela primeira refeição realizada nesse período.
-Registro alimentar ou diário alimentar: Consiste no registro de todos os alimentos e bebidas
consumidos em um período de tempo. Esses dados podem ser anotados pelo próprio paciente
ou por seu representante (mãe, em caso de criança, ou cuidadores em caso de incapacidade).
Nesse método, o paciente faz anotações em casa, em um diário alimentar. O número de dias
incluídos no registro varia, sendo comum a realização de três, cinco ou sete dias.
-Anamnese ou Histórico alimentar: A anamnese permite avaliar a ingestão alimentar habitual
de um indivíduo em um período de tempo estabelecido pelo entrevistador, que pode ser de um
dia, um mês ou um ano. Esse método possibilita o conhecimento de ambos os aspectos,
quantitativo e qualitativo, da dieta do paciente, embora a quantificação de nutrientes seja
dificultada pela grande variabilidade da concentração de nutrientes dentro de um mesmo grupo
alimentar. Para isso, questiona-se o que ele costuma ingerir em cada refeição. É importante ser
registrado pelo entrevistador o tipo, a quantidade, a marca comercial e a preparação de cada
alimento ou bebida consumidos habitualmente. Além disso, podemos fazer perguntas indiretas,
como a presença de tabus alimentares, intolerâncias e aversões a alguns alimentos.

03. Avaliação antropométrica

AMBc= [CB - π (PCT/10)]^2

AGB=
SOMA4PREGAS= PCT+PCB+PCSI+PCSE

Circunferência da Cintura:

Densidade corporal estima a %GC:


Equação de Siri: %GC = [(4,95/D) – 4,5] x 100
Equação de Brozek: %GC= [(4,57/D) – 4,12] x 100
Valores de referência para percentuais de gordura corporal para homens e mulheres

adultos:

04. Diagnóstico Nutricional

Problema (relacionado à ingestão), etiologia (causa), indicadores/sinais e sintomas


MODELO A SER UTILIZADO: (PROBLEMA) associado a (ETIOLOGIA) conforme
evidenciado por (INDICADORES NUTRICIONAIS, DE ACORDO COM A AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL)

ex: Ingestão insuficiente de energia (P) associada a má dentição (E) conforme evidenciado
pela perda de 5 kg de peso, nos últimos 2 meses.

Problemas: Alteração nutricional/ nomeclatura padronizada


Etiologia: Causas e fatores contribuintes principais do problema
Indicadores: História Clínica, dieta, exames físicos e bioquímicos, Antropometria e
composição corporal

Exemplos:

Interpretação do caso: Paciente com ingestão hídrica subótima, apresenta sobrepeso com
CC e %GC em risco e não praticante de atividade física
Diagnósticos:
Ingestão excessiva de energia associado ao baixo consumo de alimentos reguladores e
elevado consumo de gordura saturada evidenciado pelo excesso de peso
Sobrepeso associado ao consumo excessivo de energia conforme evidenciado pelo excesso
de tecido adiposo

C.F.C.J, 48 anos, sexo masculino, pardo, casado, gerente de setor financeiro, cursou o
segundo grau do ensino médio completo, reside em casa própria com 3 pessoas. É etilista de
finais de semana, consumindo 1 cálice de vinho. Pratica atividade física (hidroginástica e
esteira, 2x/semana e 3x/semana respectivamente, com 50 minutos de duração). Refere ser
ansioso, relatou não ter um bom relacionamento com a companheira e com a filha mais velha.
História familial: Pai e mãe apresentam HAS. História familiar: Tio diabético. História
reprodutiva: Possui 2 filhas, teve a primeira filha aos 22 anos. História médica pregressa: HAS.
História médica atual: HAS, Hipotireoidismo. Medicação em uso: Puran T4 (tireóide), Reposição
hormonal, Natridix (antidiurético), espinheira santa (para curar azia- sic). História alimentar e
nutricional: Realizou tratamento dietético anterior orientada por um terapeuta holístico, por 2
anos, com objetivo de regularizar a pressão sanguínea. Realiza 4 a 5 refeições/dia, informou
que apresenta apetite atual normal, não apresenta aversão alimentar, porém refere azia
quando consome feijão no período noturno. Negou alergia alimentar. Referiu uma boa ingestão
hídrica (aproximadamente 8 copos de 200 mL/dia), não apresenta preferências alimentares,
relata comer de tudo e costuma “beliscar” entre as refeições. Antropometria Altura: 153,2cm,
Peso: 65,9Kg, CB: 30,6 cm, PCT: 36 mm, PCB: 22mm, PCSI: 29mm, PCSE: 32mm, CC:
104,5cm. Semiologia: LOTE, BEG. Queixa de dispneia a médios esforços e algia em MMII. As
mucosas oculares e sublinguais apresentam-se normocrômicas assim como a região palmar e
plantar. A pele não apresentou xerose, palidez ou dermatoses. Os membros inferiores
apresentam-se normais sem presença de edema. A pele apresentou turgor e elasticidade
normal. As unhas não apresentaram deformação ou alteração, e os cabelos tinham aspectos
normais. Tecido adiposo em excesso, concentrado em região abdominal. Reserva muscular
preservada. Ritmo intestinal: 1x ao dia, todos os dias, nega qualquer alteração. Ritmo urinário:
8-10x/dia, cor nº 3. No mais NDN. Uso de prótese dentária superior e peças dentárias inferiores
com comprometimento. Refere dificuldade para mastigar alimentos mais sólidos. Nega
alterações no TGI. No mais, NDN. Inquérito alimentar (R24h): Elevado consumo do grupo das
gorduras, açúcares e carnes (consumo diário de frituras e salgadinhos); baixo consumo de
frutas e hortaliças e adequado consumo dos demais grupos alimentares. Dieta hipercalórica,
hiperprotéica, normoglicídica e hiperlipídica para o peso atual. Exames bioquímicos (realizados
há 2 meses atrás) CT: 285mg/dl (VN: 200); LDL-C: 189,6mg/dl (VN: < 130- aceitável); HDL-C:
43mg/dl( VN: 43mg/dl (VN: > 45); TG: 169mg/dl (VN: ,150); Hb; 12g (VN: > 12g); Ht: 39% (VN:
38 A 47%); VCM: 82 (VN: 80-100); HCM: 28 (VN: 26-34); CHCM: 35 (31- 37%). Glicemia
pré-prandial: 102 mg/dL.
Questão: Elabore o diagnóstico nutricional de C.F.C.J. e os fatores que JUSTIFICAM o DN.

HAS: Hipertensão
IMC: 28,15 -> Pré Obeso

Diagnóstico:
Ingestão excessiva de energia associado ao elevado consumo de lipídios e açúcares
conforme evidenciado pelo colesterol total
sobrepeso associado a dieta hiperlipídica conforme evidenciado pelo IMC de 28,1 e
circunferência da cintura de 104,5cm

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