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SOL375-MÓDULO 4

Fertilizantes
Por definição fertilizante é um produto mineral ou orgânico, natural ou sintético fornecedor
de um ou mais nutrientes para as plantas. O uso de fertilizantes é essencial para a melhoria e
manutenção da fertilidade do solo, podendo levar ao aumento expressivo da produtividade
das culturas e qualidade de alimentos. Também são indispensáveis nos cultivos com solução
nutritiva (hidropônica) ou para o enriquecimento de substrados para cultivos em vasos
(espécies ornamentais).

Os fertilizantes são classificados quimicamente como:

Fertilizantes minerais- São compostos inorgânicos, em que o nutriente encontra-se na forma


mineral, tal como sais, óxidos ou ácidos, principalmente.
Fertilizantes orgânicos- São compostos orgânicos de origem animal ou vegetal em que o nutriente
encontra-se na forma orgânica, tal como sais amino ácidos, proteínas, parede celular, ácidos
nucléicos, entre outros.
Fertilizantes organominerais- Compreendem a mistura física de fertilizantes minerais e orgânicos

Os fertilizantes minerais apresentam características física, química e físico-química que devem ser
consideradas para escolha da fonte, armazenamento e aplicação.

Características físicas:

a) Estado físico: Os fertilizantes minerais podem estar na forma sólida ou líquida (soluções e
suspensões). Os fertilizantes sólidos podem ser classificados como:
Simples: Constituído por um composto químico, contendo um ou mais nutrientes. Ex:
sulfato de amônio, cloreto de potássio
Complexos: Constituído por dois ou mais compostos químicos resultantes de processo
tecnológico, contendo dois ou mais nutrientes. Ex: Superfosfato Simples
Mistos: Constituído pela mistura de dois ou mais fertilizantes simples ou complexos.
Os fertilizantes mistos podem ser:
Misturas de grânulos- Misturas física de duas ou mais fontes
Mistura granulada- As fontes são moídas, homogeneizadas e granuladas

Figura 1. Fertilizantes mistos: esquerda) mistura de grânulos e direita) mistura granulada


b) Granulometria: Refere-se ao tamanho e a forma das partículas. Para fertilizantes sólidos é
feita a análise granulométrica por peneiramento e define-se as classes de tamanho das
partículas que compõem os fertilizantes. Para as fontes de baixa solubilidade (calcários,
fosfatos naturais) é importante que a partícula seja pequena para maior reatividade no solo.
A granulometria está relacionada com a segregação que ocorre em misturas de fertilizantes
(mistura de grânulos), o que leva a uma aplicação desuniforme do produto. A segregação
dificulta também a obtenção de amostras representativas para a análise do fertilizante.
c) Densidade: A densidade dos fertilizantes também está relacionado com a segregação em
misturas de grânulos e é importante para dimensionar o armazenamento e as embalagens.
Exemplos: ureia, 1,33 g cm-3; fosfato diamônico, 1,78 g cm-3 e KCl, 1,99 g cm-3 .
d) Fluidez: Refere-se à capacidade de escoamento pelos sistemas mecânicos de aplicação e é
avaliada é avaliada pelo parâmetro “ângulo de repouso”; quanto maior o angulo, menor a
fluidez.
e) Consistência: Indica o grau de dureza ou resistência a quebra ou abrasão dos grânulos dos
fertilizantes. Caso os grânulos quebrem com facilidade, haverá a formação de pó, podendo
levar o entupimento do sistema de aplicação e aplicação desuniforme.
1. Discutir a respeito da qualidade física dos fertilizantes.
2. Discutir as vantagens de desvantagem de uma formulação NPK
em mistura de grânulos ou granulada.

Características químicas

a) Número de nutrientes: Um fertilizante pode conter um ou mais nutriente para as plantas.


Muitas vezes a escolha de uma fonte para um nutriente principal está relacionada com a
presença de outro(s) de interesse. Ex: (NH4)2SO4 como fonte de N (principal) e S (está
presente na fonte); superfosfato simples como fonte de P (principal) e S e Ca (estão
presentes na fonte).
b) Concentração dos nutrientes: A concentração do nutriente irá definir a dose a ser aplicada
e por isso está diretamente relacionado ao custo com transporte, armazenamento e aplicação.
Neste caso, as fontes mais concentradas são mais vantajosas, porem podem não conter
outros nutrientes de interesse.
c) Forma química: A forma química do nutriente pode variar nas fontes e muitas vezes é
usada na escolha de fertilizantes. A forma química do N na ureia é amídica (NH 2), no
NH4)2SO4 é amoniacal e no NH4NO3 amoniacal e nítrica. As reações no solo são diferentes e
podem trazer resultadas distintos dependendo da forma a ser usada. Nos fertilizantes
fosfatados, o fosfato tricálcico (insolúvel em água) está presente nos fosfatos naturais e o
fosfato monocálcio (solúvel em água) no superfosfato simples ou triplo.
d) Poder acidificante ou alcalinizante: Alguns fertilizantes apresentam reações ácidas no solo
enquanto outros promovem o aumento do seu pH. Tais informações são importantes para a
escolha das fontes e o manejo do solo, de modo atingir valores de pH no solo adequado para
a cultura de interesse. Os fertilizantes nitrogenados amoniacais têm capacidade de
acidificação enquanto que os nítricos tendem a elevar o pH do solo. No quadro abaixo são
apresentados o poder acidificante ou alcalinizante de algumas fontes. Os valores negativos
indicam aqueles com reações ácidas, os valores positivos aqueles com reações alcalinas. Os
valores zero indicam aqueles que não alteram o pH do solo (Quadro 1).

Quadro 1. Poder acidificante ou alcalinizante de alguns fertilizantes


kg de CaCO3 puro
Fertilizante Teor de N (%)
Por kg de N Por 100 kg do produto

Amônia 82,2 -1,80 -148,0

Calciocianamida 18,0 -2,85 - 51,0

Cloreto de amônio 25,0 -5,60 -140,0

Fosfato monoamônico 9,0 -5,00 -45,0

Nitrato de amônio 32,0 -1,80 -58,0

Sulfato de amônio 20,0 -5,35 -107,0

Uréia 44,0 -1,80 -58,0

Nitrato de cálcio 14,0 +1,35 +19,0

Nitrato de potássio 13,0 +2,00 +26,0

Nitrato de sódio 15,0 +1,80 +27,0

Nitrocálcio 20,0 0,00 0,0

Super fosfato simples - 0,00 0,0

Super fosfato triplo - 0,00 0,0

Cloreto de potássio - 0,00 0,0

Sulfato de cálcio - 0,00 0,0

Características físico-químicas

a) Solubilidade: A solubilidade é a quantidade de nutriente dissolvida em determinado volume


de solução. Alguns fertilizantes podem se dissolver completamente em água e outros não.
Por isso, soluções extratoras (soluções ácidas diluídas ou solução neutras) são usadas nas
análises de fertilizantes como medida de solubilidade. A avaliação dos teores extraídos em
água ou em extratores é importante indicador da disponibilidade do nutriente a curto, médio
ou longo prazo para as plantas. A solubilidade é um importante indicador para o preparo de
soluções nutritivas ou no uso em fertirrigação. Neste caso, as fontes de nutrientes devem ser
totalmente solúveis em água.
b) Higroscopicidade: refere-se à capacidade de absorver água da atmosfera. Essa característica
é medida pela umidade relativa crítica (URC) do produto, como demostrado na figura X. O
adequado armazenamento dos fertilizantes deve ser feito em local onde umidade relativa do
ar seja sempre menor que a URC do fertilizante, evitando assim a absorção de água da
atmosfera, que pode levar a perda ou empedramento do produto. Verifica-se também na
figura 2 que a mistura de fontes leva a redução da URC, dificultando seu armazenamento.
Por exemplo, a URC do KCl é 84% e da ureia 75,2. Com a mistura dessas fontes, a URC
resultante será de 60,3 %. Por isso, as misturas devem ser usadas o mais breve possível após
seu preparo.

Figura 2. Umidade relativa crítica de sais fertilizantes e de misturas a 30 ºC (Percentagem de


umidade relativa)

c) Índice salino: O índice salino é uma característica do fertilizante relacionada com a sua
capacidade de aumentar a pressão osmótica da solução do solo. Ao NaNO3 é atribuído um
índice salino =100 e a partir deste foram relativizados os valores para as demais fontes,
conforme quadro 2. O índice salino é uma importante característica da fonte que deve ser
observada, sobretudo no plantio ou quando se recomenda doses elevadas de fertilizantes,
pois o aumento excessivo do potencial osmótico (salinidade) da solução do solo pode fazer
com que a água se movimente para fora da célula vegetal (sementes e raízes), levando ao
murchamento ou até a morte das mudas ou a não germinação de sementes. O KCl é um
fertilizante com alto índice saline, enquanto que, em geral, os fertilizantes fosfatados
apresentam baixo índice salino.
Quadro 2. Índice salino de alguns fertilizantes

Compatibilidade

Algumas misturas de fertilizantes devem ser evitadas devido a incompatibilidade das fontes,
conforme demostrado na figura 3. A incompatibilidade pode ser de natureza física, química
ou físico-química.

• Incompatibilidade física. Ex: misturas de pó com grânulos ou de grânulos


com tamanho e densidade diferentes o que leva a segregação pela diferença
de granulometria e densidade das partículas
• Incompatibilidade química-Reações químicas que promovam volatilização (
ex: fontes amoniacais com produtos de reação alcalina) ou
insolubilização/preciptação (ex: fosfatos solúveis com calcários)
• Incompatibilidade físico-química- Ex. quando a umidade relativa crítica da
mistura é fortemente reduzida podendo levar ao empedramento (misturas de
ureia com nitrato de cálcio-figura X acima)
Adubos orgânicos
C Nitrato de sódio
C C Nitrato de potássio
C C C Nitrocálcio
C C C C Nitrato de amônio
C C C C C Sulfato de amônio
C C C I I C Ureia
C C C C C C C Farinha de ossos
C C C C C C C C Fosfatos naturais
C C CL I I I I I I Termofosfato
C C C C C C CL C C C Superfosfato simples
C C C C C C CL C C C C Superfosfato triplo
C C C C C C C C C C C C MAP
C C C C C C C C C C C C C DAP
C C CL I I I I I I I I I I I Escórias
C C C C C C C C C C C C C C C Cloreto de potássio
C C C C C C C C I C C C C C I C Sulfato de potássio
C C C I I I I I I I I I I I CL CL I Cal virgem
C C C I I I I I I I I I I I CL CL C C Calcários

Figura 3. Compatibilidade na mistura de fertilizantes. C=compatível; I=incompatível e CL:


compatibilidade limitada.

Fertilizantes Minerais

Fertilizantes Nitrogenados
Historicamente a produção em grande escala de fertilizantes nitrogenados é atribuída ao
desenvolvimento da produção de amônia (NH3). Os pesquisadores Fritz Harber e Carl Bosch
desenvolveram o processo de produção de NH3 a partir do N2 atmosférico, atualmente conhecido
como processo Harber-Bosch, conforme as reações:
CH4(g) + H2O → CO(g) + 3H2(g)
N2(g) + 3H2(g) ↔ 2NH3(g)
CO(g) + 0,5O2(g) → CO2(g)
N2(g) + CH4(g) + H2O + 0,5O2(g) → 2NH3(g) + CO2(g)
A amônia produzida no processo Harber-Bosch pode ser convertida a ácido nítrico (HNO3),
oxidando-se o N na presença de um catalizador, pelo processo de Ostwald. A partir daí tanto a
amônia como o ácido nítrico podem ser colocados para reagir com uma diversidade de compostos
de modo a produzir os diferentes fertilizantes (Quadro 3).
Quadro 3: Produção de fertilizantes a partir de amônia (NH3) ou ácido nítrico (HNO3)
Reações Fertilizantes Concentração
2NH3 + CO2 → CO(NH2)2 + H2O Ureia 46 % N
NH3 + HNO3 → NH4NO3 Nitrato de amônio 34 % N

2NH3 + H2SO4 → (NH4)2SO4 Sulfato de amônio 20 % N e 24 % S

NH3 + H3PO4 → NH4H2PO4 Fosfato monoamônio (MAP) 9 % N e 48 % P2O5

2NH3 + H3PO4 → (NH4)2HPO4 Fosfato diamônio (DAP) 16 % N e 45 % P2O5

NH3 + HCl → NH4Cl Cloreto de amônio 25 % N e 62 - 66 % Cl

HNO3 + KCl → KNO3 + HCl Nitrato de potássio 13 % N e 44 % K

HNO3 + CaO → Ca(NO3)2 + H2O Nitrato de cálcio 15 % N e 18 - 19 % Ca

HNO3 + NaOH → NaNO3 + H2O Nitrato de sódio 16 % N

A ureia é a fonte de N mais utilizada, com 54 % de participação no mercado brasileiro, seguida de


nitrato de amônio, sulfato de amônio, MAP e DAP.

Escolha da fonte de N

Os fertilizantes podem apresentar diferenças na sua eficiência agronômica. A escolha de uma


fonte ou outra deve levar em consideração algumas características como: o preço por unidade de N,
método de aplicação utilizado, características do solo e da planta, sistema de plantio e pluviosidade.
O manejo da adubação adotado deve visar a maior eficiência agronômica dos fertilizantes
utilizados, menor custo e maior qualidade da produção (grãos, matéria seca, etc).

Uma vez aplicado no solo o fertilizante sofre dissolução, aumentando seu contado com os
constituintes do solo, incluindo enzimas e microrganismos. Fontes amídicas como a ureia sofrem
hidrólise, havendo H+ no meio forma-se NH4+, com subsequente aumento do pH ao redor do
grânulo (Catarella, 2007; Longo & Mello, 2005). O NH4+, no entanto é instável em pH alto, sendo
reconvertido a NH3(g) que pode ser perdido por volatilização. Caso o NH4+ permaneça no solo, este
pode ser adsorvido aos coloides do solo, ser absorvido pelas plantas ou imobilizado
temporariamente pelos microrganismos do solo. Ainda o NH4+ proveniente da ureia ou de fontes
amoniacais pode sofrer a ação de microrganismos aeróbios os quais o oxidam à NO3-, que é muito
susceptível a perdas por lixiviação (Figura 4). O processo de nitrificação gera prótons H+ e tende a
reduzir o pH do meio, em virtude deste último processo, fontes amoniacais e mesmo a ureia são
classificadas como fertilizantes de reação ácida.
Figura 4: Fluxograma resumido da dinâmica do N fertilizante no solo. Transformações ilustradas não
necessariamente ocorrem em apenas um sentido. Dissolução (I), hidrólise (II), nitrificação (III), lixiviação
(IV), volatilização (V), adsorção aos coloides do solo (VI) e absorção e assimilação por plantas e
microrganismos (VII).

A utilização da ureia apresenta algumas vantagens o menor custo por unidade de N, baixa
corrosividade (condição ideal para fertirrigação) e alta concentração deste nutriente (46 % de N). No
entanto, pode apresentar em determinadas condições baixa eficiência agronômica, principalmente
devido a perdas por volatilização de NH3(g) (Figura 5). Fontes nítricas e amoniacais (NH4NO3)
apresentam a vantagem de fornecer N nas duas formas absorvidas pelas plantas (importante em
hidroponia, cultivo em leitos arenosos fertirrigados), porém em condições de campo onde a atuação
dos microrganismos é intensa, o NH4+ é rapidamente oxidado, prevalecendo as formas nítricas no
solo. Em sistemas de fertirrigação, formas nítricas apresentam a vantagem ter associadas a elas
outros nutrientes catiônicos importantes que devem ser fornecidos frequentemente (Ca no cultivo
Solanáceas), além de possuir alta solubilidade. O uso de sulfato de amônio é vantajoso no que diz
respeito ao fornecimento de enxofre junto à formulação, mas também está sujeito as transformações
no solo e perdas por lixiviação de NO3- assim como as fontes nítricas.
Figura 5: perdas de N por volatilização após a aplicação de diferentes fontes de N. Ureia (U); mistura de
ureia mais sulfato de amônio farelado (U + SAf); mistura de ureia mais sulfato de amônio granulado (U +
SAg); sulfato de amônio (SA). Adaptado de: Lara Cabezas et al. (2008).

Com objetivo de reduzir as perdas de N, têm surgido no mercado os fertilizantes protegidos,


caracterizados por aqueles de liberação lenta, controlada e fertilizantes estabilizados. Para os
fertilizantes de liberação lenta, os grânulos são revestidos com polímeros sintéticos ou enxofre
elementar, a exemplo da ureia. O revestimento normalmente é feito com substância de natureza
hidrofóbica, este inibe a entrada de água no grânulo, reduzindo a dissolução e difusão para o meio
externo (Figura 2, atuação direta em I). Assim, a taxa de liberação do nutriente em comparação à
ureia tradicional poderá ser reduzida e reduzido também as perdas e o número de parcelamento das
adubações (Trenkel, 2010).

Já com os fertilizantes estabilizados, como a ureia NBPT (Tiofosfato de N-n-butil triamida) e


ureia ou sulfato de amônio DCD (diacianodiamida), ocorre maior estabilização da espécie química
no solo. Substâncias químicas adicionadas aos fertilizantes inibem a ação da uréase (Figura 2, atua
em I) ou dos microrganismos nitrificadores (Figura 2, atua em III), reduzindo temporariamente as
transformações do N no solo e, consequentemente as perdas por volatilização ou lixiviação. A
conservação do N na forma amoniacal pelo uso de inibidores de nitrificação, pode, no entanto,
incrementar as perdas por volatilização (Barth, 2009). Ainda neste caso fontes acidificantes
(Horowitz & Meurer, 2007) tem a possibilidade de promover a estabilização do NH4+ no solo,
reduzido as perdas por volatilização (Figura 4, atuação em V).
Fertilizantes Fosfatados
A matéria prima para a produção de fertilizantes provém da rocha fosfática. Esta é
classificada de acordo com a origem, sendo: ígnea, metamórfica ou sedimentar. As rochas fosfáticas
ígneas e metamórficas possuem como característica geral uma estrutura cristalina compacta,
pequena superfície específica e pequena substituição isomórfica de PO43- por CO32-. As
sedimentares, por outro lado, possuem estrutura cristalina pouco consolidada com maior superfície
específica e um alto grau de substituição de PO43- por CO32-. A substituição isomórfica confere
menor estabilidade ao material, tornando mais reativo no solo.
As rochas fosfáticas são processadas fisicamente para a produção dos fosfatos naturais (FN).
Os FN provenientes de material ígneo ou metamórfico (fosfatos naturais não reativos) apresentam
baixa reatividade quando aplicados in natura no solo, com menor eficiência agronômica quando
comparados aos fosfatos solúveis. Já os FN de origem sedimentar (fosfatos naturais reativos),
embora não solúveis em água, dissolvem parcialmente no solo e apresentam maior eficiência
agronômica quando comparados aos fosfatos não reativos.

O principal obstáculo para a aplicação direta dos FN reativos está relacionado com suas
características químicas, de modo que libere P na solução do solo numa quantidade suficiente para
atender o crescimento da planta. Observa-se que a maior solubilização dos fosfatos naturais nem
sempre está relacionada com a eficiente absorção de P, como pode ser visto na Quadro 4 (adaptado
de Novais & Smyth, 1999):

Quadro 4. Influência do tratamento/atributo do solo na solubilização de FN e absorção de P.


Adaptado de Novais & Smyth, 1999.
Tratamento/Atributo Solubilização Absorção de P
Maior tempo de contato com o solo > <
Maior teor de argila > <
Maior acidez do solo > <
Maior aração e gradagem > <

Para aumentar a solubilidade em água dos FN pode-se adotar tratamentos térmicos


(termofosfatos) ou químicos (fosfatos solúveis). Esse processo tende a elevar a eficiência
agronômica dos produtos, sobretudo para culturas de ciclo mais curto.

Os FN e fosfatos solúveis são obtidos conforme ilustração resumida da figura 6. A primeira


etapa consiste do processamento físico da rocha, com objetivo principal de elevar a concentração de
P no produto final (concentrado fosfático ou FN). Destaca-se nesta etapa a moagem fina da rocha e
a flotação. O processamento químico consiste da reação da rocha com ácidos e tem objetivo
principal elevar a solubilidade em água do produto e obter fertilizantes fosfatados totalmente
acidulados. Quando o concentrado fosfático reage com o ácido sulfúrico (H2SO4), produz-se o ácido
fosfórico (H3PO4) ou o superfosfato simples (SS). Quando reage com H3PO4, produz-se o
superfosfato triplo. Para produção dos fosfatos amoníacos, a matéria-prima é o ácido fosfórico, que,
ao reagir com amônia (NH3) em concentração predita dá origem ao fosfato monoamônio (MAP) ou
diamônico (DAP). Os fertilizantes supracitados são de elevada solubilidade em água ou citrato
neutro de amônio (CNA). Aproximadamente 90 % do P total é solúvel em CNA + H2O. (Solubilidade
em água e citrato neutro de amônio + água, extrator utilizado para avaliar a disponibilidade de P nos fertilizantes
fosfatados totalmente acidulados)

Figura 6. Esquema simplificado de produção de concentrado fosfático e fertilizantes


fosfatado solúvel.
De forma simplificada, o processamento químico do fosfato natural com adição de ácido (H+)
consiste em transformar o fosfato tricálcico (insolúvel), forma existente na rocha, em fosfatos
bicálcio ou monocálcico (solúvel em água), forma existente no SS ou ST. O esquema abaixo da
figura 5 ilustra esse processo.
Figura 7. Solubilização de fosfatos naturais por meio ácido (H+) e formas de P formadas.

No Quadro 5 são apresentados os principais fertilizantes fosfatados encontrados no mercado


brasileiro e suas composições.

Quadro 5. Composição dos principais fertilizantes fosfatados


Fertilizantes fosfatados P2O5 P Ca N S Mg K2O
%
Superfosfato Simples 18 7,7 20 - 11 - -
Superfosfato Triplo 46 19,8 14 - - - -
Fosfato monoamônio (MAP) 60 25,8 - 10 - - -
Fosfato diamônio (DAP) 45 19,4 - 16 - - -
Termofosfato magnesiano 18 7,7 20 - - 9 -
Fosfato natural reativo Bayóvar 26 11,2 -
Fosfato natural reativo Gafsa 29 12,5 -
Fosfato natural reativo Arad 33 14,2 -
Fosfato monopotássico 51 21,9 - - - - 33
Nitrofosfato 18 7,7 10 14 - - -
Fosfato natural Araxá 36 15,5
Fosfato natural Patos 24 10,3
Fosfato natural Catalão 37 15,9
Conversões: P2O5 tem massa molar=142g/mol. P (x2) tem massa molar=62 g/mol. 62/142=0,43, ou
seja, 43 % da massa do P2O5 corresponde ao elemento P.
 P2O5 para P: multiplica-se por 0,43
 P para P2O5: divide-se por 0,43
FERTILIZANTES POTÁSSICOS
Os fertilizantes potássicos são produzidos a partir da explotação dos depósitos evaporíticos,
principalmente de sais de K (silvita), de K e Na (silvinita) ou de K e Mg (carnalita). Esses depósitos
minerais formam-se por evaporação gradual de águas salinas, em grandes bacias e se concentram no
hemisfério norte, principalmente no Canadá, Russia e Bielorússia. Os depósitos ocorrem em
camadas profundas, geralmente entre 1000 e 2000 m de profundidade, de onde são extraídos os
minerais de K. A extração se dá por mineração subterrânea convencional seguida do processo de
flotação (82% da produção) e mineração por dissolução seguida da cristalização fracionada dos sais
(12 % da produção). Também é feita evaporação solar a partir de salmouras, seguido de flotação
(6% da produção).
O cloreto de potássio (KCl) é a principal fonte de K disponível no mercado e representa
cerca de 90 % do consumo de fertilizantes K, seguido de K2SO4 (5 %).
O Brasil é o terceiro consumidor mundial de K e apresenta grande dependência da
importação desse insumo, que supera 90 % do consumo interno. O país apresenta limitada reserva
(depósito) do elemento, o que impede o aumento da produção interna.
Outras fontes de K e encontradas com maior abundância no Brasil são os silicatos de
potássio, principalmente micas e feldspatos potássicos. Nesses grupos destacam-se o verdete, o
flogopito, o sianito e o Kamafugito. Tais minerais apresentam baixa solubilidade, dificultando sua
extração e processamento para produção de fertilizante. Por outro lado, a aplicação in natura tem
demonstrado baixa eficiência agronômica quando comparados às fontes solúveis. No entanto, dada
a grande dependência da agricultura brasileira à importação de K, estudos têm sido realizados
buscando o aproveitamento econômico das fontes alternativas desse nutriente. No Quadro 6 são
apresentados os principais fertilizantes potássicos.

Quadro 6. Composição dos principais fertilizantes potássicos


Fertilizantes Potássicos Forma química K2O K S N
------------------%----------------
Cloreto de Potássio KCl 58 48 - -
Sulfato de Potássio K2SO4 48 40 15 -
Nitrato de Potássio KNO3 44 37 - 12
Sulfato de Potássio e Magnésio K2Mg(SO4)2 22 18 22 -
Verdete Mica:glauconita 10 8,5 - -
Conversões: K2O tem massa molar=94g/mol. K (x2) tem massa molar=78 g/mol. 78/94=0,83, ou
seja, 83 % da massa do K2O corresponde ao elemento K.
 K2O para P: multiplica-se por 0,83
 K para K2O: divide-se por 0,83
Enxofre

O enxofre (S) é um nutriente que faz parte da composição de fontes de N e P comumente


usadas nas adubações, como o sulfato de amônio e superfosfato simples, respectivamente. Outra
importante fonte de S é o gesso (CaSO4.2H2O). Dessa forma, o uso dessas fontes nas adubações,
sejam individualizadas ou em formulações NPK, tem sido importe aporte de S ao solo.
Mais recentemente, com a adoção de fórmulas comerciais de NPK mais concentradas, sem
incorporações de fontes contendo S, tem-se reduzido o aporte do nutriente via adubações e levado
ao aumento de problemas nutricionais com S. As formulações NPK mais concentradas têm a
vantagem para o transporte e aplicação e por isso tem sido cada vez mais utilizadas, principalmente
em regiões produtoras distantes das fabricas ou misturadoras de fertilizantes.
Uma outra fonte importante de S é o enxofre elementar (S0), que pode ser obtido de
depósitos naturais ou como subproduto da exploração de óleo/gás. Embora seja indisponível para as
plantas, o S0 é oxidado no solo à forma absorvida pela planta, sulfato (SO42-). A taxa de oxidação do
Sº é um fator “chave” para sua eficiência como fertilizante, devendo ocorrer idealmente de forma
sincronizada com a demanda de S da cultura. A oxidação do S0 no solo é um processo aeróbico,
intermediado por microorganismos e que gera acidez. A disponibilidade de microrganismos
oxidantes, o tamanho da partícula e o tempo são os principais fatores que controlam a oxidação do S
no solo. Entre os microrganismos, destacam-se as bactérias quimilitoautotróficas A. ferroxidans e
A. thiooxidans, eficientes na conversão S0 a S6+.
Alguns fertilizantes têm na sua composição o S elementar como forma de enriquecer o
produto com o nutriente sem dilui-los demasiadamente. Também tem se destacado no mercado o
enxofre elementar pastilhado, podendo conter micronutrientes na sua composição. No Quadro 7 são
apresentados os principais fertilizantes contendo S.
Quadro 7. Composição dos principais fertilizantes com enxofre
Fertilizante Forma química Teor de S (%)
Sulfato der amônio (NH4)2SO4 24
Superfosfato simples Ca(H2PO4)2+2CaSO4. 2H2O 12
Gesso agrícola CaSO4. 2H2O 15-18
Sulfato de potássio K2SO4 18
Sulfato de magnésio MgSO4 7H2O 13
Enxofre elementar S0 100
Enxofre elementar pastilhado S0 80-90
Micronutrientes
A eficiência das fertilizações com micronutrientes é muito dependente da forma de aplicação
e fonte utilizada. A aplicação de fontes solúveis de micronutrientes catiônicos via solo, na forma de
sulfatos ou cloretos de Cu, Zn, e Mn, poderá levar a maior indisponibilidade do nutriente pela
adsorção específica nos óxidos de Fe e de Al, precipitação em pH de solo mais elevado e de reações
indesejadas com fosfatos (Abreu et al. 2007). A eficiência dos micronutrientes catiônicos na forma
de óxidos, de baixa solubilidade em água, depende, entre outros fatores, de reações ácidas ou redox
no solo para sua solubilização, que geralmente ocorre em descompasso com as demandas dos
cultivos (Abreu et al. 2007).
A incorporação de fontes de micronutrientes em misturas de grânulos ou misturas granuladas
contendo NPK tem sido comum. No primeiro caso, a segregação pode comprometer a eficiência
agronômica das fontes e, no segundo, a natureza do processo de produção, pelas condições de alta
temperatura, umidade e reações, pode levar a alterações das características e eficiência agronômica
das fontes de micronutrientes. Reações químicas de Cu, Zn e Mn com fertilizantes fosfatados, ou
com ureia, poderão reduzir a disponibilidade quando em misturas, pela formação fases insolúveis
(Hettiarachchi et al., 2010).
Por outro lado, o fornecimento de Cu, Zn e Mn via foliar limita-se à capacidade de absorção
das folhas e, sobretudo, à baixa mobilidade destes nutrientes no floema (Boaretto et al., 2003),
necessitando de muitas aplicações. Para redução dos custos é comum à aplicação conjunta de
micronutrientes com fungicidas ou inseticidas, podendo a incompatibilidade química entre estes
produtos, limitar a eficiência das adubações ou do controle fitossanitário. Como forma de reduzir os
problemas de incompatibilidade de produtos, é comum o uso de Cu, Fe, Mn e Zn na forma de
quelatos, que geralmente são mais caros que os sais comuns, e, nem sempre, eficiente. No Quadro 8
são apresentados os principais fertilizantes fontes de micronutrientes.
Quadro 8. Composição dos principais fertilizantes com micronutrientes e a solubilidade em água

Fonte Fórmula Teor Solubilidade em água


% g L-1
Boro
Bórax Na2B4O7.10H2O 11 20
Borato 46 Na2B4O7.5H2O 14 226
Borato 65 Na2B4O7 20 10
Solubor Na2B4O7 + Na2B10O16.10H2O 20 -
Ácido Bórico H3BO3 17 63
Ulexita NaCaB5O9.8H2O 8 Insolúvel
Cobre
Óxido de Cobre CuO 75 Insolúvel
Sulfato de Cobre CuSO4.5H2O 25 316

Zinco
Óxido de Zinco ZnO 78 Insolúvel
Sulfato de Zinco ZnSO4.7H2O 23 965

Ferro
Sulfato Ferroso FeSO4.7H2O 19 156
Sulfato Férrico Fe2(SO4)3.9H2O 23 4400

Manganês
Óxido de Manganês MnO 41 – 68 Insolúvel
Sulfato de Manganês MnSO4.3H2O 26 – 28 742

Molibdênio
Molibdato de Sódio Na2MoO4.2H2O 39 562
Molibdato de Amônio (NH4)6Mo7O24.4H2O 54 430
Óxido de Molibdênio MoO2 66 1

Cobalto
Cloreto de Cobalto CoCl2.6H2O 25 760
Nitrato de Cobalto Co(NO3)2.6H2O 20 1338
Sulfato de Cobalto CoSO4.7H2O 22 600

Fertilizantes mistos

A utilização de fertilizantes contendo vários nutrientes é vantajosa pela redução do custo com
aplicação. As formulações NPK têm sido a forma mais comum de aplicação de nutrientes e podem
também apresentar micronutrientes (NPK + micro). Os formulados NPK são caracterizados pelos
teores de N e K solúvel em água e de P solúvel em citrato neutro de amônio + água (CNA+água), e,
expressos em % N; % P2O5 e % K2O.

Exemplo: 6-30-6 (6% de N; 30 % de P2O5 e 6 % de K2O)


Cálculos para o preparo de misturas NPK

O preparo de uma formulação NPK em escala industrial ou na própria propriedade baseia-se


na definição da proporção (quantidade) dos fertilizantes simples que fará parte mistura. O
ponto de partida para o preparo de um formulado NPK é a definição da fórmula mínima, que
define a relação entre os teores de N, P2O5 e K2O. A escolha do formulado deve ser feita a
partir da recomendação de adubação, após a interpretação da análise do solo.
A seguir será demonstrado os cálculos para o preparo de uma formulação NPK que atenda a
recomendação de plantio para o milho, para uma determinada área.

1. Recomendação de adubação para plantio de milho

N P2O5 K2O
--------------kg/ha---------------
20 120 60 Recomendação do plantio
1 6 3 Fórmula mínima (divide por 20, menor valor)
3 18 9 Fórmula comercial (multiplica por 3-Fórmula 1)
4 24 12 Fórmula comercial (multiplica por 4-Fórmula 2)
OBS: Conforme legislação vigente, IN MAPA 5/2007, o somatório dos teores de N, P2O5 e
K2O deve ser de no mínimo 21 %, para fertilizantes sólidos aplicados via solo, de 18 % para
fertilizantes fluidos aplicados via solo e de 25 % para aqueles usados em fertirrigação.
Assim, as fórmulas 1 (3-18-9) e 2 (4-24-12) atendem a legislação e ambas apresentam a
fórmula mínima 1-6-3 para os teores de N, P2O5 e K2O, respectivamente.

Os formulados mais concentrados tendem a ter menor custo por kg do nutriente, devido ao
menor custo de transporte e aplicação. O exemplo 1 seguirá com o formulado 4-24-12.

Um mesmo formulado poderá ser feito com matérias prima distintas. Assim, dispondo dos
seguintes fertilizantes:
• Nitrogenados: ureia (45 % de N) e sulfato de amônio (20 % de N)
• Fosfatados: MAP (60 % P2O5 e 10 % N), superfosfato triplo-ST (44 % P2O5) e
superfosfato simples-SS (20 % P2O5)
• Potássicos: cloreto de potássio (60 % de K2O) e sulfato de potássio (48 % de K2O)

Exemplo 1: Calcular as quantidades de ureia, ST e cloreto de potássio para o preparo de


1000 kg do formulado 4-24-12

Mistura N P2O5 K2O


-----------------------------Kg-----------------------------
100 kg (%) 4 24 12
1000 kg (1 t) 40 240 120

100 kg ureia ------ 45 kg N 100 kg ST------- 44 kg P2O5 100 kg KCl-------- 60 kg K2O


X ------ 40 kg N X -------- 240 kg P2O5 X -------- 120 kg K2O KCl=
Ureia= 89 kg ST= 545 kg 200 kg
 89+454+200 = 834 kg (1000-834=166 kg)
Faltam 166 kg para completar 1 t do formulado NPK 4-24-12. Neste caso, adiciona-se
enchimento de fórmula (quartzo, siligran, gesso agrícola, caulim e turfa,) ou enriquece o
formulado com micronutrientes.
Exemplo 2: Preparo de 1000 kg do formulado 4-24-12 usando ureia, ST, SS e cloreto de
potássio, sem enchimento de fórmula

100 kg ureia ------ 45 kg N 1000 kg – 89 kg (ureia)-200 kg (KCl)=711 kg


X ------ 40 kg N SS + ST = 711 kg
Ureia= 89 kg ST= 711 – SS
0,2 SS + 0,44 ST = 240 kg (P2O5)
100 kg KCl-------- 60 kg K2O 0,2 SS + 0,44 (711-SS) = 240 kg
X -------- 120 kg K2O 0,2 SS + 312,8 -0,44 SS = 240 kg
KCl= 200 kg 0,2 SS-0,44 SS= 240-312,8
-0,24 SS=-72,8 (-1)
SS=72,8/0,24=303,5 kg
ST=711-303,5=407,5 kg
 89 (ureia)+303,5 kg (SS) + 407.5 (ST) + 200 (KCl) = 1000 kg (sem enchimento)

OBS: para o preparo de misturas sem a necessidade de enchimento é feita a combinação de fontes
mais e menos concentradas do mesmo elemento.

1. Qual formulado é mais vantajoso, do exemplo 1 ou 2? Porque? .

ADUBOS ORGÂNICOS
O adubo orgânico é um produto de origem vegetal, animal ou agro-industrial que contém nutrientes
para a plantas e que contribui para melhoria da fertilidade do solo e aumento da produtividade das
culturas. Em geral, os adubos orgânicos apresentam baixos teores de nutrientes comparados aos
fertilizantes minerais, e por isso, as doses recomendadas são maiores, na ordem de toneladas por
hectare, o que poderá inviabilizar o transporte a maiores distâncias. O uso de resíduos orgânicos,
muitas vezes disponíveis e de baixo custo na propriedade, pode substituir parcialmente ou
totalmente os fertilizantes minerais, sobretudo em escala menor de produção. Com a decomposição
(mineralização) dos resíduos orgânicos os nutrientes serão disponibilizados para as plantas. Além de
fornecem nutrientes para as plantas, os adubos orgânicos podem trazer benefícios às propriedades
físicas, físico-químicas e biológicas do solo. Os principais efeitos dos adubos orgânicos sobre as
propriedades físicas do solo estão relacionados com a melhoria da estrutura, aeração, drenagem e
retenção de água no solo. Também podem diminuir a temperatura do solo que interfere na
evaporação de água, na atividade biológica e na absorção de nutrientes. Os efeitos dos adubos
orgânicos sobre as características físico-químicas do solo estão relacionados com a possibilidade de
aumento de MOS e da capacidade tampão do solo. O aumento MOS contribui na geração de cargas
negativas no solo (CTC), favorecendo a adsorção de íons no solo e a redução da lixiviação de
nutrientes causada pela chuva ou pela irrigação. A atividade biológica aumenta com a aplicação de
adubo orgânico, favorecendo a mineralização e ciclagem de nutrientes no solo. No quadro 9 são
apresentados os teores de nutrientes de alguns adubos orgânicos.

Quadro 9. Teores de N, P2O5 e K2O de adubos orgânicos


Tipo N P2O5 K2O
Amplitude Média Amplitude Média Amplitude Média
%
Esterco Bovino 1,8 – 3,7 3,1 0,9 – 2,3 1,8 0,7 – 3,0 2,1
Esterco Ovino 1,6 – 4,0 2,8 1,3 – 2,1 1,7 0,5 – 3,4 2,0
Esterco Suíno 2,0 – 4,5 3,2 0,9 – 3,6 2,4 1,9 – 4,2 2,7
Esterco de Galinha 2,5 – 5,4 4,0 3,0 – 8,1 4,7 1,8 – 2,2 2,0
Cama de frango 2,2 2,4 2,7
Efluente de - 2,3 - 1,2 - 2,2
Biodigestor (bovinos)
Bagaço de Cana de - 1,1 - 0,2 - 0,9
Açúcar
Palha de café 1,4 0,3 2,0
Torta de Mamona - 5,4 - 1,9 - 1,5
Torta de Filtro (Cana) - 1,2 - 2,2 - 0,5
Turfa 0,5 – 5,7 3,1 0,1 – 0,2 0,15 0,2 – 0,5 0,45
Composto de Esterco 0,4 – 1,0 0,8 0,2 – 0,6 0,4 0,2 – 0,9 0,55
+ Restos Vegetais
Composto de lixo - 3,4 - 1,2 - 0,3
urbano
N (kg/m³) P2O5 (kg/m³) K2O (kg/m³)
Amplitude Média Amplitude Média Amplitude Média
Vinhaça de mosto de - 0,8 - 0,2 - 6,0
melaço
Vinhaça de mosto - 0,5 - 0,2 - 3,1
misto
Vinhaça de mosto de - 0,3 - 0,2 - 1,5
caldo
Chorume 2,0 – 6,0 4,0 2,0 – 6,0 4,0 2,0 – 3,0 2,5
Fonte: Kiehl, 1985; Fonte: Trani e Trani (2011).
AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E RECOMENDAÇÃO DE FERTILIZANTES

A fertilidade do tem sido conceituada como a capacidade de o solo ceder quantidades


equilibradas e balanceadas de nutrientes para as plantas. Este conceito é simplista, uma vez que a
planta não é passiva no processo de absorção de nutrientes, ao contrário, exerce grande influência
nele. As espécies vegetais ou mesmo algumas variedades ou clones possuem capacidade distinta de
absorção de nutrientes, o que irá afetar seu crescimento e produtividade. Alterações no pH da
rizosfera, síntese de fosfatases e associação com fungos micorrízicos são alguns exemplos de
recursos que tornam as plantas mais eficientes na aquisição de nutrientes. Da mesma forma, a
simbiose com bactérias do gênero Rhizobium é um exemplo extremo de como as leguminosas
superam as limitações de N no solo.

A avaliação da fertilidade envolve, em síntese, processos de amostragem, métodos de


análise, técnicas de diagnóstico dos resultados e modelos de interpretação e de recomendação de
corretivos e fertilizantes. Diante da elevada variabilidade espacial das populações – solo e planta –
requerem-se criteriosas técnicas de amostragem para um diagnóstico o mais exato possível. Esse
diagnóstico pode ser feito em campo, observando, por exemplo, o crescimento da planta, os
sintomas de deficiência decorrentes da limitação por algum nutriente ou de toxidez resultante de
excessos de nutrientes ou de elementos fitotóxicos como o Al.

A determinação da quantidade de nutrientes que se encontram no solo em forma disponível


para as plantas é um dos principais objetivos dos estudos de avaliação da fertilidade do solo. A
confiabilidade da interpretação e da recomendação de uso de corretivos e adubos depende do grau
de aproximação com que o método analítico se aproxima da real disponibilidade dos nutrientes no
solo, ou seja, depende dos trabalhos de correlação e de calibração de métodos de análises de solos.
Estes trabalhos permitem definir os métodos de análise, os níveis críticos das formas disponíveis
dos nutrientes e as doses recomendáveis dos fertilizantes a serem adicionados ao solo para se obter a
máxima eficiência econômica.

O método de análise química de solo fundamenta-se no uso de extratores químicos.


Extratores são soluções ou substâncias que removem do solo, por complexação, dessorção,
solubilização, troca iônica ou hidrólise, formas químicas dos nutrientes consideradas disponíveis
para a planta, ou de elementos químicos promotores de salinização do solo ou de toxidez para as
plantas. Uma fração das quantidades extraídas encontra-se na solução do solo (fração ativa ou fator
intensidade). A maior fração, no entanto, encontra-se integrada à fase sólida, em equilíbrio com a
fração ativa, responsável pela reposição na solução do solo (fração lábil ou fator quantidade).
Os métodos de análise química de solo em uso no Brasil podem ser, em linhas gerais,
categorizados em dois grupos: um, fundamentado no uso do extrator ácido – Mehlich-1 e da solução
salina de KCl, e outro, no uso das resinas de troca iônica e do extrator quelante DTPA.

Tabelas de Interpretação

Os critérios de diagnóstico da fertilidade com base na análise química do solo e as


orientações para fertilização das culturas, são organizados em manuais. Citam-se, como exemplos:
Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais – 5a Aproximação (ver
anexo 2); Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo – Boletim Técnico
100; Manual de Adubação e de Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e
Sugestão de Adubação.

O modelo de diagnóstico se fundamenta na vinculação dos teores dos nutrientes (P, K, Ca,
Mg e micronutrientes) e demais resultados das análises químicas (pH, acidez trocável, acidez
potencial, CTC, teor de matéria orgânica) a classes de disponibilidade ou de adequação relacionadas
com a produção relativa das culturas (ver figura 36 módulo 2). Como visto no módulo 2, o nível
crítico (NC) de um elemento representa o teor deste elemento no solo que corresponde 90 % do
potencial produtivo da planta, também aceito como o ponto de máxima eficiência econômica.

A interpretação dos resultados varia de acordo com o método de análise. Na interpretação


dos teores de P disponível determinado pelo método Mehlich-1, consideram-se os teores de argila
ou o valor de P remanescente (Prem). Isso ocorre porque o extrator é sensível ao poder tampão do
solo e sua capacidade de extração diminui com o aumento do fator capacidade de P do solo, com o
qual o teor de argila e o Prem são, direta e indiretamente, relacionados, respectivamente. Já para a
interpretação do K disponível, o extrator Mehlich-1 é pouco sensível ao fator capacidade do solo e
portanto, a interpretação independe dos teores de argila ou Prem. No entanto, a capacidade de
extração pode ser afetada pela CTC a pH 7,0. Isso levou a modificações na interpretação do K
disponível nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

As tabelas de interpretação da disponibilidade dos nutrientes são apresentadas nos anexos 2


e 3.

Tabelas de Recomendações de Fertilizantes

As recomendações de fertilizantes baseadas no modelo tradicional derivam de métodos


empíricos (experimentação) e visam elevar o teor do nutriente no solo ao NC, quando este estiver
abaixo, ou, manter, quando estiver acima do NC. Esse princípio é adotado para as recomendações
de P e de K e de micronutrientes. No caso do N, as recomendações visam atender a demanda da
cultura, devendo-se considerar a reserva potencial de N na MOS, o manejo de restos culturais e de
espécies fixadores de N. As recomendações de Ca e Mg estão vinculadas à correção da acidez.
Anexo 1

Quadro 1. Análise química do solo

Solo Profundidade pH P K Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB t T V m Prem

cm (H2O) mg/dm3 ------------------------cmolc/dm3------------------------- ---------%------ mg/L


0-20 4,9 3,6 50 0,7 0,25 1,1 9,2 1,1 2,2 10,3 10,7 50 17
A
20-40 4,1 2,1 30 0,5 0,2 1,5 7,3 0,8 2,3 8,1 9,9 65 12
0-20 5,0 5,4 55 0.6 0.2 0.9 8.5 0.94 1.84 9.44 10.0 49 22
B
20-40 4.5 4,1 26 0.35 0.1 1.8 7.6 0.52 2.32 8.12 6.4 78 20
0-20 5.1 6,6 55 0.7 0.3 0.9 7.3 1.14 2.04 8.44 13.5 44 25
C
20-40 4.6 3,5 35 0.6 0.3 0.9 7.1 0.99 1.89 8.09 12.2 48 20
0-20 6.5 15 76 3.7 1.5 0,0 6 5.39 5.39 11.39 47.3 0 30
D
20-40 5.1 5,2 40 0.5 0.1 0.6 5.8 0.70 1.30 6.50 10.8 46 25
Anexo 2. Tabelas de interpretação 5ª aproximação-MG

Quadro 2.1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH)1/


Classificação química
Ac. Muito Acidez Acidez Acidez Neutra Alcalinidade Alcalinidade
elevada elevada média fraca fraca elevada
< 4,5 4,5 - 5,0 5,1 - 6,0 6,1 - 6,9 7,0 7,1 - 7,8 > 7,8
2/
Classificação agronômica
Muito baixo Baixo Bom Alto Muito alto
< 4,5 4,5 - 5,4 5,5 - 6,0 6,1 - 7,0 > 7,0
1/
pH em H2O, relação 1:2,5, TFSA: H2O. 2/ A qualificação utilizada indica adequado (Bom) ou inadequado (Muito baixo e Baixo ou
Alto e Muito alto)

Quadro 2.2. Classes de interpretação de fertilidade do solo para a matéria orgânica e para o
complexo de troca catiônica
Classificação
1/
Característica Unidade Muito baixo Baixo Médio2/ Bom Muito bom
Carbono orgânico (C.O.)3/ dag/kg ≤ 0,40 0,41 - 1,16 1,17 - 2,32 2,33 - 4,06 > 4,06
Matéria orgânica (M.O.) 3/
dag/kg ≤ 0,70 0,71 - 2,00 2,01 - 4,00 4,01 - 7,00 > 7,00
Cálcio trocável (Ca2+)4/ cmolc/dm3 ≤ 0,40 0,41 - 1,20 1,21 - 2,40 2,41 - 4,00 > 4,00
Magnésio trocável (Mg2+)4/ cmolc/dm3 ≤ 0,15 0,16 - 0,45 0,46 - 0,90 0,91 - 1,50 > 1,50
Acidez trocável (Al ) 3+ 4/
cmolc/dm 3
≤ 0,20 0,21 - 0,50 0,51 - 1,00 1,01 - 2,00 11/
> 2,0011/
Soma de bases (SB)5/ cmolc/dm3 ≤ 0,60 0,61 - 1,80 1,81 - 3,60 3,61 - 6,00 > 6,00
Acidez potencial (H + Al)6/ cmolc/dm3 ≤ 1,00 1,01 - 2,50 2,51 - 5,00 5,01 - 9,0011/ > 9,0011/
CTC efetiva (t)7/ cmolc/dm3 ≤ 0,80 0,81 - 2,30 2,31 - 4,60 4,61 - 8,00 > 8,00
CTC pH 7 (T) 8/
cmolc/dm 3
≤ 1,60 1,61 - 4,30 4,31 - 8,60 8,61 - 15,00 > 15,00
Saturação por Al3+ (m)9/ % ≤ 15,0 15,1 - 30,0 30,1 - 50,0 50,1 - 75,011/ > 75,011/
Saturação por bases (V)10/ % ≤ 20,0 20,1 - 40,0 40,1 - 60,0 60,1 - 80,0 > 80,0
1/dag/kg = % (m/m); cmolc/dm3 = meq/100cm3. 2/ O limite superior desta classe indica o nível crítico. 3/ Método Walkley & Black;
M.O. = 1,724 x C.O. 4/ Método KCl 1 mol/L. 5/ SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+. 6/ H + Al, Método Ca(OAc)2 0,5 mol/L, pH 7. 7/ t = SB
+ Al3+. 8/ T = SB + (H + Al). 9/ m = 100 Al3+/t. 10/ V = 100 SB/T. 11/ A interpretação destas características, nestas classes, deve ser
Alta e Muito alta em lugar de Bom e Muito bom.
Quadro 2.3. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo de acordo com o teor de
argila do solo ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) e para o potássio
Classificação
Característica
Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom

---------------------------------------- (mg/dm3)1/ ------------------------------------------


Argila (%) Fósforo disponível (P)2/
60 - 100 ≤ 2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03/ 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 ≤ 4,0 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 ≤ 6,6 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 ≤ 10,0 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
P-rem4/ (mg/L)
0-4 ≤ 3,0 3,1 - 4,3 4,4 - 6,03/ 6,1 - 9,0 > 9,0
4 - 10 ≤ 4,0 4,1 - 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 12,5 > 12,5
10 - 19 ≤ 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 11,4 11,5 - 17,5 > 17,5
19 - 30 ≤ 8,0 8,1 - 11,4 11,5 - 15,8 15,9 - 24,0 > 24,0
30 - 44 ≤ 11,0 11,1 - 15,8 15,9 - 21,8 21,9 - 33,0 > 33,0
44 - 60 ≤ 15,0 15,1 - 21,8 21,9 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
2/
Potássio disponível (K)
≤ 15,0 16 - 40 41 - 705/ 71 - 120 > 120
1/mg/dm3 = ppm (m/v). 2/ Método Mehlich-1. 3/ Nesta classe apresentam-se os níveis críticos de acordo com o teor de argila ou com o
valor de fósforo remanescente. 4/ P-rem = Fósforo remanescente, concentração de fósforo da solução de equilíbrio após agitar durante
1 h a TFSA com solução de CaCl2 10 mmol/L, contendo 60 mg/L de P, na relação 1:10. 5/ O limite superior desta classe indica o nível
crítico.

Quadro 2.4. Classes de interpretação da disponibilidade para o enxofre 1/ de acordo com o


valor de fósforo remanescente (P-rem)
Classificação
P-rem Muito baixo Baixo Médio2/ Bom Muito bom
3 3/
mg/L ---------------------------------------- (mg/dm ) ----------------------------------------
Enxofre disponível (S)
0-4 ≤ 1,7 1,8 - 2,5 2,6 - 3,6 3,7 - 5,4 > 5,4
4 - 10 ≤ 2,4 2,5 - 3,6 3,7 - 5,0 5,1 - 7,5 > 7,5
10 -19 ≤ 3,3 3,4 - 5,0 5,1 - 6,9 7,0 - 10,3 >10,3
19 - 30 ≤ 4,6 4,7 - 6,9 7,0 - 9,4 9,5 - 14,2 > 14,2
30 - 44 ≤ 6,4 6,5 - 9,4 9,5 - 13,0 13,1 - 19,6 > 19,6
44 - 60 ≤ 8,9 9,0 - 13,0 13,1 -18,0 18,1 - 27,0 > 27,0
1/Método Hoeft et al., 1973 (Ca(H2PO4)2, 500 mg/L de P, em HOAc 2 mol/L). 2/ Esta classe indica os níveis críticos de acordo com o
valor de P-rem. 3/mg/dm3 = ppm (m/v).
Quadro 2.5. Classes de interpretação da disponibilidade para os micronutrientes
Classificação
Micronutriente
Muito baixo Baixo Médio1/ Bom Alto

----------------------------------- (mg/dm3)2/ -------------------------------------


Zinco disponível (Zn)3/ ≤ 0,4 0,5 - 0,9 1,0 - 1,5 1,6 - 2,2 > 2,2
Manganês disponível (Mn) 3/
≤2 3-5 6-8 9 - 12 > 12
Ferro disponível (Fe)3/ ≤8 9 - 18 19 - 30 31 - 45 > 45
Cobre disponível (Cu) 3/
≤ 0,3 0,4 - 0,7 0,8 - 1,2 1,3 - 1,8 > 1,8

Boro disponível (B)4/ ≤ 0,15 0,16 - 0,35 0,36 - 0,60 0,61 - 0,90 > 0,90
1/ O limite superior desta classe indica o nível crítico. 2/ mg/dm3 = ppm (m/v). 3/ Método Mehlich-1. 4/ Método água quente.
Anexo 3. Tabelas de interpretação boletim 100-SP

Quadro 3.1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH CaCl2) e saturação por bases
(V%)
Acidez pH em CaCl2 Saturação por bases V%

Muito alta < 4,3 Muito baixa 0 - 25


Alta 4,4 - 5,0 Baixa 26 - 50
Média 5,1 - 5,5 Média 51 - 70
Baixa 5,6 - 6,0 Alta 71 - 90
Muito baixa > 6,0 Muito alta > 90

Quadro 3.2. Classes de interpretação da disponibilidade para o potássio e fósforo (P resina) de


acordo com culturas.
P resina
Produção
+
Teor K trocável
relativa Florestais Perenes Anuais Hortaliças

% mmolc dm3 ---------------------mg dm-1----------------------


Muito baixo 0 - 70 0,0 - 0,7 0-2 0-5 0-6 0 - 10
Baixo 71 - 90 0,8 - 1,5 3-5 6 - 12 7 - 15 11 – 25
Médio 91 - 100 1,6 - 3,0 6–8 13 - 30 16 - 40 26 - 60
Alto > 100 3,1 - 6,0 9 – 16 31 - 60 41 - 80 61 - 120
Muito alto > 100 > 6,0 > 16 > 60 > 80 > 120
Anexo 4. Tabelas de recomendação para culturas 5ª aproximação-MG

Tabela 4.1. Recomendação NPK para milho grão

Disponibilidade Doses para plantio Dose de


cobertura
de P e K

N K2O P2O5 N

kg/ha

Baixa 20-30 100 80 100-120

Média 20-30 70 60 100-120

Boa 20-30 40 40 100-120

Adubação baseada em população de 50000 plantas/ha. Aplicar 30 a 50 kg/ha de S em cobertura, caso não tenha sido aplicada no
plantio e 3 a 5 kg/ha de Zn.

Tabela 4.2. Recomendação NPK para milho silagem

Disponibilidade Doses para plantio Dose de cobertura


de P ou K

N K2O P2O5 N K2O

Kg/ha

Baixa 20-30 120 60 140 80

Média 20-30 80 60 140 40

Boa 20-30 60 40 140 0


Adubação baseada em população de 50000 plantas/ha. Aplicar 30 a 50 kg/ha de S em cobertura, caso não tenha sido aplicada no
plantio e 3 a 5 kg/ha de Zn.

Tabela 4.3. Adubação mineral NPK Tomate


Textura

Disponibilidade de P e K Argilosa Média Arenosa Dose Total

Dose de P2O5 K2O N

Kg/ha

Baixa 1200 900 600 800 400

Média 1000 800 500 600 300

Boa 700 600 400 400 200

Muito boa 500 400 300 200 100


Adubação baseada em produtividade esperada de 100 t/ha. Aplicar 2 a 3 kg/ha de B e 4 kg/ha de Zn no sulco, em solo de baixa
fertilidade.
Tabela 4.3. Recomendação de adubação para o cafeeiro
Tabela 4.3.1. Recomendação de fósforo para o plantio e produção do cafeeiro em função da
disponibilidade de P no solo
Classe de disponibilidade de fósforo
Muito baixo Baixo Médio Bom Muito Bom
Doses plantio g/cova
80 65 50 35 20

Produtividade Doses de P2O5


(sacas/há)
Kg/ha/ano
< 20 30 20 10 - -
21 – 30 40 30 20 - -
31 – 40 50 40 25 - -
41 – 50 60 50 30 15 -
51 – 60 70 55 35 18 -
> 60 80 60 40 20 -

Tabela 4.3.2. Recomendação de Potássio e nitrogênio a serem aplicadas em cobertura após o pegamento
das mudas de cafeeiro

Classes de Fertilidade de K
Baixo Médio Bom Muito Bom
Teor de K no solo

---------------------------------------mg /dm3---------------------------------------
<60 60-120 120-200 >200 Dose de N
-------------------------------------Dose de K2O-----------------------------------
g/cova/aplicação
g/cova/ano

30 20 10 0 3-5
Tabela 4.3.3. Recomendação de Potássio e nitrogênio a serem aplicadas em cobertura no 1º e no 2º ano
pós plantio do cafeeiro em cobertura

Classes de Fertilidade
Baixo Médio Bom Muito Bom
Teor de K no solo
Período Dose de N
----------------------------mg /dm3----------------------------
<60 60-120 120-200 >200
Dose de K2O
g/cova/aplicação
------------------------g/cova/ano----------------------------

1° ano 40 20 10 0 10
2° ano 60 40 20 0 20
Tabela 4.3.4. Recomendação de Potássio e nitrogênio a serem aplicadas de acordo com a produtividade
esperada e com estado nutricional de N e disponibilidade de potássio do solo
Teor de N foliar Classes de Fertilidade
Baixo Adequado Alto Baixo Médio Bom Muito Bom
Produtividade Teor de K no solo
esperada -----------------dag/kg----------------- Doses de -----------------mg/dm3-----------------
1/
N
< 2,5 2,6-3,0 3,1-3,5 < 60 60-120 120-200 > 200
----------------Dose de N------------- -----------------Dose de K2O-----------------
sc/há kg/ha/ano
<20 200 140 80 200 200 150 100 0
20 - 30 250 175 110 250 250 190 125 0
30 - 40 300 220 140 300 300 225 150 0
40 - 50 350 260 170 350 350 260 175 50
50 - 60 400 300 200 400 400 300 200 75
> 60 450 340 230 450 450 340 225 100
1/
Doses preestabelecidas de nitrogênio, quando não se realizou análise foliar.
Anexo 5. Relatório 1-Recomedação de calagem
Relatório 1 – Recomendação de corretivo de acidez do solo: Agronomia

Nome: Matrícula: Turma Teórica:

1) Faça recomendação de calagem para o solo A, considerando as seguintes condições:


(Na recomendação abordar dose de calcário, PRNT, forma e época de aplicação do calcário)

a) Calagem para plantio de soja (sistema convencional de preparo de solo)

NC= Calcário escolhido:justifique

QC= Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:

b) Calagem superficial numa lavoura de café com 4 anos de idade, espaçamento 3 x 2 m.

NC= Calcário escolhido:justifique

QC= Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:
Anexo 5. Relatório 1-Recomedação de calagem
Relatório 1 – Recomendação de corretivo de acidez do solo: Zootecnica

Nome: Matrícula: Turma Teórica:

1) Faça recomendação de calagem para o solo B, considerando as seguintes condições:


(Na recomendação abordar dose de calcário, PRNT, forma e época de aplicação do calcário)

a) Implantação de pastagem de Brachiarão [Urochloa brizantha (sin. Brachiaria brizantha )]

NC= Calcário escolhido:justifique

QC= Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:

c) Recuperação de pastagem de braquiária [Urochloa decumens (sin. Brachiaria decumens)] já


implantada, para cultivo extensivo (baixo nível tecnológico).
NC= Calcário escolhido:justifique

QC= Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:
Anexo 5. Relatório 1-Recomedação de calagem
Relatório 1 – Recomendação de corretivo de acidez do solo: Engenharia florestal

Nome: Matrícula: Turma Teórica:

1) Faça recomendação de calagem para o solo C, considerando as seguintes condições:


(Na recomendação abordar dose de calcário, PRNT, forma e época de aplicação do calcário)
a) Aplicação de calcário para plantio de eucalipto em área de cultivo mínimo (em área total sem
incorporação) para uma produtividade de 40 m³/ha/ano.
NC= Calcário escolhido:justifique

QC= Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:

b) Implantação de eucalipto, espaçamento (3 x 3 m), com preparo do solo usando subsolador com uma
haste, com o sulco de subsolagem apresentando as seguintes dimensões:

NC=

Calcário escolhido:justifique

QC=

Custo da calagem: R$/ha

Recomendação:
Anexo 6. Relatório 2-Recomedação de adubação

Nome: Matrícula: Turma Teórica:


1. Informações do solo e da cultura
Solo: Cultura: Nome científico:

Produtividade esperada: Espaçamento:

2. Interpretação da análise do solo


Solo Classe de Solo Classe de Solo Classe de
disponibilidade disponibilidade disponibilidade

P S Fe
K Al3+ Mn
Ca m Cu
Mg Zn B
3. Recomendação de calagem e gessagem- escolha um método de recomendação
NC= Calcário escolhido: justifique

QC= Necessidade de gessagem (NG)=

Recomendação:
4. Recomendação de adubação
Dose recomendada (kg/ha) Fertilizantes simples NPK

N=

P2O5=

K2O=

Recomendação:

5. Micronutrientes: sim não


Quais/Quantidade:

Recomendação:

6. Quantidade de nutrientes (kg/ha) via adubação.


Ca: Mg: S: N: P: K: B: Zn: Mn: Cu:

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