Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NUTRIÇÃO
Tomo 6
1
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
NUTRIÇÃO
TOMO 6
2
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 1
Questão 1.1
As alterações fisiológicas e anatômicas decorrentes do processo de envelhecimento têm
repercussões na saúde e na nutrição do idoso, principalmente quando associadas a outras
doenças de ocorrência frequente nessa população. Considerando a elaboração de um plano
alimentar para uma pessoa de 79 anos de idade, do sexo feminino, que não consegue
manter-se em equilíbrio sobre uma balança e que é portadora de uma doença infecciosa,
avalie as afirmações a seguir.
I. A avaliação nutricional pela antropometria pode ser feita com a adoção de fórmulas de
estimativa de peso que utilizam as circunferências do braço e da panturrilha, além da
dobra cutânea subescapular e altura do joelho.
II. O colesterol sérico pode ser utilizado como marcador de desnutrição, pois a
hipocolesterolemia é resultado da menor síntese hepática e da secreção de
lipoproteínas.
III. Na avaliação bioquímica do estado nutricional, pode ser feita a mensuração da
albumina sérica, uma vez que, no caso da idosa, a redução dessa proteína indicaria
perda de peso e de massa muscular.
IV. Na estimativa da estatura, pode-se medir o comprimento ou a altura do joelho, por se
considerar que a medida em membros inferiores não é afetada pela diminuição das
dimensões ósseas.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. I e III. C. III e IV. D. I, II e IV. E. II, III e IV.
1. Introdução teórica
No Brasil, os direitos das pessoas com 60 anos ou mais são garantidos pelo Estatuto
do Idoso. Essa legislação fez-se necessária no novo cenário populacional do país, marcado
pelo aumento da expectativa de vida e pelo consequente crescimento do número de idosos.
Esse quadro implica novas demandas nos serviços públicos, em particular nos atendimentos
de saúde.
3
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
4
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Caso o paciente não consiga ficar em pé, os valores de altura e de peso podem ser
estimados pelas fórmulas mostradas nos quadros 1A e 1B a seguir.
Quadro 1A. Equação para cálculo da estatura estimada: pela mensuração do comprimento do joelho,
estima-se a altura do indivíduo.
Quadro 2. Classificação do estado nutricional para idosos, segundo pontos de cortes estabelecidos pelo
Ministério da Saúde.
IMC (kg/m2) Classificação
<22 Baixo Peso
≥22 e <27 Eutrófico
≥ 27 Sobrepeso
Fonte. Brasil, 2008.
5
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
• ACUNA, K.; CRUZ, T. Nutritional assessment of adults and elderly and the nutritional
status of the Brazilian population. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol., 48: 345-361, 2004.
6
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
7
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 2
Questão 2.2
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela perda progressiva da função renal,
independentemente de doença subjacente. A natureza da perda progressiva da função tem
sido tema de pesquisas nos últimos anos. A hemodiálise é um dos tratamentos preconizados
para pacientes portadores de DRC.
Considerando alguns aspectos clínicos nutricionais da DRC e a conduta nutricional para essa
modalidade de tratamento, é correto afirmar que
A. a ingestão excessiva de sódio é uma das causas da hipertensão e, para melhorar a
palatabilidade dos alimentos, uma alternativa adequada é a prescrição de sal light, que
contém KCl no lugar do NaCl.
B. os níveis séricos de albumina, embora possam ter a sua especificidade limitada como
indicador do estado nutricional desses pacientes, são um marcador preditivo de
mortalidade.
C. o controle do edema e o do desequilíbrio eletrolítico não são objetivos da terapia
nutricional desses pacientes, uma vez que a conduta nutricional não influencia o
aparecimento dessas situações.
D. o controle da dislipidemia não é uma meta no cuidado nutricional, uma vez que não
existe relação entre DRC e doença cardiovascular aterosclerótica.
E. a quantidade recomendada de proteínas deve ser aproximadamente de 0,6g/Kg, de
forma que a restrição protéica preserve a função renal.
1. Introdução teórica
8
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
9
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
10
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
11
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questões 3 e 4
Questão 3.3
A tabela abaixo apresenta exemplos das quantidades das porções dos grupos de alimentos
recomendadas para crianças de 12 a 24 meses de idade.
12
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 4.4
A alimentação e a nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e
desenvolvimento de todas as crianças. São direitos humanos fundamentais, pois
representam a base da própria vida.
No que se refere à alimentação adequada e saudável das crianças pequenas, avalie as
afirmações a seguir.
I. A introdução da alimentação complementar a partir dos dois anos de vida, além de
suprir as necessidades nutricionais, visa aproximar a criança dos hábitos alimentares da
família.
II. Denomina-se como aleitamento materno predominante a situação em que a criança
recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás,
infusões) e sucos de frutas.
III. Uma refeição do tipo almoço de uma criança de 12 meses de idade não amamentada
deve conter os mesmos componentes básicos do cardápio da família.
IV. A alimentação complementar adequada é componente essencial para a segurança
alimentar e nutricional e para promover o crescimento e o desenvolvimento da criança.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II.
B. I e IV.
C. I, II e IV.
13
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
D. I, III e IV.
E. II, III e IV.
1. Introdução teórica
Passo 1 - Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás
ou qualquer outro alimento.
Passo 2 - Ao completar 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros
alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
14
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
A ingestão de qualquer alimento sólido ou líquido que não o leite materno, durante a
fase de amamentação da criança, é denominada alimentação complementar. O Ministério da
Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam o aleitamento materno por
pelo menos dois anos.
15
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
O esquema alimentar de pré-escolares deve ser composto por cinco ou seis refeições
diárias. A ingestão de líquidos deve ser incentivada ao longo do dia, mas controlada no
horário da refeição. O ideal é oferecer água ou suco após a refeição, em pequena
quantidade (150mL) (PALMA e DISCHEKEMIAN, 2009).
Vale destacar que, em 2019, foi publicado um novo Guia Alimentar para Crianças
Brasileiras Menores de 2 anos. Esse material propõe o que segue.
16
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
17
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 112 p.: il. Série A. Normas e
Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Básica, n. 23.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar/Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab23. Acesso
em 03 nov. 2015.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Aleitamento materno,
distribuição de leites e fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a legislação/
Ministério da Saúde. Secretaria Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
e Estratégicas. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 28
p. Disponível em
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/aleitamento_materno_distribuicao_leite.pdf
>. Acesso em 03 nov. 2015.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de
Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primaria à Saúde, Departamento de
Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Guia alimentar
para crianças brasileiras menores de 2 anos versão resumida [recurso eletrônico].
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2021. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/Lei/L13844.htm>. Acesso em 30 de julho de 2022.
• PALMA, D.; DISHCHEKENIAN, V. R. M. Alimentação Complementar. In: PALMA, D;
OLIVEIRA, F. L. C; ESCRIVÃO, M. A. M. S. Guia de nutrição clínica na infância e na
adolescência. Barueri, São Paulo: Manole, 2009.
18
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 5 e 6
Questão 5.5
A crescente incidência das doenças cardiovasculares (DCV) no último século incrementou a
busca incessante para descobrir os fatores de risco (FR) relacionados ao seu
desenvolvimento. Ainda que a genética e a idade tenham importância nesta evolução, há
muitos outros fatores de risco que podem ser influenciados por modificações no estilo de
vida, de forma a reduzir os problemas cardiovasculares e a aumentar a sobrevida de
pacientes portadores ou em risco de coronariopatias. De acordo com as diretrizes da
Sociedade Brasileira de Cardiologia, os fatores de risco mais relevantes no panorama da
saúde cardiovascular no Brasil são: tabagismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes
mellitus, obesidade e dislipidemias. O tratamento não medicamentoso para minimizar estes
fatores está relacionado com a mudança comportamental e a adesão a um plano alimentar
saudável. Com base no texto e considerando um plano alimentar cujo objetivo é diminuir os
fatores de risco que possam contribuir para o aumento de ocorrência das DCV, avalie as
afirmativas.
I. O consumo de fibras alimentares insolúveis resulta em benefícios diretos para a redução
das DCV, por diminuir as concentrações séricas da LDL-C, melhorar a tolerância à
glicose e controlar o diabetes tipo 1.
II. O consumo regular de ácidos graxos saturados, como o ômega 3, reduz os triglicerídios
séricos, melhora a função plaquetária e promove ligeira redução na pressão arterial de
pacientes hipertensos.
III. A carência de minerais - como potássio, cálcio e, possivelmente, o magnésio - associada
ao excesso de sódio na alimentação, pode estar relacionada a níveis mais altos de
pressão arterial.
IV. O maior consumo de frutas e vegetais ricos em flavonoides pode reduzir o risco para
DCV, por sua ação antioxidante na LDL-C e da modesta atividade antiplaquetária e anti-
inflamatória.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II.
B. I e III.
C. III e IV.
D. I, II e IV.
E. II, III e IV.
19
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 6.6
Com base nos dados contidos na ficha de cadastramento das famílias ficha A) preenchida
pelo agente comunitário de saúde (ACS), verificou-se uma frequência de 45% de
hipertensão arterial sistêmica (HAS) na população maior de 40 anos de idade de um
determinado município. O nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
elaborou uma atividade de educação alimentar e nutricional para esse grupo populacional,
com foco na prevenção e no controle da HAS. Considerando a situação hipotética
apresentada e as orientações que devem ser priorizadas na situação descrita, avalie as
afirmativas.
I. Deve-se proibir o consumo de alimentos processados ou industrializados.
II. É necessário reduzir o consumo de alimentos ricos em sódio e potássio.
III. É preciso incentivar a ingestão adequada de cálcio.
IV. Deve-se orientar a população sobre a manutenção do peso corporal adequado.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II.
B. II e III.
C. III e IV.
D. I, II e IV.
E. I, III e IV.
1. Introdução teórica
20
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
1.3. Dieta
21
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
22
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
23
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 7
Questão 7.7
Nos últimos anos, as dietas vegetarianas vêm-se tornando cada vez mais populares em
vários países, por razões filosóficas, ecológicas, religiosas ou de saúde.
Acerca desse tipo de dieta, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
I. Um número cada vez maior de estudos científicos tem mostrado que dietas vegetarianas
apresentam vantagens expressivas quando comparadas às dietas onívoras e podem
auxiliar na prevenção e no tratamento das dislipidemias.
PORQUE
II. As dietas vegetarianas exibem baixo teor de proteína animal, colesterol e gorduras
saturadas e tendem a exibir alto teor de fibras, carboidratos complexos e antioxidantes.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I.
B. as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não justifica a I.
C. a asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D. a asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E. as asserções I e II são proposições falsas.
1. Introdução
1.1. Vegetarianismo
24
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
25
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 8 e 9
Questão 8.8
A desnutrição proteico-calórica, problema comum em pacientes portadores de câncer, eleva
as taxas de complicações e mortalidade. Tumores do trato digestório, tais como o câncer
colorretal (ou do canal anal), levam a obstruções que interferem na absorção de nutrientes,
resultando perda ponderal. Entre os sintomas do câncer colorretal estão dores,
sangramentos e diarreia. Nesse contexto, o tratamento radioquimioterápico pode ser
recomendado. Todavia, esse tipo de tratamento pode agravar o estado nutricional do
paciente induzindo o surgimento de náuseas, vômitos, diarreia e fibrose do canal anal.
Dessa forma, faz-se necessária a utilização de dietas pobres em resíduos, a fim de prevenir
a impactação fecal, reduzir a frequência e esforço nas evacuações e o volume fecal, com
vistas a evitar a piora do quadro clínico.
Considerando o texto e as condutas nutricionais a serem adotadas com pacientes
acometidos de câncer colorretal, avalie as afirmativas.
I. O uso de fórmulas com baixo teor de resíduos e com aporte calórico e proteico que
complemente a dieta artesanal com pouco resíduo (in natura) parece ser mais indicado
para evitar o agravamento da depleção nutricional em pacientes com tumor colorretal
tratados com radioquimioterapia associada.
II. A dieta líquida artesanal, com alimentos in natura e com baixo teor de resíduo, não
atinge as recomendações nutricionais preconizadas para um paciente adulto com câncer
colorretal e desnutrição proteico-calórica instalada.
III. A dietoterapia para pacientes com câncer colorretal deve incluir cereais integrais, leites e
derivados, para se garantir um aporte energético e proteico mais adequado,
favorecendo a melhora do quadro nutricional.
IV. Os pacientes devem ser estimulados a receber dietas pela via enteral, através de sonda
nasogástrica, pois essa é a forma fisiológica de alimentá-los e estimulá-los a contribuir
para o seu tratamento, dado o efeito psicológico positivo que ela causa.
V. A terapia nutricional no paciente oncológico deve prevenir ou tratar a desnutrição,
modular a resposta orgânica, controlar os efeitos adversos do tratamento e melhorar a
qualidade de vida.
É correto apenas o que se afirma em
A. I, II e V. B. I, III e IV. C. I, III e V. D. II, III e IV. E. II, IV e V.
26
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 9.9
A caquexia do câncer, condição comum no estágio terminal da doença, caracteriza-se pela
perda progressiva de peso e anorexia, associada a problemas frequentes, como disfagia,
odinofagia, disgeusia ou hipogeusia, estomatite, náuseas, vômitos, dispneia, que contribuem
para redução do consumo alimentar.
Para um paciente nessa condição, em estágio terminal, os cuidados nutricionais devem
priorizar
A. a oferta adequada de nutrientes e a recuperação do estado nutricional.
B. a avaliação nutricional objetiva, pela antropometria, para diagnóstico do estado
nutricional, por ser um método não invasivo e de fácil aplicação.
C. o suporte nutricional enteral, para que haja ganho de massa muscular.
D. o conforto e o bem-estar do paciente, e não a reabilitação nutricional.
E. o suporte nutricional parenteral como adjuvante da terapia anticaquexia.
1. Introdução
1.1. Câncer
O câncer colorretal está entre os mais frequentes tipos de câncer no Brasil. Acredita-
se que carcinógenos sejam consumidos por meio da ingestão de alimentos e bebidas, o que
causa a interação com células intestinais. Uma minoria dos casos dessa doença (5 a 10%)
tem sido associada a fatores hereditários (TOMITA e CARDOSO, 2014).
O câncer colorretal cinge tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o
cólon) e o reto. Ao ser detectado precocemente, é tratável na maioria dos casos; quando
ainda não atingiu outros órgãos, pode ser curável. Grande parte desses tumores inicia-se a
partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
27
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Uma das maneiras de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos
pólipos, antes que eles se tornem malignos (INCA, 2012).
28
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
suas necessidades nutricionais, seu estado nutricional, suas restrições dietéticas, sua função
gastrintestinal, seu estado clínico e os efeitos colaterais decorrentes do tratamento (DUTRA
e SAGRILLO, 2014; NASCIMENTO e ALMEIDA, 2015).
Em alguns casos, a suplementação oral pode ser indicada ao paciente se a
necessidade calórica não for alcançada. Em pacientes que não conseguem atingir as
necessidades nutricionais exclusivamente por via oral, há indicação de nutrição enteral. A
nutrição parenteral deve ser utilizada em casos nos quais o paciente apresenta-se
impossibilitado de receber nutrição oral ou enteral (DUTRA e SAGRILLO, 2014).
Dependendo do tipo e da localização do tumor, do grau de estresse, da presença de
má absorção e do estado do paciente, a necessidade nutricional pode variar.
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva publicou, em 2016, o
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica. Vejamos.
Para calcular as necessidades energéticas do paciente, podemos utilizar diversos
métodos, como a calorimetria indireta (CI), as equações preditivas e as fórmulas simples.
A CI continua sendo o método recomendado para determinar as necessidades de
energia para os pacientes críticos. Entretanto, se a CI não estiver disponível ou se a sua
utilização não for viável para o cálculo, as equações preditivas como, as equações de Harris
Benedict, Mifflin-St Jeor, Ireton Jones e Curreri devem ser utilizadas.
Outro método rápido e de expansiva aplicabilidade na prática clínica para estimar os
requerimentos energéticos é a fórmula simples de bolso. No caso em que os pacientes
apresentam edema ou em anasarca, podemos usar o peso seco ou o peso usual.
A recomendação nutricional para os pacientes críticos varia em torno de 25 a 30
kcal/kg de peso atual/dia, e a quantidade de proteína varia entre 1,5 e 2,0 g/kg de peso
atual/dia. Na fase aguda da resposta ao trauma, a necessidade de proteína fica entre 20 e
25 kcal/kg de peso atual/dia.
Para os pacientes obesos críticos, com índice de massa corporal (IMC) entre 30 e
50kg/m², a oferta calórica deve ficar entre 11 e 14 kcal/kg de peso atual/dia. Para os
obesos que apresentam IMC maior do que 50 kg/m², a oferta calórica é de 22 a 25 kcal/kg
de peso ideal/dia. A maioria dos pacientes críticos necessita de dietas hiperproteicas.
A proteína é o mais importante combustível utilizado na resposta metabólica ao
trauma, já que tem papel fundamental na fase aguda, na resposta imunológica, na
cicatrização de feridas e na manutenção da massa magra (ARENDS et al., 2006;
MARTINDALE et al., 2009; MCCLAVE et al., 2016; NUNES et al., 2011).
29
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Nesse contexto, a oferta de proteína é aumentada entre 1,2 e 2,0 g/kg de peso
atual/dia. Em média, a recomendação é em torno de 1,5 g/kg de peso atual/dia. O cálculo
do balanço nitrogenado é utilizado para determinar o total de perda nitrogenada e, assim,
podemos reduzir ou aumentar o aporte de proteína na dieta do paciente oncológico crítico.
Para o paciente oncológico obeso crítico, com IMC entre 30 e 40 kg/m², a oferta
proteica deve ser de 2,0 g/kg de peso ideal/dia. Para pacientes com IMC maior ou igual 20
kg/m², a oferta deve ser de 2,5 g/kg de peso ideal/dia (Consenso Nacional de Nutrição
Oncológica, 2016).
Os requerimentos hídricos para os pacientes críticos baseiam-se na oferta de líquidos
preconizada para indivíduos normais. Essa quantidade é estabelecida de acordo com a faixa
etária:
• de 18 a 55 anos, 35 ml/kg de peso atual/dia;
• de 55 a 65 anos, 30 ml/kg de peso atual/dia;
• mais de 65 anos, 25 ml/kg de peso atual/dia.
Contudo, na presença de falência renal, hepática ou cardíaca, desidratação, edema ou
anasarca, essa quantidade deve ser ajustada de acordo com a orientação da equipe
multidisciplinar (CUPPARI, 2013).
O que estudamos está apresentado nos quadros a seguir.
30
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Quadro 2. Resumo sobre a terapia nutricional consensuada para o paciente oncológico crítico adulto.
A TN pode ser administrada por diferentes vias: oral, enteral e parenteral, de acordo
com o agravamento do trato gastrintestinal do paciente oncológico e o seu estado
nutricional.
As neoplasias malignas causam impacto no estado nutricional do paciente,
independentemente de suas localizações. Tumores localizados na região do cólon, reto,
cabeça, pescoço, pulmão, esôfago, estômago, fígado e pâncreas apresentam maior
influência na desnutrição (NASCIMENTO e GÓIS, 2015).
31
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Caquexia
32
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
33
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
34
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
35
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Questão 10
Questão 10.10
A Síndrome Metabólica (SM), alvo de muitos estudos nos últimos anos, pode ser caracterizada por
um grupo de fatores de risco (FR) inter-relacionados, de origem metabólica, que diretamente
contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular e (ou) diabetes do tipo 2. São
considerados como FR: dislipidemia aterogênica (hipertrigliceridemia, níveis elevados de
apolipoproteína B e de LDL-C e níveis baixos de HDL-C), hipertensão arterial, hiperglicemia e estado
pró-inflamatório e pró-trombótico. Os critérios clínicos e laboratoriais para o diagnóstico da SM são:
1. Glicemia de jejum: ≥100mg/dL.
2. HDL-C: Homens: <40mg/dL; Mulheres: <50mg/dL.
3. Triglicerídios: ≥150mg/dL ou em tratamento para hipertrigliceridemia.
4. Circunferência da cintura ≥102cm para homens ou ≥88 cm para mulheres.
5. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): ≥130x85mmHg ou em tratamento medicamentoso para
HAS.
O número de alterações maior ou igual a três pode configurar o diagnóstico da SM.
Third Report of the National Cholesterol Education Program Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood
Cholesterol in Adults - NCEP-ATPIII. Disponível em <www.nhlbi.nih.gov>. Acesso em 09 set. 2013 (com adaptações).
36
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
1. Introdução
Outros exames laboratoriais adicionais podem ser realizados para avaliar melhor o
risco cardiovascular global do paciente: colesterol total, LDL-colesterol, creatinina, ácido
úrico, microalbuminúria, proteína C reativa, TOTG (glicemia de jejum e após duas horas da
ingestão de 75g de dextrosol) e eletrocardiograma (I Diretriz brasileira de diagnóstico e
tratamento da síndrome metabólica, 2005).
Ressalta-se que os portadores de resistência à insulina e portadores de síndrome
metabólica geralmente apresentam aumento da fração pequena e densa do LDL-colesterol,
que representam risco aterosclerótico maior. Contudo, os níveis de LDL-colesterol não estão
37
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
38
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
2. Indicações bibliográficas
39
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
Disponível em <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/4344.
Acesso em 10 out. 2014.
• I Diretriz Brasileira do Diagnóstico e tratamento da Síndrome metabólica Arquivos
Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, abril 2005. Disponível em
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2005/sindromemetabolica.pdf>. Acesso em 25
de mar. 2015.
• SANTOS, R. D. et al. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq.
Bras. Cardiol. São Paulo, v.100, n.1, (3), jan. 2013. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2013000900001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 12 set. 2014.
40
Material Específico – Nutrição – Tomo 6 – CQA/UNIP
ÍNDICE REMISSIVO
41