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1. Considere as amostras para solos abaixo, neste contexto, com auxílio da base teórica que se
justifiquem, analise e interprete os parâmetros em questão, e, recomende o melhor solo
para a produção agrícola. Justifique.
Mocuba 5.8 28 0.12 0.4 1.1 0,7 0.4 4.5 2.32 2.72 6.82 34 14.7 16.1 10.26 1.75 5.86
Caia 6.6 33 0.9 1 3,1 2.3 0.1 6.6 7.3 7.4 13.9 52.51 1.35 22.3 16.54 6.5 7.19
Zobue 5.0 15 0.05 0.003 2.0 1.8 2,4 6,8 3.9 6.3 10.7 36.45 38.09 18.7 16.8 0.5 0.02
RESPOSTA:
Vamos tomar como base para resposta os intervalos interpretativos dos diferentes parâmetros
como segue:
• Solos eutróficos (férteis) = V%≥50%; solos distróficos (pouco férteis) = V%<50%, pese
embora algumas particularidades devem ser consideradas ao analisar como seja: a
ocupação da CTCT pelos catiões H+Al (CTCt para m%) em mais de 50%, a observância do
equilíbrio do valor de saturação de catioes: 60-70% Ca, 10-20% Mg e 2-5% K para além da
relação Ca/Mg que se deve situar entre 3 a 5/1.
Sendo assim, observa-se claramente que se pode indicar o solo de caia para a prática da
agricultura V%=52,51% (para culturas que suportam relações baixas), entretanto, este solo
carece de mais cuidados uma vez que os catiões de interesse na nutrição mineral de plantass se
encontram em proporções desequilibradas, ou seja, o teór de Ca é muito baixo (22.3%
contrariamente a 60 a 70% recomendado); o Mg está em proporção deficitária e o K ocorre em
axcesso (16.54 e 6.5, contrariamente a 20% e 5% respectivamente). Esta situação cria
desequilibrio nutricional as plantas, uma vez que elemento Mg quando em excesso inibe a
absorcao do Ca e vice e versa, observando-se a mesma interiracao entre o K e o Mg. Há
inevitavelmente necessidade de corrigir este solo não somente para equilibrar a proporção mas
tabem para elevar o teór dos catioes e consequentemente, elevar a relação Ca/Mg que é baixa
(em torno de 1.5 em relação ao recomendavel 3-5). Atenção muito especial deve-se ter ao se
corrigir o solo dado que, mais de 47% da sua CTC é ocupada pelos catiões H+Al e deste percentual,
98,49% é ocupado pelo H+, ou seja, este solo é pobre em reter catioes e, o correctivo não devera
ser colocado de uma so vez e sim parceladamente de modo que a remoção do H+ da CDD ocorra
com maior eficiência. Para além deste cuidado, o outro tem haver com o tipo de calcário a ser
empregue, uma vez que, a preocupacao é aumentar o nivel de Ca em detrimento dos demais, e,
como tal, não se pode recomendar a aplicação do calcário que contenha na sua composição
tanto o Mg e o Ca em grandes concentrações, se tal acontecer, ocorrera que, para além de elevar
o teór de Ca tambem se vai elevar o teor de Mg que já é elevado neste solo e, mantendo-se
desequilibrado a relacao Ca/Mg. Deve-se entao, recomendar o correctivo que contenha somente
o Ca ou com Mg em baixas proporcoes para que não se elevave ao mesmo nivel do Ca o nivel de
Mg. Quanto ao K, desde que seja corrigido o teor de Ca e Mg no solo não há muito que se
preocupar.
O m% assim como Na% não apresentam teores altos e, a presença destes elementos no solos em
grandes proporções é dispensavel, uma vez que dificuldades no processo de absorcao de
nutrientes e a toxicidades observada nas plantas esta ligada a presenca destes elementos. O nivel
preocupante da concentracao destes elementos no solo situa-se nas proporcoes maiores de 15%
e 50% para Na e Al respectivamente.
RESPOSTA:
A lei da restituição baseia-se na necessidade de restituir ao solo aqueles nutrientes absorvidos
pelas plantas e exportados com as colheitas; A Lei do mínimo-> Relaciona o crescimento vegetal
com a quantidade do elemento existente no solo; Lei do máximo relaciona o excesso de
nutrientes ou insumo como aquele que limita ou prejudica a produção. Pode-se estabelecer a
relação de complementaridade na medida em que, a aplicabilidade de cada uma das leis de forma
isolada se vê limitada. Ora vejamos, a lei da restituição prevê restituir o que não foi possível de
reciclar em longo do ciclo de produção mas, o que provavelmente se necessite reciclar poderá
não ser somente o que foi objecto de absorção pelas culturas e sim, o resultado da complexacão
ou inteiração entre os nutrientes, a necessidade de correção do solo, deficit de humidade,
limitações físicas e hidrofísicas o que implica que, de forma rápida e unilateral a não imediata
aplicação indiscriminada de fertilizante por supostamente ter ocorrido redução dos nutrientes
ao longo do ciclo da produção. Estas limitações previstas pela lei da restituição são igualmente
retratadas na lei do mínimo em que nela, prevê-se que, a resposta qualitativa nas culturas é
resultado da resposta equilibrada a correção do factor limitante e interação dos
factores/nutrientes contidos no solo mesmo que, um deles esteja em nível mínimo (aqui
elucidam-se suas derivações: a lei de incrementos decrescentes-> ao se prever que, a dado
momento, mesmo produtor tendo centrado atenção no factor/nutriente que outrora esteve na
condição mínima, quando este atinge o nível adequado o outro passa na condição de limitante
por alegadamente estar ao nível mínimo (Plateu) e, a este processo alia-se ao efeito da inteiração
existente entre os elementos no solo -> Lei da inteiração). De forma alguma se deve aplicar
quantidades cada vez mais crescentes de fertilizantes tendendo ao aumento de rendimentos ou
a correcção isolada de um determinado factor, mas sim, é igualmente interessante rever e
considerar suas interacções. A Leia do máximo chama atenção ao facto de, o incremento de
fertilizantes não proporcionar aumento linear de rendimento pelo que, sucedendo o contrário,
ou seja, o incremento da produção não é proporcional ao aumento de fertilizantes pelo facto de
este aumento indiscriminado causar toxicidade ou afectar a qualidade biológica do alimento e
causar efeitos adversos a inteiração entre factores/nutriente no solo. Este facto pode ser
justificado pelas constatações da Lei do mínimo e sua derivação assim como pela lei da restituição
e suas limitações para aplicabilidade elucidando-se assim a relação entre as três leis e suas
derivações.
(1ha)
Pindula 3 Milho 120 Argiloso Baixa
(1ha)
a) O que se pode dizer ao Sr.Chacati relativamente ao maneio da adubação da cultura de milho
com o fertilizante de N nas diferentes áreas? (Faça uso de todo conhecimento por si adquirido
ligado ao estudo da dinâmica do N no solo e a caracterização dos diferentes tipo de fertilizantes
de N como factores chaves para a definição do maneio de aplicação).
RESPOSTA:
Actualmente, pode-se dizer que um dos aspectos mais importantes no maneio da adubação
nitrogenada na cultura do milho refere-se à época de aplicação e à necessidade de seu
parcelamento. Para a tomada de decisão por parte do agricultor, alguns pontos devem ser
considerados. O primeiro está relacionado com a demanda de nitrogênio (N) pelo milho durante
o seu desenvolvimento (absorção de N é intensa no período que vai dos 40 dias após a sementeira
até o florescimento masculino), quando a planta absorve mais de 70 % da sua necessidade total.
O segundo aspecto diz respeito às doses de N a serem aplicadas. Doses de N superiores a 120
kg/ha exigem maiores cuidados no maneio. O terceiro aspecto refere-se ao potencial de perdas
por lixiviação em função da textura do solo (arenoso ou argiloso) e à presença de impedimentos
físicos e químicos que reduzem a profundidade efetiva de exploração do perfil do solo pelas
raízes. Assim, a observação destes pontos possibilitam várias alternativas de maneio e épocas de
aplicação de N na cultura do milho como, por exemplo, a aplicação antes da sementeira, durante
e após a sementeira, nos estágios que vão da emergência até o florescimento.
Para Pindula 1: trata-se de dose alta, solo arenoso e região de elevada precipitação. É
recomendado o parcelamento (3 ou 4 vezes) do fertilizante de modo a maximizar a utilização do
nutriente pelo milho para além de sempre recomendavel que se eleve a % de M.O no solos
tropicais. Estas apráticas visam garantir que ocorram menos perdas por volatilizacao, lavagem
superficial e lixiviação pelo facto de o solo ser arenoso. O fertilizante nítrico amoniacal, amoniacal
e amídicos seria mais apropriado pois, a aplicação dos nítricos, devido ao risco de perdas por
desnitrifição reduziriam a eficiência da adubação. Para Pindula 2 e 3, ambos com solos argilosos
e possivelmente apresentando melhor CTC que o Pindula 2, diferindo somente no volume de
precipitação; estes, podem suportar menor parcelamento do adubo, principalmente o Pindula 2
por apresentar uma dose moderada de adubação (80Kg/ha, podendo este ser parcelado em 2)
mas, para este solo chama-se atencao ao risco de inundacao decorrente da sua baixa porosidade
e elevada plasticidade, estas são condições propicias para a intensas perdas de N por vários
mecanismos como desnitrificação e volatização da N, nestes solos a forma preferencial de N-
fertilizante deve ser amoniacal contariamente a Ureia ou Nitrica. Ao passo que, o Pindula 3,
mesmo que possuindo solo argiloso, a precipitação é baixa não oferecendo riscos de lixiviação se
aplicadao o Nitrato de cálcio ou Nitrato de amónio, mesmo assim, o parcelamento é
recomendável ou mesmo a aplicação em profundidade caso a humidade se revelar muito baixa
e prevendo-se o uso do fertilizante Amídico. Em todos casos recomenda-se o parcelamento,
processo este que depende da dose a ser aplicada, do tipo de solo e condição climática.
b) Considerando que a necessidade de N na cultura de milho seja de 120Kg/ha, diga em que área
o balanço de N pode ser negativo e porquê? E, considerando que a cultura é removida por inteiro
do campo de produção, que recomendação pode deixar ao Sr.Chacati de modo que fertilidade
do solo nas áreas que cultiva o milho seja mantida ou melhorada?
4. O Sr. Carneiro é um productor de Sorghum bicolor (L.) do Distrito de Tsangano e, na sua área
de produção sempre obteve rendimentos satisfatórios pois, as culturas sempre responderam
posetivamente as adubações de fertilizantes contendo macronutrientes principais. Entretanto,
na última semana ele reclamou do fraco crescimento do Sorghum e, referiu que tem verificado
com frequência plantas apresentado as folhas mais velhas com a coloração arroxeada e, está
preocupado pois não sabe o que esperar do rendimento desta campanha, uma vez que ele
aplicou o fertilizante e, com a fraca resposta em menos de 15 dias voltou a aplicar mais
fertilizante.
a) Como futuro Eng Agrónomo, diga qual elemento (macronutriente) esta causar este
sintoma cultura Sorghum? RESPOSTA: Fosforo
b) Considerando a resposta anterior, diga o que estará por detrás do baixo crescimento da
cultura de trigo mesmo tendo o Sr. Carneiro referido que elevou a dose da adubação (Atendendo
a dinâmica deste elemento)?
Cabe ainda recordar que, a dinâmica o P-ião nos solos varia em função da reação do meio sendo
que, a baixo pH o fosfato existe forma Fe e Al-Fosafatos indisponíveis as plantas e, a medida que
eleva o pH ocorre na solução o H2PO4- ião com grande redução da concentração do Fe e Al ião e
outros micronutrientes que, continuando a elevar o pH da solucao este ocorre na forma de HPO 42-
ião que, de igual forma, no pH mais alcalino formam-se os Ca-Fosfatos insolúveis e pouco
disponíveis as plantas. Entretanto, verfica-se que, com a variação do pH do solo a disponibilidade
do elemento P no solo tambem varia, ou seja, tende a formar compostos insoluveis tornan-se
indisponivel as plantas.
A condição do solo de Tsangano é típica da região tropical, e nestes solos, ocorre a sorção dos
Fosfatos (fosfato é incluído em substâncias sólidas -> Al,Fe-hidróxidos ou adsorvido em locais da
fase sólida com cargas positivas dos hidróxidos de alumínio e/ou de ferro, e aos grupos OH2+ nas
bordas de minerais de argila, especialmente de caulinita-a pH baixo). Devido a sorção verificada
nestes solos, ocorre que, estes, deixam de responder positivamente a aplicação de fertilizantes-
P carecendo por vezes de grandes quantidades de fertilizantes para que seja observada resposta
a sua aplicação. Este facto implica ao risco de elevação de custos de produção, na medida que o
agricultor se ve na necessidade de levar a dose para obter resposta das culturas e, igualmente se
incorrerá ao rissco poluição dos mananciais aquando da ocorrencia da lixiviacao, run-off e erosão.
c) Que sugestões pode deixar ao Sr. Carneiro de modo que este problema seja minimizado nas
próximas campanhas (queda no rendimento, poluição, elevação do custo de produção pela
elevação da quantidade do fertilizante)?
Para evitar o excesso de fertilizante com aplicação localizada dos P -fertilizantes, recomenda-se
assim que só a parte desejada do solo seja adubada, aumentando deste modo a concentração
local de P para as plantas. É necessário aplicar fertilizantes de P cada ano, isto é, anualmente deve
ser feita a adubação de manutenção evitando-se assim incorrer a mais riscos de poluição e
aumento de custos de producao.
Tamara Sande