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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRÍ

ANA BEATRIZ OLIVEIRA DINIZ


LORENA KETLYN DA SILVA DANTAS
MAYLLA RAYECHA QUEIROZ DE ASSIS

ROTEIRO DE ESTUDOS

SANTA CRUZ, RN
2023
O estado nutricional é o grau o qual avalia se as necessidades de um indivíduo
estão sendo alcançadas, referentes aos nutrientes que são ingeridos e
metabolizado pelo seu organismo, caso a ingestão de algum deles esteja abaixo ou
acima do recomendado, pode haver danos ao organismo, causando diferentes
doenças que impactam a qualidade de vida. Assim, quanto mais indivíduos são
avaliados do ponto de vista nutricional, e quanto mais frequentes são essas
avaliações, mais intervenções podem ser instituídas.

A avaliação nutricional se dá inicialmente por Anamnese, onde o profissional


em conversa com o paciente identifica melhor os hábitos alimentares, sua história
clínica e o histórico familiar, com o intuito de identificar assim os riscos inerentes.
Após, com o auxílio de exames laboratoriais e da avaliação de composição corporal,
o profissional identifica parâmetros bioquímicos que revelam com precisão os
indicadores que mostram o que pode interferir na preservação da saúde do seu
paciente. A avaliação leva em consideração também a altura, o peso, a estrutura
óssea, sexo, faixa etária e a distribuição de massa pelo corpo do paciente.

O estado nutricional é avaliado com base em métodos objetivos, quando


compreendem exames antropométricos (peso, altura, dobras cutâneas),
laboratoriais (hemoglobina, perfil lipídico) e outros mais sofisticados (densitometria,
bioimpedância). Como também é avaliado com os métodos subjetivos, os quais
abarcam o exame clínico nutricional ou semiologia (sinais e sintomas clínicos
nutricionais), avaliação subjetiva global e avaliação muscular subjetiva. Nessa
perspectiva, tendo avaliação nutricional subjetiva um método clínico de avaliação do
estado nutricional, que considera não apenas alterações da composição corporal,
mas também alterações funcionais do paciente. É um método simples, de baixo
custo e não-invasivo, podendo ser realizado à beira do leito.

Outrossim, tem a antropometria como a ciência de medida do tamanho


corporal (NASA,1978). É um método não invasivo de baixo custo e universalmente
aplicável, com o intuito de avaliar tamanho, proporção e composição corporal
humana. Como diz Sobral (l985) "o método antropométrico baseia-se na
mensuração sistemática e na análise quantitativa das variações dimensionais do
corpo humano". Desse modo os dados antropométricos mais utilizados em estudos
epidemiológicos e nutricionais são com informações sobre o peso, altura e pregas
cutâneas do paciente. Tendo como referência para a análise dos casos as medidas
recomendadas e padrões de idade e gênero do indivíduo baseado no fato de
diferenças expressivas entre o gênero masculino e feminino

Assim, por fim vale ressaltar a importância das medidas que são mais
comumente detectadas no paciente, como peso, altura e circunferências. O peso é
uma das medidas mais importantes nas avaliações nutricionais, pois está incluído
nas equações de estimativa de gasto energético e nos índices de composição
corporal. Representa a soma de todos os compartimentos corporais, sendo essa
sua maior limitação, pois dessa forma não discrimina a composição corporal, a
condição hídrica ou as diferenças na estrutura óssea do indivíduo. A altura,
geralmente aferida em pé (no caso de crianças, adultos e idosos sem limitações),
deitado (crianças menores de 24 meses); pode ser por estimativa (ou “recumbente”,
feita quando o paciente não pode se movimentar fora do leito), por envergadura
(quando afere-se a distância entre os dedos médios do indivíduo com os braços
estendidos de costas para a parede, ou pela distância entre o dedo médio de um
dos braços estendido até o meio do esterno na altura do ombro e multiplicado o
resultado por 2), por perna ou altura do joelho (utilizada para a estimativa da altura,
de acamados ou não, especialmente de idosos), sendo utilizado como medida para
base de vários cálculos de estado nutricional do paciente. Circunferência podem ser
usados como indicadores de reserva de massa magra e gorda, com o objetivo
principal de identificar desnutrição. Circunferência do braço, diminui com a perda de
peso aguda e crônica e pode ser usada para estimar o grau de desnutrição do tipo
marasmo. Estudos comprovam que ela apresenta alta especificidade, porém baixa
sensibilidade como indicador de desnutrição, portanto a CB pode não ser um bom
método para avaliar o estado nutricional em busca da desnutrição. Mas pode ser
confiável para avaliar mudanças na composição corporal. Assim os dados da CB
são mais acurados como medidas seriadas durante o tempo, ao invés de isolada.
Circunferência abdominal é a melhor medição para o diagnóstico de doenças dos
fatores de riscos relacionados a doenças artérias-coronárias. Para conseguir um
indicativo de que essa gordura pode causar problema basta medir a circunferência
do abdômen. O risco de desenvolver doenças cardiovasculares, por exemplo, para
os homens com mais de 94 centímetros de circunferência. Já para as mulheres a
partir dos 80 centímetros. A circunferência da panturrilha (CP) tem sido utilizada em
estudos recentes com o objetivo de mensurar a massa muscular e estimar a
prevalência de sarcopenia, predizer incapacidade, mortalidade e necessidade de
cuidados, bem como para determinação de pontos de corte de massa muscular
diminuída principalmente na população idosa. Na literatura O valor de referência é
31 cm a 35 cm em mulheres; 33 cm a 34 cm em homens circunferências abaixo
desse valor são preocupantes, pois demonstra uma diminuição da força muscular,
desnutrição, mas ainda há uma grande distorção quanto a valores de referência,
dificultando o julgamento clínico e a tomada de decisão terapêutica pelo profissional
na prática clínica.

REFERÊNCIAS

CRUZ, Kátia Acuña Thomaz. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e


Situação Nutricional da População Brasileira. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia e Metabologia vol 48 nº 3 Junho 2004.

MARTINS, Cristina. Antropometria. Instituto Cristina Martins, vol 1,2009. Disponível


em <
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2191654/mod_resource/content/1/Modulo_2
-_antropometria.pdf >

PAGOTTO, Valéria et al. Circunferência da panturrilha: validação clínica para


avaliação de massa muscular em idosos. Revista Brasileira de Enfermagem, v.
71, p. 322-328, 2018.

“Vamos estudar um pouco de avaliação nutricional?”. Sanar,2018 Disponível em <


https://blog.sanarsaude.com/portal/residencias/artigos-noticias/avaliacao-nutricional
>. Acesso em 03 de nov de 2023.
APLICAÇÃO DOS CONCEITOS

- AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO ADULTO

Integrante 1 - Sexo feminino, 21 anos.

PESO 61.7 kg

ALTURA 1.62cm

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL 75cm

IMC 23,5

Análise: Com base no IMC a massa corporal está normal, o paciente apresenta
estado de eutrofia, e quanto ao risco cardíaco e complicações metabólicas não
apresenta, sendo analisada a circunferência abdominal.

Integrante 2 - Sexo feminino, 21 anos.

PESO 46,5

ALTURA 1.60cm

CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL 73cm

IMC 18

Análise: Com base no IMC a paciente apresenta déficit de massa corporal, com
baixo peso de forma leve, e quanto ao risco cardíaco e complicações metabólicas
não apresenta índices para o risco, devido a CA ser menos de 80cm.
- AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO IDOSO

Sexo feminino, 69 anos, peso: 67 kg, estatura: 1,54 cm.

Ao realizar o exame físico através da inspeção física do idoso, a ausculta e a


pulsação, obtivemos os seguintes resultados: uma boa audição; a visão direita é
limitada, visto que, o idoso enxerga 2%, decorrente de um problema da infância;
consegue se locomover, não possui nenhuma limitação; não possui manchas e
edemas e não tem problemas respiratórios e cardiovascular. Além disso, a pele não
é ressecada, tem cabelos hidratados e resistentes, não possui depleção, sem
aparecimento das fossas e músculos intercostais e não possui perda visível de
gordura subcutânea.

A circunferência da panturrilha mede 35 centímetros. Dessa forma, o idoso não


possui indicativos de perda de massa muscular e risco nutricional.

CONSIDERAÇÕES

Diante o exame físico, medida da circunferência da panturrilha e a aplicação do


MNA, foi possível observar que o idoso não há alterações nutricionais e, apesar da
visão direita ser prejudicada, o indivíduo não possui nenhuma limitação. Tendo uma
boa qualidade no estado nutricional.
- AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DA GESTANTE

Ana Cecília tem 25 anos e está grávida do seu primeiro filho e realizou todo o
pré-natal, sendo inclusive acompanhada por uma nutricionista, sendo registrado seu
peso em todas as consultas.

Dados: PPG: 63 kg Altura: 1,68 m


SG 11ª 15ª 20ª 22ª 35ª

Peso 64,5 kg 65kg 68kg 70 kg 75kg

IMC PRÉ GESTAÇÃO 22,3


CONSIDERAÇÕES

O ganho de peso recomendado até 40ª é de 8 a 12 kg, segundo a tabela da


caderneta da gestante, a referida gestante ganhou até a 35ª semana 12 kg.
Observando a tabela os ganhos de peso apresentaram uma curva ascendente, ou
seja, está adequado o ganho de peso e suficiente, todavia, apenas na 35ª que a
gestante está com um ganho de peso bem no limite e pode ocorrer, no final da
gestação, alguma complicação nutricional.

- AVALIAÇÃO NUTRICIONAL CRIANÇA E ADOLESCENTE

● ANÁLISE NUTRICIONAL CRIANÇA

a) Sexo feminino; 2 meses; Peso= 5,5 kg; Comprimento= 55,5 cm;


Perímetro cefálico= 35 cm; Perímetro torácico= 36 cm

b) Sexo masculino; 3,5 meses; Peso= 7,2 kg; Comprimento= 65 cm;


Perímetro cefálico= 41 cm; Perímetro torácico= 41,8 cm
c) Sexo feminino; 5,5 meses; Peso= 5,92 kg; Comprimento= 60 cm;
Perímetro cefálico= 39 cm; Perímetro torácico= 34cm
A- sexo feminino; 2 meses; estatura 55,5 cm.
C - sexo feminino; 5,5 meses; estatura 60 cm.

A - sexo feminino; 2 meses; peso 5,5 kg.


C- sexo feminino; 5,5 meses; peso 5,92.
A- sexo feminino; 2 meses; Perímetro cefálico= 35 cm;
C- sexo feminino; 5,5 meses; Perímetro cefálico= 39 cm;

B - sexo masculino; 3,5 meses; estatura 65 cm.


B- sexo masculino; 3,5 meses; peso 7,2kg.

B- sexo masculino; 3,5 meses; perímetro cefálico 39cm.


CONSIDERAÇÕES
MENINA A- Apresentou um um perímetro cefálico abaixo do esperado pra idade, o
ideal seria em a partir de 37cm, mas como a criança ainda está com 2 meses, esse
perímetro cefálico pode desenvolver muito até os 4 meses. A criança apresenta
comprimento adequado para a idade, assim como o peso também.
MENINO B- Apresentou um perímetro cefálico ideal para a idade da criança, quando
o peso também está com peso ideal e em relação a estatura também está ideal, com
um estado nutricional muito bom.
MENINA C-Apresentou um perímetro cefálico baixo quanto ao esperado para a
idade, o ideal seria em torno dos 41cm. Quanto a estatura apresentou no limite da
estatura, um pouco baixa também, o ideal seria em torno de de uns 60,5/61. Em
relação ao peso apresentou adequado para a idade da criança.

● ANÁLISE NUTRICIONAL ADOLESCENTE

a) ADE, 14 anos (menina)


Antropometria: Altura/Idade= P> 97, IMC= P90, Somatório pregas= P> 95, CC=
82cm,
O percentil relacionado a estatura/idade, indica que ela está com a estatura
adequada para a idade, já em relação ao IMC ela apresenta um quadro de
sobrepeso. O somatório de pregas indica que a adolescente possui, relacionado ao
tecido adiposo, obesidade e, com relação ao tecido muscular, ela se encontra acima
da média/adequada. De acordo com a medida a CC, apresenta risco cardiovascular.

b) DER, 16 anos (menina)


Antropometria: Altura/Idade= P50, IMC= P50, Somatório pregas= P15.
O percentil relacionado a estatura/idade, indica que ela está com a estatura
adequada para a idade. Com relação ao percentil de IMC, essa menina apresenta
eutrofia. O somatório de pregas indica que a adolescente possui, relacionado ao
tecido adiposo, média/adequado e, com relação ao tecido muscular,
eutrofia/adequado.
c) MVC, 15 anos (menino)
Antropometria: Altura/Idade= P25, IMC= P5, Somatório pregas= P15.
O percentil relacionado a estatura/idade, indica que ela está com a estatura
adequada para a idade. Com relação ao percentil de IMC, esse menino apresenta
eutrofia. O somatório das pregas indica que o adolescente possui, relacionado ao
tecido adiposo, média/adequado e, com relação ao tecido muscular,
eutrofia/adequado.

CONSIDERAÇÕES
Após observar a antropometria de duas meninas e um menino, é notório que
apenas a ADE encontra-se em situação nutricional desfavorável, a qual apresenta
sobrepeso, obesidade e risco de doenças cardiovasculares.
CONCLUSÃO

A partir do que foi exposto, conclui-se a importância e relevância da


execução desse trabalho para a formação profissional e acadêmica como
estudantes e futuros profissionais da enfermagem. Além disso, esse roteiro nos
possibilitou a adesão da teoria à prática, facilitando o aprendizado.
Nessa perspectiva, apesar das medidas antropométricas estarem ligadas
diretamente à nutrição, na enfermagem ela possui um excelente papel. Na Atenção
Primária à Saúde (APS), as medidas antropométricas servem para verificar o estado
nutricional em todas as idade, acompanhamento do estado nutricional das
gestantes, análise do crescimento e desenvolvimento infantil e, também, utilizadas
como parâmetros auxiliares no acompanhamento de pacientes portadores de
doenças crônicas e/ou obesos. Medidas essas que dão possibilidade de identificar
uma problemática de saúde que pode estar acontecendo com o indivíduo, assim, é
de grande importância identificar o paciente e analisar as medidas, realizar exame
físico para que se possa, previamente, identificar algo de errado, além disso ter
mais segurança quanto ao atendimento prestado. Portanto, foi de grande
importância o trabalho e a possibilidade de identificar a ligação do quanto a
enfermagem está relacionada com as condições nutricionais do paciente, visto que
as análises do estado nutricional juntamente com as medidas antropométricas e
anamneses podem contribuir significativamente com a profissão.

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