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Aula 8

Grupos de Fertilizantes e suas


características
Conteúdo
• Definição de adubos minerais e orgânicos
• Classificação dos principais materiais
fertilizantes
• Classificação física, química e físico-química
dos fertilizantes
• Adubos orgânicos
• Tipos de adubos orgânicos
• Modelo de decomposição
Def. Fertilizante

• Material de origem mineral ou orgânica contendo um ou mais


nutrientes que aplicado no solo, na agua de irrigação
(fertirrigacao), ou diretamente na planta, de modo devido
concorre para o aumento da produção agrícola.

Entende-se por nutrição o conjunto de processos pelo qual o


organismo adquire no ambiente e transforma e utiliza várias
substâncias sólidas e líquidas para a produção de energia e
manutenção das suas funções.
Alguns conceitos importantes
• Elementos Simples - é o fertilizante tomado isoladamente, sem
ser misturado com outros materiais fertilizantes, Ex.: nitrato de
amônio, DAP, superfosfato triplo, rocha fosfatada, etc.

• Fertilizante composto - é o produto obtido pela mistura de dois


ou mais elementos simples, contendo pelo menos dois dos três
nutrientes primários (N, P e K).

• Mistura granulada ou complexa - é um fertilizante composto,


mais ou menos homogêneo, apresentando, no mesmo grânulo,
todos os nutrientes citados na sua fórmula.

• Mistura de granulados - é um fertilizante composto, produzido


pela mistura mecânica de dois ou mais elementos simples
granulados.
• Fórmula ou concentração - a fórmula serve para
expressar, em percentagem, a quantidade de nutrientes
contidos num fertilizante.

• É representada por três números dispostos em linha


horizontal e separados por um traço.

• O primeiro corresponde à percentagem de N, o segundo


à percentagem de P2O5 e o terceiro à percentagem de
K2O.
 Sendo assim, o adubo com fórmula 04-32-16
em 100Kg significa: ? Kg de N, ? Kg de P2O5 e ?
Kg de K2O. E em 50 Kg?

100kg-----------100%
X-------------------4%
X= 4kg em 100kg
50kg-----------100%
X-------------------4%
X= 2kg em 50kg
Relação de uma fórmula - é a proporção relativa
de cada nutriente com respeito aos demais.

• NOTA: Para se obter a relação de uma fórmula,


basta dividir todos os números da mesma pelo
menor deles. (Ex: 4-32-16/4= 1:8:4)

17-17-17 relação 1:1:1


10-30-20 relação 1:3:2
10-10-20 relação 1:1:2
24-08-12 relação 3:1:1,5
27-03-21 relação 9:1:7
Exercício
• Considere a seguinte situação:
Cultura de tomate
Necessidade nutricional 120kg/ha N; 80kg/ha P e 90kg/ha K

• Considere as formulas de fertilizantes existentes


no mercado:
14-18-18
25-18-18
25-10-08

• Escolha a formula que melhor responde as


necessidades da cultura de tomate. Justifique!
Solução

• 1saco de 50Kg-------7KgN
• X --------------120KgN
• =120/7=17.14=17sacos

• Dos 17 sacos
• P: 17*50= 850kg
• 850-----100% fertilizante
• X-----------18%P
• =153KgP superior a necessidade da cultura (80Kg)
Classificação dos fertilizantes

• Em geral, os fertilizantes são classificados em:


• 1. Minerais– são aqueles constituídos por
macro e micro elementos ou de ambos, e,
subdivide-se em fertilizantes contendo
macronutrientes e fertilizantes contendo
micronutrientes.
Fertilizantes contendo macronutrientes

– Fertilizantes nitrogenados: compostos essencialmente de


nitrogênio. Têm como principal matéria prima
Amonio (NH3).
– Fertilizantes fosfatados: substâncias constituída de fósforo
assimilável aos vegetais e obtidas a partir do
superfosfato, Fosfato oxidado, fosfatos de amônio e
termofosfatos.
– Fertilizantes potássicos: substâncias extremamente
solúveis em água, que fornecem o potássio necessário ao
desenvolvimento vegetal. Sulfato de potássio e cloreto de
potássio são as principais matérias primas para a produção
desses fertilizantes.
Fertilizantes contendo macronutrientes

a) Quanto à forma
Em pó ou farelados : elementos simples
: fertilizantes compostos

Granulados : elementos simples


: fertilizantes compostos : mistura granulada ou
complexa - todos os nutrientes no mesmo grânulo
: mistura de granulados : nutrientes em 2 ou mais
grânulos diferentes

Liquidos Ou Fluidos: solucoes ou suspensoes

Gasosos: Ex. Amonia anidra


Fertilizantes contendo macronutrientes

b) Quanto aos nutrientes


Nitrogenados sao classificados em:
Amoniacal: amônia anidra.
Nítrico: salitre do Chile.
Amoniacal e nítrico: nitrato de amônio, nitrocálcio, sulfonitrato
de cálcio.
Amídico: uréia, calciocianamida.
Fertilizantes contendo macronutrientes

Fosfatados : sao classificados em soluveis e insoluveis em agua


Solúveis em água: superfosfato simples, super 30, superfosfato
triplo.

Pouco solúvel em água, mas totalmente solúvel em ácido cítrico


a 2%: termofosfato, fosfato bicálcico, nitrofosfatos, farinha de
ossos, escórias Thomas (residuoas de industria de ferro).

Pouco solúvel em água, mas parcialmente solúvel em solução de


ácido cítrico a 2% rochas fosfatadas.
Fertilizantes contendo macronutrientes

Potássicos :
Na forma de cloreto: cloreto de potássio.
Na forma de sulfato: sulfato de potássio.
Na forma de nitrato de potássio

Os fertilizantes potássicos são extraídos


principalmente do subsolo ou das águas salinas. Os
principais depósitos encontram-se na Alemanha,
Canadá, Rússia e no Mar Morto.

*Adubos Nitrogenados e Potassicos sao altamente soluveis em agua


Fertilizantes contendo macronutrientes

• Cálcicos: são fonte de Cálcio para as plantas e também servem para


corrigir a acidez dos solos.
• Calcário calcítico ou cálcico, magnesiano, dolomítico, sulfato de cálcio ou
gesso agrícola.
NB: todos esses produtos são insolúveis em agua.
• Como fonte solúvel de cálcio o mais utilizado e o nitrato de cálcio.

• Magnesianos: alem de serem fonte de fonte de Cálcio, os calcários


dolomíticos e magnesianos são também fonte de magnésio para as
plantas.
• Como fonte solúvel de magnésio o mais utilizado e o sulfato de magnésio.

• Sulfatados: são productos insolúveis em agua, com excepção do acido


sulfúrico, os principais são:
• Gesso, flor de enxofre e o acido sulfúrico.
Fertilizantes contendo macronutrientes

Fertilizantes com macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e


enxofre).

Fertilizante Garantia Mínima Formas do Nutriente Observações

Carbonato de
27% Mg MgCO3 -
magnésio

Cloreto de cálcio 24% de Ca CaCl 2 . 2H2O -

Enxofre 95% de S Enxofre total -

Óxido de magnésio 55% de Mg Na forma de MgO -

Sulfato de
16% de Ca Forma elementar 14% de S
cálcio(gesso)

Sulfato de magnésio 9% de Mg Solúvel em água 13% de S


c) Quanto à concentração
De baixa concentração - contendo menos que 25% de nutrientes.
Ex.: 00-18-06.
De média concentração - contendo de 25 à 40% de nutrientes.
Ex.: 10-10-10.
De alta concentração - contendo mais de 40% de nutrientes. Ex.:
17-45-00, 04-33-16.
• Mistos :
Nitrogênio e fósforo: MAP, DAP
Nitrogênio e potássio: nitrato de potássio.
Fósforo e potássio: fosfato de potássio.
Nitrogênio, fósforo e potássio: Nitrophoska.
Características Físicas dos fertilizantes
• As características de natureza física são, o estado
físico do fertilizante que pode ser sólido, fluido ou
gasoso(amonia anidra).

• A granulometria dos fertilizantes sólidos está


relacionada com o tamanho e a forma das
partículas.

• Todos os fenômenos que dependem do contacto,


como velocidade de dissolução, absorção de
humidade atmosférica ou higroscopicidade são
intensificados ou reduzidos em função do tamanho.
• Os fertilizantes solúveis em água e higroscópicos
como, nitrato de amônio, uréia, nitrocálcio
devem ser preferencialmente de granulometria
grosseira.

• Fertilizantes pouco solúveis em água, como os


termofosfatos, fosfatos naturais, devem ser com
granulometria fina.

• Uma característica de qualidade dos fertilizantes


sólidos, relacionada com o tamanho de
partículas, é a uniformidade do tamanho.
• A desuniformidade causa:

 a separação e acomodação seletiva das partículas por


ordem de tamanho, com a movimentação e trepidação
do produto, o que pode comprometer a
homogeneidade, em especial da mistura de grânulos,
onde:

 a separação por ordem de tamanho leva


automaticamente à separação dos nutrientes, levando
também a distribuição irregular dos fertilizantes nas
adubações, tanto quantitativamente, dificultado as
regulagens das adubadoras, quanto qualitativamente, se
ocorrer a segregação no caso das misturas de grânulos.
• A consistência é o grau de dureza ou resistência dos
grânulos à quebra ou à abrasão.

• A fragilidade dos grânulos pode provocar a quebra dos


grânulos no armazenamento, transporte ou manuseio,
tornando suas partículas desuniformes no tamanho.

• Outra característica é a capacidade de livre


escoamento do fertilizante por determinados espaços,
a fluidez, que está relacionada com a eficiência da
distribuição mecânica dos fertilizantes. Diversos
fatores influem nessa característica, como a
higroscopicidade, uniformidade e forma das
partículas.
• Os adubos minerais: apresentam-se em diferentes formas:
cristalina, pulverulenta e granular.

• Granular mais recomendada em adubações solidas com


adubos solúveis devido a sua estabilidade física e química
pois:

 Diminuem o processo de higroscopicidade (a área de


contacto entre os grânulos e menor)

 Influencia positivamente na diminuição de perdas de


nutrientes por lixiviação ou retrogradação já que a
libertação dos mesmos e gradativa sem prejudicar a
nutrição das plantas.
Características químicas
• Indice salino do adubo: concentração de sais que o
fertilizante apresenta nas suas constituições.

• Os adubos N e K possuem maiores índices salinos que


os P.

• O IS traz grandes prejuízos ao agricultor na adubação


de fundo pois:
• Diminui a germinação das sementes e o pegamento
das mudas.
• Índice de acidez: quantidade gasta de
carbonato de cálcio para neutralizar a acidez
deixada no solo pelo emprego de 100kg de
determinado fertilizante.
• Os fertilizantes podem apresentar um
comportamento acido ou básico no solo.
• EX, os sais amoniacais e o sal amídico Ureias,
apresentam um comportamento acido
• Equação: CO(NH2)2 + H2O (sob ação da urease) = NH4+

• O uso de adubos orgânicos não humificados,


também acidificam o solo, devido a produção de
ácidos orgânicos no processo de decomposição.
• Numero de nutrientes: fertilizantes podem conter um, dois ou
vários macronutrientes principais, secundários e
micronutrientes coma vantagem de elevar a economia de
trabalho na aplicação.

• Forma química do fertilizante: K(ionica e sulfatos);


N(amoniacal, nítrica, amídica, etc), P (protonadas do iao P)

• Concentração de nutrientes: fertilizantes de elevada


concertação trazem vantagem económica como a redução dos
custos de armazenagem, transporte e aplicação p/ unidade de
nutriente.

• Compostos indesejáveis: tidos tipicamente como nocivos as


plantas e presentes nos fertilizantes como: o Biurreto- formado
na produção de ureia; iões Tiocianato, Perclorato,
Dicianodiamida e o os metais pesados As, Pb, Cd e o Hg.
Características físico química
• Solubilidade do adubo: característica de grande importância porque
determina o uso do adubo na adubação de correção ou de manutenção.

• Adubo solúvel em agua def. e aquele que aplicado ao solo devidamente


húmido se solubiliza de imediato com consequente descomplexacão ou
dissociação molecular, levando a libertação de imediato do/s iao/s
contidos tornando-os possíveis de ser absorvidos pelas plantas.

• Adubo insolúvel em agua def. são queles que mesmo existindo


humidade no solo, necessitam de um tempo de incubação para iniciar o
processo de solubilização, ficando no solo em pousio por determinado
tempo que pode ser:
• Curto (gesso agrícola-ate 30 dias)
• Medio (calcário- de 60 a 90 dias) ou
• Longo ( apatitas e fosforitas- de 120 a 160 dias)
• Higroscopicidade: é a tendência que os materiais apresentam
de absorver humidade do ar atmosférico.

• Para cada fertilizante simples, ou mistura, há um máximo de


humidade relativa do ambiente (humidade relativa critica) à
qual o produto pode ser exposto sem absorver humidade.

• Vários problemas podem ocorrer quando um fertilizante fica


húmido, como:
• queda no teor de nutrientes,
• dificuldade de manuseio e de distribuição,
• diminuição da resistência das partículas,
• aderência nos condicionadores,
• além da humidade ser a principal responsável pelo
empedramento dos fertilizantes.
• Nota: o grau de higroscopicidade de um
adubo, depende do seu índice salino. Ou seja,
quanto maior o IC do fertilizante mais
higroscópico ele será.

• A higroscopicidade e uma característica negativa, pois ocorre uma


mudança física no adubo que inicialmente torna-se pegajoso,
resultado em empedramento, caso ocorra compactação provocado
pelo sobrepeso.

• Tendência a elevação dos custos com mão de obra e ma uniformidade


na distribuição do material no campo.
• Empedramento: e a cimentação das pratícolas do
fertilizante formando grânulos maiores que os das pratícolas
originais, sendo resultado da recristalização do material
dissolvido na superfície das pratícolas humedecidas, o que
ocorre pela perda da humidade absorvida quando diminui a
humidade relativa do ar ou quando a temperatura se eleva.

Factores que influem no empedramento:


Natureza do material
Higroscopicidade
Pressão (empilhamento)
Tempo de armazenamento
Tamanho e forma das pratícolas
• Independentemente da granulometria, os adubos devem ser
armazenados devidamente levando-se em consideração as
pactos como:

 Os sacos devem ser colocados sobre estrado de madeira,


nunca em contacto directo com o chão;

 A pilha não deve ser muito alta (8 a 10 sacos/pilha);

 Consertar de imediato os sacos que apresentem perfurações;

 Fechar o saco logo apos a utilização do adubo;

 Nos dias secos e encolados abrir o deposito por alguns


minutos para que haja circulação do ar.
• Vantagens do uso de fertilizantes:
 Supre as deficiências vitais a sobrevivência dos vegetais,
 Aumenta a produção
 Promove o desenvolvimento da flora microbiana e por
consequência melhoram as condições física e químicas
do solo

• Desvantagens:
 São responsáveis pela poluição do solo e dos cursos de
agua, contribuindo assim para a poluição ambiental.
Nota:
• A aplicação de todo e qualquer fertilizante requer uma
avaliação prévia das condições do solo. Para isso, pode
ser feita uma análise de solo, um teste que verifica, entre
outros aspectos, o nível de fertilidade, a capacidade de
armazenamento de água e as propriedades físicas da
terra a ser cultivada.

• Através da análise de solo e de possíveis sintomas de má


nutrição vegetal, há como determinar o tipo de
fertilizante necessário, bem como sua quantidade. O
excesso de adubo pode ser tão nocivo à planta quanto
sua carência afectando a qualidade da producao a a
rentabilidade da actividade agricola.
Próxima aula
• Adubos orgânicos
• Tipos de adubos orgânicos
• Modelo de decomposição da M.O
Conteúdos.
• Adubos orgânicos

• Tipos de adubos orgânicos

• Modelo de decomposição da M.O


Def.

• Os fertilizantes orgânicos sólidos e líquidos,


são todos aqueles materiais de procedência
vegetal ou animal que podem ser utilizados
para fertilizar os solos.
Eles podem ser produzidos à partir de
matérias primas próprias ou adquiridos de
terceiros e se diferenciam dos adubos
convencionais pela sua actividade e
actuação sobre o solo, as plantas e o
ambiente, onde normalmente tem efeitos
positivos como um todo, produzindo
menores impactos que os convencionais.

• O adubo orgânico é constituído de


resíduos de origem animal e vegetal
que, ao se decompor, vira húmus.
• Vários “materiais orgânicos” podem ser utilizados como
fertilizantes.
• Os fertilizantes orgânicos aplicados no solo precisam
ser mineralizados, pois as plantas não absorvem
compostos na forma orgânica.

• Além de contribuir com a melhoria da fertilidade dos


solos, os resíduos orgânicos contribuem com a melhoria
da agregação do solo, da estrutura, da aeração, da
drenagem e da capacidade de armazenagem do solo.
Tipos de adubos orgânicos
• A) De origem Animal

• O adubo orgânico de origem animal mais conhecido


é o esterco que é formado por excrementos sólidos e
líquidos dos animais e pode estar misturado com
restos vegetais.

• Sua composição é muito variada. São bons


fornecedores de nutrientes, tendo o fósforo e o
enxofre rapidamente disponível e o nitrogênio fica na
dependência da facilidade de degradação dos
compostos (C/N, P e S influencia).
• B) De origem Vegetal
• Adubação verde
• Resíduos originados da Agroindústria (Vinhaca, torta de filtro)
• Vermicomposto,
• Composto
• Lodo de esgoto
• Esterco
• Urina
• Residuos de culturas
• etc
• Ao aplicar o adubo orgânico (material
orgânico), algum cuidado deve ser observado:
A matéria orgânica

• A matéria orgânica do solo constitui um factor muito


importante na fertilidade do solo em respeito de suas
propriedades químicas, físicas e biológicas.

• Este ocorre no solo em vários estados de decomposição.

• A decomposição destrói gradualmente as estruturas originais


de restos e produtos orgânicos.

• Quando a estrutura celular original não pode ser reconhecida


de qualquer modo, este material chama-se húmus (matéria
orgânica em avançado estado de decomposição).
• Há uma grande variedade de organismos vivos
que atacam restos orgânicos: animais como
mamíferos, insectos (térmites!), vermes,
fungos, bactérias e outros microorganismos.

• Desse modo o material orgânico é dividido


mais finamente de forma gradual. Todos os
organismos envolvidos adquirem energia no
processo de decomposição.
Classificação da M.O
• I. Matéria orgânica instável ou húmus instável
• Consiste de restos relativamente novos, que são
decompostos e mineralizados pelos fungos e
bactérias, fornecendo assim nutrientes e/ou produtos
simples, formados durante este processo, às plantas e
a outros organismos vivos.

• II. Matéria orgânica estável ou húmus estável


• Ao processo do qual resulta a formação de húmus
estável pode-se chamar humificação. Este húmus tem
uma estrutura complexa, o ácido húmico constitui 50-
80% (peso) do total do húmus no solo.
Propriedades da matéria orgânica no solo
(húmus)

• ???
Decomposição e mineralização da matéria
orgânica
• No húmus estável a razão entre os teores de carbono,
nitrogénio fósforo e enxofre é:

• C : N : P : S = 100 : 10 : 1 : 1

• Há consideráveis diferenças nestas razões dependendo do:

• clima (temperatura, precipitação)


• tipo espécie vegetal que fornece o material vegetal
• uso de terra (maneio do solo, adubação).
• Os microorganismos que decompõem e consomem a matéria orgânica têm mais
ou menos a mesma razão entre os seus conteúdos de C, N, P, e S.

• Uma grande parte de Húmus estável consiste de produtos de microorganismos


mortos.

• Durante o processo de decomposição 2/3 do peso de carbono dos compostos


orgânicos são desassimilados (=respirados) pelos microorganismos e 1/3 é
incorporado (=assimilado).

• Desassimilação é sinónimo de decomposição/mineralização; esta ocorre


segundo:
(Desassimilacao)
• a) C6H12O6 + 6O2 ============= 6H2O + 6CO2 + a J
(glicose) (energia)
(Mineralizado)

• b) N,P,S-orgânicos ==========formas inorgânicas, como NH4+, NO3-, N 2,


H2PO4-;SO2-, S , H2S .
A velocidade de decomposição/mineralização depende:

• temperatura
• pH: O pH óptimo para o desenvolvimento dos
microorganismos é de 6-7.
• teor de O2; uma boa aeração é necessária
• teor de humidade: o conteúdo óptimo é a
capacidade de campo
• fertilidade do solo, a razão C/N
• tipo/espécie vegetal ou cultura/adubo orgânico
• sistema agrícola (maneio do solo, adubação)
Os mesmos factores influenciam sempre os
processos vitais dos microorganismos no solo
Razão C/N
• A razão C/N fornece a relação exacta existente num
determinado solo sobre as quantidades de carbono e
nitrogénio.
• A partir de análises efectuadas conclui-se que a relação C/N
dum solo normal e ideal é cerca de 10.

• Valores superiores a esse não são ideais, porque podem ser


indicativo de que o nitrogénio ainda não está disponível na
matéria orgânica.
Tabela 16. Valores de C/N e sua interpretação
Fonte: Menete e Chongo, 1999

C/N Interpretação

 12 Baixa
13 - 20 Média
 20 Alta
Modelo de decomposição da matéria orgânica

• A decomposição e mineralização incluem os processos de


Desssimilação (2/3) e Assimilação (1/3).
• Considerando 300g de carbono, parece que:
(2/3 * 300g)= 200g C são desassimilados (C-compostos  CO2)

300g C
(1/3 * 300g)= 100g C são assimilados = incorporados nos microorganismos

Então, a razão desassimilação : assimilação = 2 : 1


(2/3) + (1/3)

Porque a razão C/N nos microorganismos é à volta de 10,


isto implica que 10g de nitrogénio são necessários para
assimilar (incorporar) 100g de carbono (ou 1 kg de N para 10
kg de C).
• Há “teoricamente” uma adequada quantidade de
nitrogénio na matéria orgânica para um processo
completo de decomposição/mineralização se o
quociente C/N for 300/10 = 30 (considerar o facto
de que para a plena decomposição acontece a
Assimilação de 1 parte para 2 Desassimiladas).

• Na prática encontram-se normalmente duas


situações:
(1) C/N > 30;
• situação normal para o material orgânico seco. Neste caso há falta de quantidade
suficiente de nitrogénio para uma decomposição total e rápida.

• Quando há uma fonte adicional de nitrogénio no solo, por exemplo na forma de


fertilizante azotado, os microorganismos vão utilizar esta fonte externa para completar
o ciclo de decomposição.

• Neste caso, os microorganismos utilizam (parte de) fertilizantes azotados para


decompor a matéria orgânica com razão C/N elevada. Isto implica que esta parte do
fertilizante utilizada é “fixada” pelos microorganismos e não está disponível
temporariamente para as plantas. Fala-se, neste caso, do processo de imobilização de
nitrogénio.

• Isto pode também acontecer com o fósforo e enxofre.

• Na falta duma fonte externa de nitrogénio os microorganismos devem extrair o


nitrogénio necessário para continuar e completar o processo de decomposição – de
produtos de gerações anteriores de microorganismos. Devido a que o nitrogénio é,
neste caso, o factor limitante, os microorganismos precisam de mais ciclos de
(2) C/N < 30
• Por exemplo na situação em que a matéria orgânica
já está parcialmente decomposta.

• Quando os microorganismos continuam com o


processo de decomposição, o nitrogénio pode ser
libertado pela mineralização depois de o quociente
C/N ter baixado até atingir o valor 10. Este
nitrogénio mineralizado está na forma inorgânica
simples e pode ser absorvido pelas plantas ou
outras bactérias.
Exemplo
• Dados: 120 kg matéria orgânica seca com:
• %C = 50;
• C/N m.o = 60;
• C/N nos microorganismos = 10;
• A razão desassimilação : assimilação = 2 : 1.

• Há duas situações possíveis para a decomposição:


• 1. Presença duma fonte externa de N
• 2. Sem fonte externa de N.

• Questão: “como decorem os processos?”


Situação 1
• Para incorporar 20 kg C, uma quantidade de 2 kg
N é necessária.

• A matéria orgânica presente pode fornecer só 1 kg


de nitrogénio.

• A quantidade extra de N necessário ( = 1 kg) é


retirada da fonte externa e é imobilizada
temporariamente pelos microorganismos. O
quociente C/N final será igual a 10 (20 kg C + 2 kg
N).
Situação 2
• 1 kg de nitrogénio que está presente na matéria orgânica pode servir
para incorporar só 10 kg de carbono, pois C/N nos microorganismos =
10.
• Ciclo 1:
• 1 kg N<==>10 kg C são assim assimilados.
• para assimilar 10 kg C uma quantidade de 20 kg C de ser
desassimilada porque desassimilação : assimilação = 2 : 1!

• Depois deste ciclo de decomposição/mineralização restam:


• 60 kg C – 20 kg C = 40 kg C mais 1 kg N.
• Isto implica que o quociente C/N = 40/1 = 40.
• Pode-se concluir que o quociente C/N diminui durante este processo.
O processo pode continuar usando 1 kg de nitrogénio assimilado com
10 kg C de novo: ciclo 2.
• Ciclo 2:
• 1 kg N<==>10 kg C são assim assimilados.
• 20 kg C devem ser desassimilados (CO2 ).
• Agora restam:
• 40 kg C – 20 kg C = 20 kg C mais 1 kg N.
• Isto implica que C/N = 20/1 = 20.

• Um terceiro ciclo é possível


• Ciclo 3:
• 1 kg N<==>10 kg C são assim assimilados: para isso 20 kg C devem
ser desassimilados. Depois do ciclo 2 restam só 20 kg C no total. No
total 30 kg C são necessários para um ciclo completo, então: faltam
10 kg C!

• Restam 20 kg C; acontece:
13.33 kg C desassimilados (CO2 )
• 20 kg C
6.67 kg C assimilados (incorporados)
• Para incorporar 6.67 kg C só 0.67 kg N são necessários (C/N = 10!).
Então restam:

• 20 – 13.33 = 6.67 kg C mais 0.67 kg N e


• 1 – 0.67 = 0.33 kg N “livre” (=mineralizado) na forma inorgânica, que
passa a ser disponível à planta.
Exercício 1.
• Dados: 120 kg adubo verde com:
• %C = 40%;
• quociente C/N = 82;
• o quociente C/N nos microorganismos = 10;
• A razão desassimilação : assimilação = 2 : 1.

• Há duas situações possíveis para a decomposição:


• 1. Presença duma fonte externa de N
• 2. Sem fonte externa de N.

• Questão: “como decorem os processos?”


Exercício 2
• Pretende-se aplicar ao solo 20ton “Hyparrhenia rufa” para a produção de
“Solanum tuberosum” que necessita para completar o seu ciclo 120KgN, o
material tem:
• %C = 60;
• C/N = 75;
• C/N nos microorganismos = 10;
• A razão desassimilação : assimilação = 2 : 1.

• Há duas situações possíveis para a decomposição:


• 1. Presença duma fonte externa de N
• 2. Sem fonte externa de N.
• a) Como decorem os processos?
• b) Com este material e possível suprir as necessidades da Batata reno?
Justifique.
• c) Em que circunstancias se aconselha a aplicação deste material?
Obrigada
Adubação/nutricao mineral vs qualidade do
producto
• Conceito: Como “o conjunto de características relacionadas ao
valor nutritivo, comercial, industrial ou estético” Malavolta (2006).

A maneira de avaliar a qualidade é


variável
Ex: uma flor tem qualidade quando tem
características visuais agradáveis,
enquanto o trigo pode ter suas
características avaliadas por análises
físicas e químicas que expressam o poder
de panificação de sua farinha.
Outras formas comuns de se avaliar a
qualidade de um produto agrícola para
fim alimentar são as análises sensoriais
(sabor e aroma) e de composição
proteica/mineral
• Define-se “adubação” como a adição de elementos
(nutrientes) de que a planta necessita para viver, com a
finalidade de obter colheitas compensadoras de
produtos de boa qualidade nutritiva ou industrial.

• A adubação, melhorando o estado nutricional das


plantas, tende a melhorar a qualidade do produto
obtido. Mas, na prática, objetiva-se, primordialmente, o
aumento da produtividade, visando a obtenção de
maiores lucros em determinado investimento agrícola.

• A produtividade e qualidade são fatores controlados


geneticamente, mas também influenciados pelo meio:
solo e clima.
O melhoramento genético tem sido orientado para os
interesses econômicos e industriais, tais como

• a produtividade,
• aparência,
• aceitabilidade,
• resistência a pragas e doenças,
• adaptabilidade a diferentes tipos de clima e de
solos,
• que viessem ao encontro desses interesses, sem
levar em consideração a composição e valor
nutritivo dos alimentos.
• A definição da qualidade de um produto agrícola é bastante
difícil e pode ser ao mesmo tempo objetiva e subjetiva.

• A qualidade dos produtos agrícolas, sob o ponto de vista da


nutrição mineral, deve ser analisada pelos seguintes aspectos
principais:

• qualidade biológica ou substâncias nutricionais básicas


(proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, etc),
• aparência (tamanho, forma, cor, etc) e
• sabor.
• A influência da nutrição na qualidade depende
da participação dos nutrientes em processos
biológicos e fisiológicos da planta. A Tabela a
seguir mostra a composição de alguns
alimentos mais consumidos na alimentação,
tanto de origem animal quanto vegetal.
Composição biológica de alguns alimentos mais consumidos (/100g comestiveis)

Apresentam uma qualidade biológica bastante variada.


“E esta qualidade biológica bem como a aparência e o sabor, são bastante
influenciadas pela nutrição mineral das plantas, como será discutido mais
adiante.”
Quais são as principais razões pelas quais o produtor é
levado a tentar produzir produtos de melhor
qualidade?

• Consumidor mais exigente;


• Volume de oferta às vezes excessiva;
• Processamento industrial e,
• Atendimento às normas de qualidade exigida
pelos países importadores.
• Os carboidratos constituem a principal fonte de energia para os animais e
humanos. De modo geral, os mesmos contribuem de 50 até 80% das
calorias totais na alimentação. Os países em desenvolvimento consomem
principalmente os carboidratos de amidos de raízes, tubérculos e cereais,

• As vitaminas são substâncias indispensáveis à vida animal e humana, em


quantidades bastante reduzidas e devem ser providas ao organismo
através da dieta, cuja ausência resulta em doenças carenciais.

• O valor nutritivo das proteínas dos alimentos irá depender da quantidade


e proporção dos aminoácidos considerados indispensáveis e da
digestabilidade da proteína.

• As gorduras são importantes na alimentação e apresentam um elevado


potencial energético.

• Os minerais formam a cinza dos materiais biológicos após completa


oxidação da matéria orgânica. Grande parte dos minerais que formam o
corpo dos animais aparece no esqueleto.
EFEITO DOS NUTRIENTES NA QUALIDADE DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS
• Como discutido anteriormente, os nutrientes desempenham funções
estruturais (componente de compostos orgânicos), participam como
constituintes e na ativação enzimática da planta.

• Os minerais estão envolvidos em todos os processos metabólicos das


plantas, bem como, atuam na regulação osmótica do vegetal.

• Sendo assim, a nutrição mineral da planta está envolvida diretamente


na sua produtividade e na qualidade do produto obtido. Deve-se
lembrar também que, à exceção do Boro, todos os outros elementos
essenciais às plantas, também o são aos animais e ao homem.

• A seguir, alguns exemplos para algumas culturas, que demonstram a relação entre
a nutrição mineral e a qualidade dos produtos agrícolas.
Efeito sobre tubérculos, raízes e produtoras de açúcar
• O potássio é um nutriente particularmente exigido
pelas plantas produtoras de carboidratos, visto as suas
funções no metabolismo, citando-se a sua participação
no processo fotossintético, transporte dos
carbohidratos da fonte (folhas) para o reservatório
(tubérculo, colmo, etc) e ativador da enzima sintetase
do amido.

• A tabela seguinte mostra que aumentando a dose de


adubo potássico, aumenta-se também o teor de amido
da batata. Considerando uma produção de 40 t/ha, o
aumento de 1% no teor de amido, significa 400 kg/ha
de amido adicionais.
Além de elevar a taxa de amido, a produtividade aumenta,
reduzindo a taxa de tubérculos refugos de baixo valor comercial.
Mas, de acordo com MENGEL & KIRKBY (1987) doses muito
pesadas de K (> 800 kg K2O/ha) podem reduzir o teor de
carboidratos na batata, particularmente se a fonte utilizada for o
KCl.
• A qualidade industrial da batata também é afetada pela nutrição
potássica. O escurecimento da batata quando cortada e exposta ao
ar ou ao fritar na produção do “chips” é devido ao acúmulo de
dihidroxifenilanina, um derivado do aminoácido tirosina, que se
acumula na planta deficiente em K.

• Outras tuberosas nas quais os carboidratos são os principais


compostos de reserva, como a batata-doce, mandioca, inhame e
outras, respondem similarmente à nutrição potássica.

• Em mandioca, tem sido relatado que a adubação potássica, não só


aumenta o teor de amido nas raízes, mas também diminui o do
venenosso glicosídeo cianogênico.

• Em cana-de-açúcar, resultados de pesquisas têm mostrado uma


estreita relação entre o conteúdo de K nos colmos com a produção
de açúcar, açúcares totais, percentagem de sacarose e pureza do
caldo e uma relação inversa com os açúcares redutores.
Efeito sobre produtoras de grãos (cereais e oleaginosas)
• Os cereais trigo, milho e arroz são fontes
importantes de carboidratos e proteínas na
alimentação humana e os seus teores e qualidade
estão também relacionados com a nutrição mineral
da planta. Comparando com os grãos das
leguminosas o teor de proteínas nos cereais é
bastante baixo.

• Como o N faz parte dos aminoácidos e proteínas,


as adubações nitrogenadas, normalmente,
aumentam a produtividade e os teores protéicos
nos cereais.
A Tabela acima mostra que a aplicação de N no trigo, nas
doses de 40 ou 60 kg/ha em cobertura na época do
florescimento, aumentou tanto a produtividade quanto a sua
qualidade, expressa em teor de proteína e qualidade de
panificação.
• Geralmente o aspecto físico e a aparência são os principais
indicadores da qualidade do arroz, independente do valor
nutricional do produto.

• Estas características são tamanho do grão, translucidez, forma e


percentagem de grãos inteiros.

• Como valor nutricional, citam-se as propriedades do amido e o teor


de proteína, além de outros constituintes encontrados em menores
quantidades como vitaminas e sais minerais; estes constituintes são
muito afetados pela adubação mineral devido à influência que cada
nutriente exerce nos processos bioquímicos e fisiológicos na planta.
Efeito sobre as hortaliças e frutas

• Para as hortaliças, além da qualidade


nutricional – que o consumidor não tem como
avaliar – a aparência externa é de crucial
importância para a comercialização e
aceitabilidade do produto.

• E a nutrição mineral está bastante relacionada


com estas características. Alguns exemplos
dos mais comuns serão, a seguir,
apresentados.
• A “podridão apical” ou “fundo preto”, lesão que ocorre no fruto de
tomate durante o período de crescimento e que hoje leva a
grandes perdas de produção, é um dos problemas mais comuns
nesta cultura.

• Hoje, sabe-se que esta anomalia trata-se de deficiência do


elemento no meio ou induzida por outros fatores como a umidade
do solo, disponibilidade elevada de N, K, Mg e Na, uso de fontes de
N-NH4+ (amoniacal), intensidade de transpiração foliar, cultivar,
dentre outras.
A Tabela acima mostra a importância da quantidade e do equilíbrio
nas adubações nitrogenada e potássica, no controle da anomalia em
tomateiro variedade Santa Clara.

Portanto, a maior produção foi obtida com doses de N variando de


200 a 400 kg/ha e de K2O em 300 kg/ha: onde o aparecimento da
podridão apical foi nula ou bastante baixa.
• N é o nutriente mais exigido pelas culturas, portanto, é aplicado em
doses elevadas. E isso, tem trazido preocupações sob dois aspectos:

• o primeiro, pela contaminação de águas subterrâneas e dos mananciais e,

• a segunda, pela elevação dos teores de N-NO3- (nitrato) nos alimentos,


principalmente naqueles de consumo “in natura”como as hortaliças e as
frutas.

• O NO ingerido com os alimentos, no trato digestivo pode ser reduzido


para N-NO2- (nitrito), que na corrente sanguínea combina-se com a
hemoglobina, formando a forma inativa denominada de
metahemoglobina, trazendo problemas de asfixia ao organismo. 3
Muitos fatores levam ao acúmulo de N-NO3-
nos vegetais citando-se:
• o nível de N-NO3- no cultivo,
• a baixa intensidade luminosa,
• hora de colheita do produto,
• deficiência de molibdênio, etc.

Em vegetais, particularmente em espinafre, um


conteúdo de 2 mg N-NO3-/g de matéria seca é
considerado como um nível crítico; em
forrageiras, conteúdos abaixo de 4 mg N-NO3-/g
matéria seca são aceitáveis (MENGEL & KIRKBY,
1987).
A Tabela 5.10. mostra os efeitos das relações NO 3-: NH4+ na solução nutritiva e
das estratégias de manejo sobre a produção e teores de N-NO3- nas folhas de
alface cultivadas em meio hidropônico (FAQUIN et al. 1993).
• As estratégias de omissão do N ou sua substituição pelo cloro na
solução, reduziram o N-NO3- nas folhas, mais depreciaram a
produção e a qualidade (aparência) do produto.

• Por outro lado, a produção e a qualidade (aparência) foram


superiores nos tratamentos com maior proporção de N-NO3- na
solução; porém com uma qualidade biológica inferior, visto à
maior concentração de N-NO3- nas folhas o que é indesejável.

• Uma estratégia prática importante, seria a colheita das plantas à


tarde, a qual promoveu uma diminuição, em torno de 1% nos
teores de N-NO3- nos melhores tratamentos.
Para o caso de frutas:
A determinação da qualidade consiste na
avaliação de diferentes características externas
e internas dos frutos, destacando-se o
tamanho, o formato, a aparência, a cor, a
textura, a uniformidade, a firmeza (externos),
além do aroma, do sabor, do valor nutricional,
da acidez, do teor de sólidos solúveis totais
(internos).

Entretanto, a aparência das frutas é de grande


importância, uma vez que o consumidor "come
com os olhos", e somente compra o que lhe
parece mais atrativo.
• As características de qualidade têm uma amplitude
geneticamente definida, não podendo o homem interferir
além do que determina a capacidade dos genes da frutífera.

• Porém, a expressão das mesmas depende de vários fatores,


com destaque para o adequado atendimento das exigências
nutricionais, a fim de que as plantas possam expressar todo
seu potencial genético.
• São exemplos disso, a participação do cálcio na firmeza dos
frutos ou do nitrogênio em seu tamanho.

• Por outro lado as condições edafoclimáticas, a cultivar e a


dose do nutriente são determinantes da qualidade.

• A máxima produção e a melhor qualidade dos frutos


dependem, também, do equilíbrio entre os nutrientes.
Desse modo, a relação (proporção) entre os elementos no
tecido vegetal desempenha papel mais importante que o
teor absoluto de cada nutriente.

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