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NUTRICIONAL
Introdução
Sabe-se que a avaliação do estado nutricional envolve o exame das
condições físicas do indivíduo, o seu comportamento e os componen-
tes bioquímicos dos nutrientes ingeridos, bem como a qualidade e a
quantidade deles. Também, é compreendido que durante os ciclos da
vida, a avaliação nutricional deve direcionar a sua análise para diferentes
parâmetros que estão em constante mudança, necessitando que o nu-
tricionista estabeleça o diagnóstico nutricional respeitando a idade e a
fisiologia do paciente.
Neste capítulo, você irá estudar a avaliação nutricional do adulto
e do idoso, observando as principais e fundamentais diferenças que
devem ser consideradas. Ainda, será capaz de identificar os parâmetros
mais utilizados na avaliação nutricional de adultos e idosos, além de
associar as implicações de possíveis agravos, da condição nutricional, à
senescência e, por fim, identificar as principais limitações na avaliação
física e do consumo alimentar de idosos.
2 Avaliação nutricional do adulto e do idoso
História clínica
Exame físico
Antropometria
Altura e peso
Circunferências
Dobras cutâneas
Exames bioquímicos
Exames bioquímicos
Exame físico
Antropometria
Altura
Estudos apontam uma redução na altura com a idade. Alguns autores encon-
traram um decréscimo que varia de 2 a 3cm/década. Este declínio se inicia
por volta dos 40 anos e se torna mais acentuado com o avanço da idade. As
razões para esse declínio são: achatamento das vértebras, redução dos discos
intervertebrais, cifose dorsal, escoliose, arqueamento dos membros inferiores
8 Avaliação nutricional do adulto e do idoso
Peso
Estudos mostram que o homem ganha peso até os 65 anos de idade, depois
passa a perder. Enquanto que a mulher aumenta o peso até os 75 anos e, apenas,
a partir desta idade, ela começa com a perda ponderal (GOING; WILLIAMS;
LOHMAN, 1999). As principais causas para isso são a perda de água corporal
e a redução no peso das vísceras, além da diminuição do tecido muscular.
Nas situações em que o indivíduo estiver impossibilitado de ser pesado com
o auxílio de balança, é possível estimar o seu peso corporal. Existem equações
para este propósito, no entanto, elas apresentam importantes limitações, como
elevada margem de erro e necessidade de várias medidas corporais, ou seja,
Circunferências da Panturrilha (CP) e do Braço (CB), além do comprimento
da perna e a Prega Cutânea Subescapular (PCSE).
Avaliação nutricional do adulto e do idoso 9
Você pode conferir as equações para estimativa do peso, com base nas
medidas corporais (CHUMLEA et al., 1988):
Nutrição e o envelhecimento
Quando se conclui que a população brasileira está envelhecendo, estratégias
precisam ser definidas e, neste sentido, a prevenção tem papel importantíssimo.
A alimentação é um dos fatores centrais para a manutenção da saúde e quali-
dade de vida do indivíduo. O seguimento de um padrão alimentar equilibrado
proporciona melhor condição de bem-estar, contribuindo, diretamente, na
prevenção e controle das principais doenças que acometem os idosos.
As condições de saúde de um idoso dependem do estilo de vida que ele
adotou até chegar aos 60 anos. É cientificamente comprovado que modificações
nos hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos podem ter grande
influência, tanto na qualidade, quanto na expectativa de vida. Os hábitos do
adulto reduzem ou retardam mudanças e doenças que surjam com o envelheci-
mento. Desta forma, o estilo de vida saudável pode mudar a trajetória natural
dos fatos, modificando o ritmo do envelhecimento no organismo.
Mudanças fisiológicas do envelhecimento interferem no apetite, consumo
e absorção de alimentos e nutrientes. Sabe-se que o envelhecimento é acom-
panhado, também, por uma série de mudanças psicológicas, econômicas e
sociais que afetam, desfavoravelmente, o estado nutricional.
Por exemplo, com o avançar da idade, a digestão e a absorção dos nutrientes
sofrem prejuízos que são atribuídos ao processo natural do envelhecimento.
Eles são caracterizados principalmente pela:
Capacidade funcional
Outro ponto relevante na avaliação do idoso, ocorre na análise do nível fun-
cional por meio da quantificação das atividades da vida diária (básicas e
instrumentais), permitindo a classificação:
Antropometria
Em relação à antropometria dos idosos, foram observadas peculiaridades, como:
Além dos citados, alguma outra razão que faça com que o idoso restrinja
determinados tipos de alimentos, como dietas para perda de peso, diabetes,
hipertensão, hipercolesterolemia e por dificuldade de mastigação devido à lesão
oral, ao uso de prótese dentária ou em decorrência de problemas digestivos.
Ainda, a escolha dos métodos para a avaliação do consumo precisa con-
siderar as características associadas ao processo de envelhecimento, como
dificuldades de cognição, concentração, memória, visão ou audição. Neste
contexto, a escolaridade, o arranjo domiciliar, o acesso aos alimentos (segu-
rança alimentar ou autonomia financeira e operacional quanto à aquisição,
transporte e preparo de alimentos) e o prazer associado ao consumo alimentar
são, também, aspectos que merecem atenção.
Leituras recomendadas
GIBSON, R. S. Nutritional assessment: a laboratory manual. Oxford: Oxford University
Press, 1993.
MAHAN, K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, L. J. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia.
13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manejo da desnutrição grave: um manual para
profissionais de saúde de nível superior e suas equipes auxiliares. Brasília, DF, 1999.
Disponível em: <https://www.who.int/nutrition/publications/manage_severe_mal-
nutrition_por.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2018.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epide-
mic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva, 1998. Disponível em: <https://
www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/>. Acesso em: 18
dez. 2018.
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