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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA AMAZÔNIA– UNAMA

CAMPUS SANTARÉM
CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

EFRAIM CORRÊA GUIMARÃES


VITÓRIA OLIVEIRA RIKER

DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E SUAS PROPRIEDADES

MICROBIOLÓGICAS

SANTARÉM – PA
2023
EFRAIM CORRÊA GUIMARÃES
VITÓRIA OLIVEIRA RIKER

DIFERENTES MEIOS DE CULTURA E SUAS PROPRIEDADES

MICROBIOLÓGICAS

Trabalho de pesquisa apresentado ao Centro


Universitário da Amazônia – UNAMA, polo Santarém,
para obtenção de nota parcial da disciplina de
Microbiologia do curso de Bacharelado em Medicina
Veterinária.

Professora: Gisele Seade

SANTARÉM – PA
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 4
2.1 Classificação dos Meios de Cultura ........................................................................................ 5
2.1.1 Meio seletivo: ....................................................................................................................... 5
2.1.2 Meio diferencial:................................................................................................................... 5
2.1.3 Meio enriquecido: ................................................................................................................. 5
2.1.3 Meio de Transporte: .............................................................................................................. 5
2.2 Classificação quanto ao estado físico ...................................................................................... 5
2.2.1 Sólido: ................................................................................................................................. 5
2.2.2 Líquido: ............................................................................................................................... 5
2.2.3 Semissólidos:........................................................................................................................ 6
2.3 Meios de Cultura mais utilizados ........................................................................................... 6
2.3.1 Ágar Nutriente: ..................................................................................................................... 6
2.3.2 Ágar Sangue: ........................................................................................................................ 6
2.3.3 Ágar Chocolate: .................................................................................................................... 7
2.3.5 Ágar Manitol: ....................................................................................................................... 8
2.3.6 Ágar Mac Conkey: ................................................................................................................ 8
2.3.7 Ágar Mueller-Hinton: ............................................................................................................ 9
2.4 Meios Específicos ................................................................................................................... 9
2.4.1 Ágar Batata .......................................................................................................................... 9
2.4.2 Ágar Bismuto Sulfito .......................................................................................................... 10
2.4.3 Ágar Cled ........................................................................................................................... 10
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 12
1. INTRODUÇÃO
Os meios de cultura são um conjunto de substâncias preparados em laboratório de
maneira controlada, facultando nutrientes para a inoculação (quando os microrganismos de
interesse são colocados em um meio de cultura para iniciar o crescimento) de uma colônia
microbiana, onde ocorre a agregação de indivíduos pertencentes à mesma espécie de fungos ou
bactérias, formando uma estrutura funcional coesa. De acordo com seu composto químico, um
meio de cultura pode ser criado artificialmente, com componentes químicos precisamente
determinados, ou pode ser complexo, quando inclui ingredientes naturais, como extrato de
carne, peptona ou sangue, entre outros.
Os microrganismos fazem parte do meio ambiente, desempenhando a função de
reciclagem de componentes orgânicos, decompondo matéria gerando assim nutrientes para os
demais seres vivos. Os meios de cultura são classificados em alguns tipos, sendo eles: seletivo,
diferencial, enriquecimento, transporte
Desse modo, o objetivo deste trabalho evidencia a necessidade e importância no que diz
respeito aos diferentes meios de cultura e suas propriedades microbiológicas que serão
acentuadas. Assim, considera-se os meios de cultivo como métodos cruciais para o estudo
aprofundado acerca dos microrganismos, onde o conhecimento sobre esses seres não se limita
aos meios tradicionais, desde que o cultivo prioriza a identificação e funcionamento monitorado
em laboratório dito que grande parte desse meio necessita de nutrientes primordiais para seu
desenvolvimento, uma vez que no seu habitat natural não ocorre facilmente.

2. DESENVOLVIMENTO
A escolha do meio de cultura é essencial para a inoculação da colônia, uma vez que está
diretamente relacionada à presença de microrganismos patogênicos no ambiente. Geralmente,
são utilizados variados meios de cultura para permitir o crescimento máximo dos patógenos.
Em cada caso específico, há um meio de cultura que é rotineiramente utilizado na semeadura
inicial. Atualmente, o método mais comum é adquirir meios de cultura pré-fabricados,
fornecidos na forma desidratada. Nesse caso, basta pesar a quantidade necessária,
dissolver e esterilizar.
2.1 Classificação dos Meios de Cultura
2.1.1 Meio seletivo:
Formulado para dá um maior estimulo ao desenvolvimento de microrganismo
desejáveis em detrimento de outros. Sua substância contém corantes ou antibióticos que são
utilizados para selecionar esses microrganismos específicos.
Exemplo: Ágar Mac Conkey
Esse meio de cultura é seletivo devido à presença de sais biliares e cristal violeta em sua
composição, que atuam inibindo o crescimento das bactérias Gram-positivas, resultando na
seleção das bactérias Gram-negativas.
2.1.2 Meio diferencial:
Possibilita a identificação de variados microrganismos se baseando através de suas
características metabólicas, possui componentes que estimulam a produção de químicos ou
troca de coloração que caracterizam certos microrganismos.
Exemplo: Ágar Sangue
2.1.3 Meio enriquecido:
Contém nutrientes adicionais, podendo ser sangue ou extrato de tecidos, com objetivo
de prover um ambiente mais favorável para microrganismos mais exigentes.
Exemplo: Ágar Chocolate
2.1.3 Meio de Transporte:
Isso se refere a um ambiente sem nutrientes, que inclui um agente redutor como
tioglicolato ou cisteína. Normalmente, mantém um pH adequado, impede a desidratação das
secreções durante o transporte e evita que os patógenos presentes se oxidem ou se autodestruam
devido a enzimas.
Exemplo: Cary Blair
Esses são alguns exemplos dos tipos comerciais de meio de cultura disponíveis no
mercado. A escolha do meio adequado se difere de acordo com o seu objetivo de estudo.

2.2 Classificação quanto ao estado físico


2.2.1 Sólido:
Geralmente utilizado na forma de ágar, proveniente de algas marinhas com textura
gelatinosa, utilizados em placa de Petri garantindo um melhor monitoramento do
desenvolvimento da colônia.
2.2.2 Líquido:
Utilizado para cultivar colônia em frascos ou tubos de ensaio, comumente usados para
experimentos em larga escala para se obter uma maior quantidade de biomassa microbiana.
2.2.3 Semissólidos:
menor quantidade de ágar, permitindo a movimentação bacteriana

2.3 Meios de Cultura mais utilizados


2.3.1 Ágar Nutriente:
Rotineiramente usado para o crescimento de
uma variedade de microrganismos. É composto por
peptona de carne de vaca ou peixe em caldo nutriente
ou ágar sólido. É um ambiente não seletivo adequado
ao crescimento de diversos tipos de bactérias e fungos.

Seu uso é especialmente direcionado para a


avaliação de amostras provenientes de água,
alimentos e leite, desempenhando um papel crucial
como um meio de cultura inicial no contexto de
análises bacteriológicas. Além disso, sua importância se estende ao processo de isolamento de
culturas microbianas puras, contribuindo significativamente para a obtenção de resultados
precisos e confiáveis em laboratórios microbiológicos.

2.3.2 Ágar Sangue:


Meio de cultura rico em nutrientes enriquecido
com sangue, geralmente sangue de ovelhas ou cavalos.
É usado principalmente para cultivar bactérias que
requererem nutrientes adicionais encontrados no
sangue como o estreptococo. e estafilococos. A
hemólise sanguínea pode ser usada para diferenciar
essas bactérias.

O ágar sangue é um meio concentrado porque


contém 5-10% de sangue como principal aditivo na
matriz do ágar. Ambos os tipos de composto contêm
muitos nutrientes, uma propriedade que permite que a
maioria das bactérias cultiváveis cresçam nele. Esse crescimento não tem limite, portanto não
é seletivo, mas pode sê-lo se forem adicionados ao meio compostos que inibam o crescimento
de alguns microrganismos e promovam o crescimento de outros. Isso pode acontecer se certos
tipos de antibióticos ou antifúngicos forem adicionados.

2.3.3 Ágar Chocolate:


Consiste em um Agar sangue modificado,
rico em sangue quente para inativar enzimas, por
sua hemoglobina ser mais acessível, é considerada
mais enriquecido que o Agar sangue, a hemácia
quando adicionada ao meio aquecido se rompe e
libera hemoglobinas formando uma tonalidade
marrom no meio de cultura.
Por ser mais nutritivo, este meio é indicado
para o cultivo de bactérias patogênicas fastidiosas,
por serem mais exigentes e não se desenvolverem
no Agar sangue, por exemplo, Haemophilus influenzae e Neisseria gonorrhoeae.

2.3.4 Ágar Sabouraund dextrose:

O ágar Sabouraud dextrose (SDA), é um meio


seletivo projetado especificamente para o
crescimento de fungos associados a infecções de
pele. Este meio é utilizado principalmente para o
isolamento e identificação de dermatófitos,
leveduras e diversos tipos de fungos, patogênicos
ou não.

A composição do substrato contém peptonas e


caseína dos músculos, que fornecem os compostos de nitrogênio necessários ao crescimento
dos cogumelos. A dextrose monoidratada é usada como fonte de energia. O alto teor de dextrose
combinado com o baixo pH (cerca de 5,6) cria um ambiente que promove o crescimento de
fungos enquanto inibe o crescimento de bactérias. Esta adaptação leva a uma melhor
estabilidade osmótica e favorece o crescimento de fungos, enquanto a maioria das bactérias não
tolera altas concentrações de açúcar.
2.3.5 Ágar Manitol:
Meio seletivo para estafilococos e diferencial
para staphylococcus aureus. Composta por caseína
digerida e tecido animal, extrato de carne, manitol, sais e
vermelho fenol. Quando as bactérias fermentam o
manitol provocará ácido, como resultado o
meio ficará amarelo.

Vale destacar que os estafilococos possuem a


capacidade de se desenvolver em meios concentrados
com sal, enquanto os Staphylococcus aureus podem
fermentar o manitol.

O cloreto de sódio irá inibir o crescimento da maioria das bactérias exceto das espécies
staphylococcus spp. Apenas as bactérias S. capazes de fermentar manitol formaram colônias
amarelas enquanto as outras bactérias da espécie staphylococcus incapazes de fermentar
manitol irão apresentar colônias incolores.

2.3.6 Ágar Mac Conkey:


Meio seletivo diferencial, habitualmente
utilizado para o isolamento de bactérias Gram-negativas,
especialmente coliformes como Escherichia coli, contém
cristal violeta e sais biliares, assim como açúcar lactose
e um indicador de pH, inibe o crescimento de
bactérias gram-positivas.

Caracterizada comumente por enterobactérias


que se encontram no intestino humano, após a incubação
de 18 a 24 horas, por sua maioria, fermentam a lactose e
apresentam colônias maiores de 1 mm de diâmetro,
apresentam um aspecto brilhante, opaco, mucoide ou transparente. As bactérias que produzem
ácidos fortes formam colônias na cor vermelho escuro, enquanto colônias que produzem ácidos
fracos formam uma coloração rosa claro ou pálido em sua margem.
2.3.7 Ágar Mueller-Hinton:
O ágar Mueller Hinton (MH) é um método
usado para testes de suscetibilidade antimicrobiana
(AST), também conhecido como teste de
suscetibilidade, difusão em disco ou teste de
suscetibilidade Kirby-Bauer. O principal objetivo
deste método é avaliar se as bactérias analisadas
são sensíveis a determinados antibióticos.

O teste de difusão em disco, batizado em


homenagem ao método descrito por Kirby e Bauer em 1966, é uma das técnicas mais simples
e confiáveis utilizadas em laboratórios de microbiologia para determinar a suscetibilidade de
bactérias a antibióticos. O ágar Mueller-Hinton é o método recomendado pela Organização
Mundial da Saúde para esse fim. O princípio básico é espalhar uma substância antimicrobiana
de um disco de papel sobre a superfície do ágar.

2.4 Meios Específicos


2.4.1 Ágar Batata

O ágar batata dextrose, frequentemente


chamado de BDA, é um meio amplamente
utilizado na indústria alimentícia. Sua principal
finalidade é facilitar a enumeração de fungos e
leveduras. Este meio é rico em açúcares simples
provenientes da batata, o que o torna um meio
adequado para o crescimento e cultivo de
diversos microrganismos.
A aparência do BDA varia consideravelmente entre o estado em pó e o utilizável.
Quando o BDA está na forma de pó, sua textura é lisa e líquida, de cor cinza claro. Porém,
quando cozinhado, adquire uma tonalidade castanha dourada e apresenta-se ligeiramente turvo.
Agar Batata é feito de batata crua. Para preparar o meio BDA é necessário utilizar 200
kg de batata crua e combiná-las com 20 gramas de dextrose além de um litro de água destilada.
Existem também variedades de ágar batata que não requerem o uso de dextrose. Nessas
situações, a dextrose é substituída por substâncias como mel, xarope de milho, groselha ou
sacarose.

2.4.2 Ágar Bismuto Sulfito

O ágar bismuto de sulfito é usado para


isolamento seletivo e detecção primária de
Salmonella typhi e outras Salmonellae isoladas de
materiais clínicos, amostras de esgoto,
abastecimento de água, alimentos, amostras
ambientais, medicamentos,
cosméticos, etc. Salmonella constitui o grupo
taxonômico mais complexo de enterobactérias. Nos
seres humanos, a salmonelose é geralmente causada pelo consumo de alimentos, água ou leite
contaminados com secreções humanas ou animais. Os humanos são o único reservatório de S.
thyphi.

2.4.3 Ágar Cled


O ágar CLED (Cistina Lactose Eletrolítica
Deficiente) é usado para isolamento, enumeração e
diferenciação de microrganismos em amostras clínicas
de urina.
Em 1960, Sandys conduziu uma pesquisa
sobre a prevenção da contaminação de placas de
cultura pelo Proteus. Isso foi alcançado através da
utilização de um meio de cultura com baixa
concentração de eletrólitos, com o propósito de
melhorar a visualização das colônias formadas por
outros tipos de microrganismos. Posteriormente, Mackey e Sandys fizeram uma modificação
ao adicionar cistina ao meio, visando promover o crescimento de coliformes. Essa nova
formulação, adaptada para aplicações em bacteriologia urinária, provou ser eficaz na produção
de lâminas de ágar para imersão em amostras.

3. CONCLUSÃO
Portanto, o estudo da microbiologia por meio de cultura desempenha um papel
fundamental para expandir nosso entendimento sobre o funcionamento desses microrganismos
e suas interações com o ambiente e demais organismos. O meio de cultura, nos permite ter a
capacidade de isolar, monitorar e analisar devidamente a estrutura desses seres, expandindo
assim nosso conhecimento em todo o seu comportamento e funções. Além disso a cultura
microbiológica nos dá a chance de explorar microrganismos benéficos, como por exemplo,
aqueles envolvidos na fermentação de alimentos. Dito isto, a microbiologia é essencial, ao
aprofundar nosso conhecimento nessa área, obtendo técnicas valiosas e mais eficazes para
enfrentar desafios relacionados à segurança alimentar, doenças infecciosas, conservação de
alimentos e avanços tecnológicos.
REFERÊNCIAS
MEIOS de cultura: entenda a importância para a microbiologia - GVS. Disponível
em: https://www.gvs.com.br/blog/life-sciences/meios-de-cultura-entenda-a-importancia-para-a-
microbiologia/#:~:text=A%20aplicação%20dos%20meios%20de%20cultura%20em%20um%20estudo,%20auxi
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TEIXEIRA ROSALEM, Marina; AVELINO LOUENÇO, Ana Beatriz. Manual de Microbiologia. Centro
Universitário de São Camilo, 2023.
SALVATIERRA, Clabijo M. Microbiologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536530550/. Acesso em: 18 nov. 2022
VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: . Acesso
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AGAR SULFITO DE BISMUTO (ISO 6579-1). Biokar Diagnostic.
MICROBIOLOGY NOTE. Ágar Sabouraud Dextrose (SDA) Composição, Preparação, Princípio, Usos,
Resultados. Disponível em: https://microbiologynote.com/pt/ágar-sabouraud-dextrose

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