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Tem por objetivo garantir efeito biológico de modo reprodutível, sem alcançar níveis
tóxicos. Como o metabolismo de cada paciente pode afetar os parâmetros farmacocinéticos,
consequentemente afetando a farmacoterapia. Essa variabilidade pode ser interindividual ou
intraindividual, ocorrendo em qualquer etapa (absorção, distribuição, metabolização ou
excreção). Diante disso, há necessidade de monitoração de valores como biodisponibilidade,
volume de distribuição, concentração plasmática e clearance real in vivo, viabilizando assim
adaptar a terapia individual. O ideal é manter a concentração do fármaco na margem
terapêutica (entre concentração mínima e máxima), muito embora mesmo esses valores
podem variar entre populações em função do:
- Idade; neonatos e idosos tem teor de água, clearance, metabolismo, teor de proteínas
plasmáticas diferentes em comparação ao indivíduo adulto, afetando meia-vida do fármaco.
- Gravidez; pacientes alteram peso corporal, débito cardíaco, conteúdo de albumina, teor de
tecido adiposo, fluxo renal, entre outros parâmetro, afetando Vd e clearance, variando t 1/2.
O quadro de disfunção renal inclui não apenas comorbidades diretamente relacionadas com
o rim como também patologias associadas, com infecção urinária e diabetes ou mesmo caso
de hemodiálise. Ela pode interferir em diversas etapas farmacocinéticas da terapia:
- Eliminação;
O clearance renal está diretamente associado ao clearance da creatinina, mas não são
iguais. Fármacos foram agrupados em três grupos a partir dessa relação, padrão A (alta
relação), B ou C (baixa relação, excreção por outras vias). Redução do Ke renal afeta clearance,
aumentando t1/2.
Quantas as estratégias adotadas para compensar regime posológico é redução da dose por
intervalo ou aumento do intervalo entre doses, dependendo do fármaco e suas características
farmacocinéticas.
Doença Hepática
Assim como o quadro renal, pode alterar cenário farmacocinético do fármaco, muito embora
seja menos significativo que o anterior. Patologias como cirrose, hepatite aguda e icterícia são
exemplos de condições que podem alterar, tendo em vista que podem variar fluxo hepático,
massa e função hepatocelular, concentração de bilirrubina (aumentar) ou albumina. Por
consequência o Vd e Clearance podem ser alterados (+), uma vez que LPP aumenta teor de
fármaco livre, muito embora um aumento proporcional nesses parâmetros manteria t1/2.
- Absorção: redução do tempo de esvaziamento gástrico, uma vez que há menor secreção
de peptídeos GI. Aumenta biodisponibilidade de fármacos com alta extração renal.
De modo geral são hidrossolúveis, pouca absorção via TGI, logo administração intravenosa
ou intramuscular (30-90min para C max). Baixa metabolização, eliminação por filtração
glomerular, t’/2 de 2-3h, excreção total apenas em 20-30 dias. Apresenta sinergismo com beta-
lactâmicos e pode ocasionar ototoxicidade, nefrotoxicidade ou até paralisia muscular com a
administração simultânea com alguns fármacos. O Vd e consequentemente o t 1/2 podem variar
com o paciente, dose depende da altura, peso e sexo do paciente.
ou usa-se peso ajustado quando o peso total é 120% do que o peso ideal
PCA = PCI + 0,4 (PCT – PCI) peso corporal ajustado, ideal ou total
O Vd geral dessa classe está em torno de 0,25 l/kg, mas calcula-se diferente quando o
paciente é sobrepeso:
Outra forma de realizar ajuste de dose é usando Índice Pk/Pd uma vez que essa classe é
concentração dependente (e não tempo dependente), logo a concentração máxima quem
determina se a dose está correta. O recomendado é uma dose única diária. O ajuste é pela
realização de nomograma (adm 7mg/kg e coleta 10h-12h após). O cálculo pode também ser
realizado a partir de dados da depuração de creatinina.
A Vancominina, por sua vez, é um antibiótico glicopeptídeo, agindo por inibição da síntese à
parede celular (age frente a bactérias Gram-positivas). Envolve alguns efeitos adversos, como
rush cutâneo, nefro e ototoxicidade. Baixa absorção oral, administração geralmente
intravenosa. Vd populacional é de 0,7 L/kg, mas pode-se realizar ajusta de acordo com idade e
peso, não atravessando BHE. LPP 50%, t 1/2 5-11h, excreção essencialmente urinária (80-90%
inalterada). Pelo Índice PK-PD é tempo-dependente, logo ASC e tempo em que concentração
se mantem acima do CIM que são essenciais para cálculos de ajuste de dose. Administração
normalmente 2 vezes ou dia 15-20mg/kg IV a cada 12h ou 500-2000mg a cada 6h, dose inicial
a partir do peso atual. Dose diferenciada para crianças ou idosos.
Anticonvulsivantes e Digitálicos
Epilepsia é uma condição fruto de uma redução da modulação inibitória neuronal (menor
atividade gabaérgica), prolongando despolarização, ativação dos canais de Na e Ca e
consequente maior permanência do Glutamato no foco epiléptico. A convulsão em si pode ser
classificada como parcial/focal ou generalizada. Tratamento variado:
- Fenitoína: eficaz contra todos os tipos de convulsão parcial ou total, exceto crise de
ausência. Não é sedativa e não deprime SNC. Baixa hidrossolubilidade, alta, porém lenta
absorção oral, alto LPP, rápida distribuição. Cinética não linear (sem correlação proporcional
dose-concentração). Interações com ácido valpróico (desloca LPP e reduz metabolização,
intensificando ação), carbamazepina (aumenta metabolismo) e fenobarbital (indução
enzimática).
Correção ou caso haja duas amostras clínicas dose-concentração ou usando fórmula para
calcular Vmax considerando Km populacional (4mg/L), dose e concentração inicial, logo depois
usando a fórmula com Cpss desejada.
- Carbamazepina: eficaz contra todos os tipos de convulsão parcial ou total, exceto crise de
ausência. Possui efeito antidiurético, lenta absorção oral e variável (alto desvio padrão), gera
metabólito também ativo, sendo (auto)indutor enzimático (de si própria também). Interação
com fenobarbital, fenitoína e valproato (induzem metabolização), reduzindo concentração
plasmática do valproato, teratogênico, hepato e nefrotóxico.
- Ácido Valpróico: amplo mecanismo de ação, sendo usado em todas crises convulsivas,
assim como crise de ausência. Absorção oral 100%, alta LPP 90%, inibe metabolismo fenitoína
e fenobarbital, elevada penetração BHE, desloca interação de fármacos com albumina. Pode
gerar efeito de sedação, uma vez que interfere com SNC.
Os fármacos glicosídeos digitálicos são de origem natural, destaque à digoxina. Usada para
insuficiência cardíaca por aumentar influxo de cálcio no tecido cardíaco ao inibir bomba de
sódio.