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PROPÓSITO
Aprender a avaliar o estado nutricional do paciente hospitalizado e em atendimento
ambulatorial.
PREPARAÇÃO PRÉVIA
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma calculadora científica ou use a
calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
A avaliação nutricional é um processo sistemático, sendo o ponto de partida da assistência
nutricional. O objetivo desse processo é obter informações, a fim de identificar alterações
ligadas à nutrição, e é constituído de coleta, verificação e interpretação de dados para traçar a
intervenção nutricional mais adequada de forma individual.
A grande variedade de medidas nutricionais que a literatura científica disponibiliza ainda não foi
capaz de apontar um método padrão-ouro para a determinação do estado nutricional. Todas as
medidas utilizadas na avaliação do paciente possuem ao menos uma limitação importante; além
disso, ainda podem ser afetadas pela patologia de base ou até mesmo por algum trauma
(SBNPE; ASBRAN, 2011). Por isso, a orientação é que seja coletado o maior número possível
de dados, baseando-se na história dietética e clínica, no exame físico, nas medições
antropométricas e laboratoriais (DIAS – PD, 2011).
MÓDULO 1
TRIAGEM NUTRICIONAL
A triagem nutricional é o ponto de partida para a identificação precoce de pacientes
hospitalizados com risco nutricional. O tipo de intervenção que deve ser implementada depende
desse primeiro passo, que é a análise do risco nutricional.
O paciente que foi classificado em risco nutricional, após ser submetido à triagem, deve ser
encaminhado para a avaliação do estado nutricional e planejamento. Se a terapia nutricional for
instituída precocemente, a evolução clínica do indivíduo será favorecida e terá,
consequentemente, um prognóstico mais favorável (TEIXEIRA, 2016).
A ASBRAN (2011) recomenda que a triagem nutricional seja realizada nas primeiras 24 horas
após a internação do paciente em nível hospitalar e na primeira consulta quando a abordagem
for ambulatorial e domiciliar. Essa etapa deve ser rápida, e a equipe multidisciplinar de saúde
deve ser capaz de aplicá-la durante a admissão hospitalar, desde que seja previamente
treinada. Esse processo pode ser feito pelo próprio paciente (autoaplicado) ou por algum
membro da família.
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Diferentes instrumentos têm sido propostos para avaliar o risco nutricional. No Brasil, não há
consenso sobre o melhor método a ser utilizado.
Avaliação global (perguntas relacionadas ao modo de vida, à medicação, mobilidade e aos
problemas psicológicos);
Avaliação dietética (perguntas relativas ao número de refeições, à ingestão de alimentos e aos
líquidos e à autonomia na alimentação); e autoavaliação (autopercepção da saúde e da
condição nutricional).
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O NRS 2002 inclui quatro perguntas na pré-triagem, o que é recomendada para uso em locais
com pacientes de baixo risco. O instrumento utiliza pontuação variável entre 0 e 6. Quando o
resultado da somatória é maior ou igual a três pontos, o paciente é classificado como “em risco
de desnutrição”. Ao final, sugere a indicação de intervenção de nutrição para os pacientes
desnutridos (SBNPE; ASBRAN, 2011).
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ATENÇÃO
A MAN e a SGA podem ser utilizadas tanto para triagem de risco nutricional como para
avaliação do estado nutricional; por isso, também serão citadas no item Avaliação do Estado
Nutricional e Metabólico deste Manual.
ANTROPOMETRIA
Antropometria é a medida do tamanho corporal e de suas proporções. É um dos indicadores
diretos do estado nutricional e inclui medidas de peso, altura, pregas cutâneas e circunferências
de membros (LOHMAN; ROCHE; MARTOREL, 1988). A seguir, são descritas as técnicas de
aferição das medidas e, em seguida, estratégias para obtenção das medidas para quando não é
possível aferi-las.
Fonte:Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
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Mão 0,7
Pé 1,5
Coxa 10,1
HOMENS= (0,98 X CP) + (1,16 X AJ) + (1,73 X CB) + (0,37 X PCSE) - 81,9
MULHERES = (1,27 X CP) + (0,87 X AJ) + (0,98 X CB) + (0,4 X PCSE) - 62,35
Classificação de edema.
Edema Depressão mais profunda (4 mm); contorno quase normal; prolonga mais
++ que edema +1
+ Tornozelo 1
++ Joelho 3–4
++++ Anasarca 10 – 12
1 mês 5 >5
6 meses 10 >10
ALTURA ESTIMADA
Pode ser estimada principalmente de acordo com os três modos apresentados a seguir.
ESTATURA RECUMBENTE
IDOSOS
22 a 27 Eutrófico
> 27 Sobrepeso
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
ADULTOS
Masculino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
Feminino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
ADEQUAÇÃO DA CB (CB%)
Grave < 70
Leve 80 – 90
Eutrófico 90 – 110
Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea. É obtida a partir dos valores
da CB e da prega cutânea tricipital (PCT).
CMB (CM) = CB (CM) -Π X [PCT (MM) ¸ 10]
Onde: π = 3,14
Masculino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
Feminino
Idade 5 10 25 50 75 90 95
18 - 18,9 17,4 17,9 19,5 20,2 21,5 23,7 24,5
Esta medida compara a CMB atual à recomendada (percentil 50) para a idade.
Desnutrição
CMB < 70 % 70 – 80 % 80 – 90 % 90 %
As dobras cutâneas avaliam a reserva de gordura corporal, sendo a prega cutânea tricipital
(DCT) a mais utilizada rotineiramente.
Masculino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
18,0
- 4,0 5,0 5,5 6,5 10,0 14,5 17,5 20,0 23,5
24,9
25,0
- 4,0 5,0 6,0 7,0 11,0 15,5 19,0 21,5 25,0
29,9
30,0
- 4,5 6,0 6,5 8,0 12,0 16,5 29,0 22,0 25,0
34,9
35,0
- 4,5 6,0 7,0 8,5 12,0 16,0 18,5 29,5 24,5
39,9
40,0
- 5,0 6,0 6,9 8,0 12,0 16,0 19,0 21,5 26,0
44,9
45,0
- 5,0 6,0 7,0 8,0 12,0 16,0 19,0 21,0 25,0
49,9
50,0
- 5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,0 18,5 20,8 25,0
54,9
55,0
- 5,0 6,0 6,5 8,0 11,5 15,0 18,0 20,5 25,0
59,9
60,0
- 5,0 6,0 7,0 8,0 11,5 15,5 18,5 20,5 24,0
64,9
65,0
- 4,5 5,0 6,5 8,0 11,0 15,0 18,0 20,0 23,5
69,9
70,0
- 4,5 6,0 6,5 8,0 11,0 15,0 17,0 19,0 23,0
74,9
Feminino
Idade 5 10 15 25 50 75 85 90 95
18,0
- 9,0 11,0 12,0 14,0 18,5 24,5 28,5 31,0 36,0
24,9
25,0
- 10,0 12,0 13,0 15,0 20,0 26,5 31,0 34,0 38,0
29,9
30,0
- 10,5 13,0 15,0 17,0 22,5 29,5 33,0 35,5 41,5
34,9
35,0
- 11,0 13,0 15,5 18,0 23,5 30,0 35,0 37,0 41,0
39,9
40,0
- 12,0 14,0 16,0 19,0 24,5 30,5 35,0 37,0 41,0
44,9
45,0
- 12,0 14,5 16,5 19,5 25,5 32,0 35,5 38,0 42,5
49,9
50,0
- 12,0 15,0 17,5 20,5 25,5 32,0 36,0 38,5 42,0
54,9
55,0 12,0 15,0 17,0 20,5 26,0 32,0 36,0 39,0 42,5
-
59,9
60,0
- 12,5 16,0 17,5 20,5 26,0 32,0 35,5 38,0 42,5
64,9
65,0
- 12,0 14,5 16,5 19,0 25,0 30,0 33,5 36,0 40,0
69,9
70,0
- 11,0 13,5 15,5 18,0 24,0 29,5 32,0 35,0 38,5
74,9
Esta medida compara a DCT atual à recomendada (percentil 50) para a idade.
Desnutrição
Uma CP inferior ao ponto de corte indica perda de massa magra, possivelmente associada à
sarcopenia em idosos. Ponto de corte: 31 cm (GUIGOZ et al., 1999).
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EXAME FÍSICO
O exame físico, combinado com outros componentes da avaliação nutricional, pode fornecer
evidências de deficiências nutricionais ou piora de capacidade funcional.
A semiologia nutricional é realizada de forma sistêmica e progressiva, da cabeça aos pés, com
o objetivo de determinar as condições nutricionais do paciente (SBNPE; ASBRAN, 2011).
NORMAL
Nenhuma perda de gordura subcutânea.
DESNUTRIÇÃO LEVE/MODERADA
Sinais de perda em algumas regiões.
DESNUTRIÇÃO GRAVE
Perda grande de gordura em todas ou em uma região.
EXAME ABDOMINAL
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QUADRANTE SUPERIOR DIREITO
Fígado e vesícula biliar piloro; duodeno; cabeça de pâncreas; flexura cólica direita; parte do
cólon ascendente e transverso; parte do rim direito e glândula adrenal.
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Ceco e apêndice; parte do cólon ascendente; ovário ureter direito; bexiga e útero; se
aumentado, parte inferior do rim direito.
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Cólon sigmoide; parte do cólon descendente; ovário; ureter esquerdo; bexiga e útero; se
aumentado, parte inferior do rim esquerdo.
INSPEÇÃO
PALPAÇÃO
AUSCULTA
Inspeção – realizada para identificar sinais específicos que auxiliem no diagnóstico médico ou
nutricional.
Pele – avaliar presença de icterícia, palidez, coloração, estrias, erupções cutâneas e/ou
escaras.
Aparência geral – o abdômen deve estar simetricamente bilateral, sem massas e com o
umbigo no centro, sem descoloração ou drenagens.
Palpação – em geral, é feita após a inspeção e envolve exame táctil para avaliar as estruturas
corporais, incluindo: textura, tamanho, temperatura e mobilidade. Utilizada para detectar áreas
moles, áreas de rigidez muscular, tamanho de órgãos e presença de massas abdominais.
Palpação leve – deve ser realizada com o paciente em posição supina. Utilizar a palma da
mão ou dedos (não utilizar as pontas dos dedos). Segurar dois dedos juntos, com a mão
levantada, sem deslizar sobre o abdômen quando apalpar nova área.
Palpação profunda – utilizar a parte plana da mão direita, coberta pela mão esquerda. A
ponta dos dedos exerce uma pressão suave e constante.
Ruídos intestinais: o intestino delgado permanece ativo na maioria dos pacientes durante
o período pós-operatório imediato, enquanto o estômago e o intestino grosso são mais
lentos para retornar à função normal. A administração de nutrientes no intestino delgado
pode permitir a alimentação pós-operatória precoce. Entretanto, o estômago pode
necessitar ser esvaziado por sucção, para evitar a distensão gástrica e o risco de
aspiração.
Ruído normal: de 5-30 vezes por minuto, sendo mais frequente após as refeições.
Ruídos ausentes: nenhum som intestinal após 2 minutos de ausculta. Pode ocorrer em
caso de íleo paralítico ou peritonite.
Ruídos aumentados ou hiperativos: indicam motilidade aumentada (ex.: uso de laxantes e
gastroenterite).
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CAVIDADE ORAL
ESÔFAGO
Verificar disfagia, odinofagia, pirose, dor, regurgitação, eructação, soluço, sialorreia, engasgos,
êmese e/ou hematêmese, algias, paresias.
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ESTÔMAGO
Verificar presença de dor aguda ou crônica, dor intermitente ou constante, paresia, diarreia,
consistência e formato das fezes, esteatorreia, melena, obstipação e mudanças de ritmo
intestinal, presença de fecaloma, distensão abdominal, entre outros.
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REGIÃO ANAL
SEMIOLOGIA NUTRICIONAL
A semiologia nutricional é realizada de forma sistêmica e progressiva, da cabeça aos pés, com
o objetivo de determinar as condições nutricionais do paciente (SBNPE, 2011). É a parte da
medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas. A semiologia é
muito importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades.
Possível
Região Manifestação
Significado/Deficiência
Olhos
Palidez conjuntival, xerose,
Fe, vit. A, B2 e B6
blefarite angular
Pele excessivas
Regiões supra e
infraclaviculares Perdas musculares Depleção crônica
(pescoço)
Fúrcula esternal
Perdas musculares Depleção crônica
(pescoço)
Atrofia da musculatura bi e
Depleção crônica
tricipital
Membros
superiores
Atrofia das musculaturas de
Depleção crônica
pinçamento
Atrofia da musculatura das
Perda de força muscular
coxas (fossa de quadríceps)
Membros inferiores
Aparência de tristeza,
Fácies crônica Desnutrição crônica
depressão
Alterações psicomotoras e
sensitivas, depressão, fraqueza
Sistema nervoso
motora, formigamento (mãos/
pés)
Alterações psicomotoras
Confusão mental, depressão,
perda sensitiva, fraqueza
motora, perda de senso de
Kwashiorkor, B1, B6, B12,
Sistema nervoso posição, perda da sensibilidade
ácido nicotínico
vibratória, perda da contração
de punho e tornozelo,
formigamento de mãos e pés
(parestesia)
Sistema
Cardiomegalia B1
cardiovascular
Sistema
Hepato-esplenomegalia Kwashiorkor
Gastrointestinal
Estado Nutricional
Gordura Desnutrição
Desnutrição
Sub- Dicas Leve/ Bem nutrido
grave
cutânea Moderada
depressão, visível
pele solta e
flácida, “olhos
fundos”
Desnutrição
Massa Desnutrição
--- leve/ Bem nutrido
muscular grave
Moderada
Observar de
Depressão Músculo bem
Têmporas frente, olhar Depressão
leve definido
os dois lados
O paciente Formato
Ombro em
deve arredondado
forma
posicionar os na curva da
quadrada Acrômio
braços ao junção do
Ombros (formando levemente
lado do corpo: ombro com o
ângulo reto), protuberante
procurar por pescoço e do
ossos
ossos ombro com o
proeminentes.
proeminentes braço.
Observar o
dorso da Área entre o
mão, o dedo
músculo entre indicador e o
Músculo Depressão Músculo
o polegar e o polegar
interósseo leve proeminente
indicador, achatada ou
quando esses com
dedos estão depressão
unidos
Pinçar e
Parte interna
sentir o Depressão Sem
Quadríceps da coxa com
volume do leve depressão
depressão
músculo
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
A avaliação dos exames bioquímicos auxilia a detecção de alterações metabólicas, falências
orgânicas e carências nutricionais (SBNPE; ASBRAN, 2011). A avaliação bioquímica deve ser
feita à luz da história clínica do paciente e associada aos demais parâmetros de avaliação
nutricional para determinação do diagnóstico nutricional. A seguir, são apresentados alguns
exames bioquímicos e sua interpretação.
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EXAMES BIOQUÍMICOS
EXAMES BIOQUÍMICOS, VALORES DE REFERÊNCIA E POSSÍVEIS
CAUSAS E SIGNIFICADOS DAS ALTERAÇÕES.
Quadro Valores de
Causas/ Significado de Valores Anormais
Resumo Referência
Equilíbrio ácido-básico
Situações normais: base:ácido 20:1
• alcalose metabólica (ácidos e HCO3 no
líquido extracelular), acidose respiratória,
enfisema, vômito, aldosteronismo.
Bicarbonato
21 - 29 mmol/L • acidose metabólica, insuficiência renal,
(HCO3)
cetoacidose diabética, acidose lática,
diarreia, alcalose/estímulo respiratório
(hiperventilação, histeria, falta de O2, febre,
salicilatos), hiperparatireoidismo primário,
privação alimentar prolongada.
Desejável <
200mg/ dL Avaliação do risco de doenças
Limite 200 - coronarianas. Funções fisiológicas,
Colesterol total
239mg/ dL incluindo na síntese de ácidos biliares,
Elevado ≥ hormônios esteroides e membrana celular.
240mg/ dL
M: 0,8 - 1,2
Creatinina mg/dL F: 0,6 - Útil para a avaliação renal
1,0 mg/dL
Ferritina M: 36 -
262ng/mL F: 10 -
155ng/dL
Ferro 50 - 150mcg/dL
Fosfatase
75 - 970 U/L
alcalina
Aceitável: 1+
durante a terapia
Glicose (urina) nutricional No estresse severo (trauma, infecção)
enteral ou
parenteral
Plasma arterial:
4,5 - 14,4 mg/dL Acidose lática, exercício extenuante, sepse,
Lactato
Plasma venoso: estresse, toxinas.
5 - 12"
Leucograma
(contagem Consiste em: monócitos, linfócitos,
diferencial de basófilos, eosinófilos e neutrófilos.
leucócitos)
Transaminase
glutâmico-
Injúria/ morte celular, infarto miocárdio,
oxaloacética
cirrose aguda, hepatite, pancreatite, doença
(TGO) ou
8-33U/L renal, câncer, alcoolismo, hipotireoidismo,
aspartato
queimadura, trauma, distrofia muscular.
amino-
diabetes não controlada (acidose), beribéri
transferase
(AST)
ALBUMINA SÉRICA
A síntese de albumina pode se encontrar diminuída por cirurgia, trauma, infecção, radiação,
hepatopatia e desnutrição.
IPN (%) = 158 – (16,6 X ALB) – (0,78 X PCT) – (0,2 X TRS) – (5,8 X DCH)
ALB = albumina sérica (g/dl); PCT = prega cutânea do tríceps (mm); TRS = transferrina sérica
(mg/ dL); DCH = hipersensibilidade cutânea retardada (0 = reatividade nula; 1 = diâmetro do
ponto < 5mm; 2=diâmetro do ponto 5mm³).
ALB = albumina sérica (g/dL); PA – Peso atual (kg); PU – Peso usual (kg).
CONSUMO ALIMENTAR
Vários métodos são utilizados na avaliação do consumo alimentar dos indivíduos. A validade e
reprodutibilidade de cada método dependem da habilidade do avaliador e da cooperação do
investigado. Os inquéritos dietéticos fornecem informações qualitativas e quantitativas a
respeito da ingestão alimentar. Estas informações são úteis na avaliação de aspectos
socioculturais e valores nutricionais da alimentação de indivíduos e populações em determinado
período. A investigação dietética consiste no cálculo de, pelo menos, calorias e proteínas
ingeridas ou infundidas no paciente. Quando o paciente internado está recebendo dieta via oral,
este cálculo deve ser elaborado através da ficha de recordatório alimentar 24 horas que deve
ser preenchida pelo acompanhante, pela nutricionista ou pelo próprio paciente (SBNPE;
ASBRAN, 2011).
Fonte:Shutterstock
Os recordatórios não são onerosos, pois são de administração rápida (20 minutos ou menos) e
podem fornecer dados detalhados sobre alimentos específicos, particularmente quando nomes
comerciais são recordados. O método requer somente a memória curta e é bem aceito pelos
entrevistados. Os recordatórios são mais objetivos do que os questionários de história dietética
geral e de frequência alimentar. A aplicação de recordatórios não influencia a dieta habitual. Os
recordatórios podem fornecer dados razoavelmente precisos sobre a ingestão do dia
precedente (recordatório de 24h), porém relatos de semanas ou meses anteriores não são
precisos (SBNPE; ASBRAN, 2011).
SAIBA MAIS
Além do recordatório, também tem a opção dos questionários de frequência alimentar (QFA).
Os QFA fornecem análise qualitativa, ou mesmo semiquantitativa, da ingestão (padrão)
alimentar de determinado indivíduo ou grupo. Os QFA podem ser desenvolvidos para uma
população-alvo específica (crianças, gestantes, idosos e adultos). Em geral, os QFA exigem
pouco tempo e trabalho dos entrevistados. Eles podem ser aplicados com rapidez pelo
entrevistador (10 a 30 minutos) ou serem autoadministrados. É possível que os questionários
curtos sejam incompletos. Por outro lado, os longos podem sobrecarregar os entrevistados.
Essas características do instrumento, às vezes, limitam seu uso. A validade e a confiabilidade
são mais altas quando o QFA não avalia o tamanho da porção, mede períodos mais curtos de
tempo (dia ou semana anterior) e é de extensão média (contém de 20 a 60 itens). Trata-se do
método mais indicado para correlacionar o hábito alimentar com o desenvolvimento de doenças
crônicas não transmissíveis (SBNPE; ASBRAN, 2011).
B) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a NRS 2002.
D) A ferramenta de triagem nutricional mais adequada para esse paciente é a altura do joelho.
A) Obesidade grau I.
C) Sobrepeso.
D) Obesidade grau III.
GABARITO
O IMC é um índice que considera o peso dividido pela altura ao quadrado. IMC= Peso
MÓDULO 2
O aporte energético e de nutrientes deve ser individualizado e baseado na avaliação atual, mas
também são necessárias informações retrospectivas do paciente. A composição corporal,
funcional e a condição clínica do paciente são outras questões que devem ser consideradas
(SBNPE; ASBRAN, 2011).
Fórmula utilizada para pacientes adultos e não obesos (FRANKENFIELD et al., 2003).
MULHERES
HOMENS
MULHERES:
GEB = 655,1 + (9,5 X PESO (KG)) + (1,7 X ALTURA (CM)) – (4,7 X IDADE
(ANOS))
HOMENS:
GEB = 66,4 + (13,7 X PESO (KG)) + (5 X ALTURA (CM)) – (6,8 X IDADE
(ANOS))
ATENÇÃO
Em obesos, é necessário realizar ajustes no peso corporal para o cálculo do GEB (Gasto
Energético Basal). (FRANKENFIELD et al., 2003). Para isso, pode ser utilizado o peso ajustado,
peso ideal ou desejável.
Para o gasto energético total (GET), deve-se multiplicar os fatores atividade (FA), injúria (FI) e
térmico (FT).
Fator injúria, fator atividade e fator térmico para cálculo de necessidades energéticas.
Acamado 1,2
Deambulando 1,3
38°C 1,1
39°C 1,2
40°C 1,3
41°C 1,4
Fraturas 1,33
Peritonite 1,4
Proteína (PTN)
Lipídeo (LIP)
Fonte: SBNPE; ASBRAN, 2011. VET – valor energético total; VO- via oral; EV- nutrição via
venosa.
EXEMPLO
Paciente do sexo feminino, 47 anos, foi diagnosticada com SIDA (Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida), quando foi internada com queixa de diarreia aquosa. Relata não conseguir
deambular devido à fraqueza e apresenta febre de 38º C no momento da anamnese. Qual o
gasto energético total dessa paciente?
Exame antropométrico:
Mulheres: GEB = 655,1 + (9,5 x peso (kg)) + (1,7 x altura (cm)) – (4,7 x idade (anos))
GEB= 655,1 + (9,5 x 54,5) + (1,7 x 165) – (4,7 x 47) → 655,1 + 517,75 + 280,5 – 220,9
GEB = 1223,45 Kcal
MICRONUTRIENTES
São nutrientes essenciais à manutenção de algum organismo, requeridos em quantidades
pequenas, de miligramas a microgramas. Fazem parte deste grupo as vitaminas e os minerais,
os quais são essenciais e devem estar diariamente presentes na alimentação. O défice de
micronutrientes pode provocar doenças ou disfunções, ao passo que o excesso pode acarretar
intoxicações.
Fonte:Shutterstock
Vitamina C (2) / mg 45 55 70
Niacina (2) / mg 16 18 17
Biotina (2) / ug 30 30 35
Vitamina K (2) / mg 65 55 55
Colina (1) / mg 550 450 550
Flúor (1) 4 3 3
Selênio (2) 34 30 35
Molibdênio (1) 45 50 50
Cromo (1) 35 30 45
Nutriente
Vitamina C (2) / mg 25 30 30 30 35
Niacina (2) / mg 2 4 6 8 12
Biotina (2) / ug 5 6 8 12 20
Ác. pantotênico (2)/mg 1,7 1,8 2 3 4
Vitamina K (2) / mg 5 10 15 20 25
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DE ACORDO COM HARRIS-BENEDICT, QUAL O VALOR DO GASTO
ENERGÉTICO BASAL DE UM PACIENTE DE 35 ANOS, CUJA ALTURA É
176CM E SEU PESO É 98KG?
A) 2.051,0.
B) 2.160,9.
C) 2.260,9.
D) 2.360,9.
C) 20 a 35% / 2 a 4% / 5 a 10%.
GABARITO
A fórmula é adaptada de acordo com o sexo do paciente, e, para homens: GEB = 66,4 + (13,7 x
peso (kg)) + (5 x altura (cm)) – (6,8 x idade) -> GEB= 66,4 + (13,7 x 98) + (5 x 176) – (6,8 x 35) -
> GEB= 66,4+1342,6+ 880-238= 2051 kcal.
A recomendação de lipídios vai de 25 a 35%, sendo 0,6 a 1,2% de ômega 6 e 0,25 a 0,5% de
ômega 3.
MÓDULO 3
DIETAS
As dietas são elaboradas considerando-se o estado nutricional e fisiológico das pessoas, e, em
situações hospitalares, devem estar adequadas ao estado clínico do paciente, além de
proporcionar melhoria na sua qualidade de vida. Portanto, a dieta hospitalar garante o aporte de
nutrientes ao paciente internado e preserva seu estado nutricional, por ter um papel
coterapêutico em doenças crônicas e agudas. As dietas hospitalares podem ser padronizadas
segundo as modificações qualitativas e quantitativas da alimentação normal, assim como da
consistência, temperatura, do volume, valor calórico total, das alterações de macronutrientes e
restrições de nutrientes. Com isso, podem ser classificadas a partir de suas principais
características, indicações e seus alimentos ou preparações que serão servidos (ISOSAKI et al.,
2009)
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DESJEJUM
COLAÇÃO
ALMOÇO
MERENDA
JANTAR
CEIA
O sabor das dietas pode ser doce, salgado, misto, suave ou moderado, intenso ou excitante.
Deve-se evitar altas concentrações de açúcar, sal ou ácidos. A dieta pode ser oferecida a
temperatura ambiente, quente, fria ou até mesmo gelada.
A dieta pode ter consistência em ordem progressiva da mais consistente e mais completa à
menos consistente e mais restrita.
DIETA NORMAL OU GERAL
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Não interferirá no sistema digestório e na tolerância normal do paciente aos alimentos nem
causarão alterações metabólicas que exijam mudanças da dieta.
DIETA BRANDA
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Trata-se de uma dieta de fácil digestão e mastigação. É utilizada na transição da dieta pastosa
para a geral. Prescrita em pós-operatório (anestesia reduz a motilidade gástrica), problemas no
TGI com alterações na motilidade gástrica e dificuldade de mastigação.
Frequência 5 a 6 refeições/dia
DIETA PASTOSA
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Indicadas para pacientes com dificuldade de mastigação e/ou deglutição com comprometimento
das fases mecânicas do processo digestivo, ausência total ou parcial dos dentes, doenças do
TGI, ou doenças que levam a uma frequência respiratória ou cardíaca aumentada.
Alimentos a
serem Frituras, cereais integrais e alimentos flatulentos
evitados
Frequência 5 a 6 refeições/dia
DIETA SEMILÍQUIDA
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Tem como objetivo proporcionar moderado repouso no TGI. Indicado também para pacientes
com dificuldade de mastigação e deglutição, com frequência respiratória e/ou cardíaca
aumentada.
Devido ao baixo valor de celulose desta dieta, seu uso por período prolongado poderá resultar
em obstipação. Para aumentar o valor calórico desta dieta, faz-se o uso de produtos
industrializados ricos em calorias, proteínas, vitaminas e minerais.
DIETA LÍQUIDA
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LÍQUIDA RESTRITA
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Alimentos a
Não pode conter leite e outras preparações que contenha esse
serem
ingrediente.
evitados
6 a 8x/dia, com pequeno volume e administrada de duas em duas
Frequência horas (ou menos), para hidratar os tecidos. Deve haver
monitorização do volume para evitar a distensão abdominal.
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MODIFICAÇÕES QUÍMICAS
A dieta pode ser modificada quanto à oferta de nutrientes, fornecendo quantidades abaixo ou
acima das recomendações. Clique nas dietas apresentadas abaixo e conheça suas
características.
HIPOLIPÍDICA
Indicação: pós-operatório de colecistectomia, desconforto abdominal, doença pancreática
(redução da concentração da lípase), doença hepática (reduz conversão da gordura),
cardiopatia associada à dislipidemia (colesterol e triglicérides elevados).
Características: normocalórica, hipolipídica, normoproteica e hiperglicídica.
HIPOSSÓDICA
Indicação: doença hipertensiva, paciente com edema, cardiopatias, doença renal, doença
hepática.
Características: Todas as preparações não devem ter adição de sal. Evitar alimentos ricos em
sódio. Normocalórica, normoproteica, normolipídica, normoglicídica São oferecidos 2g de sal/dia
(1g no almoço e 1g no jantar), ou de acordo com a prescrição dietética.
Alimentos a serem utilizados: pão sem sal, bolacha doce, sachê de sal (1g), margarina sem
sal.
Alimentos a serem evitados: pão francês, bolacha salgada, biscoito de polvilho, embutidos,
enlatados, alimentos conservados em sal (carne seca, sardinha seca, bacalhau), bebidas ricas
em sódio (refrigerantes diet), queijos salgados.
HIPOPROTEICA
Indicação: insuficiência renal
Características: normocalórica, hipoproteica, normolipídica, normoglicídica
Consiste em: diminuir ou retirar a porção de carnes e derivados, leguminosas, leite e
derivados.
Nota: seguir orientações médicas segundo a restrição hídrica.
HIPERPROTÉICAS
Indicação: períodos de recuperação, doenças infecciosas, doenças neoplásicas, queimaduras,
gestação, pós-cirúrgicos. Todas as situações que requerem um balanço nitrogenado negativo.
Características: alimentação deve ser rica em proteína (15 a 20% do VCT). normocalórica,
hiperproteica, normolipídica, normoglicídica. A suplementação é feita com proteína de origem
animal (alto valor biológico) e, em alguns casos, necessita-se de proteínas industrializadas
(caseína, albumina).
Consiste em: Enriquecer sucos e sopas (ovo, caseína, albumina) – tomar cuidado com cálcio x
ferro. Aumentar a porção de carne no preparo das refeições. Acrescentar leite ou bebidas
enriquecidas à base de leite na colação. Acrescentar leite ou ovo no desjejum.
LAXATIVA
Indicação: pacientes que apresentam constipação intestinal.
Características: rica em fibras insolúveis, farelos, coquetel laxativo (combinação de óleo, frutas
laxativas e farelos).
CONSTIPANTE
Indicação: pacientes que apresentam quadros de diarreias. Exclusão de alimentos
considerados laxativos (mamão, laranja, ameixa, verduras), leite de vaca e derivados. Inclusão
de alimentos constipantes, pobre em resíduo (fibra insolúvel): limonada, goiaba, maçã,
banana, batata, cenoura cozida. Restrita em lactose (leite e derivados com lactose)"
HIPOCALÊMICA
Indicação: pacientes com alterações nos níveis plasmáticos de potássio (hipercalemia); renais
crônicos, por exemplo. Restringir alimentos que sejam fontes de potássio.
A) Branda.
B) Líquida.
C) Pastosa.
D) Normal.
GABARITO
A dieta pode ser modificada quanto à oferta de nutrientes, e hipocalêmica quer dizer baixo teor
de potássio.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A triagem nutricional, assim como a avaliação nutricional, é uma importante ferramenta para
determinar a presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado
nutricional do indivíduo. Na prática clínica, isso é extremamente importante, seja em hospitais,
seja em ambulatórios.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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Assessment – its history, today’s practice, and future perspectives. Nutr Clin Pract. 2008;
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EXPLORE+
Para ampliar o conhecimento, recomendo a leitura desses dois manuais, que orientam
profissionais nutricionistas no manejo de pacientes hospitalizados e ambulatoriais com o
compilado de técnicas de avaliação nutricional.
CONTEUDISTA
Etiene de Aguiar Picanço
CURRÍCULO LATTES