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E-BOOK NUTRITOTAL

Caminhos do
Atendimento
Nutricional do
paciente adulto

EQUIPE NUTRITOTAL PRO &


GANEP EDUCAÇÃO
Índice

3 INTRODUÇÃO

5 O ATENDIMENTO NUTRICIONAL IDEAL

7 ACOLHIMENTO

9 TRIAGEM NUTRICIONAL

12 ANAMNESE

15 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

19 ANÁLISE DOS SINAIS E SINTOMAS

23 ANTROPOMETRIA

27 DIAGNÓSTICO E CONDUTA NUTRICIONAL

29 CONCLUSÃO

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01
INTRODUÇÃO
O atendimento nutricional
representa uma grande parte da
carreira do nutricionista. Seja no
consultório, no hospital, ou até
mesmo online, a assistência
nutricional de qualidade é
mandatória para o nutricionista que
deseja se destacar, e fazer a
diferença na vida de seus pacientes.
Pouco vale o conhecimento teórico,
quando o profissional que o
contempla não consegue aplicá-lo
em diferentes contextos.

Apesar disso, são comuns os relatos


de estudantes e nutricionistas que
se vêem confusos e despreparados
durante o atendimento nutricional
do paciente adulto. Neste contexto,
dúvidas comuns incluem:
Como guiar uma boa consulta?
Existe uma ordem ideal?
Quais as melhores perguntas a
se fazer?
Quais ferramentas posso
utilizar?
Dentre muitas outras.

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Se você já se fez algumas dessas perguntas, não se preocupe: você
não está sozinho(a). É por isso que, há anos, o Nutritotal PRO e o
Ganep Educação vêm guiando a conduta nutricional de milhares de
nutricionistas, auxiliando na formação profissional contínua e de
qualidade. Seja através de artigos, vídeos ou cursos, buscamos reunir
as melhores informações científicas para respaldar o trabalho dos
nutricionistas, e ajudá-los a oferecer um atendimento nutricional
embasado e eficaz.

Neste e-book, não seria diferente! Nas páginas a seguir, você irá
mergulhar nas melhores práticas para guiar o atendimento nutricional
de adultos, desde o acolhimento e atendimento humanizado, até o
diagnóstico e a conduta nutricional mais adequada. Ao longo deste
material, exploramos minuciosamente o atendimento nutricional
ideal, em um passo-a-passo com tudo o que o nutricionista precisa
para oferecer a melhor experiência aos seus pacientes.

Ao final desta jornada, esperamos que você esteja munido(a) de


informações relevantes e práticas que o(a) capacitarão a oferecer uma
assistência nutricional de excelência. Aproveite esta trajetória de
muito aprendizado e transformação!

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02
O ATENDIMENTO
NUTRICIONAL
IDEAL

O atendimento nutricional ideal


existe?

Essa é uma questão que pode


surgir ao considerarmos as
diversas abordagens e estilos
adotados por diferentes
nutricionistas durante uma
consulta. É claro, é importante
reconhecermos que cada
profissional possui seu próprio
modo de conduzir o
atendimento nutricional,
levando em conta sua
experiência, público alvo,
conhecimento e individualidade.
No entanto, mesmo diante dessa
diversidade, existem passos
essenciais que podem contribuir
para o atendimento ideal,
resultando em diagnósticos mais
precisos, e intervenções mais
assertivas.

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Ao seguir uma sequência de etapas fundamentais, o nutricionista tem
a oportunidade de estabelecer uma base sólida para o atendimento
nutricional o mais próximo da excelência. E qual sequência é esta? É o
que iremos explorar a seguir.

Triagem
Acolhimento Anamnese
nutricional

Análise dos Avaliação do


sinais e consumo Antropometria
sintomas alimentar

Diagnóstico e
conduta
nutricional

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03
ACOLHIMENTO
O primeiro passo para todo
atendimento nutricional de
qualidade, independente de quem
está diante de nós, é o acolhimento
e a empatia.

Quantas vezes você já não ouviu


alguém se referir ao nutricionista
como um profissional rígido, que
causa medo e “pune” os pacientes
quando estes não seguem as suas
“regras”? Infelizmente, este
estereótipo é o retrato de grande
parte dos profissionais de nutrição,
que se esquecem que, diante de si,
está uma pessoa com suas próprias
vivências, individualidades,
dificuldades e potências.

Quando um indivíduo busca auxílio


nutricional, muitas vezes está
enfrentando desafios em relação à
sua saúde, alimentação, ou até
mesmo lidando com questões
emocionais relacionadas ao seu
corpo e bem-estar. É nesse
momento que o nutricionista tem a
oportunidade de oferecer suporte e
compreensão, proporcionando um
ambiente seguro e acolhedor.

07
PRATIQUE A ESCUTA ATIVA
Mostre-se verdadeiramente interessado na
história, preocupações e objetivos do
paciente, sem julgamentos. Evite interrupções
e mantenha contato visual, demonstrando que
você está prestanto atenção.

CRIE UM AMBIENTE ACOLHEDOR


Certifique-se de que o ambiente físico seja
confortável e acolhedor. Isso pode incluir
iluminação adequada, decoração agradável e
privacidade suficiente para que o paciente se
sinta à vontade para compartilhar suas
informações pessoais.

UTILIZE UMA LINGUAGEM ACESSÍVEL


Evite jargões técnicos e utilize uma linguagem
clara e compreensível. Adaptar a comunicação
ao nível de entendimento do paciente é
essencial para garantir que ele compreenda as
informações transmitidas.

ESTABELEÇA METAS REALISTAS


Trabalhe em conjunto com o paciente para
estabelecer metas nutricionais realistas e
alcançáveis. Inclua o paciente no processo de
tomada de decisões e elabore um plano
alimentar que leve em consideração sua
rotina, preferências, cultura e contexto
socioeconômico.

OFEREÇA SUPORTE CONTÍNUO


Demonstre disponibilidade para responder a
dúvidas e oferecer suporte ao longo do
tratamento. Mostre ao paciente que ele pode
contar com você.

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04
TRIAGEM
NUTRICIONAL

A triagem nutricional é essencial


em um atendimento nutricional de
qualidade. Este é um processo
feito para identificar indivíduos
em risco de desnutrição ou com
necessidades nutricionais
específicas. A partir daí, será
possível traçar as medidas
necessárias para uma boa
intervenção nutricional.

A seguir, iremos apresentar as


ferramentas de triagem
nutricional mais utilizadas e
prestigiadas: Avaliação Subjetiva
Global (ASG) e Nutritional Risk
Screening 2002 (NRS 2002).

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ASG - AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL

A. HISTÓRIA

Peso
( 1 ) Mudou nos últimos 6 meses ( ) sim ( ) não
( 2 ) Continua perdendo atualmente ( ) sim ( ) não
( 2 ) Quantidade de perda ________ kg ( ) % perda __________ (>10%)
Peso atual___________kg Peso habitual _________ Kg

Dieta
(1) Mudança da dieta Mudança foi para:
(1) – ( ) Dieta hipocalórica
(1) - ( ) Dieta pastosa hipocalórica
(2) – ( ) Dieta líquida > 15 dias ou solução de infusão intravenosa > 5 dias ( ) Sim ( ) Não
(3) – ( ) Jejum ³ 5 dias

Sintomas gastrointestinais (Persistem por mais que 2 semanas)


(1) – ( ) Disfagia e/ou odinofagia
(1) – ( ) Náuseas
(1) – ( ) Vômitos
(1) – ( ) Diarreia
(2) – ( ) Anorexia/ Distensão Abdominal/ Dor abdominal

Capacidade funcional física (por mais



que duas semanas)
(1) – ( ) Abaixo do normal
(2) – ( ) Acamado

Diagnóstico
(1) – ( )
Baixo estresse
(2) – ( ) Moderado estresse
(3) – ( ) Alto estresse

B. EXAME FÍSICO C. CONCLUSÃO


( ) Perda de gordura subcutânea (tríceps/ tórax) ( ) Normal < 17 Pontos
( ) Edema Sacral ( ) Desnutrido Moderado 17 ≤ 22 pontos
( ) Ascite ( ) Desnutrido Grave > 22 pontos
( ) Músculo estriado

( ) Edema tornozelo

Fonte: DETSKY, A. S. e col, 1984; GARAVEL, M. e col, 1988 (Modificado).

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NRS 2002 - NUTRITIONAL RISK SCREENING 2002

1. TRIAGEM NUTRICIONAL
IMC < 20,5?
Houve perda de peso nos últimos 3 meses?
Houve redução na ingestão alimentar na última semana?
Portador de doença grave, mau estado geral ou em UTI?

Se a resposta for “sim” para qualquer questão, continue e preencha parte 2.


Se a resposta for “não” a todas as questões, reavalie o paciente semanalmente.
Se for indicada uma cirurgia de grande porte, continue e preencha a parte 2.

2. TRIAGEM FINAL

ESTADO NUTRICIONAL PREJUDICADO GRAVIDADE DA DOENÇA (AUMENTO NAS


NECESSIDADES NUTRICIONAIS)
Ausente Estado nutricional normal

Pontuação 0 Ausente Necessidades nutricionais


Pontuação 0 normais
Perda de peso> 5% em 3

Leve meses ou ingestão alimentar


Fratura de quadril,
Pontuação 1 menor que 50-75% da
Leve Pacientes crônicos com
necessidade normal na

Pontuação 1 complicações agudas:
última semana.

cirrose, DPOC, hemodiálise
crônica, diabetes, câncer.
Perda de peso> 5% em 2
meses ou IMC 18,5-20,5 + Cirurgia abdominal de
Moderado condição geral Moderado grande porte, fraturas,
Pontuação 2 comprometida ou ingestão Pontuação 2 pneumonia grave,

alimentar 25-60% da
leucemias e linfomas.
necessidade normal na
última semana.
Trauma craniano,
Grave Transplante de medula
Perda de peso> 5% em 1
Pontuação 3 óssea, pacientes em
mês (>15% em 3 meses) ou
Grave cuidados intensivos
IMC 18,5 + condição geral

(APACHE> 10).
Pontuação 3 comprometida ou ingestão

alimentar 0-25% da
necessidade normal na
última semana.

3. RESULTADO
Some as duas pontuações. Se o paciente tiver 70 anos ou mais, adicione 1 ponto à pontuação
total.
Pontuação ≥ 3: o paciente está em risco nutricional e o cuidado nutricional é iniciado.
Pontuação < 3: reavaliar paciente semanalmente. Se o paciente tem indicação para cirurgia de
grande porte, considerar plano de cuidado nutricional para evitar riscos associados.

11
05
ANAMNESE
A anamnese nutricional é o processo de
coleta de informações detalhadas sobre
o histórico alimentar, hábitos
alimentares, saúde geral e estilo de vida
de um indivíduo.

Aqui, o objetivo é obter uma


compreensão abrangente da situação
nutricional do seu paciente. Através da
anamnese, será possível identificar
preferências alimentares, restrições,
alergias, aversões, padrões de consumo,
hábitos alimentares irregulares, além de
avaliar o estado nutricional atual.

Uma boa anamnese deve ser conduzida


de maneira fluida e flexível, permitindo
uma conversa aberta e natural. É
importante estar atento para que o
diálogo não fique “robótico”,
adaptando-se de acordo com as
respostas e necessidades individuais do
paciente.

Embora a anamnese nutricional deva


ser flexível, alguns tipos de perguntas
são essenciais para obter informações
relevantes. A seguir, apresentamos uma
ficha de anamnese geral com as
questões fundamentais.

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06
AVALIAÇÃO DO
CONSUMO
ALIMENTAR

A avaliação do consumo alimentar é


uma etapa essencial no
atendimento nutricional do
paciente adulto. Ela fornece
informações importantes sobre os
hábitos alimentares, padrões de
consumo e nutrientes ingeridos,
permitindo ao nutricionista uma
compreensão mais detalhada da
alimentação do indivíduo.

Existem diferentes métodos para


realizar essa avaliação, sendo três
deles amplamente utilizados: o
Recordatório de 24 horas, o
Recordatório Individual e o
Questionário de Frequência
Alimentar (QFA). A seguir,
apresentamos as características de
cada um destes métodos, suas
vantagens e desvantagens.

15
RECORDATÓRIO DE 24 HORAS (R24H)

O R24h é um método no qual o paciente relata todos os alimentos e


bebidas consumidos nas últimas 24 horas. O nutricionista deve realizar
uma entrevista, registrando:
Refeições (principais e intermediárias)
Quantidades
Ingredientes adicionados (como o sal de mesa)
Horário e local de consumo
Marcas
Métodos de preparo dos alimentos.

Vantagens: Desvantagens:
✔ Permite avaliar a ingestão em ✖ Pode estar sujeito a erros de
um curto prazo. memória e subestimação do
✔ Pode ser aplicado rapidamente. consumo.
✔ Captura informações ✖ Não reflete necessariamente o
detalhadas sobre os alimentos padrão alimentar habitual do
consumidos. paciente.
✖ Pode exigir um maior esforço
de recordação e colaboração por
parte do paciente.

Então, quando usar?


O R24h pode ser utilizado quando o tempo de atendimento é mais curto,
como em ambientes hospitalares.

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RECORDATÓRIO INDIVIDUAL

O Recordatório Individual é um método em que o paciente relata os alimentos


e bebidas consumidos em um período mais longo, geralmente de 2 a 7 dias.
Diferentemente do R24h, o recordatório individual busca capturar o padrão
alimentar geral do paciente, considerando variações ao longo do tempo.

Para que o recordatório individual seja efetivo, o nutricionista deve orientar o


paciente a registrar detalhadamente todos os alimentos e bebidas consumidos,
incluindo quantidades e métodos de preparo, seja em formulários impressos,
aplicativos ou por outro meio mais conveniente.

Vantagens: Desvantagens:
✔ Captura informações mais ✖ Exige maior esforço e colaboração
abrangentes sobre a ingestão do paciente para registrar os
alimentar, minimizando possíveis alimentos consumidos.
distorções do recordatório de 24h. ✖ Está sujeito a possíveis erros de
✔ Permite avaliar a alimentação em subestimação e superestimação do
dias habituais ou não (como eventos consumo.
especiais, comemorações…) ✖ Requer um maior tempo,
✔ Permite o uso da tecnologia e prolongando a avaliação por parte do
recursos fotográficos. nutricionista.

Então, quando usar?


Quando o paciente e o nutricionista dispõem de um maior tempo para registrar
e avaliar a alimentação, fornecendo informações mais ricas. Porém, este
método deve contar com o treinamento adequado do paciente.

17
QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR (QFA)

O questionário de frequência alimentar (QFA) é um método que busca


avaliar a frequência de consumo de alimentos e bebidas ao longo de um
período mais amplo, como semanas ou meses.

Nessa estratégia, o paciente responde a um questionário estruturado, no


qual são listados diversos alimentos, e o paciente indica com que frequência
os consome (por exemplo, diariamente, semanalmente, mensalmente). O
QFA permite ao nutricionista estimar a quantidade média de consumo de
determinados alimentos ou grupos alimentares.

Vantagens: Desvantagens:
✔ Avalia o padrão alimentar em um ✖ Depende da precisão e da
período mais longo. honestidade do paciente.
✔ Possibilita estimar o consumo ✖ Não fornece informações
médio de grupos alimentares. detalhadas sobre quantidades
✔ Pode ser aplicado de forma mais exatas de alimentos consumidos.
autônoma pelo paciente, sem a ✖ Está sujeito a erros de
necessidade de supervisão direta. subestimação e superestimação da
frequência de consumo.

Então, quando usar?


Pode ser utilizado quando se deseja obter o padrão alimentar em um período
mais longo, de forma rápida e simplificada. É especialmente útil em estudos de
pesquisa populacional, ou para investigar grupos alimentares e nutrientes-
chave.

18
07
ANÁLISE DE
SINAIS E
SINTOMAS
A análise de sinais e sintomas de
disfunções nutricionais, também
conhecida como “semiologia
nutricional”, é outra etapa
fundamental no atendimento
nutricional.

Os sintomas são sensações


subjetivas já relatadas pelo paciente
na anamnese, enquanto os sinais são
manifestações clínicas que podem
ser observadas por exame físico.

O exame físico permite que o


nutricionista avalie alterações nos
tecidos externos do paciente que
podem ser decorrentes de
alimentação inadequada e
deficiência ou excesso de ingestão
de determinados nutrientes. Nesse
exame, é importante que o
nutricionista considere
principalmente os sinais referentes
aos problemas mais frequentes na
faixa etária do indivíduo, sem
ignorar os dados do consumo
alimentar e da anamnese.

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Para realizar esse exame é importante que o nutricionista:

– Higienize as mãos e os equipamentos que utilizará para evitar riscos


de contaminação ao paciente;

– Explique todos os procedimentos a serem realizados para que com a


concordância do paciente, o mesmo colabore com o exame e ambos
evitem situações de constrangimento;

– Esteja com vestimenta adequada que facilite sua atividade, assim


como o paciente. E que deixe descobertas apenas as áreas do corpo
do paciente que precisam ser avaliadas;

– Realize o exame em ambiente propício que permita ao paciente se


sentir à vontade, com privacidade, iluminação e temperatura
adequadas;

– Avalie o peso e o abdômen do paciente, preferencialmente antes


das refeições e que este esteja com a bexiga vazia;

– Meça a tensão arterial somente após questionar se o paciente


realizou atividade física ou se ingeriu medicamentos e energéticos
antes da consulta, pois essas condições alteram a pressão arterial.
Além disso, quando for realizar a medição, espere o momento em que
o paciente estiver mais tranquilo, geralmente, do meio para o final da
consulta;

– Expresse interesse e respeito ao relato do paciente, de forma a


motivá-lo a contar sobre todas as suas condições clínicas;

– Não julgue a história do paciente para não coibi-lo, nem incentivá-


lo a omissões.

E o que examinar no corpo do paciente? Veja na tabela a seguir.

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Características em condições
Região O que observar?
normais

Coloração adequada, brilhantes,


Coloração, brilho, quantidade, crescimento normal, firmes,
Cabelo
espessura, hidratação, alopecia macios ao toque e difíceis de
arrancar

Aspecto, cores da mucosa e


membrana, sinais de excesso de
nutrientes (xantelasma, arco córneo Brilhantes, membranas róseas e
Olhos lipídico), sinais de deficiência de úmidas, sem manchas e boa
nutrientes (olhos escuros e flácidos ao adaptação visual no escuro
redor) e condições de hipovitaminoses
(xeroftalmia, nictalopia)

Coloração da mucosa, presença de


Lábios Lábios macios e sem inflamações
lesões causadas por hipovitaminoses

Língua vermelha, paladar


Coloração, integridade papilar, edema,
Língua preservado e superfície normal,
espessamento
sem edema

Ausência de edemas e
Gengiva Edema, porosidade e sangramento
sangramento

Presença de cáries, ausência de


Arcada dentária íntegra, sem
dentes, uso de prótese, alterações em
ausência de dentes, prótese bem
Dentes função de excesso ou escassez de
adaptada, sem comprometimento
nutrientes
da mastigação

Presença de edema ou depleção


(exposição do arco zigomático),
Bom estado geral, sem sinais de
Face palidez, atrofia unilateral ou
edema ou depleção
bitemporal, aspecto cansado,
aparência deprimida

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Características em condições
Região O que observar?
normais

Cor, turgor, presença de edema, Cor uniforme, turgor preservado


Pele pigmentação, integridade, brilho, ou compatível com a idade, sem
temperatura edema, aparência saudável e lisa

Forma, contorno, ângulo, coloração, Uniformes, arredondas, lisas e


Unhas
rigidez e presença de micoses firmes, sem micoses

Rigidez (flácido ou tenso), volume


(distendido, globoso ou escavado) e
Abdômen presença de gases: pouco (normal), Ausência das alterações referidas
maciez (quando há tumor) ou
timpânico

Excesso de tecido adiposo ou déficit


Tecido
de tecido subcutâneo (flacidez) e Ausência das alterações referidas
subcutâneo
presença de edema

Tecido
muscular Retração ou atrofia Ausência das alterações referidas
esquelético

Sistema Perdas do controle na contração ou


Ausência das alterações referidas
nervoso parestesias

Condição
Desidratação ou edema Ausência das alterações referidas
hídrica

Agora que você já entendeu os fundamentos e processos que compreendem


a semiologia nutricional, clique aqui para conferir uma tabela de sinais
indicadores de disfunções ou doenças relacionadas à nutrição.

22
08
ANTROPOMETRIA
A antropometria é uma importante
ferramenta utilizada no atendimento
nutricional, a fim de se obter uma
avaliação global da composição
corporal.

Nos últimos tempos, a bioimpedância


ganhou destaque por oferecer, de
modo prático e rápido, informações
precisas sobre a composição corporal
dos pacientes. Assim, a BIA se tornou
um diferencial nos consultórios.

No entanto, é importante destacar


que nos hospitais e na maioria dos
consultórios pelo país, a BIA ainda
está indisponível devido a diferentes
fatores, como a limitação financeira e
falta de treinamento.

Portanto, é imprescindível que o bom


nutricionista domine as medidas,
índices e indicadores antropométricos
“originais”, como peso, estatura, e
circunferências corporais e dobras
cutâneas. A seguir, apresentamos os
principais indicadores
antropométricos usados na prática
clínica, e como interpretá-los.

23
PERCENTUAL DE PERDA DE PESO (%PP)

Objetivo Fórmula
Avaliar as mudanças de peso em % PP = (Pu - Pa) x 100
um determinado período. Pu

Pu: peso usual (kg); Pa: peso atual (kg).

Tempo Perda de peso moderada (%) Perda de peso grave (%)

1 semana 1 a 2 > 2

1 mês 5 > 5

2 meses 7.5 > 7.5

6 meses 10 > 10

Blackburn; Bristian (1977).

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

Objetivo Fórmula
Avaliar a adequação do peso em IMC = P
relação à altura. E²

P: peso (kg); E: estatura (m).

IMC Classificação

< 18.5 Abaixo do peso

18.5 a 24.9 Peso normal

25 a 29.9 Excesso de peso

30 a 34.9 Obesidade grau I

35 a 39.9 Obesidade grau II

≥ 40 Obesidade grau III

WHO (1975).

24
PESO IDEAL PELO IMC (PI)

Objetivo Fórmula

Calcular o peso ideal segundo a Pi = IMC desejado x E²


estatura, considerando o IMC E: estatura (m);
ideal para cada sexo

Sexo IMC desejado

Feminino 21 kg/m²

Masculino 22 kg/m²

CIRCUNFERÊNCIA DE CINTURA (CC)

Objetivo
Como medir?
Medida utilizada para determinar Deve ser aferida no ponto médio
os riscos para doenças entre a última costela e a crista
cardiovasculares, sendo ilíaca.
classificada de acordo com o
sexo.

Risco de complicações
CC (cm) - Homens CC (cm) - Mulheres
metabólicas

Sem risco < 94 <80

Risco elevado ≥ 94 ≥80

Risco muito elevado ≥ 102 ≥88

WHO (1978).

25
RELAÇÃO CINTURA QUADRIL (RCQ)

Objetivo Como medir? Fórmula


A circunferência do Avaliar a distribuição de
quadril deve ser aferida gordura corporal na RCQ = CC
no ponto de maior região abdominal, em CQ
volume da região relação à distribuição CC: circunf. de cintura
trocantérica. nos quadris. (cm);
CQ: circunf. de quadril
(cm).

Sexo Favorável Desfavorável

Feminino < 0.85 ≥ 0.85

Masculino < 1 ≥ 1.10

WHO (1998).

DOBRAS CUTÂNEAS

A medição de dobras cutâneas é uma estratégia que nos permite fazer a


classificação da gordura corporal dos indivíduos a partir de referências
anatômicas bem definidas.

Para aprender como utilizar as dobras cutâneas na avaliação da composição


corporal, clique aqui.

26
09
DIAGNÓSTICO E
CONDUTA
NUTRICIONAL

Após a coleta de informações


valiosas durante as etapas
anteriores do processo de
atendimento nutricional, chegamos
a uma fase crucial: o diagnóstico e
a definição da conduta nutricional.
Nestas etapas finais, você deve
estabelecer um plano de tratamento
personalizado e eficaz para o seu
paciente.

O diagnóstico nutricional é
realizado a partir da análise
criteriosa de todos os dados
obtidos durante a triagem
nutricional, anamnese, avaliação do
consumo alimentar, análise de
sinais e sintomas, e antropometria.

27
É importante ressaltar que esse diagnóstico não se limita apenas a
identificar deficiências ou excessos nutricionais, mas também leva em
consideração fatores como a saúde geral do indivíduo, suas
preferências alimentares, histórico médico, estilo de vida e objetivos
específicos. A partir dessa avaliação completa, o nutricionista é capaz
de compreender a situação atual do paciente, suas necessidades
nutricionais e possíveis desequilíbrios que precisam ser corrigidos.

Com base nesse diagnóstico, é possível desenvolver uma conduta


nutricional personalizada, que irá direcionar as intervenções e
orientações a serem fornecidas. A conduta nutricional envolve a
definição de metas realistas e alcançáveis, considerando o contexto e
as particularidades do paciente. É importante que o plano alimentar
proposto seja adaptado às preferências individuais, cultura, condições
socioeconômicas e disponibilidade de alimentos. Além disso, a
conduta nutricional deve ser flexível o suficiente para permitir ajustes
ao longo do tempo, à medida que o paciente progride em direção aos
seus objetivos.

É fundamental que o nutricionista seja capaz de transmitir as


informações de forma clara e objetiva ao paciente, orientando-o
sobre as mudanças necessárias em sua alimentação e estilo de vida. A
educação alimentar desempenha um papel crucial nesse processo,
capacitando o indivíduo a fazer escolhas saudáveis e sustentáveis.

Ao longo do tratamento, é importante monitorar a evolução do


paciente, por meio de reavaliações periódicas e ajustes no plano de
conduta nutricional, se necessário. O acompanhamento contínuo é
essencial para garantir que as metas sejam alcançadas e para oferecer
suporte ao paciente durante todo o processo.

28
10
CONCLUSÃO
Ao longo deste ebook, exploramos
os caminhos do atendimento
nutricional no paciente adulto,
buscando fornecer orientações e
insights valiosos para nutricionistas
que desejam se destacar e fazer a
diferença na vida de seus pacientes.

Ao final desta jornada, queremos


reiterar nosso compromisso em
fornecer informações relevantes e
práticas para nutricionistas.
Acreditamos que você está agora
mais preparado(a) para oferecer
uma assistência nutricional de
excelência, utilizando o
conhecimento adquirido ao longo
deste material para impactar
positivamente a vida dos seus
pacientes.

29
Lembre-se de que cada encontro com um paciente é uma
oportunidade única de ajudar, motivar e inspirar mudanças positivas
em sua saúde e bem-estar. Conte conosco para apoiá-lo(a) nessa
jornada contínua de aprendizado e transformação, fornecendo as
melhores práticas e informações científicas atualizadas.

Aproveite o que aprendeu aqui e aplique-o com confiança. Continue


Acolhimento
buscando conhecimento, explorando novas pesquisas e aprimorando
suas habilidades profissionais. Com dedicação e paixão pela nutrição,
você está capacitado(a) para oferecer um atendimento nutricional
excepcional aos seus pacientes.

Antropometria
Conte conosco,
Equipe Nutritotal PRO e Ganep Educação

30
www.nutritotal.com.br

2023

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