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NUTRIÇÃO
Tomo 11
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
NUTRIÇÃO
TOMO 11
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
Questão 1
Questão 1.1
Uma mulher com 57 anos de idade teve diagnóstico de câncer na mama direita em 2011 e,
em 2015, na mama esquerda. Nas duas ocasiões, fez quimioterapia e mastectomia radical,
seguindo com tratamento medicamentoso com tamoxifeno. Em 2016, iniciou quadro de
plenitude gástrica e emagrecimento involuntário. Procurou atendimento médico, foi
internada e submetida a endoscopia por meio da qual se visualizaram lesão infiltrante no
fundo e metade proximal do corpo gástrico. O exame histológico confirmou câncer gástrico
metastático e a paciente iniciou tratamento quimioterápico.
Na triagem nutricional, a paciente relatou fadiga aos mínimos esforços, redução da ingestão
alimentar e perda de peso nas duas últimas semanas. Alguns dos dados coletados na
avaliação nutricional são apresentados a seguir.
Variável Valor
Peso 55kg*
Estatura 1,64m
IMC 20,45kg/m2
Dobra cutânea tricipital 17,5mm (percentil 15)
Dobra cutânea subescapular 11,8mm (percentil 15-25)
Circunferência muscular do braço 19,8cm (percentil 10-25)
*peso ideal = 56,5kg, peso habitual = 62kg; perda de 7kg ao longo dos últimos 6 meses.
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c) Considerando que a ingestão alimentar diária dessa paciente permaneça em 60% das
necessidades nutricionais, sem expectativa de melhora, defina a conduta nutricional
adequada para ela.
1. Introdução teórica
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Quadro 1. Condutas sobre as necessidades nutricionais para o paciente oncológico adulto em tratamento
clínico.
Questão Resposta
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acesso. A TNO deve ser indicada sempre que o paciente apresentar ingestão alimentar pela
via oral convencional de menos de 70% das suas necessidades nutricionais. A terapia
nutricional enteral (TNE) é a opção para pacientes que não podem manter suficiente
ingestão oral, mas apresentam a funcionalidade do trato gastrintestinal de forma total ou
parcial. A TNE é indicada quando o paciente apresenta ingestão de menos de 60% das suas
necessidades nutricionais pela via oral convencional (CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO
ONCOLÓGICA, 2015). Tais aspectos são apresentados no quadro 2 a seguir.
Quadro 2. Condutas sobre a terapia nutricional para o paciente oncológico adulto em tratamento clínico.
Questão Resposta
- Prevenir a desnutrição e recuperar o estado nutricional.
- Modular a resposta orgânica ao tratamento oncológico.
Quais os objetivos da terapia - Controlar os efeitos adversos do tratamento oncológico.
nutricional no paciente adulto? - Melhorar a resposta imunológica.
- Reduzir o tempo de internação hospitalar.
- Promover uma melhor qualidade de vida ao paciente.
A terapia nutricional enteral (TNE), com alimentação por sonda, é recomendada nos
seguintes casos:
desnutrição detectada e impossibilidade de alimentar o paciente por via oral;
ingestão alimentar inferior a 60% de suas necessidades energéticas diárias, com o trato
gastrintestinal funcionante.
O acesso pode ser nasogástrico, nasoduodenal, nasojejunal, gastrostomia ou
jejunostomia e é definido de acordo com a condição de saúde de cada indivíduo (SANTOS e
ALVES, 2018).
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a) O estudante deve explicar que essa paciente está em risco nutricional ou em desnutrição,
dadas a percentagem de perda de peso significativa ou grave (11,3%) e a baixa ingestão
alimentar (<75% do recomendado).
O estudante deve, ainda, explicar que, com base nos exames laboratoriais (albumina,
hematócrito e hemoglobina) e na avaliação física (desidratação, mucosas hipocoradas e
edema), pode-se detectar o estado de desnutrição proteico-calórica, além da depleção de
tecido adiposo e muscular (dobras cutâneas tricipital e subescapular e circunferência
muscular do braço).
O estudante deve ser capaz de compreender que, embora o IMC esteja dentro da faixa do
aceitável, não é um bom parâmetro de diagnóstico nutricional para este caso, em função da
presença de edema.
b) O estudante deve mencionar e descrever uma dieta hipercalórica (30 a 45kcal por quilo
de peso atual por dia, caso utilize a fórmula de bolso) e hiperproteica (1,5 a 2,0g de
proteína por quilo de peso atual por dia), ambas recomendações baseadas na situação de
quimioterapia associada à necessidade de recuperação do estado nutricional (repleção
proteica). Em relação à recomendação hídrica, considerando que a paciente está
desidratada, deve-se sugerir uma oferta hídrica que deverá necessariamente estar no limite
superior da recomendação normal, ou seja, entre 30mL a 40mL por quilo de peso atual por
dia ou 1,0mL/kcal/dia.
c) O estudante deve apresentar uma das condutas listadas a seguir.
A passagem de sonda para a alimentação, uma vez que, por via oral, a paciente só está
ingerindo 60% de suas necessidades nutricionais e apresenta depleção nutricional
importante.
A utilização de terapia nutricional enteral para a alimentação, uma vez que, por via oral,
a paciente só está ingerindo 60% de suas necessidades nutricionais e apresenta
depleção nutricional importante.
A utilização de dieta por jejunostomia, uma vez que, por via oral, a paciente só está
ingerindo 60% de suas necessidades nutricionais e apresenta depleção nutricional
importante.
Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2016/nutricao_prp_ok.pdf>.
Acesso em 26 jun. 2019.
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3. Indicações bibliográficas
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Questão 2
Questão 2.2
O número de passageiros de avião em rotas nacionais no Brasil aumentou 170% entre os anos de
2004 e 2014. Consequentemente, os serviços de catering aéreo também aumentaram
consideravelmente, o que exigiu das empresas responsáveis pela produção das refeições servidas
nos aviões investimentos em modernos sistemas de controle de qualidade na produção. Além da
aquisição de gêneros alimentícios de qualidade e boa procedência e do controle rigoroso no
recebimento e no armazenamento de insumos, o planejamento criterioso do cardápio é um dos
pontos fundamentais para se garantir a qualidade sensorial, nutricional e sanitária das refeições
produzidas pelos serviços de catering aéreo.
MENDONÇA, R. T. Cardápios técnicas e planejamento. Rio de Janeiro: Rubio, 2014 (com adaptações).
Considerando esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Além das alterações nutricionais, microbiológicas e sensoriais que podem ocorrer nas
refeições transportadas, a elaboração de um cardápio para o serviço de catering aéreo
exige atenção redobrada quanto à utilização de alimentos indigestos.
PORQUE
II. A pressurização dos aviões potencializa o efeito de alguns alimentos de difícil digestão,
podendo causar desconfortos gastrointestinais em quem os consome.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da
I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.
1. Introdução teórica
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facilmente digeríveis e com odor agradável; por isso, devem ser evitados alimentos como
pimentão, pepino, couve-flor, brócolis, repolho, pimentas e excesso de condimentos (JONES,
2007). Os passageiros devem moderar o consumo de bebidas alcoólicas.
Muitas pessoas sentem desconfortos, que podem ser agravados durante o voo, na
região dos seios da face, nos ouvidos, nos dentes e no trato gastrintestinal. Devido ao
crescimento do trânsito aéreo e do número de passageiros, à idade avançada das
populações e ao aumento da mobilidade de pessoas com doenças agudas e crônicas, têm se
observado mais emergências médicas em voos (CASTILO e MEDEIROS, 2016).
Moskvitch (2015) relata que foi feita uma pesquisa pelo Instituto Fraunhofer for
Building Physics, em 2010, que simulou em ambiente de laboratório uma experiência de
refeição durante um voo. Para tal, a pressão atmosférica e a umidade do ar do ambiente
foram igualadas aos valores correspondentes à altitude de 35.000 pés (10,6km). Além disso,
foram simulados o ruído do motor do avião e as vibrações de assentos. Os pesquisadores
identificaram que a combinação do ambiente seco com a baixa pressão reduziu em cerca de
30% a percepção do gosto salgado e doce.
As empresas responsáveis pela produção e pela distribuição das refeições servidas a
bordo das aeronaves, denominadas catering aéreo ou comissárias, devem considerar as
condições de voo e o possível efeito fisiológico no passageiro ao planejar o cardápio a ser
oferecido.
Apesar de não haver diferenças na maneira como são preparadas, as refeições de
catering aéreo apresentam alguns aspectos distintos das refeições elaboradas em outros
estabelecimentos comerciais, tanto no que se refere ao número de refeições quanto no que
se refere à qualidade do controle higiênico-sanitário ao longo da sua produção (RIETH,
2015).
Uma situação peculiar deve ser considerada na produção e na distribuição dessas
refeições: elas serão consumidas depois de um longo período de sua produção, o que
acarreta maior cuidado no preparo e no armazenamento. Além disso, deve ser prevista boa
variedade de tipos de refeição, pois devem ser considerados o tempo de voo, o horário do
dia e a classe de voo do passageiro. O serviço torna-se complexo, dada a variedade de
preparações, que vão desde lanches simples para a classe econômica até refeições mais
elaboradas para a primeira classe, se for o caso. Sabe-se que existe oscilação no número de
refeições servidas, dependendo da ocupação dos voos e da confirmação do número de
passageiros.
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I – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. O controle higiênico-sanitário das refeições oferecidas em voos é essencial,
pois a intoxicação alimentar pode levar a uma situação de emergência com passageiros e
tripulantes. A baixa umidade da cabine pode provocar desidratação, e a baixa pressurização
da cabine pode provocar alterações fisiológicas, como dificuldade na digestão.
II – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. A baixa pressurização e a baixa umidade dentro do avião podem afetar
percepções do olfato e do paladar. Além disso, a pressurização e a limitação de
movimentação do passageiro podem potencializar o efeito de alguns alimentos de difícil
digestão, causando desconfortos gastrintestinais, o que enfatiza a importância da seleção
das preparações oferecidas pelas companhias aéreas.
Alternativa correta: A.
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3. Indicações Bibliográficas
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Questão 3
Questão 3.3
A gestão de pessoas trata de um conjunto de políticas e práticas definidas por uma organização para
orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no ambiente de trabalho. De todos os
recursos necessários à existência e ao funcionamento de um serviço de alimentação, os mais
desafiadores são as pessoas.
PARANAGUÁ, M. M. M. Gestão de pessoas na área de atuação de alimentação coletiva. In: ROSA, C.O.B.; MONTEIRO,
M.R.P. (Org.) Unidades produtoras de refeições: uma visão prática. Rio de Janeiro: Rubio, 2014 (com adaptações).
1. Introdução teórica
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Notam-se, em especial para os cargos cujas funções são de menor
complexidade, altos índices de rotatividade em UANs.
B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A capacitação profissional que considera a identificação do trabalhador
aumenta a possibilidade de sucesso na ação.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As determinações de atribuições, de funções e de hierarquização devem ser
claras aos trabalhadores para evitar conflitos.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para um recrutamento mais efetivo de pessoas para serviços de
alimentação, deve-se ter atenção às expectativas do possível colaborador e à identificação
dele com a empresa e com as atividades que deverá exercer.
E– Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. É comum haver rotatividade de colaboradores em serviços de alimentação e
nutrição.
3. Indicações bibliográficas
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Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-527320
07000600008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 set. 2018.
FONSECA, K. Z.; SANTANA G. R. Guia prático para gerenciamento de unidade de
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KRAEMER, F. B.; AGUIAR, O. B. de. Gestão de competências e qualificação profissional
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Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-527320
09000500002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 set. 2018.
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Questão 4
Questão 4.4
A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno multifatorial que envolve fatores de risco
cardiovasculares relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Nesses
casos, a abordagem terapêutica conjunta de várias comorbidades no mesmo indivíduo é complexa.
As primeiras orientações devem visar à intervenção no estilo de vida do paciente, à correção das
anormalidades metabólicas e ao incentivo à prática de atividade física regular. O acompanhamento
do paciente por um nutricionista é fundamental no tratamento da SM, para elaboração de um plano
alimentar adequado e personalizado.
Disponível em <http://www.diabetes.org.br>. Acesso em 30 jul. 2016 (com adaptações).
1. Introdução teórica
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Tem-se, na tabela 1, que, de acordo com The Third Report of The National
Cholesterol Education Program – NCEP-ATP III (2001), não há exigência quanto à
mensuração da resistência à insulina, o que facilita o diagnóstico de SM em estudos
epidemiológicos. Já a Organização Mundial da Saúde – OMS (1998) – prioriza a avaliação da
resistência à insulina ou do metabolismo da glicose para o diagnóstico da SM, além da
presença de outros dois componentes listados na tabela 1, o que dificulta sua utilização.
Segundo o International Diabetes Federation – IDF (2006) –, é obrigatória a ocorrência de
obesidade abdominal associada à presença de dois ou mais componentes listados na tabela
1 para o diagnóstico de SM (STEEMBURGO, et al., 2007).
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O tratamento dietético deve promover perda de peso corporal de 5 a 10% para que
se propicie a melhora dos níveis pressóricos e da resistência à insulina, prevenindo
alterações metabólicas e cardiovasculares associadas (BRESSAN e VIDIGAL, 2014).
Inicialmente, devem ser determinadas as necessidades nutricionais do indivíduo,
considerando-se a avaliação corporal por meio do Índice de Massa Corporal, da
circunferência abdominal, da composição corporal (se possível) e do perfil metabólico
(SANTOS et al., 2006).
O plano alimentar deve ser desenvolvido com o objetivo de manutenção e/ou de
obtenção do peso corporal desejável, com o Valor Calórico Total (VCT) adequado. Assim, a
dieta para a redução de peso deve ser hipocalórica, com o propósito de perdas ponderais
entre 0,5Kg e 1,0kg/semana (BRESSAN e VIDIGAL, 2014).
A I Diretriz brasileira de diagnóstico e de tratamento da Síndrome Metabólica (2005)
recomenda o consumo de:
carboidratos (de 50 a 60% das calorias totais);
fibras (de 20 a 30g/dia, provenientes de hortaliças, grãos integrais e frutas);
lipídeos (de 25 a 35% das calorias totais; ácidos graxos saturados, <10% das calorias
totais; ácidos graxos polinsaturados, até 10% das calorias totais; ácidos graxos
monoinsaturados, até 20% das calorias totais; e colesterol dietético <300mg/dia);
proteínas (de 0,8 a 1,0g/kg do peso atual ou 15% do VCT).
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I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A ingestão de proteínas deve representar 15% do valor calórico total, ou
seja, a dieta deve ser normoproteica (0,8 a 1,0g de proteína/kg de peso atual/dia).
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. As características da dieta mediterrânea (ênfase no consumo de grãos
integrais, frutas e vegetais, alta proporção de gorduras monoinsaturadas e reduzido
consumo de gorduras saturadas) melhoram o perfil lipídico e o controle da síndrome
metabólica.
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IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A perda de peso é essencial para o tratamento da SM, melhora a
sensibilidade à insulina e reduz os riscos para complicações cardiovasculares. Assim, uma
redução de 5 a 10% do peso é efetiva para o manejo dos fatores de risco cardiovasculares.
Alternativa correta: E.
3. Indicações bibliográficas
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Questão 5
Questão 5.5
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) de origem primária em crianças é
caracterizada por episódios frequentes de vômito. O choro persistente após as refeições ou
mamadas, bem como a perturbação do sono, a irritabilidade e a recusa alimentar são sinais
sugestivos dessa situação clínica. Manifestações respiratórias, como a aspiração de secreção
ácida, e anemia com sangramento por erosão da mucosa digestiva são comuns na DRGE.
A respeito dos aspectos clínicos nutricionais da DRGE em crianças e da conduta nutricional
adequada a esses casos, avalie as afirmativas a seguir.
I. Deve-se aumentar a oferta de preparações com alta concentração de lipídios.
II. No período pós-prandial, deve-se evitar que a criança fique deitada.
III. A reposição de eletrólitos, como sódio e potássio, deve ser garantida em casos de
vômitos frequentes.
IV. A consistência dos alimentos deve ser adequada à idade, com predominância daqueles
com maior grau de espessamento, semilíquidos a pastosos.
V. Um dos indicadores antropométricos para a monitorização do estado nutricional é o peso
em relação à estatura.
É correto apenas o que se afirma em
A. II e IV. B. I, II e V. C. I, III e IV.
D. I, III e V. E. II, III, IV e V.
1. Introdução
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I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O consumo de lipídios na dieta deve ser controlado, correspondendo, no
máximo, a 20% do valor energético total, pois isso estimula a produção de colecistoquinina
(CCK), que diminui a pressão do EEI (SILVA e MURA, 2010).
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O posicionamento correto da criança durante e após a alimentação é
importante para o tratamento. Mantendo-se certa elevação da cabeça e do tórax, evita-se
que ocorra o refluxo. Recomendam-se, em geral, cabeceira elevada a 30 graus e
manutenção da criança ereta no período pós-prandial (NORTON et al., 2000).
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Em fases agudas da doença, podem ser indicadas fórmulas específicas
infantis ou o espessamento do leite habitual, caso a criança não esteja em aleitamento
materno, pois a consistência da dieta deve ser pastosa. Contudo, quando o paciente não
está na fase aguda da doença, pode ser oferecida a dieta de acordo com a recomendação
para a faixa etária.
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V – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O Ministério da Saúde preconiza como padrão as curvas de crescimento
disponibilizadas pela Organização Mundial de Saúde, utilizadas para o acompanhamento do
crescimento de crianças e de adolescentes. As curvas de crescimento estabelecem a relação
entre peso para a idade, estatura para a idade, peso para a altura e índice de massa
corpórea para a idade. Esses dados devem ser registrados no cartão da criança para a
vigilância do crescimento de acordo com a faixa etária.
Alternativa correta: E
3. Indicações bibliográficas
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Questões 6
Questão 6.6
Um homem com 45 anos de idade foi encaminhado para realizar cirurgia bariátrica devido
ao quadro clínico de obesidade grau III e comorbidades, além de uma longa história de
excesso de peso e várias tentativas frustradas de tratamento.
Considerando essas informações e o paciente em estado pós-operatório, avalie as
afirmativas a seguir.
I. O reganho de peso após o segundo ano de cirurgia é considerado esperado e deve ser
monitorado na avaliação nutricional do paciente.
II. Após a ingestão de alimentos ricos em proteína, pode ocorrer a síndrome de Dumping,
definida clinicamente pela combinação de sintomas gastrointestinais como cólicas
abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e sintomas como taquicardia, tontura, entre
outros.
III. No pós-operatório imediato, a dieta do paciente deve conter alimentos com mínimo
estímulo, consistência líquida, de cores claras, em temperatura ambiente e sem adição
de gordura e açúcar, além de ser ofertada em pequeno volume e frequentemente.
IV. As necessidades nutricionais, no pós-operatório tardio, devem ser consideradas
conforme a idade, o sexo e a situação fisiológica atual do paciente, no entanto, o
principal cuidado é o de se evitar as deficiências de vitaminas e minerais.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. II e IV. C. III e IV.
D. I, II e III. E. I, III e IV.
1. Introdução teórica
1.1. Obesidade
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maior do que 35kg/m2 associado a comorbidades (hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes
tipo 2 e apneia do sono).
Os procedimentos de gastroplastia ou a redução do estômago promovem diminuição
na quantidade de alimento ingerida de uma só vez, o que produz saciedade precoce. Há
outros procedimentos cirúrgicos, como o desvio gástrico em Y-de-Roux, que, além de
promoverem restrições na quantidade ingerida de alimentos, também ocasionam sua má
absorção, pois há modificação na capacidade de absorção do trato gastrintestinal (MAHAN e
RAYMOND, 2018).
As alterações anatômicas decorrentes de cirurgias bariátricas, principalmente as
disabsortivas, aumentam o risco de deficiência de vitaminas e minerais, que pode ocorrer no
primeiro ano pós-cirurgia (HEBER et al., 2010; HANDZLIK-ORLIK et al., 2015).
Embora não haja consenso a respeito da suplementação em pacientes bariátricos, é
importante avaliar deficiências de vitaminas e micronutrientes, como as vitaminas do
complexo B, especialmente B1 e B12, as vitaminas lipossolúveis A, D, E, K, ácido fólico,
ferro, selênio, zinco e cobre, e realizar as suplementações necessárias (McCLAVE, 2016).
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Após a cirurgia bariátrica, a dieta do paciente progride de líquidos claros para todos
os líquidos, purês e alimentos moles e, finalmente, para uma dieta normal, com ênfase na
ingestão de proteínas (MAHAN e RAYMOND, 2018). Devido às alterações na fisiologia
gastrintestinal e à baixa ingestão de alimentos nos pacientes submetidos à cirurgia, o
acompanhamento nutricional regular é fundamental, especialmente durante o primeiro ano
pós-operatório. Em relação ao consumo alimentar após a cirurgia, a ingestão energética
pode alcançar de 800 a 900kcal no 3º mês, de 900 a 1.100kcal no 6º mês, de 1.000 a
1.400kcal ao final do 1º ano, atingindo média de 1.200 a 1.600kcal no 18º mês pós-
operatório (BOBBIONI-HARSCH, et al., 2002).
Rinaldi Schinkel et al. (2006) recomendam a ingestão mínima de 1,2g de proteína por
quilo de peso por dia (RINALDI SCHINKEL et al., 2006). Segundo Mura e Silva (2016), a
recomendação de ingestão de proteína é de 60 a 80g por dia e, se o paciente apresentar
depleção importante de proteínas e glicogênio ou valores de pré-albumina e de albumina
séricos abaixo da normalidade, a ingestão de proteína deve ser aumentada para a faixa de
1,5 a 2,1g de peso corrigido, podendo chegar a 120g por dia.
A digestão e a absorção de carboidratos podem ser alteradas nesses pacientes, o que
contribui para a ocorrência da síndrome de Dumping, que acontece quando há ingestão de
uma refeição hipertônica, principalmente de consistência líquida ou pastosa, que faz com
que o esvaziamento gástrico ocorra mais rapidamente, provocando dor abdominal, náuseas,
vômitos, diarreia, palpitações e sudorese. Para evitar esse problema, recomendam-se a
evolução gradativa da dieta em relação à consistência e a introdução de produtos lácteos e
de bebidas açucaradas.
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I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A perda de peso é o parâmetro principal para a avaliação do sucesso da
cirurgia bariátrica. No primeiro ano de pós-operatório, a perda é mais acelerada e, após 2
anos de operado, há maior prevalência do reganho de peso. No entanto, o
acompanhamento do paciente deve ser regular pelas equipes de saúde, a fim de identificar
o que está ocasionando o reganho de peso e promover as intervenções necessárias
(SIQUEIRA e ZANOTTI, 2017).
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II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A síndrome de Dumping acontece quando há ingestão de uma refeição
hipertônica, principalmente de consistência líquida ou pastosa, pois favorece um
esvaziamento gástrico rápido.
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Para se atingirem as necessidades nutricionais do paciente, devem ser
considerados a idade, o sexo e a situação fisiológica. No entanto, o principal cuidado é o de
se evitarem as deficiências de vitaminas e minerais e as deficiências proteicas. Pode ser
necessária a suplementação de vitaminas e minerais.
Alternativa correta: E.
3. Indicações bibliográficas
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BROLIN, R. E. Bariatric surgery and long-term control of morbid obesity. JAMA. v. 288, p.
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21-67, 1999.
DAVIES, D. J.; BAXTER, J. M.; BAXTER, J. N. Nutritional deficiencies after bariatric
surgery. Obes. Surg. n. 17, p. 1150-8, 2007.
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Questão 7
Questão 7.7
É caracterizada como disfagia a dificuldade em deglutir alimentos devido a alterações
neurológicas, musculares, funcionais ou anatômicas. Essa condição clínica pode representar
um risco de aspiração alimentar, sendo necessário acompanhamento do paciente por uma
equipe multiprofissional especializada.
Com relação a esse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Diante dos vários tipos de disfagia existentes, a adaptação da textura dos alimentos
demanda alto grau de individualização, sendo, geralmente, utilizados alimentos macios,
úmidos, liquidificados e/ou picados.
PORQUE
II. A viscosidade do alimento é uma das variáveis mais importantes que afetam a
deglutição e a dieta rala facilita esse processo, evitando a aspiração.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da
I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.
1. Introdução teórica
1.1. Disfagia
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Esofágica: é definida como distúrbios que afetam o esôfago e tem como principal
sintoma a dificuldade na transferência do bolo alimentar pelo esôfago (SILVA e MURA,
2016).
A disfagia pode ser classificada em diferentes graus, descritos a seguir (MAHAN e
RAYMOND, 2018).
Disfagia grave: ocorrem a incapacidade de limpar a faringe, a tosse voluntária não
funcional e a aspiração silenciosa.
Disfagia moderada: ocorre retenção moderada na cavidade oral, que necessita de
orientações e/ou supervisão para limpeza.
Disfagia leve: ocorre retenção na faringe, que pode ser eliminada por meio de tosse
espontânea.
As principais complicações decorrentes da disfagia são a desidratação, a desnutrição,
a aspiração e a pneumonia.
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I – Asserção verdadeira.
JUSTIFICATIVA. O nível de disfagia deve ser considerado para definir a melhor via de acesso
para a alimentação do paciente. Quando é possível manter a alimentação via oral, é
necessário adequar a consistência da alimentação. Geralmente, os alimentos devem ser
macios, úmidos, liquidificados e/ou picados.
II – Asserção falsa.
JUSTIFICATIVA. A viscosidade dos líquidos é um fator importante na alimentação de
indivíduos com disfagia. No entanto, os líquidos ralos, como água e sucos, são os que mais
favorecem a ocorrência de aspiração nesses indivíduos.
Alternativa correta: C.
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3. Indicações bibliográficas
MAHAN L. K.; RAYMOND J. L. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. São
Paulo: Elsevier, 2018.
SILVA, S. M. C. S; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 2. ed.
São Paulo: Roca, 2016.
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Questões 8
Questão 8.8
A imagem a seguir representa a planta baixa de uma Unidade de Alimentação e Nutrição
(UAN).
SANT´ANA, H. M. P. Planejamento físico-funcional de unidades de alimentação e nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2012
(com adaptações).
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1. Introdução teórica
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
área de produção. Os alimentos não devem ficar armazenados junto a produtos de limpeza,
químicos ou descartáveis (ABREU, SPINELLI e PINTO, 2016).
As inadequações nas instalações da UAN podem ter sérias implicações, tanto
relacionadas à saúde dos colaboradores quanto relacionadas à segurança alimentar e
nutricional devido à contaminação cruzada dos alimentos (TAVARES, FERREIRA e MOREIRA,
2018).
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O fluxo de matérias-primas e de produção das preparações alimentícias na
UAN em questão propicia cruzamentos indesejáveis.
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B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A disposição dos setores dessa UAN não permite um fluxo linear na
produção de alimentos, havendo cruzamentos indesejáveis.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As instalações sanitárias e os vestiários não apresentam comunicação direta
com a área de preparação e armazenamento de alimentos ou com os refeitórios e têm
portas externas, conforme preconizado pela RDC 216 de 2004.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A localização do setor de guarda de utensílios não garante o fluxo de
materiais limpos e tem comunicação direta com o local de recebimento de matéria-prima na
UAN.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Na UAN representada na figura da questão, a localização do setor de
armazenamento após o setor de preparo dos alimentos não propicia a racionalização dos
processos de manipulação de alimentos.
3. Indicações bibliográficas
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GENTA, T. M. S.; MAURICIO, A. A.; MATIOLI, G. Avaliação das Boas Práticas através de
check list aplicado em restaurantes self-service da região central de Maringá, Estado do
Paraná - Acta Sci. Health Sci. v. 27, n. 2, p. 151-156, 2005.
KOCHANSKI, S. et al. Avaliação das condições microbiológicas de uma unidade de
alimentação e nutrição. Alim. Nutr. v. 20, n. 4, p. 663-668, out./dez. 2009.
MESQUITA, M. O. de et al. Qualidade microbiológica no processamento do frango assado
em unidade de alimentação e nutrição. Ciênc. Tecnol. Aliment. 26(1):198-203, jan.-mar.
2006.
PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. Planejamento físico-funcional de Unidades de Alimentação e
Nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2012.
PINTO, G. R. et al. Avaliação da estrutura física e higiênico-sanitária de uma unidade de
alimentação e nutrição na cidade de Francisco Beltrão – PR. Multiciência. v. 12: 24-38,
2013. Disponível em <http://static.unicep.edu.br/cenip/docs/revistamulticiencia/
Multiciencia_Vol12_atualizada.pdf#page=25>. Acesso em 26 de jul. 2019.
SANTOS, M. de O. B.; RANGEL, V. P.; AZEREDO, D. P. Adequação de restaurantes
comerciais às boas práticas. Higiene Alimentar. v. 24, n. 190-191 nov./dez., 2010.
TEIXEIRA, S. M. F. et al. Administração Aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição.
São Paulo: Atheneu, 2004.
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Questão 9
Questão 9.9
Um paciente com Doença Renal Crônica (DRC), diabetes e hipertensão arterial encontra-se em
hemodiálise há 5 anos e está em acompanhamento nutricional de acordo com a sua fase terapêutica,
entretanto, mantém hiperfosfatemia refratária, com níveis de paratormônio (PTH) sérico também
elevados em relação aos limites estabelecidos.
Disponível em <http://www.arquivos.sbn.org.br>. Acesso em 27 jun. 2016 (com adaptações).
1. Introdução teórica
Bastos et al. (2010) dizem o seguinte sobre doença renal crônica (DRC).
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impedir o seu declínio. Embora isso leve, no curto prazo, à melhora da taxa de filtração,
ocorrem, no longo prazo, perda acelerada dos néfrons e insuficiência renal progressiva
(MAHAN e RAYMOND, 2018).
O diabetes melito, a hipertensão arterial e a glomerulonefrite são os principais fatores
de risco para a DRC (MAHAN e RAYMOND, 2018; CUPPARI, 2013). Dessa forma, as pessoas
devem controlar a glicemia e a pressão arterial para evitar uma DRC.
A DRC pode ser classificada em quatro estágios. Nos estágios 1 e 2, considerados
iniciais, o paciente apresenta proteinúria, hematúria ou problemas anatômicos. Os estágios 3
e 4 são considerados avançados. O estágio 5 leva à morte, a não ser que o paciente seja
submetido à diálise ou transplante. Cada um dos 5 estágios é detalhado a seguir.
Estágio 1 – ocorre lesão renal, porém com função renal de normal a aumentada.
Estágio 2 – há redução leve da função renal.
Estágio 3 – há redução moderada da função renal.
Estágio 4 – há redução grave da função renal.
Estágio 5 – há insuficiência renal. Exige-se diálise, transplante ou tratamento clínico
(evoluindo para a morte com dignidade), conforme Mahan e Raymond (2018).
Grande parte dos pacientes com DRC vai a óbito por doença cardíaca antes de
desenvolver a doença renal terminal (MAHAN e RAYMOND, 2018).
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Quadro 1. Necessidades de nutrientes de adultos com doença renal, com base no tipo de
terapia.
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1,2g/kg de peso ideal ou ajustado, e 50% das proteínas devem ser de alto valor biológico.
Mahan e Raymond (2018) recomendam ingestão proteica de 1,2 a 1,5g/kg de peso ideal,
como mostra o quadro 1.
A recomendação de consumo de lipídeos é de 20% a 35% do valor energético total
(VET); os ácidos graxos saturados não devem ultrapassar 7% do VET da dieta; e o consumo
de colesterol deve ser inferior a 200mg/dia. Os carboidratos devem compor de 50 a 60% do
VET (CUPPARI et al., 2013).
Deve-se controlar o consumo de potássio, mantendo a ingestão desse nutriente entre
3 e 4 gramas por dia, e o consumo de fósforo entre 0,8 e 1,2 grama dia (MAHAN e
RAYMOND, 2018).
A hiperfosfatemia na doença renal crônica (DRC) está associada à ingestão excessiva
de fósforo, à redução da depuração de fósforo (renal e pelos métodos dialíticos) e ao estado
de remodelação óssea (alta ou baixa), segundo Lima, Bandeira e Gesteira (2011).
I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Com a perda da função renal, há aumento do nível sérico de fosfato em
decorrência da diminuição da TFG.
II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O paciente que realiza diálise apresenta aumento nos níveis séricos de
fósforo, sendo recomendadas a utilização de quelante e a adoção de uma dieta com controle
desse micronutriente.
IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. É recomendado o uso de quelante para o controle do fósforo sérico.
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Alternativa correta: E.
3. Indicações bibliográficas
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
Questão 10
Questão 10.10
O nutricionista que gerencia uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) deve ter como
objetivo elaborar e servir refeições adequadas sob os aspectos sensorial, nutricional e
higiênico-sanitário, sem exceder os recursos financeiros previamente estabelecidos. A gestão
desses custos é tarefa fundamental do gestor de uma UAN. De modo geral, os custos são
classificados, do ponto de vista contábil, como diretos e indiretos e, do ponto de vista
econômico, como fixos ou variáveis.
Considerando essas informações, assinale a opção em que o demonstrativo apresenta um
maior gasto mensal com custos variáveis.
A.
B.
C.
D.
E.
1. Introdução teórica
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
desse tipo de custo, é possível citar: despesas com limpeza e conservação do imóvel,
aluguéis, provedores de internet, telefonia e salários da área administrativa da empresa.
A figura 1 apresenta um gráfico que mostra como o custo fixo (CF) se comporta em
função do número de unidades produzidas de determinado produto.
Os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com o nível de produção ou de
atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido em determinado
período (CARNEIRO et al., 2018). Em geral, o custo total variável é linearmente dependente
do número de unidades produzidas, isto é, ele é igual ao produto entre o número de
unidades produzidas (n) e o custo variável unitário (CV). Como exemplos de custos
variáveis, é possível citar: custos com matérias-primas, insumos de produção e componentes
adquiridos de terceiros.
A figura 2 apresenta um gráfico que mostra como o custo variável se comporta em
função do número de unidades produzidas de determinado produto.
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Material Específico – Nutrição – Tomo 11 – CQA/UNIP
Assim, o custo total em determinado período (CT) é igual à soma do custo fixo e do
custo variável. Ou seja:
CT CF n CV
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A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O seguro, o aluguel e a água são considerados custos fixos de uma UAN e
totalizam R$10.000,00. Não há custos variáveis.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os custos com material descartável e com matéria-prima representam
custos variáveis. Os gastos com aluguel representam custos fixos. O total de custos variáveis
é de R$2.500,00, e o valor de R$3.000,00 é o total de custos fixos.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A UAN apresenta custo fixo de R$5.700,00 com seguro e aluguel, e
R$4.000,00 de custo variável devido a material de limpeza.
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A UAN apresenta custo fixo de R$4.500,00 com seguro e água, e
R$4.000,00 de custo variável devido à matéria-prima: há, portanto, maior gasto com custos
fixos. Porém, dentre as alternativas, esta é a que apresenta maior custo variável mensal.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A UAN apresenta custo fixo de R$6.500,00 com seguro e aluguel, e
R$3.300,00 de custo variável devido a material de limpeza.
3. Indicações bibliográficas
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ÍNDICE REMISSIVO
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