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FACULDADE DOS GUARARAPES

CURSO DE NUTRIÇÃO

KARINE LAIANE DE LIMA SILVA

Estado nutricional dos idosos com mais de 60 anos no lar e


Abrigo São Francisco de Assis, da cidade do Cabo, PE

Jaboatão dos Guararapes


2020
Sumário
INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 4
MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................ 6
RESULTADOS ESPERADOS ......................................................................................................... 9
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 18
ANEXO A - Anamnese nutricional ............................................................................................ 20
ANEXO B - Avaliação Subjetiva Global (ASG) ............................................................................ 21
ANEXO C- Mini Avaliação Nutricional Reduzida (MAN) Rubenstein et al, 2001:........................ 23
APÊNDICE A- MESA CAFÉ DA MANHÃ...................................................................................... 24
APÊNDICE B- FOTOS COM OS IDOSOS ..................................................................................... 25
APÊNDICE C- REALIZAÇÃO DA AÇÃO........................................................................................ 26
4

INTRODUÇÃO

O termo pessoa idosa, é designado para identificar indivíduos com 60


anos de idade ou mais, no Brasil e nos demais países subdesenvolvidos
(Brasil,2009).

A Organização Mundial de saúde (OMS) define que o envelhecimento é


considerado um processo natural, e é caracterizado por trazer diversas
alterações ao organismo, que podem influenciar no estado nutricional do
indivíduo idosos.

Segundo a projeção da população, do IBGE (2018) o número de idosos


tende a crescer. Segundo a pesquisa em 2043, um quarto da população terá
mais de 60 anos.

O aumento do número de idosos, associa-se ao aumento de doenças


crônicas e desnutrição (Danielewicz, Barbosa e Del Duca, 2014).

As alterações que acompanham o avanço da idade, norteiam os fatores


fisiológicos, fatores externos e psicossociais. Estes caracterizam-se pela
diminuição sensorial do paladar e do olfato, perda de apetite, dificuldades na
mastigação, perda de massa magra, e aumento da gordura corporal.

Já os fatores externos, quando relacionados aos hábitos de vida dos


idosos, exercem influência no estado nutricional, como o tabagismo, uso de
álcool, sedentarismo, maus hábitos alimentares, e o uso de medicamentos, que
podem de certa forma influenciar na absorção dos nutrientes, comprometendo o
estado nutricional do idoso. Os fatores psicossociais, são muito presentes, e
podem caracterizar-se pelo isolamento social, perda do(a) companheiro(a),
depressão, dificuldade na realização de atividades, que antes eram realizadas
facilmente, solidão, dificuldade ou incapacidade de locomoção, enfermidades.
(OMS,2005)

Nesse parâmetro, destacam-se os idosos que residem nos abrigos, visto


que a maioria sente-se abandonado, e/ou esquecido por seu familiares, alguns
denotam o sentimento de revolta e ingratidão, já outros, sentem-se satisfeito pela
5

moradia nos abrigos, apresentam produtividade e bom relacionamento social.


(Evangelista, Renata Alessandra et Al, 2014).

É irrefutável o papel da nutrição no processo do envelhecimento, e das


doenças associadas com a idade, considerando isto é necessário que a
população idosa seja provida de assistência nutricional adequada para a
promoção da saúde, e melhor qualidade de vida. (Brasil,2014)

A avaliação nutricional nesse grupo etário deve ser realizada de forma


reflexiva, crítica e mais humanizada( TAVARES, Elda Lima et al ,2015).

. Esta pesquisa busca avaliar idosos com mais de 60 anos no lar Abrigo
São Francisco de Assis, da cidade do Cabo, PE, avaliando a qualidade
nutricional da alimentação destes, objetivando classificar seu estado nutricional,
e posteriormente realizar uma intervenção nutricional, baseado nas
recomendações do Ministério da saúde, incluindo o guia para a população
alimentar brasileira e a caderneta alimentação saudável para a população idosa,
com orientações adequadas para uma melhor qualidade de vida.
6

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de campo descritivo, do tipo transversal realizado


em um asilo, no cabo de santo agostinho, contendo o total de 24 idosos, em sua
maioria residindo no local, após intervenção do serviço social.

O estudo foi realizado em uma amostra de 92% (22 pacientes) do universo


total de 24 idosos, que apresentou condições de realizar a avaliação
antropométrica. Foram excluídos 8% dos idosos, sendo que, 4% (01 paciente)
por se recusar a fazer as medidas por motivos pessoais e 4% (01 paciente) por
se apresentar bastante debilitado, o que poderia interferir nos protocolos de
procedimentos da análise.

A pesquisa foi realizada através da utilização de quatro vertentes: coleta


de dados antropométricos, aplicação de questionário de anamnese, questionário
de avaliação subjetiva e aplicação da MAN – Mini Avaliação Nutricional.

A coleta de dados antropométricos foi realizada com medidas de altura do


joelho, circunferência da panturrilha, peso.

A fita métrica foi utilizada para a medição da altura do joelho e


circunferência da panturrilha.

Durante o procedimento de coleta da altura do joelho, os idosos ficaram


sentados e com os joelhos flexionados. A medição foi realizada da altura do
joelho até o calcanhar. Essa medida é utilizada para fazer uma estimativa da
altura dos idosos, através dos cálculos da equação de Chumlea et al,1985:

 Homens: A = 64,19 – (0,04 x idd) + (2,04 x AJ)


 Mulheres: A = 84,88 – (0,24 x idd) + (1,83 x AJ)
7

Na coleta da circunferência da panturrilha, foi pedido aos pacientes que


ficassem em pé, afastassem os pés lateralmente por 20 cm, com o peso
distribuído em ambos os pés. Feito isso, o avaliador ficou lateralmente aos
idosos, para realizar a medida da circunferência da panturrilha direita, conforme
protocolo de procedimentos. A classificação da existência ou não da sarcopenia,
foi definida através do somatório de pontos obtidos no resultado da aplicação da
“Triagem SARC-F + CP para Sarcopenia”, a qual apresenta especificamente
para a circunferência obtida, a pontuação abaixo:

 Homens: >34 cm = 0; ≤34 cm = 10


 Mulheres: >33 cm = 0; ≤33 cm = 10

Para aferir o peso, utilizou-se uma balança digital. Os idosos foram


pesados descalços, posicionados da forma mais ereta possível, com os pés
unidos, centralizados na balança e com os braços juntos ao corpo.

A medida do peso foi utilizada junto a altura estimada, para calcular o


Índice de Massa Corporal (IMC), dividindo o peso em quilogramas (Kg) pela
altura ao quadrado (m²).

Este índice antropométrico é bastante utilizado nas análises e


classificações nutricionais dos indivíduos em geral apontando em que estado se
encontra a desnutrição, eutrofia ou obesidade) de acordo com a Classificação
de Índice de Massa Corporal para Idosos, fonte: Lipschitz, 1994.

ESTADO NUTRICIONAL - IMC (kg/m²)

Baixo peso <22

Eutrófico 22 a 27

Sobrepeso >27

A aplicação de questionários se deu através de dois modelos, sendo um


de anamnese alimentar adaptado do Hospital das Clínicas - Universidade
8

Federal de Goiás, contendo perguntas sobre: as preferências alimentares,


consumo de alimentos proteicos (carne, ovos, leite e derivados), consumo de
alimentos gordurosos e fritura, consumo de alimentos ricos em sódio, consumo
de frutas, alergias ou aversões alimentares, ingestão hídrica e o outro modelo foi
o Questionário de Avaliação Subjetiva Global (ASG), Detsky et al, 1987, com o
objetivo de identificar a consistência dos alimentos utilizados (líquida, sólida,
branda ou pastosa) e presença ou não de sintomas gastrointestinais
(constipação, diarreia, náuseas, vômitos, anorexia), que visou avaliar em que
estado nutricional se encontravam os idosos, se nutridos, desnutridos ou
gravemente desnutridos.

Utilizado também a aplicação da MAN – Mini Avaliação Nutricional,


Rubenstein et al, 2001; Vellas et al, 2006, composto por perguntas objetivas e
pouco invasivas, considerado padrão ouro para essa população, pela sua
praticidade, que de acordo com o score obtido na triagem, classifica o indivíduo
como estado de nutrição normal, sob risco de desnutrição, ou desnutrido.

Para a realização da intervenção nutricional foi elaborado um café da


manhã com opções saudáveis de alimentos, entre estes, frutas, pães integrais,
leite, suco da fruta. Foi elaborado um slide relacionada a importância da
alimentação saudável na terceira idade, foi montada uma pirâmide alimentar,
onde esta foi apresentada aos idosos da instituição de maneira divertida e de
fácil entendimento.

Os questionários e demais quesitos de avaliação, foram aplicados sob


supervisão e acompanhamento da freira responsável pelo abrigo e da assistente
social.
9

RESULTADOS ESPERADOS

Esta pesquisa desenvolveu-se num universo total de 24 idosos do abrigo


e lar para idosos São Francisco de Assis, na cidade do Cabo de santo Agostinho-
PE, todos residentes, com prevalência da faixa etária acima de 60 ano, sendo
06 do sexo feminino e 18 do sexo masculino, dos quais, dois homens entraram
nos critérios de exclusão.

Através da aplicação e avaliação do questionário de Anamnese alimentar


nutricional, anexo A, foi possível traçar o perfil do estado nutricional dos idosos
e observar que nenhum deles apresentou alergia, ou aversões alimentares, que
não houve alteração na ingestão alimentar em relação ao habitual nos últimos
três meses, que as refeições são controladas em sódio e açucares para todos,
com propósito de preservar a saúde nutricional daqueles idosos que apresentam
diabetes e hipertensão arterial, e de maneira preventiva para aqueles que não
apresentam estas patologias, mantendo uma dieta hipossódica, normolipídica,
normoproteica e hipoglicêmica.

O consumo de óleos, gorduras, sal e açúcar deve ser utilizado em


quantidades moderadas ao preparar e temperar as refeições (Brasil,2014).

Observou-se que são ofertadas 04 refeições diárias, sendo as 06:00 o


café da manhã, as 10:00 o almoço, as 13:00 o lanche e as 18:00 o jantar.

As refeições são realizadas sempre nesses horários, o ambiente onde


acontece as refeições foi adaptada para comportar todos os idosos, dessa forma
realizam as refeições sempre juntos, em local apropriado como recomenda o
tópico 5 dos 10 passos para uma alimentação saudável, do guia alimentar
(2014).

Porém realizam apenas 4 refeições ao dia, enquanto que Os 10 passos


para uma alimentação saudável para o idoso, contido no Guia Alimentação
saudável para pessoa idosa (2010), preconiza que é necessário, que seja
realizado pelo menos 03 refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e
2 lanches saudáveis por dia.
10

No cardápio semanal são fornecidas proteínas diariamente no almoço e


jantar, com variação entre peito de frango, ovos, queijo branco e bife bovino, e
sempre uma opção de fruta no almoço, e no lanche.

Avaliando o cardápio semanal realizado por uma Nutricionista que presta


serviço como voluntária no local, foi possível constatar que é priorizado alimentos
naturais e minimamente processados, evitando o uso de ultra processados
(Brasil,2014).

É incluído diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho,


trigo, pães e massas), tubérculos e raízes, como batatas e
macaxeira(Brasil,2009).

Apesar da recusa de alguns idosos, é fornecido pães integrais, que são


alternados com o pão francês

Em relação a ingestão hídrica não foi possível mensurar o consumo diário,


cada idosos dispõe de uma garrafa de água contendo 200ml, que é reposta
sempre que necessitam, no entanto, a responsável não soube informar a
totalidade ingerida por cada um deles.

De acordo com os questionamentos sobre preferências alimentares, os


alimentos mais presentes nas respostas foram papa de aveia e pão francês, e
como maior recusa, apareceu o pão integral que é ofertado no cardápio.

Na análise antropométrica, realizada juntamente com a Avaliação


subjetiva global (ASG), anexo B, no universo da amostra feminina, constatou-se
que de acordo com o IMC, calculado através do peso e da altura estimada, 50%
(3) das mulheres apresentaram índice <22 kg/m², caracterizando baixo peso,
17% (1) encontrou-se entre 22-27 kg/m², em estado de eutrofia e 33% (2)
apresentou índice maior >27 kg/m², classificado como sobrepeso, ver tabela 1.
Na amostra masculina, constatou-se 19% (3) dos homens abaixo do peso,
com IMC <22 kg/m², 37% (6) encontrou-se com índice entre 22-27 kg/m²,
eutrófico e 44% (7) apresentou IMC >27 kg/m², classificados como sobrepeso.
Considerando o total da amostra, homens e mulheres, obteve-se os
seguintes resultados:
11

 Baixo peso: 27% (6 idosos);


 Eutrófico: 32% (7 idosos);
 Sobrepeso: 41% (9 idosos)

Mesmo com a análise destes dois métodos avaliativos, eles


separadamente, ou até em conjunto, não refletem com a propriedade necessária
o diagnóstico de sarcopenia, precisando ainda outros mecanismos de avaliação
e análises, que serão expostos posteriormente na sequência de relato dos
resultados.

TABELA 1 :CLASSIFICAÇÃO DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL PARA


IDOSOS (IMC kg/m2 em indivíduos residentes no asilo, situado na cidade do
CaboPE,2019).

ESTADO NUTRICIONAL HOMENS MULHERES TOTAL

BAIXO PESO (22kg/m²) 3 3 6

EUTRÓFICO (22- 27kg/m²) 6 1 7


SOBREPESO (> 27kg/m²) 7 2 9
______________________________________________________________________________________________

Fonte: adaptado de Lipscitz, 1994

Através do histórico dos pacientes contida na ASG, em 95% dos idosos,


não foi possível avaliar se houve perda ou ganho de peso e em apenas 1 idoso
recém abrigado no local, com entrada em fevereiro de 2019, houve relato de
ganho de peso, registrado em 13kg, quando pesado em maio do mesmo ano.

Não houve relato de perda de apetite, ou jejum prolongado por nenhum


dos idosos. Quando interrogados sobre alterações no TGI apenas a constipação
foi relatada por 3 idosos, negaram náuseas, vômitos ou diarreia.
12

De a acordo com a capacidade funcional 13,5% (3 idosos) encontram-se


acamado, 13,5% (3 idosos) deambulam e realizam atividade de higiene pessoal
com auxílio e 73% (16 idosos) conseguem realizar suas atividades sem ajuda.

No exame físico realizado foram encontrados sinais de perda ponderal de


desnutrição em 36% 8 dos idosos, 5 mulheres e 3 homens, entre eles a perda
da bola gordurosa de bichar, atrofia temporal bilateral, sinal de asa quebrada,
atrofia da musculatura interóssea das mãos e adutor do polegar.

Através da Mini avaliação Nutricional (MAN), anexo C, que objetiva


determinar o estado nutricional dos idosos, através de somatório de pontos
obtidos, de acordo com as respostas dadas ao questionário, tem como
classificação, bem nutrido (>23,5pontos), risco de desnutrição (17 a 23.5
pontos) e desnutrição (<17 pontos).
Entre as mulheres, 17%( 1 idosa) apresentou risco de desnutrição e 83%
(5 idosas) apresentaram desnutrição.
Já entre os homens, 12% (2 idosos) encontraram-se classificados como
bem nutridos, 69% (11 idosos) apresentaram classificação de risco desnutrição
e 19% (3 idosos) estão desnutridos, conforme mostra o gráfico 1.

Grafico1.Estado Nutricional dos idosos pela MAN

MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL(MAN)


12

10

0
HOMENS MULHERES

BEM NUTRIDOS >23.5 RISCO DESNUTRIÇÃO 17-23.5 DESNUTRIDOS<17

A sarcopenia foi avaliada através do questionário de triagem para


avaliação da sarcopenia (anexo D) juntamente com medição da CP
13

(Circunferência da panturrilha), onde tem-se como ponto de corte 33 cm para


mulheres e 34 cm para homens.

Tomando o total da amostra, homens e mulheres, no quesito força 63%


(14 idosos) disseram não conseguir ou ter dificuldade para levantar 5 kg, 23% (5
idosos) informaram ter alguma dificuldade e 14% (3 idosos) nenhuma
dificuldade.

Quando perguntados sobre ajuda para caminhar, 73% (16 idosos)


disseram não precisar de ajuda para atravessa um cômodo, 18% (4 idosos)
disseram ter alguma dificuldade e 9% (2 idosos) muita dificuldade, ou incapaz.
Sobre levantar-se da cadeira, 18% (4 idosos) relataram dificuldade para levantar
da cama ou cadeira, 73% (16 idosos) nenhuma dificuldade e 9% (2 idosos) tem
muita dificuldade, ou não consegue sem ajuda.

Questionados sobre subir escadas, 36% (8 idosos) disseram ter alguma


dificuldade para subir um lance de escadas de 10 degraus, 41% (9 idosos)
nenhuma dificuldade e 23% (5 idosos) muita dificuldade ou não conseguem.

Em relação a quedas todos os idosos relataram a não ocorrência de


queda no último ano.
14

Gráfico 2.Avaliação da presença de sarcopenia em mulheres idosas

AVALIAÇÃO DA SARCOPENIA -MULHERES


3,5
3 3 3 3 3
3

2,5
2 2 2
2

1,5
1 1 1
1

0,5
0 0 0 0
0
FORÇA AJUDA PARA LEVANTAR DA SUBIR ESCADAS QUEDAS
CAMINHAR CADEIRA

NEHUMA DIFICULDADE ALGUMA MUITA DIDICULDA OU INCAPAZ

Por último foi realizada a circunferência da panturrilha, onde foi possível


constatar, que entre as mulheres 05 delas, 87%, apresentam a CP menor 33 cm
e apenas 01, 17%, maior que 33 cm. Na análise dos homens 11 deles, 69%,
apresentam circunferência da panturrilha menor que 34 cm e 5, 31%,
apresentaram circunferência maior que 34 cm (tabela2).

TABELA2. Avalição da CP (Circunferência da panturrilha)

HOMENS MULHERES TOTAL

Sugestivo sarcopenia 11 05 16

Não sugestivo de sarcopenia 5 01 6


15

Cada pergunta do questionário foi pontuada em 0 (zero),1 e 2 pontos,


onde 0 é classificado como nenhuma dificuldade,1 alguma dificuldade e 2 muita
dificuldade ou incapaz.
Esses pontos foram somados aos pontos relativos a CP da panturrilha,
que foi pontuada em 10 pontos para CP menor ou igual a 33 para mulheres e 34
para homens e 0 pontos para CP maior que esses respectivos valores.

Desse universo total de 22 idosos, 20 deles (91%), sendo 5 mulheres e


15 homens, apresentaram quadro sugestivo de sarcopenia e apenas 2 (9%), 1
mulher e 1 homem, apresentaram quadro não sugestivo para sarcopenia.

Ao final das avaliações, realizou-se a intervenção nutricional e um café da


manhã para a população de idosos do referido abrigo, onde os idosos foram
participativos, realizaram perguntas, e tiraram dúvidas.

O café da manhã foi compostos por alimentos nutricionalmente


adequados, e que fazem parte da rotinas diária deles, afim de deixá-los mais à
vontade e mais participativos, o que permitiu que a palestra fosse um sucesso,
e foram instruídos sobre a importância dos grupos alimentares, importância de
uma boa mastigação, e da ingestão de água.

Conheceram um pouco da pirâmide alimentar, da função de cada grupo


alimentar, e foram apresentados aos 10 passos para uma alimentação saudável
da pessoa idosa.
16

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Do universo avaliado (idosos com mais de 60 anos que residem no Abrigo


São Francisco De Assis), 91% (20) deles, apresentaram quadro sugestivo de
sarcopenia, causada pelo processo natural do envelhecimento e agravada por
maus hábitos alimentares acometidos ao longo da vida. Embora , alguns
apresentem sobrepeso.

Se faz necessário exames específicos para identificar se houve


complicações secundarias para o desenvolvimento da patologia.

Apesar das limitações implicadas pela sarcopenia, é possível que o idoso


tenha uma boa qualidade de vida quando se tem acesso a uma dieta que se
adeque às suas necessidades nutricionais, que preconiza consumir sempre que
possível, em todas as refeições, algum alimento fonte de proteína, pois o baixo
consumo proteico, embora se saiba que a sarcopenia é um processo natural,
está associado como agravante da sarcopenia.

Além disso, é importante incluir na rotina alguma atividade física que


envolva treino de força, junto a um profissional da área, o que não foi detectado
nesse estudo feito no Abrigo São Francisco De Assis. O questionário aplicado
no dia da avaliação física (Questionário De Anamnese Alimentar Adaptado Do
Hospital Das Clinicas – Universidade Federal De Goiás), mostra que, embora
exista certa oferta proteica, frutas, legumes, cereais e tubérculos em quantidades
ideais, os idosos do Abrigo tem preferência por alimentos que não contribuem
com a prevenção ou manutenção da saúde, o que dificulta o desenvolvimento
positivo para o estilo de vida dos idosos.

A intervenção nutricional consistiu em uma palestra simples, objetiva e


dinâmica, de fácil compreensão para os idosos, tendo como objetivo explicar a
importância de ter uma alimentação saudável visando não só prevenir, como
também minimizar os efeitos advindos da idade, e mostrando ainda como
através dela, manter um estilo de vida adequado para os portadores a patologia.

Foi realizado um cadastro individual dos dados levantados de todos os


idosos que participaram do estudo e esse banco de dados foi disponibilizados
17

para a assistente social do asilo, assim como também o material com as


informações utilizadas na intervenção nutricional.
18

REFERÊNCIAS

 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Alimentação saudável para a pessoa
idosa: um manual para profi ssionais de saúde / Ministério da saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009. 36 p. – (Série A. Normas
e Manuais Técnicos)

 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população
brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2014. 156 p. : il.

 BERNARDO, Soraya. Coexistência da desnutrição com a sarcopenia em


idosos do concelho de Paços de Ferreira. REPOSITÓRIO ABERTO,
2016, Disponível em: < https://repositorio-
aberto.up.pt/handle/10216/89515>. Acesso em: 01 mai. 2020.

 Danielewicz, A.L.; Barbosa, A.R.; Del Duca, G.F. Nutritional status,


physical performance and functional capacity in an elderly population in
southern Brazil. Revista da Sociedade Médica Brasileira. Vol. 60. Num.
3. 2014. p. 242-248
.
 EVANGELISTA, Renata Alessandra et al. PERCEPTIONS AND
EXPERIENCES OF ELDERLY RESIDENTS IN A NURSING HOME.
Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 48, n. spe2, p. 81-86,
Dec. 2014.Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt
ext&pid=S0080-62342014000800081&lng=en&nrm=iso>. access
on 01 May 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-
623420140000800013.

 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA(IBGE)


Disponível
em<http://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/
d4581e6bc87ad8768073f974c0a1102b.pdf. Acessado em 01 de
maio.2020

 TAVARES, Elda Lima et al. Avaliação nutricional de idosos: desafios da


atualidade. Rev. bras. geriatra. Gerontol. Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p.
643-650, set. 2015. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
98232015000300643&lng=pt&nrm=iso>. Acessos
em 01 maio 2020. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14249.
19

 World Health Organization Envelhecimento ativo: uma política de saúde /


World Health Organization; tradução Suzana Gontijo. – Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 60p.: il.
20

ANEXO A - Anamnese nutricional

1. Alergias ou Aversões Alimentares:

2. Ingestão Hídrica habitual:

3. Número de refeições diárias:

4. Consumo de frutas/verduras:

5. Consumo de Alimentos proteicos:

6. Consumo de Alimentos gordurosos e/ou frituras:

7. Consumo de Alimentos ricos em Sódio

8. Consumo de Alimentos ricos em Açucares refinados:

9. Alteração na ingestão alimentar em relação ao habitual?


9.1. Se sim, para que tipo de dieta:
Sólida ( ) Líquida completa ( ) Líquidos Hipercalóricos ( ) Pastosa 9.2. Há
quanto tempo?

10. Preferências Alimentares:


21

ANEXO B - Avaliação Subjetiva Global (ASG)

A- HISTÓRICO PACIENTE

1.PESO: kg
Peso habitual: kg
Perdeu peso nos últimos 6 mêses:
Se sim, quantidade perdida: kg
% perda de peso em relação ao habitual: % Ganhou peso nos últimos 6
mêses:
Se sim, quantos quilos ganhou: kg

2. Apresenta perda de apetite, alteração no paladar, ou jejum prolongado:

3. Apresenta algum destes sintomas gastrintestinais: ( ) Náuseas ( ) Vômitos


( )Diarréia ( ) Anorexia ( ) Constipação Com que frequência:

4. Capacidade funcional:
( ) Normal ( ) Disfunção Se apresenta disfunção, há quanto tempo:
Que tipo: ( ) Acamado ( ) Tratamento Ambulatórial

5. Apresenta alguma patologia:

B- EXAME FÍSICO

( ) Sinais de perda ponderal de desnutrição Quais:


( ) edema de tornozelo
( ) Ascite

C- AVALIAÇÃO SUBJETIVA
22

( ) Nutrido
( ) Suspeita de desnutrição
( ) Gravemente desnutrido

4. Consumo de frutas/verduras:

5. Consumo de Alimentos proteicos:

6. Consumo de Alimentos gordurosos e/ou frituras:

7. Consumo de Alimentos ricos em Sódio

8. Consumo de Alimentos ricos em Açucares refinados:

9. Alteração na ingestão alimentar em relação ao habitual?


9.1. Se sim, para que tipo de dieta:
Sólida ( ) Líquida completa ( ) Líquidos Hipercalóricos ( ) Pastosa
9.2. Há quanto tempo?

10. Preferências Alimentares:


23

ANEXO C- Mini Avaliação Nutricional Reduzida (MAN) Rubenstein et al,


2001:

Vellas et al,2006:
24

APÊNDICE A- MESA CAFÉ DA MANHÃ


25

APÊNDICE B- FOTOS COM OS IDOSOS


26

APÊNDICE C- REALIZAÇÃO DA AÇÃO

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