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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE NUTRIÇÃO - 2022

ADULTOS
ADULTOS
A fase adulta é caracterizada por uma estabilidade física, sendo que um indivíduo adulto já
ultrapassou a fase de crescimento e de maturação sexual. Em crianças e adolescentes, o consumo
inadequado de nutrientes pode ter consequências como a interrupção do crescimento e da
maturação sexual, de modo a não garantir as funções vitais. Assim, na avaliação nutricional desses
grupos, esses indicadores (crescimento ou avaliação da maturação sexual)são bastante utilizados.

A avaliação do estado nutricional do adulto se baseia na análise de depleções e excessos nutricionais


e, em ambos os casos, avaliações do consumo alimentar e a distribuição dos diferentes tecidos
corporais (massa magra e massa gorda) são fortes indicadores do estado nutricional.
ADULTOS
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

Quando se tratar principalmente de indivíduos obesos,


deve-se considerar que esse grupo populacional tende a
É fundamental para a análise do estado nutricional e o
subestimar o consumo alimentar e superestimar o gasto
planejamento da intervenção nutricional. A escolha da
de energia, o que pode prejudicar a análise e a
técnica avaliatória do consumo alimentar deve ser feita
interpretação dos dados. Assim, a escolha de estratégias
em relação ao objetivo da investigação.
de treinamento e conscientização dos avaliados parece
colaborar para a minimização dessas questões.
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
No que diz respeito às interpretações qualitativas ou semiquantitativas, nos últimos
anos, muito se tem investigado sobre a aplicabilidade dos questionários de
frequência alimentar (QFA), dada sua praticidade e menor comprometimento de
aspectos de subestimativa. Além disso, dependendo do objetivo da avaliação
nutricional, esse tipo de instrumento possibilita que seja investigada a ingestão
específica de nutrientes relacionados a doenças ou deficiências nutricionais.
Assim, de modo geral, o objetivo de avaliar o consumo alimentar é que, a partir
disso, podem-se identificar inadequações no consumo de macronutrientes
(carboidrato, lipídio e proteína), bem como de micronutrientes (vitaminas e
minerais) para que se possa intervir de maneira adequada, considerando as
necessidades nutricionais de cada indivíduo.
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR
Recordatório de 24
horas

Inquéritos
Questionário de
Frequência Alimentar

Diário ou Registro
Alimentar

História Alimentar
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Como em qualquer outro grupo populacional, a grande vantagem da avaliação por dados
bioquímicos diz respeito à sensibilidade dos métodos e à possibilidade de detectar
deficiências em seus estágios iniciais. Assim, esse tipo de método torna-se coadjuvante
na realização do diagnóstico nutricional, de modo que, aliado aos outros métodos,
pode-se inferir com mais precisão o quadro atual do indivíduo, podendo-se realizar as
adequações nutricionais necessárias de maneira mais assertiva.
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

No indivíduo adulto, considerando que o crescimento já foi cessado,


o foco da investigação deve ser avaliar adiposidade (volume de
massa gorda) e muscularidade (volume de massa muscular).

Quanto à adiposidade, fica cada vez mais clara a necessidade de se


avaliar não somente a quantidade de gordura corporal, mas
também como essa gordura se distribui no corpo (subcutânea ou
visceral).
PESO, ESTATURA E ADEQUAÇÕES

PESO
Por muitos anos, tabelas ou valores considerados para o “peso
ideal” foram adotados como metas exatas para todos os
indivíduos. Entretanto, existem muitas características
individuais, genéticas, metabólicas ou mesmo psicológicas que
tornam impossível estabelecer um padrão universal de peso.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O PESO CORPORAL
Para sua obtenção, em uma balança calibrada de plataforma ou eletrônica, o
Peso atual indivíduo deve posicionar-se em pé, no centro da balança, descalço e com
roupas leves.

É utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e


Peso usual em casos de impossibilidade de medir o peso atual

Peso ideal ou desejável Peso ideal = IMC desejado x estatura (m²)

Adequação do peso Adequação do peso (%) = peso atual x 100/peso ideal


É o peso ideal corrigido para a determinação das necessidades energéticas.
Peso ajustado Peso ajustado = peso atual + [(peso ideal – peso atual) x 0,25]

Mudança de peso Perda de peso (%) = [(peso usual – peso atual) x 100]/peso usual
PERDA DE PESO EM RELAÇÃO AO TEMPO

TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA DE PERDA GRAVE DE PESO


PESO (%) (%)
1 semana 1a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ACORDO COM A ADEQUAÇÃO DO PESO
ADEQUAÇÃO DO PESO (%) ESTADO NUTRICIONAL
≤ 70 Desnutrição grave
70,1 a 80 Desnutrição moderada
80,1 a 90 Desnutrição leve
90,1 a 110 Eutrofia
110,1 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
Fonte: Blackburn e Thornton, 1979.
ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA

Indicador simples de estado nutricional calculado a partir da seguinte


fórmula: peso atual (kg)/estatura (m)².

• O IMC não distingue o peso associado ao músculo ou á gordura corporal,


torna-se importante investigar a composição corporal.

Além disso, é recomendado a interpretação dos pontos de corte de IMC em


associação com outros fatores de risco.
PONTOS DE CORTE PARA ADULTOS
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA
CORPORAL | GORDURA VISCERAL

Nem toda gordura localizada na região


abdominal compõe a gordura visceral, e que
a gordura abdominal total é composta por
tipos distintos de gordura: subcutânea e
visceral.

Atualmente, sabe-se que a gordura na


região abdominal – tanto subcutânea, mas
especialmente a visceral – apresenta
características mais aterogênicas e contribui
com maior risco para desenvolvimento de
resistência à insulina, diabetes melito,
hipertensão arterial e dislipidemias.
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL
| GORDURA VISCERAL

É importante ressaltar que essas diferenciações dos tipos de gordura


localizados na região abdominal só podem ser observadas a partir de
diagnósticos por imagem, como tomografia computadorizada (TC),
ultrassonografia ou ressonância magnética (RM).
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA
CORPORAL | GORDURA VISCERAL
❖ A medida da relação cintura-quadril (RCQ) foi bastante utilizada na predição do
risco de doenças cardiovasculares, porém, atualmente, apenas a medida da
circunferência da cintura (CC) tem demonstrado ser eficiente nessa predição.
Existem controvérsias quanto aos diferentes locais para tomada da CC.

❖ A OMS recomenda que essa medida seja realizada no ponto médio entre a última
costela e a crista ilíaca superior, porém é importante reconhecer a dificuldade dessa
medida em indivíduos obesos.
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA
CORPORAL | GORDURA VISCERAL

É importante destacar que a medida da CC, isoladamente, não é capaz de


distinguir gordura visceral de gordura subcutânea, então, deve ser utilizada
em conjunto com outros fatores para identificação do risco de doenças
cardiovasculares. Entretanto, diversos autores demonstram a boa
correlação entre esta medida e o volume de gordura visceral, lipídios e
insulina plasmáticos.
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA
CORPORAL | GORDURA VISCERAL

A relação entre cintura e estatura (RCE) tem sido proposta por alguns autores para avaliar o risco de
doenças cardiovasculares. Estudos sugerem que este índice apresenta igual ou maior correlação com a
gordura visceral que a CC isolada e se correlaciona melhor com a gordura visceral que o IMC ou a RCQ.
Uma metanálise realizada com 19 estudos e mais de 300 mil indivíduos de diversas etnias demonstrou
que o índice CC/estatura obteve superioridade em relação à medida isolada da CC ou do IMC na
detecção de fatores de risco cardiometabólicos em homens e mulheres.

Os autores sugerem a inclusão desta avaliação na detecção do risco cardiometabólico. Propõe-se que
valores de RCE > 0,5 estejam associados a risco cardiovascular.
CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA
CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO
❖ O resultado obtido é comparado com os valores de referência na tabela de
percentis por Frisancho com posterior interpretação.

PERCENTIL TECIDO ADIPOSO TECIDO MUSCULAR


<5 Baixa reserva Baixa reserva
5 a 15 Abaixo da média Abaixo da média/risco para
déficit
16 a 85 Média Média
86 a 95 Acima da média Acima da média/adequada
≥ 95 Excesso de gordura Ótima reserva

Fonte: adaptada de Lee e Nieman, 1993.


Circunferência do braço
Circunferência do braço
ADEQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50

Classificação Desnutrição Desnutrição Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade


grave moderada leve

CB < 70 % 70 – 80 % 80 – 90 % 90 – 110 % 110 – 120 % > 120 %

Fonte: Blackburn e Thornton (1979).


CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO

PERCENTIL TECIDO MUSCULAR


<5 Baixa reserva
Risco de déficit de massa
5 a 10 muscular
10 a 94 Adequado

≥ 95 Musculatura desenvolvida
CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100


CMB percentil 50

Classificação Desnutrição Desnutrição Desnutrição Eutrofia


grave moderada leve

CB < 70 % 70 – 80 % 80 – 90 % 90 – 110 %

Fonte: Blackburn e Thornton (1979).


ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA
AMB CORRIGIDA
ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO
AVALIAÇÃO DA ADIPOSIDADE SUBCUTÂNEA
≥ 33%
BONS ESTUDOS!

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