Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Curso de Graduação em Nutrição

Disciplina: Avaliação Nutricional II

Professora: Nelzir Trindade Reis

Tema: Caso Clínico

Atividade Individual Avaliativa - A1

Cristine Majdalani - 20182101761

Débora Gusmão Pinheiro de Barros - 20181101460

Heloisa Alves Barreto - 20172102473

Katiuscia Azaro Vecio - 20041080416

Larissa Silva Fernandes- 20172103702

Letícia Vilela Szabo - 20182100386

Mayra Pecly - 20172103153

Rio de janeiro

2020
1. Introdução

O presente trabalho tem como objetivo a resolução do caso clínico proposto no


âmbito da “Atividade Individual Avaliativa”, levando em conta a avaliação antropométrica,
avaliação bioquímica e a avaliação clínico nutricional do paciente, bem como suas
respectivas adequações aos parâmetros recomendados, a fim de se chegar a um
diagnóstico clínico nutricional conclusivo. A partir de tal diagnóstico, será proposto um
parecer nutricional e traçado os objetivos da dietoterapia e as recomendações para o
paciente em questão.
A seguir, consta o caso clínico a ser trabalhado:

Caso Clínico
B. C. mulher, 55 anos, atendida no ambulatório 20 de Nutrição e Clínica Médica da Santa
Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Apresenta problemas ortopédicos, HAS e excesso
de peso. Está em uso de lasix e propanolol. Após a anamnese foram obtidos os seguintes
dados:

Peso Atual - 95kg


Altura - 160cm
PCT - 29mm
CB - 50cm
C. Cintura - 123cm
C.Quadril - 107cm

Laboratório: Glicemia de Jejum - 113mg/dl

QP: Constipação, cãibras, cefaléia occipital, hipohidratação.


HDA: Engordou após o nascimento do segundo filho, refere agitação e “nervoso”, com
aumento da vontade de comer.
HFar: Mãe com obesidade e HAS; pai falecido de IAM e Db
HDiet: R24h = 3250 Kcal ( G e L )
HSE: casada com 2 filhos, renda familiar de 8 SM; tabagista de 10 cigarros / dia

Ex Físico:
Cabeça e pescoço – ausência de caninos, restante NDN
Tórax – elasticidade e expansibilidade diminuídas, Fc=76bpm, PA=130x90mmHg, restante
DLN
Abdome – simétrico, cicatriz umbilical na linha média, peristalse presente e diminuída,
aumento de RHA, ausência de massas e visceromegalias
MsIs – edema +/4+ frio, mole, indolor com cacifo.
2. Desenvolvimento

Em função do edema apresentado pela paciente, faz-se necessário realizar ajuste no peso.
Pela extensão do edema, devemos subtrair 1kg do peso total da paciente.

Avaliação Antropométrica:
Peso Seco: 95 - 1 = 94 Kg
IMC: 94/1,60² = 36,7 Kg/m² - Obesidade Grau II
PT: 23,8 x 1,60² = 60,9 Kg
PTadq: 94 x 100 / 60,9 = 154,4% - AEGG
PU: 60,9 + 10% = 66,99 = 67 Kg
PUadq: 94 x 100 / 67 = 140,3% - AEGG
PCTadq: 29 x 100 / 18,1 = 160,2% - AEGG
CBadq: 50 x 100 / 28,5 = 175,4% - AEGG
CMB = 50 - (0,314 x 29) = 50 - 9,106 = 40,9
CMBadq: 40,9 x 100 / 25,5 = 160,4% - AEGG
CC/CQ: 123/107 = 1,2 - Risco cardioendócrino.
➔ Diagnóstico Antropométrico - GRAVE

Avaliação Bioquímica:
Glicemia de Jejum - 113 x 100 / 99 = 114,1% - AEGL
➔ Diagnóstico bioquímico: LEVE

Avaliação Clínico Nutricional:


Sinais e sintomas: 18 pontos
● Sinais e sintomas: problemas ortopédicos (+1); HAS (+1); constipação (+1); cãibras
(+1); cefaleia occipital (+1); hipohidratação (+1); ausência dos caninos (+1); edema
(+1); elasticidade e expansibilidade diminuídas no tórax (+1); RHA (+1); peristalse
diminuída (+1).
● HF: +1
● HDA: Excesso de peso (+1); nervosismo (+1); compulsão (+1).
● HS: +1
● HM: +1
● HDiet: +1

➔ Diagnóstico clínico-nutricional: GRAVE

➔ Diagnóstico Nutricional Conclusivo: GRAVE (Alto Risco)

3. Conclusão
3.1. Parecer nutricional

Paciente sexo feminino, 55 anos, apresenta obesidade grau 2 (IMC 36,7kg/m2), é


tabagista e hipertensa - faz uso de lasix e propanolol. Recordatório alimentar aponta para
uma alimentação hipercalórica, predominando alimentos ricos em gorduras e carboidratos.
Queixa-se de problemas ortopédicos, constipação, cãibras, cefaleia occipital, nervosismo,
agitação e aumento na vontade de comer. Ao exame clínico constatou-se ausência dos
caninos, hipohidratação, RHA, peristalse diminuída, edema, elasticidade e expansibilidade
diminuídas no tórax, FC e PA um pouco aumentadas. Apresenta também glicemia
ligeiramente acima do limite máximo para a normalidade. O perfil acima configura
diagnósticos antropométrico e clínico-nutricional de grau grave, e diagnóstico bioquímico de
grau leve, resultando no Diagnóstico Nutricional Conclusivo Grave/ALTO RISCO.
Sugerimos, para complementar este parecer, avaliação psicológica e odontológica,
bem como exames bioquímicos complementares. Considerando o estado nutricional atual e
a aparente situação emocional da paciente, a conduta dietoterápica deve priorizar educação
nutricional e reeducação alimentar, com foco em evitar o agravamento das condições atuais
e reduzir complicações futuras, visando a perda de peso lenta e gradual, redução dos sinais
e sintomas apresentados, controle dos níveis glicêmico e pressórico, regularização da
função intestinal, adaptação da dieta a possíveis limitações de mastigação e redução da
interação fármaco X nutriente. A paciente deve ser encorajada a reduzir ou abandonar o
tabagismo e ingressar em uma atividade física prazerosa.
A conduta dietoterápica deve ter como principais características um cardápio
normocalórico, em que o teor calórico deve ser alcançado com mudanças na qualidade da
mesma, com mais micronutrientes, antioxidantes e alimentos funcionais; normoglicídico,
com aumento da ingesta de carboidratos complexos e fibras; hiperproteico, para corrigir a
baixa ingestão usual, com proteínas de alto valor biológico em quantidades adequadas;
normolipídico, com diminuição de gorduras saturadas e trans.
Outras considerações são a adequação da ingestão de água pura para corrigir a
hipoidratação, uma dieta no geral hipossódica, que estimule a peristalse, com algumas
estratégias laxativas pontuais e a diminuição de alimentos que fermentem. Considerar
estratégias para controlar a compulsão, como fracionamento maior e mais saciedade. A
educação nutricional deve ser paulatina, distribuída ao longo das consultas, de forma que a
paciente assimile o conteúdo e se adapte aos poucos a uma nova rotina alimentar.

3.2. Os objetivos da dieta a ser prescrita

Diante do diagnóstico nutricional conclusivo e da anamnese da paciente, a conduta


dietoterápica a ser proposta possui os seguintes objetivos:

● Recuperar Estado Nutricional do paciente;


● Promover Perda de peso de forma adequada;
● Minimizar Sinais e Sintomas;
● Regularizar o perfil Bioquímico;
● Promover Educação Nutricional e reeducação alimentar;
● Promover estratégias para controle da compulsão alimentar;
● Reduzir alterações do TGI;
● Promover melhor função intestinal;
● Controlar pressão arterial;
● Melhorar controle glicêmico;
● Evitar o progresso das lesões;
● Adaptar a dieta às limitações odontológicas da paciente;
● Reduzir interação fármaco X nutriente;
● Evitar complicações futuras.

3.3. Recomendações e orientações que deverão ser dadas à


paciente.

Para que a paciente atinja os objetivos propostos, as recomendações e orientações


nutricionais incluem:

● Mastigar bem os alimentos;


● Não omitir as refeições;
● Aumentar ingestão diária de água;
● Reduzir o consumo de frituras (ex: batata frita, pastel, salgadinhos);
● Reduzir o consumo de alimentos industrializados (ex: lasanhas congeladas, pizzas
congeladas, refeições prontas congeladas);
● Preferir alimentos assados, cozidos, ensopados e grelhados;
● Priorizar o consumo de temperos naturais, como salsinha, cebolinha, alho, coentro,
etc;
● Reduzir alimentos ricos em sódio e gordura saturada (linguiça, salaminho, salsicha,
mortadela, presunto, queijos amarelos, etc);
● Reduzir alimentos açucarados (balas, doces, pão doce, bolos, etc);
● Evitar bebidas gaseificadas (ex: refrigerantes, água com gás);
● Evitar falar durante as refeições, pois causam gases;
● Fazer remolho do feijão por, aproximadamente 24h e em seguida, descartar a água
do remolho;
● Cozinhar as hortaliças verdes escuras com tampa aberta (brócolis, couve...) e
descartar os talos.

4. Referências

REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição


Clínica. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.

REIS, N. T.; CALIXTO-LIMA, L. Nutrição clínica: bases para prescrição. 1. ed. Rio de
Janeiro: Rubio, 2015.

MOEBUS, Suzanne, GÖRES, Laura et al. Impact of time since last caloric intake on blood
glucose levels. Eur J Epidemiol. 2011 Sep; 26(9): 719–728.

Você também pode gostar