O documento discute a importância de planos de amostragem para análises microbiológicas de alimentos, destacando que amostras devem representar adequadamente as condições do alimento como um todo. Explica que planos de amostragem determinam o número de amostras a serem analisadas de acordo com o risco microbiológico envolvido, variando de 2 a 3 classes. Também aborda conceitos como lote e critérios para coleta, preparo, transporte e análise de amostras.
Descrição original:
coleta da amostragem
Título original
Aula 1 - Coleta transporte estocagem e preparação de amostras
O documento discute a importância de planos de amostragem para análises microbiológicas de alimentos, destacando que amostras devem representar adequadamente as condições do alimento como um todo. Explica que planos de amostragem determinam o número de amostras a serem analisadas de acordo com o risco microbiológico envolvido, variando de 2 a 3 classes. Também aborda conceitos como lote e critérios para coleta, preparo, transporte e análise de amostras.
O documento discute a importância de planos de amostragem para análises microbiológicas de alimentos, destacando que amostras devem representar adequadamente as condições do alimento como um todo. Explica que planos de amostragem determinam o número de amostras a serem analisadas de acordo com o risco microbiológico envolvido, variando de 2 a 3 classes. Também aborda conceitos como lote e critérios para coleta, preparo, transporte e análise de amostras.
do plano de amostragem Coleta e preparo de amostras Prof. Dra. Elisângela Serenato Madalozzo Para que se fazem análises microbiológicas de um alimento INTRODUÇÃO • Ela é necessária para a obtenção de informações sobre as condições de higiene durante sua produção, processamento, armazenamento e distribuição para o consumo;
• Para obter informações sobre sua vida de prateleira e sobre o
risco que representa à saúde;
• Quando um alimento é suspeito de ter causado uma enfermidade
de origem alimentar; Como garanto que minha análise representa a real condição microbiológica do alimento INTRODUÇÃO • Para que os resultados da análise microbiológica de um alimento reflitam de forma fiel as condições microbiológicas do alimento analisado, vários requisitos devem ser atendidos:
• Uso de métodos analíticos adequados;
• Amostras analisadas representam o alimento como um todo.
• Nenhum destes requisitos é fácil de ser seguido, pois os MO
contaminantes nos alimentos podem ser inúmeros, não só em quantidade, mas também em variedade, requerendo métodos específicos de análise, e sua distribuição no alimento não é uniforme. Posso analisar um lote completo ou mesmo todo o alimento que causou uma DTA INTRODUÇÃO • Considerando a impossibilidade de analisar microbiologicamente o alimento todo ou mesmo um lote completo, por razões de custo e caráter destrutivo da análise, realizam-se análises em amostras retiradas do alimento ou do lote; • A determinação do número de amostras a serem analisadas e os critérios de decisão compõem o que se denomina um PLANO DE AMOSTRAGEM; • Planos de amostragem foram inicialmente propostos pela Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas para Alimentos (ICMSF – International Commission on Microbiological Specifications for Foods) em 1974, e vêm sendo revistos desde então; • O Codex Alimentarius, órgão internacional formado pela FAO (Food and Agricultural Organization) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), ambos da Organização das Nações Unidas (ONU), é atualmente o fórum de discussão destes assuntos. PLANOS DE AMOSTRAGEM • Segundo a ICMSF, os diferentes planos de amostragem podem pertencer a quinze categorias distintas, de acordo com o grau de risco que os MO contaminantes nos alimentos oferecem ao consumidor;
• Este grau de risco é determinado pelo tipo de MO presente, pela sua
quantidade no alimento e pela probabilidade de seu número aumentar, diminuir ou se manter estável no alimento até o momento de ser consumido (Tabela 1); PLANOS DE AMOSTRAGEM • Em relação à análises microbiológicas é necessário definir alguns conceitos como: • Lote; • n; • c; • m; • M; • LOTE - é o total de unidades de um produto produzido, manuseado ou armazenado em condições idênticas, dentro de um determinado período. CONCEITOS CONCEITOS PLANOS DE 2 E 3 CLASSES PLANOS DE 2 E 3 CLASSES PLANOS DE AMOSTRAGEM • Os planos de amostragem para as categorias 1 a 9 são de três classes, enquanto para as categorias 10 a 15 são de duas classes (Tabela 2);
• À medida que o risco aumenta, aumenta também o rigor no plano de
amostragem, com aumento de n e diminuição de c, sendo o mais tolerante n = 5 e c = 3 (categoria 1) e o mais rigoroso n = 60 e c = 0 (categoria 15). EXEMPLO PLANOS DE AMOSTRAGEM • Considerando que as decisões de aprovar ou rejeitar um lote são baseadas nos resultados das unidades retiradas deste lote, deve-se levar em conta que estes resultados não necessariamente indicam a situação exata do lote;
• Existe sempre a possibilidade de rejeitar um lote que esteja satisfatório,
assim como aprovar um lote insatisfatório;
• No primeiro caso, há um risco para o produtor e no segundo, um risco
para o consumidor. PLANOS DE AMOSTRAGEM PLANOS DE AMOSTRAGEM • Na legislação brasileira sobre requisitos microbiológicos em alimentos, verifica-se que tanto a Portaria no 146, 1996, quanto a Resolução RDC- 12, 2001, da ANVISA:
• Determinam os valores de n, c, m e M nos critérios microbiológicos
para aprovação de alimentos disponibilizados para a população;
• Adotando n = 5 para todos os planos de amostragem, e valores de
c, m e M que variam de acordo com o alimento e o MO considerado. COLETA DE AMOSTRAS • Sempre que possível, amostras de alimentos acondicionados em embalagens individuais, devem ser coletadas e encaminhadas ao laboratório em sua embalagem original;
• Se a embalagem unitária contiver uma quantidade insuficiente para
análise e guarda de contra amostra, deve-se coletar várias embalagens unitárias, como parte de uma mesma unidade de amostra; FRASCOS PARA COLETA DE ALIMENTOS
• Frascos com tampas à prova de vazamento, de material não tóxico,
aprovado para contato com alimentos;
• Escolher frasco com tamanho adequado para a qualidade de alimento
que será coletada;
• Frascos e utensílios não pré-esterilizados que serão utilizados na coleta
devem, de preferência, ser esterilizados individualmente em autoclave (121°C/30 min); PROCEDIMENTO PARA COLETA • Homogeneizar a amostra, para garantir que a distribuição dos MO seja homogênea; • Se não for possível promover a homogeneização, retirar porções de diferentes partes do conteúdo, até obter a quantidade de produto adequada para compor a unidade de amostra; • Para coleta de pós em grandes embalagens, podem ser utilizados caladores ou amostradores verticais de tubo duplo, com comprimento suficiente para atingir o centro da massa; • Para amostras sólidas, deve-se utilizar facas, pinças, fórceps estéreis para cortar pedações menores do alimento; • No caso de blocos de alimentos congelados, o mais adequado é utilizar uma furadeira elétrica (broca estéril), combinada com um funil estéril; • Quando a coleta for feita através de torneiras ou tubulações, limpar a parte externa da saída com etanol 70%, flambar, se o material for resistente ao fogo, e deixar escoar; • Para margarinas e produtos similares recomenda-se remover a camada externa. PROCEDIMENTO PARA COLETA • Lembrar que a superfície externa dos frascos e bolsas de coleta não é estéril; • Ao retirar o instrumento de coleta cheio com o produto coletado, não manuseá-lo sobre os outros instrumentos pré-esterilizados; • Abrir os frascos ou bolsas de coleta apenas o necessário para introduzir o produto; • Não tocar a superfície interna dos frascos ou bolsas de coleta e suas tampas; • Alimentos contaminados podem conter MO perigosos para a saúde. ALIMENTOS ENVOLVIDOS EM DTA’s • Coletar e analisar amostras de todos os alimentos suspeitos, o mais cedo possível; • Não coletar se o alimento ficou muito tempo exposto à altas temperaturas ou em estado parcial de deterioração; • Se não houver sobras das refeições suspeitas, tentar uma das seguintes alternativas: • Coletar amostras de refeições similares, preparadas sob as mesmas condições; • Coletar amostras dos ingredientes e matéria-prima; • Coletar os vasilhames onde as refeições suspeitas se encontravam acondicionadas. TRANSPORTE E ESTOCAGEM • Transportar e estocar = da mesma forma que produto é transportado e estocado para comercialização; • Alimentos com baixa Aw → temperatura ambiente; • Alimentos congelados → como são comercializados, não podem ser total ou parcialmente descongelados durante o transporte (Compendium → transporte e estocagem abaixo de -20°C); • Alimentos refrigerados → manter refrigerado até momento da análise (Compendium → recomenda de 0 a 4,4°C, intervalo máximo de 36 hrs entre coleta e análise); • Alimentos comercialmente estéreis → transporte e estocagem em temperatura ambiente, evitar exposição à temperaturas acima de 40°C. RECEPÇÃO DE AMOSTRAS • Devem ser observadas as seguintes condições:
• Como foi feito o transporte → recusar embalagem rasgada, furada, violada,
com corpos estranhos; • Embalagem violada → comum em casos de amostras encaminhadas para responder a reclamações de consumidores.
• Constar na identificação da amostra, as condições em que a mesma
chegou para análise. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS • Envolve 3 etapas:
• Homogeneização do conteúdo e retirada da unidade analítica;
• Preparação da primeira diluição da unidade analítica; • Preparação das diluições decimais seriadas. HOMOGENEIZAÇÃO E RETIRADA DE AMOSTRA • Unidades analíticas para os ensaios de presença/ausência com enriquecimento em caldo específico: • Uma unidade analítica para cada ensaio → Salmonella, etc.
• Unidades analíticas para ensaios com tratamento diferenciado:
• Uma unidade para cada ensaio → esterilidade comercial, contagem de esporos de bactérias, etc.
• Unidade analítica para ensaios gerais de quantificação:
• Compreendem a contagem total de aeróbios mesófilos ou psicrotróficos, contagem de bolores e leveduras, etc. PREPARAÇÃO DA PRIMEIRA DILUIÇÃO • Ensaios de presença e ausência: • Feitos com caldos de enriquecimento. • Ensaios gerais de quantificação: • Diferentes recomendações dependendo do MO a ser analisado.
• Como obter a diluição 1:10 (10-1)?
• Como obter diluição inicial diferente de 1:10?
DILUIÇÃO DECIMAL SERIADA • OBJETIVO → reduzir o número de MO por unidade de volume; • O número de diluições vai depender do nível de contaminação esperado e deve ser tal que permita a contagem em placas; • Bactérias e leveduras = contagem entre 25 e 250 colônias; • Bolores = entre 5 e 50 colônias; • No método do Número Mais Provável (NMP) deve ser tal que permita a obtenção de tubos positivos na menores diluições e negativos nas maiores; • O procedimento de obtenção de todas as diluições e inoculação nos meios de cultura adequado não deve ultrapassar o tempo de 15 minutos.
• Como obter a segunda diluição (10-2)? E as demais?