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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1 INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL ....................... 4
2 MÉTODOS OBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ................................. 14
3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NOS CICLOS DA VIDA ........................................ 27
3.1 Nutrição na Gestação e Lactação ....................................................................... 28
3.2 Avaliação nutricional de recém-nascidos, lactentes e pré-escolares .................. 38
3.3 Avaliação nutricional adolescentes ..................................................................... 47
3.4 Avaliação Nutricional do Adulto .......................................................................... 49
3.5 Avaliação nutricional do idoso............................................................................. 54
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 60
2
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
1 INDICADORES DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL
4
A avaliação da composição corporal permite diagnosticar possíveis
anormalidades nutricionais proporcionando maior eficiência nas intervenções. O
acompanhamento longitudinal dos componentes corporais, de massa magra e
gordura corporal possibilita compreender suas modificações resultantes de várias
alterações metabólicas, além de identificar de forma precoce os riscos à saúde
associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total e a
perda de massa muscular.
A composição corporal é usada juntamente com outros fatores de avaliação
para fornecer uma descrição precisa da saúde geral de um indivíduo. As diferenças
no tamanho do esqueleto e a proporção da massa corporal magra podem contribuir
para as variações de peso corporal entre os indivíduos de altura similar. Por exemplo,
atletas musculosos podem ser classificados como sobrepeso, pois seu excesso de
massa muscular, não sua massa adiposa, aumenta seu peso.
Os adultos mais velhos tendem a ter densidade óssea menor e massa corporal
magra reduzida e, portanto, podem pesar menos do que os adultos mais jovens da
mesma altura. A variação na composição corporal existe entre os diferentes grupos
populacionais assim como dentro do mesmo grupo. A maioria dos estudos de
composição corporal realizadas em brancos podem não ser válidas para outros
grupos étnicos.
A determinação da composição corporal tem grande importância na prática
clínica e na avaliação de populações, devido, principalmente, à associação da gordura
corporal com diversas alterações metabólicas. Estudos demonstram que a quantidade
de tecido adiposo e sua distribuição corporal estão associadas a elevados valores de
pressão arterial, dislipidemias, com concentrações superiores de triglicerídeos e
reduzidas de colesterol de alta densidade (HDL), intolerância à glicose e resistência
insulínica, as quais contribuem para a elevação do risco cardiovascular.
Diante da influência da quantidade de gordura corporal no estado de saúde
dos indivíduos, são indispensáveis métodos capazes de avaliar, de forma precisa e
confiável, a quantidade de gordura corporal em relação à massa corporal total. A
escolha do método a ser utilizado dependerá de quais compartimentos se pretende
determinar e de aspectos como, custo, validade, aplicabilidade do método e grau de
treinamento necessário ao avaliador.
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Bioimpedância elétrica
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Parâmetros bioquímicos
Proteínas séricas
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estado nutricional do indivíduo. O intervalo de tempo para repetir a dosagem deve
ser no mínimo de 20 dias.
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Índice Creatinina-Altura (ICA)
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Consumo alimentar
Métodos retrospectivos
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Recordatório 24 horas (R24h)
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preferências, intolerâncias e aversões alimentares. Além destes aspectos, são
observados também fatores como estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool e
sedentarismo) e uso de medicamentos e/ou suplementos. A análise pode incluir o
recordatório de 24h, registro alimentar (se possível) ou o questionário de frequência
alimentar. É bastante útil em atendimentos de primeira consulta. No quadro 2 mostra
suas vantagens e limitações .
Métodos prospectivos
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são estimadas em medidas caseiras pelo indivíduo e depois convertidas em gramas
(CAMARGOS et al., 2015). No quadro 3 mostra suas vantagens e desvantagens.
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2 MÉTODOS OBJETIVOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
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de saúde, considerando as suas vantagens como: baixo custo, a simplicidade de
realização, sua facilidade de aplicação e padronização, amplitude dos aspectos
analisados, além de não ser invasiva. A avaliação antropométrica é um método de
investigação em nutrição baseado na medição das variações físicas de alguns
segmentos ou da composição corporal como um todo. É aplicável em todas as fases
da vida e permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado
nutricional.
Uma outra vantagem adicional da utilização de indicadores antropométricos é
a grande quantidade de ferramentas e recursos metodológicos e técnicos já
disponíveis para a análise da situação nutricional de indivíduos ou populações e,
principalmente, para comunicação e comparação dos resultados. Dessa forma, o
método antropométrico estimula o agrupamento dos diagnósticos individuais e permite
traçar o perfil nutricional dos grupos de situação nutricional mais vulnerável em faixas
etárias, regiões ou em nível nacional. A seguir serão mostrados alguns itens que
compõem o método antropométrico.
Peso
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Equação 1:
Equação 2:
Peso ideal para amputados: Com a finalidade de corrigir o peso corporal ideal de
amputados, deve-se subtrair o peso da extremidade amputada do peso ideal
calculado. A figura 1 mostra as porcentagens do peso correspondentes a cada
seguimento do corpo:
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Figura 1 – Porcentagens de peso.
Equação 4:
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a mortalidade. A determinação da variação de peso é realizada por meio da equação
5.
Equação 5:
Perda de peso (%)= (peso usual- peso atual) x 100 ÷ peso usual
Estatura
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A partir do peso e da estatura, é possível calcular o (IMC), o qual é utilizado em
associação (ou não) a outras variáveis antropométricas na avaliação do estado
nutricional de populações (ANJOS, 1992). É importante ressaltar que após os
quarenta anos de idade ocorre uma redução fisiológica da estatura de 1,0 a 2,5 cm
por década, decorrentes da diminuição dos discos intervertebrais, achatamento das
vértebras e acentuação da cifose dorsal, lordose e escoliose.
Nem sempre temos em mãos os instrumentos necessários para a efetivação
do método antropométrico ou o paciente encontra-se incapaz de submeter ao
procedimento, como por exemplo, pacientes acamados. Desta forma, podemos lançar
mão de cálculos de estimativas de peso, altura e composição corporal conforme
veremos a seguir:
Equação 6:
Extensão dos braços: Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo reto
com o corpo. Deve-se medir a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-
se uma fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa de estatura do
indivíduo.
Estatura recumbente: O indivíduo deverá estar em posição supina e com o leito
horizontal completo. Deve-se marcar o lençol na altura da extremidade da cabeça e
da base do pé no lado direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo, e medir a
distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível.
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Índice de Massa Corporal (IMC)
Equação 7:
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Como o IMC não distingue o peso associado ao músculo ou à gordura corporal,
deve-se investigar a composição corporal, principalmente quando os valores de IMC
estiverem nos limites ou fora da normalidade. Também é importante a interpretação
dos pontos de corte do IMC em associação com outros fatores de risco.
Esta medida representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseis,
musculares e gordurosos do braço. Para a sua obtenção, o braço a ser avaliado deve
estar flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo de 90º. Localizar e marcar
o ponto médio entre o acrômio e o olecrano. Solicitar ao indivíduo que permaneça com
o braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa.
Contornar o braço com a fita flexível no ponto marcado de forma ajustada evitando
compressão da pele ou folga. O resultado obtido é comparado aos valores de
referência do NHANES I (National Health and Nutrition Examination Survey). A
adequação da CB pode ser determinada por meio da equação 8:
Equação 8:
Dobras Cutâneas
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Repetir o procedimento três vezes, utilizando o valor médio das medidas;
O paciente deve estar despido no local da medida;
Em pacientes obesos ou edemaciados os valores perdem confiabilidade;
Os dados são melhor avaliados em série, perdendo importância a avaliação
pontual;
Os aparelhos devem estar calibrados e exercer uma pressão de 10g/mm 2;
Preferencialmente o lado avaliado deve ser o não dominante.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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seja identificado mais facilmente o ponto. A dobra cutânea é destacada na diagonal,
inclinada aproximadamente num ângulo de 45º com o plano horizontal.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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Dobra Cutânea Supra-ilíaca: é medida na linha axilar média imediatamente
superior à crista ilíaca. Alinha-se num ângulo de 45º com o plano horizontal. O
adipômetro é aplicado a 1 cm dos dedos que seguram a dobra.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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Dobra Cutânea Abdominal: É determinada paralelamente ao eixo do corpo,
dois centímetros a direita da borda da cicatriz umbilical.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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Dobra Cutânea do Peitoral: É uma medida oblíqua em relação ao eixo
longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo para
homens, e a um terço da distância da linha axilar anterior, para mulheres.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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Dobra Cutânea da Panturrilha: O avaliado deve estar sentado com a
articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem
apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da
mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia.
Fonte: https://bit.ly/3eToz1V
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diferentes parâmetros que estão em constante mudança, o nutricionista necessita
estabelecer o diagnóstico nutricional respeitando a idade e a fisiologia do paciente.
O estado nutricional de um indivíduo é determinado pelo seu nível mais básico
de ingestão dietética e conforme os requisitos de nutrientes celulares são satisfeitos.
Contudo, ele é suscetível a inúmeros fatores biológicos e sociais que o afetam de
forma direta ou indireta. Assim, o estado nutricional reflete o equilíbrio nutricional do
organismo, por meio de um conjunto de indicadores específicos. A verificação do
tamanho, forma e composição corporal assumiu um significado importante para a
saúde pública, devido ao aumento na prevalência mundial da obesidade e a sua
relação com a morbidade e mortalidade (SHAMAH et al., 2019).
A geração de uma vida é um momento especial não somente para a mãe, mas
também para toda a família. Assim, há uma grande preocupação do setor de saúde
quanto aos cuidados maternos nesse período. Entre os cuidados de grande
importância está a nutrição materna, incluindo não somente o estado nutricional, mas
também o consumo alimentar, estando este diretamente relacionado ao crescimento
e à saúde do bebê. Portanto, avaliar a condição nutricional da gestante em todas as
etapas do processo gestacional faz parte de um pré-natal adequado e voltado à
prevenção de agravos durante a gestação (VENTURI, 2022).
A prática profissional do atendimento à gestante deve considerar o grande
aumento da obesidade feminina em todo o mundo, sem esquecer que ainda existe a
desnutrição, e essas são duas condições nutricionais que se refletem diretamente na
condição de saúde materna e do bebê, elevando o risco de doenças e agravos como
diabetes e a hipertensão gestacional, parto prematuro, entre outros.
Os cuidados nutricionais com a gestante merecem uma atenção especial e
constante no sentido de fazer jus à nobreza desta situação fisiológica. A fase
gestacional é o período de maior vulnerabilidade biológica do ciclo reprodutivo da
mulher e traz diversas alterações para o organismo materno, não só fisiológicas e
físicas, mas emocionais, comportamentais e alimentares. Todas estas alterações
trazem reflexos para a saúde da gestante e do bebê. Os profissionais de saúde
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envolvidos no atendimento às gestantes precisam entender estas alterações e se
munir de conhecimentos e práticas, podendo ajudar e orientar as mulheres nesta
importante fase da vida ( ALVES, 2010).
A gestação é um período em que ocorrem rápidas mudanças fisiológicas para
que o corpo consiga gestar um bebê saudável. Nesse período de muitos cuidados,
aumenta às necessidades nutricionais da mãe, e a alimentação materna é um fator
importante para o adequado desenvolvimento do embrião. Logo, uma mulher
desnutrida tende a gerar um bebê mais desnutrido e com uma taxa de mortalidade
infantil mais elevada. Já a obesidade materna pode aumentar o risco de diversas
complicações, como diabetes e hipertensão gestacional, parto prematuro e abortos
espontâneos, defeitos congênitos e macrossomia fetal, além de afetar negativamente
a saúde do filho quando adulto (DHANASHREE; ASHWINI; MUBASHIR, 2020).
Como o estado nutricional materno afeta diretamente a saúde da gestante e do
bebê, diversas diretrizes foram lançadas para o adequado manejo da obesidade e
desnutrição na gestação, incluindo abordagem para a intervenção dietética e também
para controle de peso. O acompanhamento e controle de peso gestacional é realizado
utilizando indicadores antropométricos.
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mortalidade perinatal, neonatal e infantil, além de ser um indicador clínico de
complicações obstétricas, embora este não seja um fator de risco modificável. A
medida da estatura pode ser feita apenas uma vez para mulheres adultas. Já para
gestantes adolescentes, é necessário que seja coletada mais de uma medida. Para
não haver riscos, recomenda-se considerar como ponto de corte para a altura materna
150 cm (ZEEGERS et al., 2022).
Já o peso materno pré-gestacional avalia o risco inicial para um prognóstico
desfavorável da gestação. Nesse âmbito, a obesidade é fator de risco para diabetes
e hipertensão. Auxilia também na determinação do ganho de peso recomendado
durante a gestação e ajuda no direcionamento das intervenções nutricionais nesse
período (DALFRA; BURLINA; LAPOLLA, 2022). Nas situações em que não é possível
verificar o peso pré-gestacional, o profissional deve usar o peso autorreferido pela
gestante, ou então considerar o peso na primeira consulta do pré-natal, desde que
seja antes do final do primeiro trimestre.
Com os dados de peso e estatura, é calculado o IMC para então realizar a
avaliação nutricional da gestante. O IMC é um índice usado para determinar e
monitorar o ganho de peso, preferencialmente comparado ao estado nutricional pré-
gestacional. O IMC também está correlacionado com as medidas de gordura corporal
e com fatores de risco metabólicos na gestante, embora ocorra aumento de água
corporal durante a gestação, tornando a correlação do IMC com as morbidades menos
robusta. Ainda assim, este é um parâmetro utilizado para o monitoramento do estado
nutricional na gestação (KIM; AYABE, 2022).
Em relação aos métodos de classificação de ganho de peso gestacional,
existem diferenças conforme o país ou a região geográfica. Na América Latina, são
usadas com frequência as curvas de Atalah e a recomendação revisada do Institute
of Medicine (IOM). O Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) recomenda que a
classificação do estado nutricional de gestantes brasileiras seja realizado conforme a
referência de Atalah e o ganho de peso seja estimado pela referência do IOM.
O IOM publicou diretrizes para a recomendação de ganho de peso em
gestantes em 1990, e em 2009 essas recomendações foram revisadas e publicadas
(SIMAS et al., 2013). Nessas diretrizes, a recomendação do ganho de peso
gestacional deve ser baseada no peso pré-gestacional. Na revisão da recomendação,
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foram alterados os pontos de corte do IMC, sendo considerados os pontos de corte
da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando valores para identificar e
tratar sobrepeso e obesidade em adultos. Outra modificação foi a inclusão de uma
faixa específica para o ganho de peso de mulheres obesas.
A tabela 4 apresenta as mudanças no ganho de peso gestacional entre as duas
diretrizes do IOM (1990 e 2009).
Tabela 4 – Mudanças feitas nas diretrizes do IOM entre os anos de 1990 e 2009.
Para adolescentes que engravidaram dois ou mais anos após a menarca (em
geral, maiores de 15 anos), a interpretação dos dados é equivalente a das
adultas. Para as que engravidaram com menos de dois anos após a menarca,
é provável que muitas sejam classificadas como de baixo peso. Estas devem
ter sua altura mensurada em todas as consultas, pois se encontram ainda em
fase de crescimento. Também nestes casos, o mais importante é
acompanhar o traçado da curva de IMC por semana gestacional, que deverá
ser ascendente ao longo das consultas (BRASIL, 2011).
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alimentação deve ser rica em nutrientes, sendo composta por uma variedade de
alimentos vegetais e frutas. A ingestão de alimentos processados ou ultraprocessados
deve ser evitada, pois aumentam o risco de doenças crônicas não transmissíveis,
afetando diretamente a saúde da mãe e do feto. O consumo aumentado de alimentos
ricos em açúcar aumenta a incidência de bebês com baixo peso ao nascer, enquanto
uma alimentação rica em micronutrientes como vitaminas e minerais diminui esse
risco.
É importante considerar, quando deficiente, a dieta materna pode levar a
diversos riscos, como retardo do crescimento intrauterino e alteração da expressão
de genes, causando uma programação anormal em relação ao desenvolvimento dos
órgãos e tecidos fetais, elevando o risco da criança ter doenças cardiovasculares e
metabólicas durante a vida adulta (MARTÍNEZ et al., 2020).
Assim, é importante monitorar não somente o estado nutricional como condição
e ganho de peso, mas também os exames laboratoriais da gestante, como uma forma
de acompanhar se a alimentação está sendo adequada às suas necessidades. Um
exemplo é a alta prevalência de anemia durante a gestação, sendo diagnosticada por
exames bioquímicos e também por sinais e sintomas associados a um inquérito
alimentar, possibilitando então o cruzamento das informações e diagnóstico. Com
esses dados é possível que o profissional desenvolva um plano alimentar adequado
às necessidades da gestante, proporcionando-lhe bem-estar e qualidade de vida com
menores riscos de doenças e agravos durante a gestação e o parto.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) faz recomendações para avaliação do
estado nutricional de gestantes e como classificá-lo. A primeira delas é que sejam
monitorados o IMC por semana gestacional e o ganho de peso.
A classificação do estado nutricional da gestante deve cumprir os seguintes
passos:
Fórmula 1:
IMC = peso ÷ (estatura × estatura)
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2. Calcule a semana gestacional, utilizando o dia da última menstruação (DUM).
Para efeitos de cálculo, ou quando necessário, arredonde a semana gestacional.
Exemplo: Se uma gestante estiver com 14 semanas e 1, 2 ou 3 dias, deve-se
arredondar para 14 semanas. Já se estiver com 14 semanas e 4, 5 ou 6 dias,
arredonda-se para 15 semanas.
3. Transfira o valor do IMC calculado para a curva de IMC para gestantes, conforme
apresentada no gráfico 1. Quando encontrar a junção dos pontos entre IMC e
semana gestacional, terá o diagnóstico da gestante.
4. Classifique o diagnóstico como baixo peso (BP), adequado (A), sobrepeso (S) ou
obesidade (O).
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Outro método de avaliação e acompanhamento é verificar o ganho de peso da
gestante conforme o IMC pré-gestacional, cumprindo as seguintes etapas:
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fator de risco modificável e também um fator que ajuda a mitigar os quadros de
desnutrição, obesidade e controle de doenças. O ideal seria se a gravidez fosse
sempre planejada no qual a saúde materna fosse rastreada e possíveis riscos
minimizados.
Além disso, o mundo todo vem passando por mudanças no perfil da
alimentação, tendo ocorrido um aumento no consumo de alimentos com alta
densidade calórica e pobres em micronutrientes. Aliada a baixos índices de atividade
física, essa tendência levou a uma mudança no estado nutricional de boa parte da
população. Mesmo ainda existindo desnutrição em algumas regiões do mundo, a
obesidade vem ganhando destaque na saúde pública (MIELE et al., 2021).
Logo, é importante e necessário que o diagnóstico do estado nutricional de
gestantes seja realizado o mais breve possível, para possibilitar orientações
nutricionais mais adequadas e eficientes. O Ministério da Saúde recomenda que a
classificação do estado nutricional de gestantes seja realizada usando o critério de
IMC por semana gestacional, conforme apresentado anteriormente no gráfico 1
(BRASIL, 2011).
Lactação
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Quadro 5 – Vantagens do aleitamento materno.
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Tabela 6 – Perda de peso durante a lactação.
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Quanto às crendices de que a produção de leite é afetada por determinados
alimentos (canjica, cerveja preta, cuscuz), os profissionais de saúde que prestam
assistência às nutrizes têm por responsabilidade esclarecer estas ideias, em alguns
casos podem ser prejudiciais ao balanceamento e ao valor nutritivo das refeições. Não
se deve incentivar o consumo de álcool, nem fumo e orientar a quantidade permitida
de café (máximo 100ml/dia).
Portanto o que contribui para uma boa produção de leite é simplesmente
alimentação quantitativa e qualitativamente balanceada, com alimentos variados e de
todos os grupos, boa ingestão hídrica com mínimo de 4 copos de água/dia, ambiente
tranquilo, mãe emocionalmente segura e certa de sua capacidade de amamentar. A
produção de leite é afetada negativamente por dietas hipocalóricas e estresse
materno.
Há uma preocupação atual quanto ao conteúdo de ácidos graxos essenciais da
família ômega-3 no leite materno, tendo em vista os inúmeros benefícios no
desenvolvimento do sistema nervoso e da retina da lactente. Há estudos que
comprovam o aumento da ingestão pela mãe de alimentos ricos nesta gordura
promove incremento nas quantidades presentes no leite materno. Incentivar, portanto,
a ingestão de peixes 3 vezes por semana, sendo a sardinha uma opção barata e
acessível. Outras fontes são o salmão, arenque, cavala, tilápia e atum.
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Recém-nascido é o termo utilizado para denominar a criança desde o seu
nascimento até o 28º dia de vida. Esta fase se caracteriza pelo período neonatal, no
qual a maturidade neurológica é um importante indicador da idade gestacional e da
atenção que deverá ser dada. Neste momento da vida estão presentes,
principalmente, os reflexos generalizados e involuntários (BRASIL, 2011).
Além do acompanhamento quanto à evolução do crescimento e do peso, são
priorizadas as informações relativas aos cuidados gerais do neonato que, por vezes,
não são de conhecimento aprofundado dos pais e cuidadores. Com intuito de ajudar
neste processo inicial, o serviço de saúde oferece a chamada caderneta de saúde da
criança, desenvolvida pelo Ministério da Saúde.
A caderneta da criança é, geralmente, utilizada já na maternidade a fim de
favorecer o registro de dados referentes aos primeiros dias de vida, como também o
armazenamento seguro e concentrado das informações relevantes durante todo o
período da infância, até os nove anos. Os pais terão posse de um documento completo
sobre o crescimento e desenvolvimento da criança que deverá ser preenchido a cada
atendimento pediátrico, reunindo as curvas de crescimento, os esquema de vacinação
e as mais variadas orientações de cuidado em saúde para cada fase desse estágio
da vida (BRASIL, 2018a, 2018b).
A história ou anamnese nutricional global contempla questões relacionadas ao
histórico de saúde e doença dos familiares da criança e de cunho socioeconômico e
cultural, bem como sobre o estilo de vida da família e o vínculo do binômio mãe e filho.
No que diz respeito à qualidade de vida da família, questiona-se sobre as condições
de moradia, saneamento, escolaridade e ocupação dos pais ou cuidadores.
Informações sobre a gestação devem ser levantadas, como a realização de consultas
durante o pré-natal, intercorrências ao longo da gestação, o uso de medicamentos,
suplementos vitamínicos, álcool e drogas.
A respeito do próprio recém-nascido, se procura conhecer a idade gestacional,
o peso ao nascer e as possíveis intercorrências perinatais. Aspectos relacionados à
presença e frequência de regurgitações, bem como ao hábito intestinal e aspecto das
fezes devem ser questionados aos pais ou cuidadores.
Nesta fase, com relação à história alimentar, é necessário que o profissional de
saúde priorize informações sobre o aleitamento materno, podendo, inclusive, ocorrer
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a observação sobre a mamada com a finalidade de ajustar e corrigir possíveis
dificuldades ou problemas relacionados ao posicionamento, pega e sucção durante a
amamentação. Ainda, sobre a alimentação, é importante saber se o aleitamento
materno é exclusivo e de livre demanda ou se o bebê já recebe, equivocadamente,
algum outro tipo de alimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009).
Exame físico
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Antropometria
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classificados como pequenos para a idade gestacional, já que não houve tempo
suficiente para o crescimento adequado. Aqueles prematuros que atingem um peso
satisfatório para a idade gestacional apresentam melhor prognóstico de saúde.
Os recém-nascidos considerados a termo (gestação igual ou superior a 37
semanas), também, podem apresentar crescimento restrito no útero e, portanto,
acabam classificados como pequenos para a idade gestacional. Eles necessitam de
maiores cuidados, pois demonstram maior risco de distúrbios nutricionais, seja de
curto ou longo prazo (LOPEZ; CAMPOS, 2007).
O peso ao nascer é reduzido de 5 para 10% logo após o nascimento, contudo,
o reestabelecimento do peso perdido ocorre de 8 a 10 dias. Para se ter um bom
acompanhamento do ganho, no primeiro mês de vida, é preciso estar atento às
variações de peso do recém-nascido sendo importante o conhecimento, também, do
peso da alta hospitalar.
O perímetro cefálico é medido ao redor da cabeça com fita métrica inelástica,
sobre o occipício (parte posterior da cabeça), em seu ponto mais proeminente, acima
da crista supra-orbitária (parte frontal da cabeça). Valores de referência relativos à
mediana (percentil 50) do perímetro cefálico. Alterações de dois desvios padrões para
baixo ou para cima, nesta variável, podem indicar problemas de cunho nutricional ou
não nutricional. Esta medida é, geralmente, utilizada até o 2º ano de vida e diagnostica
patologias, como a microcefalia e a hidrocefalias, bem como retardo no crescimento
e desenvolvimento provenientes de prematuridade e má nutrição ( VITOLO, 2008).
O perímetro torácico pode ser utilizado de maneira isolada, mas é também uma
medida associada ao perímetro cefálico como indicador de desnutrição. Com o uso
de fita métrica inelástica, o tórax é mensurado na altura dos mamilos, de modo que se
forme um ângulo reto com a coluna vertebral. A relação entre perímetro torácico e
perímetro cefálico, basicamente, é igual a um até os seis meses de vida. Uma relação
inferior a um é indicativo de desnutrição energético-proteica (VASCONCELOS, 2008).
Exame bioquímico
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disponibilidade de pontos de corte definidos para esta faixa etária em específica. A
análise laboratorial de proteínas totais e suas frações são passíveis de se realizarem,
contudo, apresentam restrições, especialmente, para os pré-termos (BROCK;
FALCÃO, 2008).
Exame físico
O exame físico nutricional empregado nesta fase diz respeito aos possíveis
sinais e sintomas apresentados pelo lactente podendo ter correlação com o estado de
alimentação e nutrição. Com relação à desnutrição, a mais predominante é a do tipo
marasmo, que é caracterizada por deficiência energética proteica equilibrada
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acompanhada de deficiência no crescimento e no peso, atrofia muscular, ausência de
gordura subcutânea e caquexia.
Considerando a obesidade, o excesso de peso é a característica mais marcante
e passa a ser comum nesta fase, em que há a introdução de alimento sólidos, muitas
vezes, ultraprocessados, como aqueles consumidos pelos adultos da família
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009). Os distúrbios nutricionais
relacionados às vitaminas e aos minerais podem ser mais ou menos aparentes
dependendo da gravidade relativa à deficiência ou ao excesso.
Antropometria
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finalidade de desenvolver parâmetros de referências, também conhecidos por valores
de normalidade para medidas antropométricas. Elas serão utilizadas como base para
comparação dos valores de uma criança ou grupo que se deseja avaliar. Com base
nesses valores foram desenvolvidas, portanto, curvas de distribuição do crescimento
específicas para sexo e faixa etária que associam medidas entre si ou medidas e
dados demográficos, como a idade. As curvas de crescimento desenvolvidas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) preveem os seguintes indicadores para fim de
diagnóstico nutricional: peso por idade, estatura por idade, peso por estatura e Índice
de Massa Corporal (IMC) por idade.
Quanto ao perímetro cefálico, é medido com o uso de fita métrica inelástica da
mesma maneira como é mensurado em recém-nascidos. O mesmo ocorre a respeito
da medição do perímetro torácico. No que diz respeito à classificação do estado
nutricional com base na relação entre o perímetro torácico e o perímetro cefálico, a
partir dos seis meses de vida até os cinco anos, a relação será sempre superior a um.
Valores inferiores a um caracterizam-se como indicativo de desnutrição proteica e
energética (VASCONCELOS, 2008).
A partir do primeiro ano de vida, contemplando, portanto, os lactentes, são
previstos valores de referência relativos à medida de circunferência do braço ou
circunferência braquial. Segundo a circunferência do braço, é possível determinar a
área muscular, com base, também, na utilização de dobras cutâneas, como a dobra
tricipital (FRISANCHO, 1981; VITOLO, 2008). Valores de normalidade para a dobra
cutânea subescapular, além da dobra cutânea tricipital foram estabelecidos pela OMS
para crianças a partir dos três meses de idade (WORLD HEALTH ORGANIZATION,
1995).
Exame bioquímico
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Alguns poucos parâmetros estão estabelecidos para recém-nascidos, ou seja, desde
o nascimento até o primeiro mês de vida, enquanto outros estão estabelecidos para
lactentes, pré-escolares, escolares e adolescentes.
As possíveis deficiências, bem como os excessos de vitaminas e
oligoelementos, que comprometem o correto funcionamento do organismo humano
podem ser silenciosas no período inicial do quadro. Antes mesmo do aparecimento
dos sinais clínicos, os exames bioquímicos são capazes de detectar no sangue as
alterações relativas, por exemplo, à inadequação da ingestão ou à absorção de um
dado nutriente. Por esse motivo, tem-se o exame bioquímico como ferramenta
relevante na prevenção ou tratamento antecipado de distúrbios nutricionais em
grupos notoriamente de risco. Contudo, deve-se ter atenção às condições clínicas e
de saúde da criança antes da prescrição do exame, já que situações, como a presença
de resposta inflamatória ou desequilíbrio hídrico podem alterar, consideravelmente,
os resultados dos biomarcadores solicitados (VITOLO, 2008).
46
Peso: é uma medida de relevância em pediatria devido à fácil obtenção e pela
alta sensibilidade durante os agravos nutricionais agudos e crônicos (WEFFORT;
LAMOUNIER, 2009).
Estatura: essa medida reflete o estado nutricional atual e pregresso, e sofre
alteração e recuperação mais lentas (WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).
Perímetro Cefálico (PC) e torácico (PT): o perímetro cefálico é uma medida bem
utilizada em pediatria no rastreio de microcefalia, macrocefalia ou hidrocefalia. Em
termos de avaliação nutricional esta medida só tem valor quando associada ao
perímetro torácico como indicador de proporção (PT/PC). Ao nascer, a criança
apresenta PT e PC praticamente idênticos (PT/PC = 1). De seis meses até os
cinco anos, esta relação deve ser superior a 1 (PT/PC >1). Quando a relação é
inferior a um pode-se suspeitar de uma desnutrição energético-proteica (DAL
BOSCO, 2013).
Perímetro Braquial: a avaliação nutricional baseada no perímetro braquial é útil
como instrumento de triagem de crianças de 1 a 5 anos, quando não é viável a
aferição do peso e estatura (DAL BOSCO, 2013).
Circunferência Abdominal: na infância e na adolescência os riscos associados
ao excesso de gordura abdominal ainda estão pouco definidos. Nos casos de
obesidade encontrou-se correlação com morbidades como hiperinsulinemia de
jejum e o aumento das lipoproteínas plasmáticas (WEFFORT; LAMOUNIER,
2009).
Situações Especiais: para crianças com paralisia cerebral e síndrome de down,
deve-se utilizar as curvas de crescimento específicas para essas populações,
visto que atendem suas peculiaridades e especificidades.
47
de avaliação nutricional no Brasil, independente do estágio do desenvolvimento
puberal, indivíduos de 10 a 20 anos de idade (PRIORE et al, 2010).
Nesta fase há aumento de quase todos os órgãos e segmentos corporais,
sendo que aproximadamente 20 % da estatura e 50% do peso do adulto são ganhos
nesse período. Os indicadores utilizados para avaliar o estado nutricional de
adolescentes são os mesmos para as crianças, porém os critérios de aplicação e
interpretação dos dados são mais complexos. Adolescentes da mesma idade e sexo
podem se encontrar em diferentes estágios de maturação sexual, o que torna difícil a
elaboração e utilização de referenciais que privilegiam a grande variação individual
quanto à época de aparecimento dos acontecimentos pubertários.
Na adolescência, o IMC é mais adequado do que o peso/altura e peso/idade,
pois parece refletir melhor as mudanças da forma corporal. O perímetro braquial e as
dobras cutâneas, como a do tríceps, podem ser medidas complementares, permitindo
melhor avaliação da gordura corporal. Os passos para o diagnóstico individual são:
avaliar o adolescente, considerando sua idade em anos e o sexo; proceder à avaliação
do IMC em percentis e avaliar o estágio de maturação sexual, segundo os critérios de
Tanner (1962).
A tabela 7 demonstra as possibilidades para a classificação do estado
nutricional de acordo com os percentis do IMC.
48
em ambos os gêneros, contudo, o ganho de massa magra é maior no gênero
masculino, ao passo que o de gordura é geralmente maior nas meninas. Vários
métodos podem ser utilizados para avaliação da composição corporal, entre eles a
pesagem hidrostática, tomografia computadorizada, determinação de potássio 40,
Oxigênio 18, creatinina urinária, impedância bioelétrica e antropometria.
Os métodos antropométricos têm a vantagem de serem inócuos, de baixo custo
e de fácil manuseio e transporte. As dobras cutâneas, por exemplo, têm a vantagem
sobre as medidas de peso e as circunferências pelo fato de medir mais diretamente a
gordura subcutânea (PRIORE et al, 2010).
49
História clínica
50
Exame físico
Antropometria
51
os métodos antropométricos mais aplicados em estudos epidemiológicos (LOHMAN;
ROCHE; MARTORELL, 1988).
Altura e peso
52
Relação com a estatura — mesmo em indivíduos de baixa estatura pode ser
significativa, principalmente, em menores de 15 anos.
Circunferências
Dobras cutâneas
Exames bioquímicos
53
Balanço nitrogenado: este parâmetro possibilita monitorar a adequação de
terapia nutricional, avaliando o grau de equilíbrio entre a ingestão e a excreção
urinária de nitrogênio. Quando a ingestão é suficiente para cobrir as perdas, é
obtido um balanço positivo. Em cenários opostos, as perdas superam as sínteses,
assim é verificado um balanço negativo (p. ex., trauma, sepse, queimaduras,
fístulas, entre outros.). Pelas dificuldades técnicas, sua precisão somente se
viabiliza em pacientes internados em unidades metabólicas.
54
maior número de pessoas idosas (AZEVEDO et al., 2007). Este fato reforça a
necessidade de aprofundar a compreensão sobre o papel da nutrição na promoção e
manutenção da independência e autonomia dos idosos.
Assim, o nutricionista tem papel fundamental no cuidado dessa população,
sendo suas principais funções a identificação de indivíduos em risco para desenvolver
doenças crônicas não transmissíveis e a intervenção alimentar para a prevenção e
controle de enfermidades (GARIBALLA; SINCLAIR, 1998).
É significante a incidência de doenças crônicas nos indivíduos idosos, como
também, o risco de desenvolvê-las ou de torná-las mais graves, ocasionando
incapacidades. Desta forma, uma identificação precoce é essencial, podendo ser
realizada, a partir da avaliação adequada do estado nutricional, em que se deve
considerar as especificidades de cada indivíduo idoso, uma vez que ele é parte de um
grupo bastante heterogêneo (NAJAS; SACHS, 1996).
Todavia, a definição do diagnóstico nutricional e a identificação dos fatores
contribuinte para esse diagnóstico no indivíduo idoso são detalhados. A complexidade
se deve à ocorrência de diversas alterações, tanto fisiológicas, quanto patológicas,
além de variações econômicas e no estilo de vida, entre outras sofridas ao longo da
vida.
Exames bioquímicos
55
Exame físico
Antropometria
Altura
56
sofreu algum declínio. Considere que a altura pode ser estimada a partir do
comprimento da perna (altura do joelho ou, do inglês, knee height).
O comprimento da perna tem sido recomendado para estimar a altura de idosos
com base nas equações a seguir. Esta medida apresenta as seguintes vantagens:
possibilita estimar a altura de pacientes acamados e deitados, quando utilizadas as
equações de Chumlea et al. (1988), muda pouco com a idade, apresenta alta
correlação com estatura e possibilita estimar o peso corporal, sempre que associada
a outras medidas (detalhes na discussão sobre o peso). Esta medida deve ser
verificada com o auxílio de uma régua antropométrica ou de um infantômetro com
haste de metal. O indivíduo deve ficar com a perna dobrada, formando um ângulo de
90º com o joelho. A parte fixa da régua é colocada embaixo do calcanhar e a móvel é
trazida para dois ou três dedos da patela.
Agora, veja a equação 9 para estimar a estatura de idosos, a partir do
comprimento da perna (CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985):
Equação 9:
Peso
Estudos mostram que o homem ganha peso até os 65 anos de idade, depois
passa a perder. Enquanto a mulher aumenta o peso até os 75 anos e, apenas, a partir
desta idade, ela começa com a perda ponderal. As principais causas para isso são a
perda de água corporal e a redução no peso das vísceras, além da diminuição do
tecido muscular.
Nas situações em que o indivíduo estiver impossibilitado de ser pesado com o
auxílio de balança, é possível estimar o seu peso corporal. Existem equações para
este propósito, no entanto, elas apresentam importantes limitações, como elevada
margem de erro e necessidade de várias medidas corporais, ou seja, Circunferências
da Panturrilha (CP) e do Braço (CB), além do comprimento da perna e a Prega
Cutânea Subescapular (PCSE).
57
Você pode conferir a equação 10 para estimativa do peso, com base nas
medidas corporais (CHUMLEA; ROCHE; STEINBAUGH, 1985):
Equação 10:
Além dos citados, alguma outra razão que faça com que o idoso restrinja
determinados tipos de alimentos, como dietas para perda de peso, diabetes,
58
hipertensão, hipercolesterolemia e por dificuldade de mastigação devido à lesão oral,
ao uso de prótese dentária ou em decorrência de problemas digestivos.
Ainda, a escolha dos métodos para a avaliação do consumo precisa considerar
as características associadas ao processo de envelhecimento, como dificuldades de
cognição, concentração, memória, visão ou audição. Neste contexto, a escolaridade,
o arranjo domiciliar, o acesso aos alimentos (segurança alimentar ou autonomia
financeira e operacional quanto à aquisição, transporte e preparo de alimentos) e o
prazer associado ao consumo alimentar são, também, aspectos que merecem
atenção.
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