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Apêndice 3 Rotas Biossintéticas

de Hormônios

A pesar de suas estruturas químicas diversas, a maioria dos fitormô-


nios conhecidos deriva de três tipos principais de precursores me-
tabólicos: aminoácidos, compostos derivados de isoprenoides e lipídeos
(Figura A3.1). Os aminoácidos triptofano e metionina servem como precur-
sores do AIA (ácido 3-indolacético) e do etileno, respectivamente. A rota do
isoprenoide dá origem a cinco classes de fitormônios: citocininas, brassinos-
teroides, giberelinas, ácido abscísico e estrigolactonas. Finalmente, o ácido
jasmônico é sintetizado a partir de um precursor lipídico.
Os principais intermediários e as localizações subcelulares da maioria das
rotas biossintéticas já foram elucidados, embora novos detalhes continuem
a surgir. De interesse especial para os pesquisadores é como as rotas bios-
sintéticas de hormônios individuais têm intermediários em comum e onde a
síntese de um hormônio é regulada por outro hormônio. Essa regulação e
suas interações têm efeitos profundos sobre o desenvolvimento vegetal.
Aqui, são fornecidos alguns detalhes adicionais sobre as rotas biossin-
téticas além do que foi tratado no livro, para aqueles estudantes que dese-
jem aprofundar seus conhecimentos sobre a bioquímica de fitormônios. Para
alguns hormônios, como a auxina e o etileno, as rotas biossintéticas e sua
regulação são discutidas em maior profundidade do que no livro, enquanto,
para outros, como a giberelina, o ABA e o brassinolídeo, são apresentados
diagramas de versões mais completas das rotas.

Aminoácidos Rota do isoprenoide Lipídeos


Triptofano Metionina IPP Ácido α-linolênico

AIA Etileno Citocininas Brassinos-


Ácido jasmônico
teroides

Giberelinas

Ácido abscísico

Estrigolactonas

Figura A3.1 Três categorias de hormônios com base em seus precursores bios-
sintéticos.
A3-2 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

I. Hormônios derivados de aminoácidos tofano pela triptofano aminotransferase (TAA1, TAR). O


AIP é, então, convertido em AIA por YUCCA flavinas mo-
Auxinas noxigenase (Dai et al., 2013).
O ácido 3-indolacético (AIA) é estruturalmente relaciona- Em Arabidopsis e outros membros de Brassicaceae que
do ao aminoácido triptofano, e as plantas convertem este produzem indolglicosinolatos como compostos de defesa
em AIA por diversas rotas. A rota biossintética do tripto- (ver Capítulo 23 do livro), indol-3-acetaldoxima (IAOx) é
fano em plantas é mostrada na Figura A3.2. Muito do que sintetizado a partir do triptofano por enzimas citocromo
sabemos sobre a biossíntese do AIA vem de estudos com P450 (ver Figura A3.3). O IAOx é, então, convertido a in-
mutantes de Arabidopsis. dolglicosinolatos. Quando a rota indolglicosinolato é ge-
A rota do ácido indol-3-pirúvico (AIP) (Figura A3.3) neticamente interrompida, como em mutantes superroot, o
é a rota biossintética principal do AIA em plantas (Ljung, IAOx é convertido em indol-3-acetonitrila (IAN) por um
2013). Em Arabidopsis, o AIP é formado a partir do trip- processo de baixa afinidade desconhecido. Em resposta a
estresses bióticos, mirosinases hidrolisam açúcares con-
jugados de indolglicosinolatos para liberar IAN, que pode
ROTA BIOSSINTÉTICA DO TRIPTOFANO ser, então, convertido a AIA por nitrilases (ver Figura
Corismato A3.3). Alguma evidência de atividade similar foi observa-
Antranilato da em espécies fora de Brassicaceae, mas acredita-se que
sintase essa atividade não represente mais uma rota biossintética
Antranilato importante de AIA.
Antranilato- Em algumas bactérias que produzem AIA durante
-PR transferase suas interações com as raízes de plantas, indol-3-acetami-
5-Fosforribosilantranilato da (IAM) é produzido como um intermediário. Em Arabi-
PR-antranilato dopsis, milho, arroz e tabaco, foi mostrado que níveis bai-
isomerase xos de IAM estão presentes (Sugawara et al., 2009; Novák
1-(o-Carboxifenilamino)-1-
et al., 2012) e que hidrolases vegetais de IAM convertem
-desoxirribulose 5-P o IAM aplicado exogenamente a AIA. Entretanto, não há
IGP-sintase evidência de que essa seja uma rota biossintética impor-
tante de AIA.
Inibição por retroalimentação

OH
Uma rota de síntese de AIA independente de tripto-
fano, começando com o indol, foi parcialmente caracte-

CH2OPO32 rizada em várias espécies de plantas usando precursores
marcados com isótopos estáveis. IAN e AIP são interme-
N OH
H diários possíveis. Entretanto, os processos enzimáticos
Indol-3-glicerol-fosfato (IGP) envolvidos são desconhecidos e a relevância dessa rota
proposta para os processos normais de crescimento não
foi estabelecida.
Como descrito no Capítulo 15 do livro, o AIA pode ser
temporariamente inativado por conjugação a aminoácidos
ou catabolizado via conjugação com açúcares e oxidação
Serina +
pela dioxigenase para auxina (DAO) e outras oxigenases.
N
H
Etileno
Indol
Experimentos in vivo demonstraram que tecidos vegetais
convertem 1-[14C]-metionina em [14C]-etileno, e que o
etileno é derivado dos carbonos 3 e 4 da metionina (Fi-
gura A3.4). O grupo CH3 –S da metionina é reciclado via
COOH
ROTAS DE
ciclo de Yang no citosol. Sem essa reciclagem, a quanti-
SÍNTESE DE AIA dade de enxofre reduzido presente limitaria a metionina
DEPENDENTES disponível e a síntese de etileno. A S-adenosilmetionina
N NH2
DE TRIPTOFANO
H (AdoMet), que é sintetizada a partir da metionina e do
Triptofano
trifosfato de adenosina (ATP), é um intermediário na rota
biossintética do etileno, e o precursor imediato do etile-
Figura A3.2 A rota biossintética do triptofano fornece os precur-
sores para a biossíntese de AIA. Na maioria das plantas, a síntese do no é o ácido 1-aminociclopropano-1-carboxílico (ACC)
triptofano ocorre no cloroplasto. O precursor do ponto de ramifica- (Figura A3.4).
ção para a biossíntese de AIA independente de triptofano é o indol. O papel do ACC tornou-se evidente em experimen-
Acredita-se que o ácido indolpirúvico seja um intermediário da rota. tos em que plantas foram tratadas com [14C]-metionina.
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-3

Figura A3.3 Rotas de bios- Rota biossintética primária de AIA Rota biossintética alternativa presente em
síntese de AIA dependentes de Arabidopsis e outras plantas produtoras
de indolglicosinolatos.
triptofano em Arabidopsis. As O
setas tracejadas indicam que N
nem o gene nem a atividade OH OH
da enzima foram identificados TRP IAOx
NH2
em Arabidopsis. TRP, triptofa- N N
H H
no; IAM, indol-3-acetamida;
SUR2
AIP, ácido indol-3-pirúvico;
TAA1, TAR SUR1
IAOx, indol-3-acetaldoxima;
IG, indol-3-metilglicosinolato; OH
IAM OSO3–
TRM, triptamina; IAN, indol-3- Rota
OH
-acetonitrila. (Segundo Nor- N de baixa
AIP
manly, 2010.) OH
afinidade
N AMI1 IG
H
N S-glicose
H
YUCCA

OH N

AIA O IAN
Nitrilase
N N
H H

Figura A3.4 Rota biossintética do etileno e o ciclo


de Yang. O aminoácido metionina é o precursor do
etileno. A etapa limitante da taxa na rota em geral é a
conversão de AdoMet em ACC, que é catalisada pela
Promove a síntese
enzima ACC-sintase. A última etapa na rota, a conver- de etileno:
são de ACC em etileno, requer oxigênio e é catalisada Amadurecimento de frutos
pela enzima ACC-oxidase. O grupo CH3 –S da metioni- Senescência de flores
na é reciclado via ciclo de Yang e, assim, conservado AIA
Lesões Promove a
para a síntese continuada. Além de ser convertido em COO–
Dano por frio síntese de
etileno, o ACC pode ser conjugado como N-malonil Estresse pela seca etileno:
HC NH3+
ACC. AAO, ácido amino-oxiacético; AVG, aminoetoxi Inundação Amadurecimento
vinilglicina. (Segundo McKeon et al., 1995.) CH2
Inibe a Inibe a
CH2 síntese de síntese
etileno: de etileno:
AdoMet- CH3 S+ AAO Co2+
NH3+ AVG
-sintetase Anaerobiose
CH2 Temp. >35°C
CH3 S CH2 CH2 CH COO– O
ATP PPi + Pi Adenina
Metionina (Met)

R CO COO
O O
H H
H
S-Adenosilme-
H2C NH3+
R C COO–
tionina ACC-sintase ACC-oxidase
CICLO DE YANG (AdoMet) C H2C CH2
+ –
NH3 H2C COO 1/2 O2 CO2
CH3 S CH2 Etileno
+
CH3 S CH2 CH2 CO COO– O Ácido 1-amino-ciclopropano- HCN
α-ceto-γ-metiltiobutírico Adenina 1-carboxílico (ACC) +
H2O
HCOO– O O Malonil-CoA
H H
2-HPO4–
5′-Metiltioadenosina

O2
CH3 S CH2 CH3 S CH2 Adenina CO CH2 COO–
OPO3H– OH
O O H2C NH+2
C

O O H2C COO–
O O
H H ATP H H
N-Malonil ACC
5′-Metiltior- ADP 5′-Metiltiorribose
ribose-1-P
A3-4 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

Sob condições anaeróbicas, o etileno não foi produzido a as isoformas solúveis e associadas a membranas podem
partir de [14C]-metionina, e [14C]-ACC acumulou-se no ter substratos diferentes. Uma hipótese é de que as ACC-
tecido. Com a exposição ao oxigênio, no entanto, ocorreu -oxidases associadas a membranas, que são localizadas no
a produção de etileno. Na presença de oxigênio, o ACC retículo endoplasmático (RE), podem também regular a
marcado foi rapidamente convertido em etileno por vários homeostase de auxina no RE, uma vez que a ACC-oxidase
tecidos vegetais, sugerindo que o ACC é o precursor ime- pode oxidar auxina in vitro.
diato do etileno em plantas superiores e que o oxigênio é As sequências deduzidas de aminoácidos das ACC-
necessário para a conversão. -oxidases revelaram que essas enzimas pertencem à su-
Em geral, quando ACC exógeno é fornecido a tecidos perfamília Fe2+/ascorbato-oxidase. Essa similaridade na
vegetais, a produção de etileno aumenta substancialmen- sequência sugeriu que a ACC-oxidase pode exigir Fe2+ e
te. Essa observação indica que a síntese de ACC costuma ascorbato para sua atividade – uma exigência que foi con-
ser a etapa biossintética que limita a produção de etileno firmada pela análise bioquímica da proteína. A exigência
em tecidos vegetais. Exceções incluem tecidos com altas da ACC-oxidase por cofatores presumivelmente explica
taxas de síntese de etileno, tais como nos frutos amadure- por que a purificação dessa enzima frustrou os pesqui-
cendo (ver a seguir). sadores durante tantos anos. Uma ACC-oxidase solúvel
A ACC-sintase (ACS), enzima que catalisa a conversão foi cristalizada como um tetrâmero, mas ainda é desco-
de AdoMet em ACC (ver Figura A3.4), foi caracterizada em nhecido se a isoforma solúvel funciona como um monô-
muitos tipos de tecidos de várias plantas. A ACS é uma mero ou oligômero. Evidência experimental indica que a
enzima citosólica instável. Seus níveis são regulados por ACC-oxidase associada à membrana funciona como um
fatores ambientais e internos, como lesões, estresse pela monômero.
seca, inundação e auxina. Uma vez que ACS está pre- Os pesquisadores têm estudado o catabolismo do eti-
sente em quantidades muito baixas em tecidos vegetais leno mediante fornecimento de 14C2H4 a tecidos vegetais e
(0,0001% da proteína total em um tomate maduro) e é rastreamento dos compostos radioativos produzidos. Di-
muito instável, é difícil purificar essa enzima para análises óxido de carbono, óxido de etileno, etilenoglicol e o con-
bioquímicas. jugado de glicose e etilenoglicol foram identificados como
A ACS é um membro de uma subfamília de liases produtos da degradação metabólica. Entretanto, pelo fato
carbono-enxofre codificadas por uma família multigênica de certos compostos cíclicos de olefinas, como o 1,4-ciclo-
que é diferencialmente regulada por vários indutores da -hexadieno, terem exibido bloqueio da degradação do eti-
biossíntese do etileno. No tomate, por exemplo, existem ao leno sem inibir ação desse hormônio, o catabolismo do
menos dez genes para a ACS, dos quais diferentes subgru- etileno não parece desempenhar um papel significante na
pos são induzidos por auxina, lesão e/ou amadurecimen- regulação do nível do hormônio (Raskin e Beyer, 1989).
to do fruto. O genoma de Arabidopsis contém nove genes Nem todo o ACC encontrado em um tecido é con-
para ACS. Uma análise das proteínas purificadas codifica- vertido em etileno. O ACC pode ser também convertido
das por oito desses genes revelou uma diversidade de pro- em uma forma conjugada, N-malonil ACC (ver Figura
priedades cinéticas (p. ex., várias afinidades pelo substrato A3.4), que não parece ser decomposto e se acumula no
AdoMet), sugerindo que essas isoformas podem ser oti- tecido, principalmente nos vacúolos. Uma segunda forma
mizadas para diferentes papéis em vários tecidos e tipos conjugada de ACC, 1-(γ-L-glutamilamino)-ciclopropano-
de células (Yamagami et al., 2003). A estrutura cristalina 1-ácido carboxílico (GACC), de menor importância, tam-
deduzida da ACS tanto da maçã como do tomate revela bém foi identificada. A conjugação do ACC pode desem-
uma proteína dimérica com sítios ativos compartilhados, penhar um importante papel no controle da biossíntese
similar a aminotransferases (Capitani et al., 1999; Huai et do etileno, de uma maneira análoga à conjugação de au-
al., 2001). xina e citocinina.
A ACC-oxidase catalisa a última etapa da biossínte- Várias espécies de bactérias do solo expressam uma
se do etileno: a conversão do ACC em etileno no citosol enzima denominada ACC-desaminase que hidrolisa o
(ver Figura A3.4). Em tecidos que exibem taxas elevadas ACC em amônia e α-cetobutirato (Glick, 2005). Essas bac-
de produção de etileno, como os de frutos em amadu- térias podem promover o crescimento vegetal mediante
recimento, a atividade da ACC-oxidase pode ser a etapa sequestro e clivagem do ACC produzido e excretado pelas
limitante da velocidade na biossíntese desse hormônio. plantas, reduzindo, portanto, o nível de etileno ao qual as
Assim como a ACS, a ACC-oxidase é codificada por uma plantas estão expostas. A ACC-desaminase também foi
família de genes diferencialmente regulada. Por exemplo, expressa em plantas transgênicas para diminuir o nível de
no amadurecimento de frutos do tomateiro e na senescên- etileno produzido.
cia de flores de petúnia, os níveis de mRNA de um sub-
conjunto de genes da ACC-oxidase são bastante elevados. Ácido salicílico
Tanto isoformas solúveis como associadas a membranas Como descrito no Capítulo 24, o ácido salicílico (AS) é
foram identificadas. A compartimentalização subcelular uma importante molécula sinalizadora de resposta ao es-
diferenciada das isoformas de ACC-oxidase sugere que tresse que é cada vez mais caracterizada como um hormô-
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-5

nio (ver Capítulo 15 do livro). O AS é sintetizado a partir do C-terminal da proteína-alvo, que pode alterar sua loca-
da fenilalanina em uma rota que começa com a conversão lização subcelular, frequentemente destinando a proteína
para ácido trans-cinâmico pela fenilalanina amônia liase, a uma membrana. A farnesilação de IPT3 a direciona para
seguido pela conversão a ácido salicílico via um benzoato o núcleo, e não para os plastídios, onde a IPT3 não farne-
intermediário. O AS pode ser conjugado a glicose ou as- silada está localizada. Além disso, a proteína IPT4 é en-
partato e é ativo na forma volátil quando metilado para contrada no citoplasma, e a proteína IPT7 é encontrada na
formar metil salicilato. mitocôndria. Assim, os plastídios são os sítios primários
da biossíntese de citocininas, mas não são os únicos sítios.
II. Hormônios sintetizados via rotas de Os padrões de expressão dos genes IPT indicam que
isoprenoides a citocinina é produzida em múltiplos locais da planta
Compostos isoprenoides (também referidos como terpe- (Miyawaki et al., 2004). A expressão de um subconjunto
noides) são sintetizados a partir de subunidades de iso- de genes IPT é regulada para baixo (down-regulated) pela
preno via rotas do mevalonato e metileritritol fosfato nos citocinina, indicando que ela exerce um controle de re-
cloroplastos e citosol de plantas. Os precursores isoprenoi- troalimentação negativo sobre sua própria biossíntese. A
des são usados para sintetizar quatro importantes hormô- expressão do gene IPT também é afetada por outras en-
nios de plantas. tradas (inputs) reguladoras, incluindo auxina, nitrato e o
gene de identidade de meristemas SHOOT MERISTEM-
Citocininas LESS (STM).
Como descrito no Capítulo 15 do livro, a primeira etapa Os produtos imediatos da reação de IPT são iP-ribo-
comprometida com a síntese de citocinina é a transfe- tídeos. A cadeia lateral isoprênica de iP-ribotídeos é em
rência do grupo isopentenil (iP) do dimetilalil-difosfato seguida trans-hidroxilada pelas P450-monoxigenases
(DMAPP) para uma porção adenosina por uma isopente- CYP735A1 e CYP735A2, produzindo zeatina ribotídeos
nil transferase (IPT) (Figura A3.5). Há nove genes IPT di- (Takei et al., 2004). Os nucleotídeos de citocininas podem
ferentes em Arabidopsis, sete dos quais formam um grupo ser convertidos em suas formas livres básicas mais ativas
único ou clado não encontrado em animais. Esse grupo de por meio de desfosforilação e desribosilação. Essas inter-
IPTs funciona na biossíntese de citocinina. Os outros dois conversões podem envolver enzimas comuns ao metabo-
genes IPT codificam enzimas usadas na modificação de lismo de purinas. Além dessas enzimas, as formas mono-
tRNA (tRNA-IPTs) que são similares àquelas encontradas fosfatadas de citocinina ribotídeos podem ser convertidas
em animais que produzem tRNA de citocininas (Kakimo- diretamente às formas básicas livres pela fosforriboidrola-
to, 2001; Takei et al., 2001). A possibilidade de que cito- se LONELY GUY (LOG) (ver Figura A3.5), que foi identi-
cininas livres derivadas de tRNA sejam funcionalmente ficada em um arroz mutante que exibia defeitos no meris-
importantes em plantas foi explorada amplamente e tem tema do caule (Kurakawa et al., 2007). A expressão LOG é
sido agora bastante desacreditada. localizada no ápice dos meristemas caulinares e a enzima
As proteínas codificadas pelos genes IPT de Arabidop- provavelmente faz o ajuste fino da distribuição de citoci-
sis foram expressas em E. coli e analisadas. Foi constatado ninas bioativas para regular a atividade meristemática. A
que, com exceção dos dois genes mais estreitamente re- zeatina pode ser oxidada; ela também pode ser conjugada,
lacionados aos genes tRNA-IPT animais e bacterianos, formando O-glicosídeos ou N-glicosídeos. Essas reações
esses genes codificam proteínas capazes de sintetizar cito- são mostradas nas Figuras A3.6 e A3.7.
cininas livres. No entanto, diferentemente do Ipt de Agro-
bacterium (observe que os nomes para proteínas bacteria- Brassinosteroides
nas são grafados com maiúscula sem itálico), as enzimas O atual conhecimento da rota de biossíntese de brassi-
de Arabidopsis utilizam trifosfato de adenosina (ATP) e nosteroide (BR) é o resultado da combinação de análises
difosfato de adenosina (ADP) preferencialmente ao AMP, genéticas e bioquímicas (Fujioka e Yokota, 2003). Foram
e usam DMAPP como fonte da cadeia lateral em vez de utilizadas culturas de células de pervinca-de-madagascar
HMBDP (ver Figura A3.5). (Catharanthus roseus) para os estudos bioquímicos, devido
A rota metileritritol fosfato do cloroplasto é a fonte à sua elevada produção de BRs. Em experimentos em que
primária do DMAPP usado na biossíntese de citocininas foram usados intermediários de BR marcados radioativa-
pelas enzimas IPT vegetais. Essa rota ocorre em plas- mente para suprir as plantas, seus derivados metabólicos
tídios, onde a maioria das enzimas IPT está localizada foram identificados por cromatografia gasosa-espectros-
nas plantas. Desse modo, o sítio primário da biossíntese copia de massa. A associação desses tipos de análises com
de citocininas nas plantas está nos plastídios. Contudo, estudos genéticos de mutantes deficientes em BR de Arabi-
em Arabidopsis, ao menos uma proteína IPT, IPT3, pode dopsis, tomateiro e outras espécies permitiu a identificação
ser modificada pela adição de uma porção de farnesil das rotas biossintéticas completas.
(Galichet et al., 2008). A farnesilação é a adição de um Uma versão simplificada da rota biossintética de BR,
grupo farnesil hidrofóbico (uma longa cadeia molecular iniciando com o esterol progenitor campesterol, é mostra-
lipídica composta de subunidades de isopreno) à cisteína da na Figura A3.8. O campesterol é primeiro convertido
A3-6 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

IPT de Agrobacterium
NH2

N N

N N
OH
O
+ P P O
P O
HMBDP
NH2 IPT
HO OH

N N AMP
OH

N N

O
P P P O + P P O
HN
DMAPP
HO OH IPT N
N
ATP/ADP
N N

O
HN P O

N N
HO OH

N N ZMP

O
P P P O O OH
P O

HO OH
HO OH
iPRTP/iPRDP
LOG Ribosídeo 5′-P
CYP735A

OH OH OH OH

HN HN HN HN

N N N N N N N N

N N N N N N N N
H
O O O
P P P O P O HO

HO OH HO OH HO OH

ZTP/ZDP trans-Zeatina ribosídeo trans-Zeatina trans-Zeatina


5′-monofosfato ribosídeo

Ribotídeos Ribotídeos Base livre

Figura A3.5 Rota biossintética simplificada para a biossíntese de (LOG) pode converter em zeatina ribotídeo (mas apenas o monofos-
citocinina. A primeira etapa comprometida na biossíntese de citoci- fato) diretamente para a forma livre básica. Observe que iP e DHZ
nina é a adição da cadeia lateral isopentenil (iP) a partir de DMAPP ribotídeos também podem ser convertidos em seus ribosídeos cor-
(dimetilalil difosfato) a uma porção adenosina. Os produtos dessa respondentes e em suas formas livres básicas de uma maneira similar
reação (iPRDP ou iPRTP) são convertidos em zeatina pela citocro- (não mostrado). Destaque: Rota de biossíntese da citocinina via Ipt
mo P450-monoxigenase (CPY735A). As citocininas di-hidrozeatina de Agrobacterium. As enzimas Ipt do vegetal e da bactéria diferem
(DHZ) são produzidas a partir de várias formas de trans-zeatina por no substrato adenosina utilizado e no doador da cadeia lateral; a en-
uma enzima desconhecida (não mostrado). As formas ribotídeo e zima vegetal parece utilizar tanto o ADP quanto o ATP para ligar este
ribosídeo de trans-zeatina podem ser interconvertidas, e a trans- ao DMAPP, enquanto a enzima bacteriana usa o AMP para ligar ao
-zeatina livre pode ser formada a partir de ribosídeo por enzimas do HMBDP (1-hidróxi-2-metil-2-[E]-butenil 4-difosfato). Observe que o
metabolismo geral de purinas. Além disso, a enzima LONELY GUY produto da reação da Ipt de Agrobacterium é uma zeatina ribotídeo.
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-7

uma vantagem em diferentes condições fisiológicas, como


tipos variados de estresse.
Citocinina
Os principais genes para biossíntese de BR foram
oxidase isolados e caracterizados. DET2 codifica uma proteína
com sequência de aminoácidos com elevada identidade
FAD
FADH2
às esteroides 5α-redutases de mamíferos (Li et al., 1996).
+ As esteroides 5α-redutases de mamíferos catalisam uma
H2O
conversão, dependente de NADPH, da testosterona em di-
iP Adenina 3-Metil-2-butenal
-hidrotestosterona, uma etapa-chave no metabolismo de
Figura A3.6 A citocinina oxidase degrada irreversivelmente al- esteroide que é essencial para o desenvolvimento embrio-
gumas citocininas. nário normal da genitália externa masculina e da próstata.
Todos os outros genes envolvidos na conversão de cam-
pestanol a BL conhecidos codificam citocromo P450-mo-
em campestanol em várias etapas. O campestanol é, após, noxigenases (CYPs, cytochrome P450 monooxygenases).
convertido em castasterona por uma de duas rotas chama- A quantidade de BRs ativos também é regulada por
das de rotas de oxidação C-6 inicial e tardia, sendo então a processos metabólicos, os quais inativam o brassinolídeo
castasterona convertida em brassinolídeo. As rotas de oxi- (BL). Vários tipos de reações promovem a inativação de BL,
dação C-6 inicial e tardia coexistem e podem ser unidas incluindo a epimerização, a oxidação, a hidroxilação, a sul-
em diferentes pontos em Arabidopsis, ervilha e arroz, em- fonação e a conjugação com glicose ou com lipídeos (Fu-
bora o desvio de oxidação C-6 inicial não tenha sido detec- jioka e Yokota, 2003). O conhecimento limitado nessa área
tado em algumas espécies (Fujioka e Yokota, 2003). Uma baseia-se em experimentos com BRs marcados radiativa-
rota alternativa independente de campestanol também mente, em que as plantas são supridas com BRs marcados,
foi descrita. A presença de várias rotas unidas aumenta a sendo identificados os produtos resultantes marcados e
complexidade da biossíntese de BR e pode proporcionar analisados os metabólitos endógenos. Contudo, ainda não

(A) Figura A3.7 As citocininas podem


CH2OH Glicose ser conjugadas a várias moléculas nas
HN Xilose posições mostradas. (A) Os conjugados
CH3
mostrados em vermelho são irreversíveis
N1 6 N Glicose e resultam em uma citocinina inativa. Os
5 7
–SCH3 8 conjugados mostrados em azul causam a
2 3 4 9
Metiltiol N inativação da citocinina correspondente,
N Ribose 5′-fosfato
H mas são reversíveis. Os conjugados mos-
Ribose
Alanina trados em verde são citocininas ativas,
Glicose Glicose embora menos do que as bases livres
correspondentes. As porções de ribose
são reversíveis, porém a modificação me-
(B) tiltiol parece ser irreversível. (B) Exemplo
CH2O CH2OH de conjugação de trans-zeatina à glicose
HN CH3 O na cadeia lateral, formando um conjuga-
do O-ligado (em cima), e no anel de ade-
N N HO OH nina, formando um conjugado N-ligado
(embaixo).
CH2OH N OH
N
HN CH2OH H
CH3
HO O Zeatina-O-glicosídeo
N N
+
HO OH CH2OH
N N
H HN CH3
OH

trans-Zeatina β-D-Glicose N N

N N
CH2OH
O

HO OH

OH

trans-Zeatina-N9-glicosídeo
A3-8 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

Rota de oxidação C-6 tardia Rota de oxidação C-6 inicial

DET2

HO HO HO
H H
O
Campesterol Campestanol 6-Oxocampestanol

DWF4 DWF4

OH OH

BRox1
DETZ BRox2

Rota DWF4
independente HO
ROT3 HO H
de campesterol H O
6-Deoxocastasterona Castasterona

CPD CPD

OH
OH

OH
OH BRox1
BRox2

HO
HO H
O
H
6-Deoxoteasterona Teasterona

BRox1
BRox2 ROT3
OH

OH

HO

HO
H
O
Castasterona

BR ativo

BRox2

OH OH OH

OH
OH OH OH
OH
HO O HO HO
BAS1
OH UGT
HO O O Reação O
OH OH HO HO
O H catabólica H
O O
BL-23-O-glicosídeo Brassinolídeo 26-Hidroxibrassinolídeo
BR inativo BR mais ativo BR inativo

Figura A3.8 Rotas simplificadas para a biossíntese e o ca- C-6 do anel B ocorre antes da adição de hidroxilas vizinhas ao
tabolismo de BL . O precursor da biossíntese de BL é o campes- C-22 e C-23 da cadeia lateral (refere-se à estrutura BL na Figura
terol. A sequência de eventos biossintéticos é representada por 15.24 do livro). Na rota de oxidação C-6 tardia, o C-6 é oxidado
pontas de setas pretas. Setas contínuas indicam reações simples; após a introdução de hidroxilas na cadeia lateral e no C-2 do anel
setas tracejadas representam reações múltiplas. Como mostrado, A. Ambas as rotas, inicial e tardia, podem ser conectadas em
a castasterona, o precursor imediato de BL, pode ser sintetizada vários pontos, criando uma rede biossintética, em vez de uma
a partir de duas rotas paralelas: as rotas de oxidação C-6 inicial rota linear. As enzimas de Arabidopsis que catalisam as diferen-
e tardia. Na rota de oxidação C-6 inicial, a oxidação no carbono tes etapas estão indicadas.
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-9

está esclarecida a importância desses compostos para a todos os intermediários em uma rota têm um grupo hi-
rota de BR dos vegetais. Dois tipos de enzimas catabólicas droxila (–OH) no C-13 (e assim ela é chamada de rota de
de BR foram descritas em plantas, em conjunto com suas hidroxilação-13), enquanto os intermediários na outra rota
reações catalisadas (ver Figura A3.8). Uma é a proteína não têm (e assim ela é referida como rota de não hidroxila-
CYP BAS1, que tem uma atividade esteroide 26-hidroxila- ção-13). As séries de reações oxidativas ocorrem no anel A
se e conduz ao acúmulo de um 26-hidróxi-BL inativo (Neff e são as mesmas em ambas as rotas do estágio 3.
et al., 1999). O segundo tipo de enzima pertence à família Na discussão a seguir, as reações que levam à GA bio-
de UDP-glicosiltransferases (UGTs) que também regula a ativa (GA4 na rota de não hidroxilação-13 e GA1 na rota
glicosilação de múltiplos fitormônios (Husar et al., 2011; de hidroxilação-13) são referidas como “biossíntese”. O
Poppenberger et al., 2005). A superexpressão dos genes metabolismo adicional da GA bioativa é identificado como
catabólicos anteriormente mencionados em plantas causa “desativação”.
um fenótipo deficiente em BR.
Na rota de giberelina, algumas enzimas são
Giberelinas (GA*) altamente reguladas
Giberelinas (GAs) são compostos terpenoides produzidos Três enzimas no estágio 3 da rota são discutidas em deta-
em muitas partes de uma planta, frequentemente em célu- lhe porque catalisam etapas fortemente reguladas: a GA
las que estão passando por divisão e/ou alongamento. Por 20-oxidase (GA20ox) e a GA 3-oxidase (GA3ox), que cata-
exemplo, estudos usando uma versão repórter de um gene lisam as etapas anteriores à GA bioativa, e a GA 2-oxidase
que codifica uma enzima na rota de GA mostrou que ela é (GA2ox), envolvida na desativação de GA. Todas essas três
expressa em sementes imaturas, ápices caulinares, ápices enzimas são classificadas como dioxigenases.
de raízes e anteras de plantas de Arabidopsis (Silverstone et GA 20-oxidase. Essa enzima multifuncional catalisa a
al., 1997), fornecendo evidência de que as GAs são sinteti- oxidação em três etapas do átomo de carbono 20 na GA12,
zadas nesses locais. produzindo a GA9 na rota de não hidroxilação-13, e na GA53,
As GAs, assim como todos os compostos terpenoides, produzindo a GA 20 na rota de hidroxilação-13. A oxidação
são produzidas a partir de unidades isoprenoides de cin- sequencial de C-20 prossegue de CH3 em GA12 para CH2OH,
co carbonos. Elas são diterpenoides formados a partir de e então para CHO, antes que o C-20 seja eliminado, produ-
quatro unidades isoprenoides. A rota biossintética da GA zindo uma C19-GA (ou GA9 ou GA 20). Na maioria das plan-
pode ser dividida em três estágios, cada um ocorrendo em tas, a GA 20-oxidase é codificada por uma pequena família
um compartimento celular diferente: plastídios, RE ou ci- gênica, de modo que há várias isoformas, todas catalisan-
tosol (Figura A3.9). do a mesma sequência de reações. As isoformas individuais
No estágio 1, que ocorre nos plastídios, quatro uni- são expressas em diferentes partes da planta e/ou podem ser
dades de isoprenoides são resumidas, formando uma mo- reguladas diferencialmente por sinais externos, tais como o
lécula linear de 20 carbonos, o geranilgeranil difosfato comprimento do dia. Uma vez que há redundância gênica,
(GGPP). Além de ser um precursor de GAs, o GGPP é um uma mutação em qualquer um dos genes GA20ox resulta em
intermediário na síntese de compostos importantes para plantas apenas parcialmente anãs (semianãs).
a fotossíntese, de modo que substâncias químicas ou mu- GA 3-oxidase. Essa enzima catalisa a 3β-hidroxilação
tações que bloqueiam o estágio 1 matam as plantas. Para da GA9, gerando GA4, ou da GA 20, produzindo GA1. Essa
a síntese de GAs, GGPP é convertido em um composto reação é necessária para a bioatividade, à medida que o
tetracíclico, o ent-caureno, em duas etapas, catalisadas grupo 3β-OH facilita a ligação da molécula de GA no sí-
pela ent-copalil difosfato sintase (CPS) e pela ent-caureno- tio do receptor de GA. Em muitas plantas, a GA 3-oxidase
-sintase (KS). é codificada por uma pequena família de genes. O cará-
No estágio 2, que ocorre na membrana dos plastídios ter anão identificado por Gregor Mendel que distinguiu
e no RE, o ent-caureno, em uma sequência de reações, é plantas de ervilha altas e anãs é causado por uma mutação
convertido na primeira GA formada, a GA12. Nessa parte em um gene (LE) que codifica uma GA 3-oxidase expres-
da rota, a ent-caureno oxidase (KO) e a ácido ent-caurenoi- sa em caules. Uma segunda GA 3-oxidase, expressa em
co oxidase (KAO) são duas enzimas importantes. A rota tecido reprodutivo, é necessária para a vagem e o desen-
para GA12 é essencialmente a mesma em todas as espécies volvimento das sementes normais. Atualmente, a maioria
vegetais estudadas até agora. das plantas de ervilha cultivadas é de mutantes le; elas têm
No estágio 3, que ocorre no citosol, por meio de uma caules curtos, mas vagens e tamanho da semente normais,
série de reações oxidativas, a GA12 é convertida primei- permitindo a colheita conveniente e a alta produtividade.
ro em outras GAs-C 20 e, após, em GAs-C19, incluindo GA 2-oxidase. A adição de um grupo 2-OH na orien-
a(s) GA(s) bioativa(s). Há duas rotas principais no estágio tação β impede a ligação de GA no sítio do receptor de GA,
3. Elas têm as mesmas séries de reações oxidativas, mas de modo que a 2β-hidroxilação desativa a GA. Na ervilha,
um genótipo identificado por ser mais alto que as plantas
*N. de T. O acrônimo GA deriva da locução inglesa gibberellic acid, o do tipo selvagem contém uma mutação em um gene deno-
ácido giberélico, que é idêntico à GA 3. minado SLENDER (SLN), que codifica uma GA 2-oxidase.
A3-10 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

Estágio 1
H3C C H3C
D OPP OPP

A B KS A B CPS ESTÁGIO 1
(cloroplasto)

ent-Caureno ent-Copalil-difosfato GGPP

KO

do cloroplasto e RE)
ESTÁGIO 2 (envoltório
OH

H3C H3C H3C H3C


KAO GA13ox
Estágio 2 B

CHO COOH COOH


COOH COOH COOH COOH
Ácido ent-caurenoico GA12-aldeído GA12 GA53

GA20ox GA20ox
H OH

HOCH2 HOCH2
Rota da não hidroxilação-13

Rota da hidroxilação-13
12 COOH COOH
1 20 11 COOH COOH
9 13 GA15-OL GA44-OL
2 10 17
H 8 14
CH3 GA20ox GA20ox
3 5 16
6
4 H OH
7 15
H
18 19 CHO CHO
ent-giberelano

COOH COOH
COOH COOH
GA24 GA19
C20-GAs
GA20ox GA20ox
C19-GAs H OH

OH-13
Rota

(citosol)
ESTÁGIO 3
OH-13

Rota

O O
não

CO CO

Enzimas da rota da giberelina COOH COOH


GA9 GA20
Enzima Abreviação Localização GA3ox GA3ox
H OH
ent-copalil- CPS Cloroplasto
difosfato O O
sintase
ent-caureno KS Cloroplasto CO CO
sintase HO COOH HO COOH
ent-caureno KO Envoltório do
GA4 GA1
oxidase cloroplasto
e RE GA2ox GA2ox
ácido ent- KAO RE H OH
-caurenoico-
-oxidase O O
HO HO
GA 13-oxidase GA13ox ?
GA 20-oxidase GA20ox Citosol CO CO
GA 3-oxidase GA3ox Citosol HO COOH HO COOH
GA 2-oxidase GA2ox Citosol GA34 GA8

Figura A3.9 Os três estágios da biossíntese de GA. No está- C-20 e na formação de GAs-C19. Uma reação de 3β-hidroxilação
gio 1, geranilgeranil difosfato (GGPP) é convertido em ent-caure- produz, então, GA 4 e GA1 como GAs bioativas em cada rota. Na
no. No estágio 2, ent-caureno é convertido em GA12. Em muitas maioria das plantas predomina a rota de hidroxilação-13, em-
plantas, GA12 é convertida em GA 53 por hidroxilação no carbono bora, em Arabidopsis e em algumas outras espécies, a rota não
C-13. No estágio 3 no citosol, GA12 ou GA 53 é convertida, via OH-13 seja a rota principal. LA, lactona aberta. Ver a tabela para
rotas paralelas, em outras GAs. Essa conversão prossegue com os nomes completos e as localizações subcelulares das enzimas.
uma série de oxidações no C-20, resultando na perda final do
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-11

As plântulas do mutante sln contêm mais GA1 do que as comprimento do caule está correlacionado aos níveis de
plantas do tipo selvagem, pois a desativação do hormônio GA4. A altura da planta pode ser manipulada pela supe-
é bloqueada. rexpressão ou pelo bloqueio da expressão de certos genes
na rota biossintética de GA, para alcançar o tamanho óti-
A giberelina regula seu próprio metabolismo mo da planta. Essa abordagem foi pioneira utilizando Ara-
Parte da resposta de uma planta à GA bioativa é diminuir bidopsis e agora também é viável em plantas cultivadas.
a biossíntese de GA e estimular a desativação, evitando,
assim, o alongamento excessivo do caule. A redução da Ácido abscísico
biossíntese é alcançada pela regulação para baixo (inibição A biossíntese do ácido abscísico (ABA) começa nos cloro-
da expressão) de alguns genes de GA20ox e GA3ox. Esse plastos e em outros plastídios. A rota completa está repre-
efeito da GA sobre sua própria biossíntese é denominado sentada na Figura A3.10. Vários mutantes deficientes em
regulação por retroalimentação negativa (negative feed- ABA foram identificados com lesões em etapas específicas
back regulation). O aumento da desativação de GA também da rota. Esses mutantes exibem fenótipos anormais que
é importante para a manutenção da sua homeostase. Esse podem ser corrigidos pela aplicação de ABA exógeno. Por
aumento é alcançado pela regulação para cima (up-regu- exemplo, flacca ( flc) e sitiens (sit) são mutantes “murchos”
lation) da expressão de alguns dos genes GA2ox que codi- de tomateiro em que a tendência de as folhas murcha-
ficam a enzima que desativa GA. A capacidade da GA de rem (devido a uma incapacidade de fechar seus estôma-
promover a expressão de genes envolvidos em sua própria tos) pode ser evitada pela aplicação de ABA exógeno. Os
desativação é denominada regulação por alimentação mutantes aba de Arabidopsis também exibem um fenótipo
para a frente positiva (positive feed-forward regulation). “murcho”. Estes e outros mutantes têm sido úteis na elu-
cidação dos detalhes da rota e na clonagem de genes que
GA1 e GA4 possuem bioatividade intrínseca para codificam as enzimas biossintéticas de ABA (Wasilewska
promover o crescimento do caule et al., 2008).
Estudos originais com mutantes para a biossíntese de GA A rota inicia com o isopentenil difosfato (IPP) – a
(também referidos com mutantes deficientes em GA), unidade biológica de isopreno que é também um precur-
realizados na década de 1980, atingiram dois objetivos sor de citocininas, giberelinas e brassinosteroides – e leva
importantes. Além de prover evidência para que as rotas à síntese da xantofila C40 (i.e., carotenoide oxigenado)
de metabolismo de GA fossem definitivamente estabele- violaxantina (ver Figura A3.10). A síntese de violaxanti-
cidas, esses estudos determinaram que GA1 é a principal na é catalisada pela zeaxantina-epoxidase (ZEP), a enzi-
GA bioativa no crescimento do caule em ervilha e milho, e ma codificada pelo locus ABA1 de Arabidopsis. Essa des-
que seus precursores não apresentam atividade biológica coberta forneceu evidência conclusiva de que a síntese de
intrínseca. ABA ocorre via rota carotenoide ou “indireta”, e não por
LE e le são dois alelos do gene que codifica uma GA modificação de um isoprenoide C15, como na “rota dire-
3-oxidase em ervilha. Se GA 20 é aplicada ao mutante le, ele ta” de alguns fungos fitopatogênicos. Mutantes de milho
não é bioativo (a planta permanece anã), enquanto GA1 é (Zea mays) (denominados viviparous, vp), que são bloque-
bioativo e resgata o fenótipo mutante (a planta cresce na ados em outras etapas na rota do carotenoide, também
altura normal). GA8 também é inativa. A partir dessa in- têm níveis reduzidos de ABA e exibem viviparidade – a
formação e do conhecimento da rota metabólica de GA em germinação precoce das sementes no fruto enquanto este
ervilha (GA 20 → GA1 → GA8), podemos inferir que GA 20 ainda está fixado à planta. A viviparidade é uma caracte-
é inativa, a menos que seja convertida em GA1 na planta, rística de muitas sementes deficientes em ABA.
e que GA1 apresenta bioatividade intrínseca (Ingram et al., A violaxantina é convertida a outro composto C40,
1984). trans-neoxantina, sob condições de estresse, por uma
Um estudo com outros mutantes de ervilha confirmou reação dependente do produto do locus ABA4 de Arabidop-
que a altura das plantas está diretamente relacionada à sis. A isomerização por uma enzima ou um conjunto de
quantidade de GA1 endógena. O mutante na de ervilha, no enzimas até agora não identificado é seguida pela cliva-
qual o estágio 2 é bloqueado, é quase completamente des- gem de 9-cis-violaxantina e 9-cis-neoxantina pela 9-cis-
tituído de GA1. Em consequência, ele alcança uma estatura -epoxicarotenoide dioxigenase (NCED), formando o
de apenas cerca de 1 cm na maturidade. Por outro lado, as composto C15 xantoxina, um inibidor de crescimento que
plântulas do mutante sln contêm níveis elevados de GA1, tem propriedades fisiológicas similares às do ABA. Essa é
por causa da desativação ineficiente de GA; de fato, essas a primeira etapa atribuída à biossíntese de ABA, e trata-se
plantas mutantes são mais altas que o tipo selvagem. de uma etapa reguladora limitante da taxa.
Em Arabidopsis e em vários membros das cucurbitá- Uma das principais causas da inativação de ABA li-
ceas (p. ex., abóbora-moranga e pepino), a GA1 aplicada vre é a oxidação a ácido faseico (PA, phaseic acid) e ácido
apresenta menor atividade biológica que GA4. Portanto, 4’-di-hidrofaseico (DPA , dihydrophaseic acid) (ver Figura
em Arabidopsis e provavelmente também nessas cucur- A3.10B). O ABA aumenta a expressão de enzimas oxida-
bitáceas, GA4 é a principal GA biologicamente ativa, e o tivas em alguns tecidos, resultando na regulação por re-
A3-12 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

Citocininas
OPP
Isopentenil difosfato (IPP)

A ligação do componente
OPP farnesil a proteínas
Brassinosteroides
específicas os une à
membrana.
Farnesil difosfato (C15)

Giberelinas OPP
Geranilgeranil difosfato (C20)

Fitoeno (C40)
vp2, vp5, vp7,
OH
vp9: mutantes de milho

Zeaxantina (C40)
HO
ZEP aba1: mutante de Arabidopsis
OH

O
all trans-Violaxantina (C40) OH
HO HO
aba4: Arabidopsis

O
trans-Neoxantina
HO
cis-isomerase?
Sítio de
clivagem

9‘-cis-Neoxantina (C40)
O
O2 HO
Vp14: OH
NCED mutante de milho

Exportação para o citosol Plastídio


HO

Figura A3.10 Biossíntese e metabolismo do ABA. Em plantas que são bloqueados. As rotas para o catabolismo do ABA incluem a
superiores, o ABA é sintetizado via rotas dos terpenoides (Capítulo conjugação para formar ABA-β-D-glicosil éster ou a oxidação para
13 do livro), assim como as citocininas, os brassinosteroides e as formar ácido faseico e, a seguir, ácido di-hidrofaseico. NCED, 9-cis-
giberelinas (ver Capítulo 15 do livro). Alguns mutantes deficientes -epoxicarotenoide-dioxigenase; ZEP, zeaxantina epoxidase. A rota
em ABA, úteis na elucidação da rota, são mostrados nas etapas em ocorre em dois compartimentos, (A) plastídio, (B) citosol.

troalimentação negativa dos níveis de ABA. Isso constitui bioensaios. Entretanto, o ácido faseico pode induzir o fe-
a parte principal da regulação dos níveis de ABA, de modo chamento estomático em algumas espécies, e é tão ativo
que mutantes sem essas oxidases acumulam muito mais quanto o ABA na inibição da produção de α-amilase in-
ABA do que linhagens que superexpressam quaisquer das duzida pelo ácido giberélico nas camadas de aleurona de
enzimas biossintéticas. cevada. Esses efeitos sugerem que o ácido faseico pode ser
capaz de se ligar a alguns receptores de ABA. Ao contrário
Catabolismo de GAs do ácido faseico, o outro produto da degradação de ABA,
O produto da degradação de ABA, o ácido faseico, em ge- DPA, não tem atividade detectável em qualquer dos bioen-
ral é inativo ou exibe uma atividade bastante reduzida em saios testados.
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-13

O ABA livre também pode ser inativado pela conju- Todas as reações subsequentes ocorrem nos peroxis-
gação covalente a outra molécula, como um monossacarí- somos. Primeiro, o anel de ciclopentenona de OPDA é
deo. Um exemplo comum de ABA conjugado é o ABA-β-D- reduzido a ácido 12-oxofitoenoico (OPC-8) pela OPDA-
glicosil éster (ABA-GE). A conjugação não apenas torna o -redutase. A seguir, três ciclos de β-oxidação, envolvendo
ABA inativo como um hormônio, mas também altera sua oxidação, hidratação, oxidação e tiólise, foram propostos
polaridade e distribuição celular. Enquanto o ABA livre para encurtar a cadeia lateral carboxílica do OPC-8 e pro-
está localizado no citosol, o ABA-GE acumula-se nos va- duzir o AJ de 12 carbonos (Acosta et al., 2009).
cúolos e no apoplasto e pode servir como uma forma de Mais recentemente, foi mostrado que o conjugado
armazenamento do hormônio. isoleucina (Ile) do ácido jasmônico (AJ-Ile) é uma forma
O estresse por desidratação resulta na relocalização ativa primária do AJ. A conversão do AJ a AJ-Ile ocorre no
do ABA-GE dos vacúolos para o RE, onde ele pode ser cli- citosol via membro da família GH3 ácido jasmônico ami-
vado por β-glicosidases. A desidratação também ativa ra- do transferase 1 (JAR1). Em Arabidopsis, acredita-se que a
pidamente as β-glicosidases, aparentemente pela indução forma conjugada do AJ seja a mais ativa (Staswick et al.,
da polimerização dessas enzimas em complexos maiores. 2004). O ácido carboxílico do AJ pode ser também metila-
Coerente com a importância do ABA-GE como uma fon- do por uma metiltransferase citosólica, formando a molé-
te de ABA, mutantes carentes de β-glicosidase têm níveis cula volátil sinalizadora de defesa metil jasmonato (MeJA,
mais baixos de ABA, além de deficiência na regulação es- methyl jasmonate; ver Figura A3.12).
tomática, germinação e respostas ao estresse.

Estrigolactonas (A) trans-β-caroteno

Assim como o ácido abscísico, as estrigolactonas, os D27


hormônios que aumentam o crescimento da raiz e ini-
bem a ramificação da parte aérea, são sintetizadas por 9, cis-β-caroteno

meio de um produto da decomposição de carotenoides CCD7


(ver Capítulo 15 do livro, Figura 15.25). No plastídio, o (MAX3, RMS5, D17)
trans-β-caroteno durante três etapas é convertido em 9, cis-β-apo-10’-caroteno
carlactona (Figura A3.11A). A carlactona é, então, ex-
CCD8
portada para o citosol, onde é convertida pela MAX1 (MAX3, RMS1, D10) Plastídio
citocromo P450 em estrigolactona ativa. Várias estrigo-
Citosol
lactonas ativas foram descobertas (Figura A3.11B). Um
Carlactona
análogo sintético comumente utilizado, G24, também
P450
é mostrado. Embora diversos genes que regulam a rota (MAX1)
tenham sido identificados, os detalhes das reações ain-
da precisam ser elucidados. Estrigolactona

III. Lipídeos (B)


Ácido jasmônico (AJ) 9 10
1 2 O O
O
O
1
Vários derivados de ácidos graxos biologicamente ativos 7 8 C 3
são formados durante a oxidação desses ácidos em plan- 6
A B 3a 6′
O
tas e animais. Em animais, a cascata do ácido araquidônico 5 4 O
2′ O
5′ OH
O
O
O
gera numerosos mediadores metabólicos importantes co- D
3′ 4′
nhecidos como eicosanoides, incluindo prostaglandinas
7′
e leucotrienos. As plantas superiores têm uma cascata do (+)-5-Deoxiestrigol (+)-Orbancol
linolenato similar (também chamada de “rota do octade-
canoide”), que leva à biossíntese do jasmonato (AJ) (ver O O
O O
Capítulo 23 do livro). A primeira etapa na biossíntese do
jasmonato é a peroxidação do ácido α-linolênico (18:3) pela
13-lipoxigenase, formando o ácido (13S)-hidroperoxiocta- O O O O
O O
decatrienoico (13-HPOT, [13S]-hydroperoxyoctadecatrie- OH

noic acid) (Figura A3.12). O 13-HPOT é transformado em


ácido cis-(+)-12-oxofitodienoico (OPDA, oxophytodienoic (+)-Estrigol GR24
acid) pela ação da aleno óxido-sintase − produzindo ácido (análogo sintético)
(13S)-12,13-epoxioctadecatrienoico (12,13-EOT, epoxy-oc-
Figura A3.11 (A) A estrigolactona é sintetizada por meio de um
tadecatrienoic acid) − e da aleno óxido-ciclase. Essas etapas produto da decomposição de carotenoides. (B) Algumas estruturas
da biossíntese de AJ ocorrem em plastídios. de estrigolactonas.
A3-14 Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios

PLASTÍDIO Figura A3.12 O ácido jasmônico é


sintetizado em duas organelas diferentes,
plastídios e peroxissomos, via rota do oc-
COOH
tadecanoide.

Ácido α-linolênico

13-Lipoxigenase

COOH

OOH
13-HPOT

Aleno óxido sintase

COOH

O
12, 13-EOT

Aleno óxido ciclase


O

COOH

cis-(+)-OPDA

PEROXISSOMO
O

COOH

cis-(+)-OPDA

OPDA-redutase
O

COOH

OPC-8:0

β-oxidação
O

COOH
Metiltransferase
MeJa
OPC-6:0 (sinal de defesa volátil)

Dois ciclos de β-oxidação


O Ja–Ile
Jar1 (hormônio ativo)

COOH

Ácido (+)-7-iso-jasmônico
Apêndice 3 • Rotas Biossintéticas de Hormônios A3-15

Referências
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