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FACULDADE DE SAÙDE DO SERTÃO DE PERNAMBUCO – FASPE

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM.


MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

ANDREA CRISLAYNE DOS SANTOS SILVA


ANGELA MARIA
CARINA
JÔNIA BEDOR JARDIM QUIRINO DE SÁ.
WILMA KYARA FREIRE DE SÁ LOPES

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA ÁGAR SANGUE E COLORAÇÃO DE GRAM

Floresta/PE, 2023
INTRODUÇÃO:

Na Microbiologia Clínica há uma vasta opção de meios de cultura


disponíveis para as análises microbiológicas, tudo com base na
particularidade que cada microrganismo requer para sua fisiologia,
nutrição e crescimento. Dentre os fatores principais que influenciam
diretamente no crescimento microbiano está a utilização de O2, nutrição
e temperatura. Os meios de cultura são insumos preparados em
laboratórios que fornecem os nutrientes para o crescimento e
desenvolvimento de microrganismos (como bactérias e fungos) fora do
seu habitat natural. Existe uma variedade enorme destes meios e são
utilizados para análises laboratoriais e estudos científicos em diversas
áreas, principalmente em alimentos, água, cosméticos e microbiologia
clínica. Além dos nutrientes e condições ambientais favoráveis para esse
cultivo, muitos critérios devem ser considerados. Diferentes
microrganismos possuem diferentes necessidades, por isso o meio de
cultura é adaptado para satisfazer essas necessidades, utilizando
nutrientes específicos dependendo do microrganismo de interesse. Além
desses fatores, deve ser levado em conta o pH e a quantidade de
oxigênio ou mesmo a sua ausência. Os meios de cultura em
microbiologia para o cultivo de bactérias são conhecidos como meios
artificiais ou meios sintéticos, pois não ocorrem naturalmente, ou seja,
eles são preparados no laboratório. Existem várias maneiras de se
classificar os meios de cultura: Quimicamente Definido -Complexo –
Sólido - Líquido – Enriquecido – Seletivo – Diferencial. Os vários tipos de
meios (enriquecido, seletivo, diferencial) não são mutuamente
exclusivos. Por exemplo, o ágar MacConkey é tanto seletivo como
diferencial. Meio de cultura Ágar Sangue Usado especialmente na
microbiologia para a realização de cultura sólida de bactérias, o meio de
cultura ágar é obtido com base em algas marinhas vermelhas,
constituído por uma fusão de agaropectina e agarose. Podendo ser
encontrado no formato em pó ou em tiras secas, a principal
característica do ágar é sua capacidade de se manter maleável, mesmo
quando exposto a altas temperaturas, permitindo seu uso dentro do
propósito de verificação laboratorial. Embora seja utilizado em estudo
biológicos, o ágar também pode ser aproveitado na culinária,
especialmente na preparação de sobremesas.

Ágar sangue: características e função

Por conta da sua alta concentração de carboidratos e composição


química rica em nutrientes, o ágar sangue é um tipo de meio de cultura
excelente para o desenvolvimento de diversos tipos de fungos,
filamentosos e colônias leveduriformes. Seu aspecto gelatinoso
possibilita uma fácil e segura manipulação dentro do laboratório. De
modo geral, o meio de cultura na forma ágar sangue é usado para a
criação de meios diferenciais e seletivos, que possibilita o crescimento
de bactérias Gram-negativas, bactérias Gram-positivas e leveduras. No
primeiro caso, ele possibilita o estabelecimento distinto entre
microrganismos bastante semelhantes. Já no meio seletivo de cultura, o
ágar sangue pode ser aplicado em determinados grupos de
microrganismos, impossibilitando o crescimento de outros no mesmo
espaço, elegendo um cenário para análise e estudo. O meio de cultura
ágar sangue é comumente usado em laboratórios de análises clínicas,
como a produção primária para a separação de Streptococcus e
Staphylococcus. O sangue humano pode ser utilizado quando há a
necessidade de separar o bacilo da tuberculose em saliva. Para isso, o
sangue precisa estar estéril, uma vez que ele é inserido ao ágar depois de
sua autoclavagem.
Vantagens do meio de cultura ágar sangue

O meio de cultura agar sangue oferece os seguintes benefícios:


Agilidade: a contagem e/ou isolamento de microrganismo se realiza em
um período rápido, entre 18 a 24 horas de incubação; Uso fácil e prático:
o meio de cultura ágar sangue é fornecido em placas prontas para
utilização, abolindo o procedimento trabalhoso de preparação dos meios
no laboratório; Qualidade: o meio de cultura sangue também representa
qualidade, pois sua produção, crescimento e distribuição se embasam
em BPF, BPL e Normas ISO 9001:2000. É utilizado, em geral, nas
seguintes rotinas: Isolamento de microrganismos não fastidiosos, Na
prova de satelitismo para identificação presuntiva de Haemophilus spp,
Se há formação de hemólise produzida pelos Streptococcus spp e
Staphylococcus spp. Com relação à hemólise formada no meio de
cultura, são classificadas em: Alfa hemólise: presença típica de alo
esverdeado ao redor das colônias semeadas (refere-se à lise parcial dos
eritrócitos). Beta hemólise: quando há presença de halo transparente ao
redor das colônias (característica da lise total dos eritrócitos) Gama
hemólise: ausência de halo ao redor das colônias, isto é, quando NÃO
ocorre lise dos eritrócitos no meio de cultura (eritrócitos íntegros).

Coloração de Gram – O que é bactéria Gram-positiva e Gramnegativa?


A coloração de Gram é um passo muito importante na caracterização e
classificação inicial das bactérias. Afinal, esse método de coloração
permite que as bactérias sejam visualizadas no microscópio óptico, uma
vez que sem a coloração é impossível observá-las ou identificar sua
estrutura. A coloração de Gram recebeu este nome em homenagem a
seu descobridor, o médico dinamarquês Hans Cristian Joaquim Gram. Em
1884, Gram observou que as bactérias adquiriram cores diferentes,
quando tratadas com diferentes corantes. Isso permitiu classificá-las em
dois grupos distintos: as que ficavam roxas, que foram chamadas de
Gram positivas, e as que ficavam vermelhas, chamadas de Gram-
negativas. É a coloração diferencial mais utilizada nos laboratórios de
Microbiologia e de Análises Clínicas, auxiliando no diagnóstico
presuntivo de um agente infeccioso. Através da coloração de Gram é
possível observar as bactérias de acordo com suas características
morfológicas e tintoriais, após tratamento com agentes químicos
específicos : cristal violeta, lugol, álcool-acetona e fucsina básica. As
bactérias Gram-positivas apresentam coloração roxa, enquanto as
bactérias Gram-negativas apresentam a coloração vermelha. O método
original utilizava violeta-de-genciana. Hoje se utiliza um outro tipo de
cristal violeta, a violeta-de-metila. É importante ressaltar que a solução
de violeta-de-metila, em sua preparação, já contém fixador químico.
Devido a isso, a fixação do esfregaço em chama caiu em desuso e é
atualmente contraindicada. O diferenciador há 100 anos era uma
mistura de solventes. Hoje se usa apenas o álcool etílico (99,5º Gay
Lussac). Este é mais seguro do que o álcool acetona utilizado por HURK,
que requeria grande habilidade do operador para que não ocorresse a
hiperdescoloração. Além do que, não permitia uma boa
reprodutibilidade da técnica. Entretanto, a modificação mais importante
foi a do corante secundário, também chamado de corante de fundo. A
fucsina fenicada de Gram foi substituída pela safranina. Foi baseado no
espectro de cores que substituiu a fucsina pela safranina. A safranina
mantém-se mais distante da violeta no espectro de cor, diferenciado
com maior nitidez as bactérias Gram-negativas que se destacam das
Gram-positivas e da coloração de fundo, que assume a cor vermelho-
claro. O princípio do método de coloração de Gram é baseado na
composição da parede celular bacteriana. Segundo o Ministério da saúde
(1997), quando cobre-se as células das bactérias com a violeta de metila,
as mesmas coramse de roxo, quando adicionado o iodo (lugol),
ocorrendo a formação do complexo violeta-iodo. Esse complexo fixa o
corantes nas estruturas coradas e com a aplicação do descorante (álcool
etílico), algumas estruturas perdem a cor enquanto outras não
descoram. Bactérias que possuem sua parede celular, composta por
mureìna (peptídeoglicano - peptídeo de ácido n-acetilmurâmico), retém
o complexo violeta-iodo, já as que possuem ácidos graxos
(lipopolissacarídeos e lipoproteínas) em sua parede celular, perdem esse
complexo, assumindo a coloração do corante secundário, fucsina de
gram (safranina). Essa metodologia ajuda na identificação de uma
infecção bacteriana, determinando qual é o tipo de bactéria. Em outras
palavras, a diferenciação das bactérias Gram-negativas e Gram-positivas
permite ao médico determinar um tratamento eficaz ao paciente, dessa
forma aplicando a terapia adequada em cada caso. Mesmo que nem
todas as bactérias possam ser diferenciadas através da coloração de
Gram, com certeza a metodologia tem grande aplicação no diagnóstico
clínico e pesquisa biológica.

Streptococcus corresponde a um gênero de bactérias caracterizadas por


terem formato arredondado e serem encontradas arranjadas em cadeia.
Além disso, essas bactérias possuem coloração violeta ou azul escura
quando visualizadas através do microscópio, sendo, por isso, chamadas
de bactérias gram-positivas.

Boa parte das espécies de Streptococcus podem ser encontradas no


organismo, não causando qualquer tipo de doença. No entanto, devido a
alguma condição, pode haver desequilíbrio entre as várias espécies de
microrganismos presentes no corpo e, consequentemente, este tipo de
bactéria consegue se multiplicar mais facilmente, causando diferentes
tipos de doenças.

Tipos de estreptococos
Dependendo da espécie de Streptococcus que consegue se desenvolver,
a doença resultante e os sintomas podem variar:

1. Streptococcus pyogenes (grupo A)

O Streptococcus pyogenes, ou Streptococcus do grupo A, é o tipo que


pode causar as infecções mais graves, embora esteja naturalmente
presente em alguns locais do corpo, especialmente na boca e na
garganta, além de poder estar presente na pele e no trato respiratório.

Como se pega: o Streptococcus pyogenes pode ser facilmente


transmitido de pessoa para pessoa por meio do compartilhamento de
talheres, beijos ou secreções, como espirros e tosse, ou por meio do
contato com secreções de feridas de pessoas infectadas.

Doenças que pode causar: uma das principais doenças causadas pelo S.
pyogenes é a faringite, mas também pode causar escarlatina, infecções
de pele, como impetigo e erisipela, além de necrose tecidual e febre
reumática. A febre reumática é uma doença auto-imune caracterizada
pelo ataque do próprio organismo ao sistema imunológico e que pode
ser favorecido pela presença da bactéria.

Streptococcus viridans

O Streptococcus viridans, também conhecido por S. viridans, é


encontrada principalmente na cavidade oral e da faringe e possui papel
protetor, impedindo o desenvolvimento de outras bactérias, como por
exemplo a S. pyogenes.
O Streptococcus mitis, pertencente ao grupo do S. viridans, está
presente na superfície dos dentes e nas mucosas, podendo ser
identificada a sua presença por meio da visualização de placas dentárias.
Essas bactérias podem entrar na corrente sanguínea durante a
escovação dos dentes ou extração dentária, por exemplo,
principalmente quando a gengiva encontra-se inflamada. No entanto,
em pessoas saudáveis, essas bactérias são facilmente eliminadas na
corrente sanguínea, porém quando a pessoa possui alguma condição
predisponente, como aterosclerose, uso de drogas intravenosas ou
problemas cardíacos, por exemplo, a bactéria pode crescer em
determinado local do corpo, resultando em endocardite.

O Streptococcus mutans, que também pertence ao grupo do S. viridans,


está presente principalmente no esmalte do dente e a sua presença nos
dentes está diretamente relacionada com a quantidade de açúcar
consumida, sendo a principal responsável pela ocorrência de cáries
dentárias.

Como confirmar a infecção por Streptococcus

A identificação da infecção por Streptococcus é feito em laboratório por


meio de exames específicos. O clínico geral ou infectologista irá indicar,
de acordo com os sintomas apresentados pela pessoa, o material que
será enviado para laboratório para a análise, podendo ser sangue,
secreção da garganta, da boca ou secreção vaginal, por exemplo

RELATÓRIO REFERÊNCIAS

https://www.prolab.com.br/blog/curiosidades/meio-de-cultura-agar-
entenda-suafuncao-para-uso-com-sangue/
https://pt.linkedin.com/pulse/microbiologia-cl%C3%ADnica-meios-de-
culturamais-na-rotina-bruno-brunetti https://kasvi.com.br/qual-a-
finalidade-de-meios-de-cultura-em-microbiologia/
https://publica.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/artigo_
1.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/115_03gram.pdf
https://cic.unifio.edu.br/anaisCIC/anais2016/pdf/09_05.pdf
file:///C:/Users/GILBERTO/Downloads/Guia_Pr%C3%A1tico%20Prote
%C3%A7 %C3%A3o%20-%20Karla%20Ribeiro.pdf
https://kasvi.com.br/bacteria-gram-positiva-gram-negativa/

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