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CASO 05
Introdução
● Erros Inatos do Metabolismo (EIMs) são:
- Grupo de doenças genética causadas pela função deficiente de proteínas (em geral,
enzimas) envolvidas no processo de síntese, degradação, transporte ou
armazenamento de moléculas no organismo.
- Envolve aminoácidos, carboidratos, ácidos graxos e outras moléculas.
Epidemiologia
● Compreende mais de 500 doenças
● Isoladas, são extremamente raras
● Em conjunto, estima-se uma frequência global de 1:2.500 nascidos vivos.
Classificação
● Grupo 1:
- Doenças do metabolismo intermediário
- Causam intoxicação aguda e/ou progressiva
- Aminoácidos; Ácidos Orgânicos; Ciclo da Ureia; entre outras
● Grupo 2:
- Doenças que envolvem o metabolismo energético
- Glicogenoses; Acidemias Láticas; Doenças Mitocondriais; Defeitos de Oxidação de
Ácidos Graxos
● Grupo 3:
- Doenças que envolvem o acúmulo de moléculas complexas
- Doenças Lisossomais; Doenças Peroxissomais; Mucolipidoses; Lipofuscinoses
Aspectos Clínicos
● Sinais e sintomas mais frequentes:
Letargia Vômitos
Coma Convulsões
Retardo progressivo do neurodesenvolvimento Hepato e/ou esplenomegalia
Dificuldade para alimentar-se Deficiência intelectual
Acidose/alcalose metabólica Malformações osteoarticulares
Diagnóstico
● Pode ser pré-sintomático ou sintomático
● Preferência pelo diagnóstico pré-sintomático: através das triagens neonatais
● Exames específicos: bioquímicos, enzimáticos e molecular
Tratamento
Aspectos Clínicos
● Os fenótipos clínicos são classificados como:
- Forma Clássica
- Forma Intermediária
- Forma Intermitente
- Forma Responsiva à Tiamina
● Início neonatal
- 12–24 hours: níveis elevados de BCAAs no sangue; odor de xarope de bordo
detectado no cerumen
- 2-3 dias: sinais não específicos de intoxicação metabólica (irritabilidade, sonolência
excessiva, anorexia); detecção de metabólitos na urina (alfa-cetoácidos, acetoacetato e
beta-hidroxibutirato)
- 4-6 dias: piora da encefalopatia com letargia, apneia, opistótono e sinal do
“esgrimista” e sinal da pedalada; odor de xarope de bordo detectado na urina
- 7-10 dias: intoxicação grave leva à edema cerebral, coma e falência respiratória
central.
Diagnóstico
● Pré-sintomático: Teste de Triagem Neonatal, Bioquímica ou Molecular.
- Não disponível no PNTN
● Sintomático: Dosagem qualitativa e/ou quantitativa de aminoácidos séricos e
Dosagem de ácidos orgânicos urinários.
Tratamento
● Fase aguda:
- Visa a correção da hipoglicemia e da acidose metabólica associadas
- Eliminação dos metabólitos tóxicos
- Suporte nutricional
- Indução do anabolismo
● Fase de manutenção:
- Restrição proteica: Proteína animal proibida e proteína vegetal controlada.
- Complementação com fórmula metabólica isenta em leucina, isoleucina e valina.
- Complementações vitamínicas conforme necessidade: Vitamina B12, vitamina D e
Isoleucina + Valina.
Glicogenoses (GSD)
● Conjunto de doenças do metabolismo do glicogênio (Grupo 2), também conhecidas
como Doenças de Depósito de Glicogênio
● Causadas por anormalidades de enzimas que regulam a síntese e a degradação do
glicogênio
● São classificadas em 12 tipos diferentes, de acordo com: Defeito enzimático e Órgãos
afetados.
● Frequência global: 1:20.000 - 1:25.000 nascidos vivos
● Novos subtipos vêm sendo descritos, devido a diferentes características clínicas,
bioquímicas e genéticas
● A Glicogenose Tipo 1 (GSD1) representa cerca de 25% das glicogenoses.
Aspectos Clínicos
● Glicogenoses Hepáticas:
- Manifestação primária é a hipoglicemia associada a: Hepatomegalia, “Face de
boneca”, Fadiga e Aumento de triglicérides, ácido úrico e lactato.
● Glicogenoses Musculares: Fraqueza muscular e Cãimbras
Diagnóstico
● Pré-sintomático: Teste de Triagem Neonatal Molecular
● Sintomático: Biópsia Hepática e Exames bioquímicos
Glicose, Lactato, Ácido Úrico e triglicerídeos
- Análise molecular (Painel NGS)
Tratamento
● Fase aguda: Visa a correção da hipoglicemia
- Suporte nutricional
- Glicose IV ou VO
Mucopolissacaridoses (MPS)
● Conjunto de doenças de depósito lisossômico (Grupo 3)
● Caracterizadas pela degradação deficiente dos mucopolissacarídeos
(glicosaminoglicanos - GAGs) devido deficiência da atividade enzimática
● Descritos 7 tipos de MPSs, com alguns subtipos
● Frequência global: 1:25.000 nascidos vivos
Aspectos Clínicos
● Sinais e sintomas multissistêmicos
- Hepatomegalia e/ou esplenomegalia
- Alterações esqueléticas
- Face característica (infiltrada e de aspecto grosseiro)
- Alteração de crescimento
- Mãos em garra
- IVAS de repetição
- Hérnia umbilical e/ou inguinal
- Malformações cardíacas
● As manifestações variam entre os diversos tipos de MPS, podendo os sintomas
iniciar na infância ou na idade adulta.
Diagnóstico
● Pré-sintomático: Teste de Triagem Neonatal, bioquímica ou molecular
- Não disponível no PNTN
● Sintomático: Dosagem quantitativa e eletroforese dos GAGs urinários, Dosagem da
atividade enzimática e Diagnóstico molecular.
Tratamento
● TCTH
- MPS I e MPS II
- Diagnóstico precoce
● Terapia de Reposição Enzimática
- MPS I
- MPS II
- MPS IV A
- MPS VI
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE
● Doença metabólica hereditária na qual há um defeito no metabolismo da biotina.
● Como a maioria dos EIM, apresenta um padrão de herança autossômico recessivo,
com mais de 140 mutações descritas (gene BTD – 3p25.1).
● Ocorre uma depleção da biotina endógena devido a incapacidade do organismo em
fazer a sua reciclagem ou de usar a biotina ligada à proteína fornecida pela dieta.
● Classificação:
- Deficiência profunda de biotinidase: atividade enzimática menor que 10%
- Deficiência parcial de biotinidase: atividade enzimática entre 10 e 30%
- Sem deficiência de biotinidase: atividade enzimática acima de 30%
● Manifestações Clínicas:
- Surgem a partir da sétima semana de vida, com distúrbios neurológicos e cutâneos,
tais como crises epilépticas, hipotonia, microcefalia, ADNPM, alopécia e dermatite
eczematoide.
- Em pacientes com diagnóstico tardio, observam-se distúrbios visuais, auditivos, assim
como atraso motor e de linguagem.
● Suspeita Diagnóstica: Os pacientes com triagens alteradas (parcial ou total) serão
classificados como suspeitos até a confirmação ou não do diagnóstico, que será
estabelecido a partir do teste quantitativo da atividade de biotinidase (podendo ser
complementado com estudo genético-molecular).
● Tratamento
- É muito simples e de baixo custo.
- Consiste na utilização de biotina em doses diárias, de acordo com a subclassificação
da deficiência da biotinidase, baseada no teste quantitativo.
FIBROSE CÍSTICA
● Também conhecida como Mucoviscidose, decorrente de mutações no gene CFTR
(7q31.2), apresenta padrão de herança AR
● Prognóstico
- Apresenta um índice de mortalidade muito elevado, porém, nos últimos anos, o
prognóstico tem melhorado, mostrando índices de 75% de sobrevida até o final da
adolescência e de 50% até a terceira década de vida.
- Estudos anteriores demonstram que apenas 10% dos pacientes ultrapassavam os 30
anos de idade
● Sintomas
- Muitas crianças com FC não apresentam nenhum sinal ou sintoma ao nascimento.
Cerca de 5-10% podem nascer com obstrução intestinal por mecônio.
- Dentro os sintomas mais comuns incluem-se: esteatorreia, dificuldade de ganho de
peso, problemas respiratórios, perda de sal pelo suor, dor abdominal recorrente,
icterícia prolongada, edema hipoproteinêmico, pancreatite recorrente, cirrose biliar,
acrodermatite enteropática e retardo no desenvolvimento somático.
● Curso Clínico
- Caracteriza-se por períodos de remissão e de exacerbação, com aumento da
frequência e gravidade das exacerbações com o passar do tempo. S
- Sintomas mais graves e complicações incluem desnutrição, diabetes, insuficiência
hepática e osteoporose. Observa-se ainda puberdade tardia, azoospermia em até 95%
dos homens e infertilidade em 20% das mulheres.
● Diagnóstico
- Estabelecido com a análise dos níveis de tripsina imunorreativa (IRT).
- Só deve ser realizada em amostras colhidas até 30 dias de vida.
- O exame confirmatório dos casos suspeitos é a dosagem de cloretos no suor (Teste
do Suor) e análise genético-molecular.
● Tratamento
- Consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de
enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (A, D, E, K) e fisioterapia respiratória.
- Quando em complicações infecciosas, é indicada antibioticoterapia de amplo
espectro.
- Além do esquema vacinal habitual, as crianças devem receber também imunização
antipneumocócica e anti-hemófilos.
● Padrão de Hemoglobina
- Adulto: predomina hemoglobina A (padrão Hb AA)
- Recém-nascidos: predomina hemoglobina F (padrão Hb FA)
● Doença Falciforme
- É uma afecção genética, ocasionado por mutações no gene HBB (11p15.4), com
padrão de herança autossômico recessivo, causada por um defeito na estrutura da
cadeia beta da hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua
minguante, quando expostas a determinadas condições, como febre alta, baixa tensão
de oxigênio, infecções, etc.
● Clínica
- Anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises álgicas, insuficiência renal
progressiva, acidente vascular cerebral, maior susceptibilidade a infecções e sequestro
esplênico.
- Podem ocorrer também alterações no desenvolvimento neurológico com provável
etiologia vaso-oclusiva de SNC.
● Tratamento
- O ideal é que seja iniciado antes dos quatro meses de vida para prevenção das
infecções e outras complicações que podem levar ao óbito.
- A prevenção das complicações é muito eficiente na redução da morbimortalidade.
- As principais medidas preconizadas são: Antibioticoterapia profilática, esquema
especial de vacinação e suplementação com ácido fólico.
HIPOTIROIDISMO CONGÊNITO
● Definição
- Considerado uma emergência pediátrica, decorre de mutações no gene TSHR
(14q31.1), apresentando padrão de herança AR.
- Causado pela incapacidade da glândula tireóide do recém-nascido em produzir
quantidades adequadas de hormônios tireoidianos, que resulta numa redução
generalizada dos processos metabólicos.
● Classificação
- Primária: falha ocorre na glândula tireoide
- Secundária: ocorre deficiência do TSH
- Terciária: ocorre deficiência do TRH
- Resistência periférica à ação dos hormônios tireoidianos
● Clínica
- Hipotonia muscular, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia prolongada,
constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, livedo reticularis, choro rouco,
hérnia umbilical, alargamento de fontanelas, mixedema, sopro cardíaco, dificuldade na
alimentação com déficit pondero-estatural, atraso na dentição, retardo na maturação
óssea, pele seca e sem elasticidade, ADNPM e retardo mental.
● Diagnóstico/Tratamento
- O momento ideal para o diagnóstico é, sem dúvida, o período neonatal, pois a partir
da segunda semana de vida a deficiência hormonal poderá causar alguma lesão
neurológica.
- O tratamento consiste na reposição de levotiroxina sódica (T4).
FENILCETONÚRIA
● Definição
- Causada por variantes no gene PAH (12q23.2), com padrão de herança AR.
- O defeito metabólico leva ao acúmulo de Fenilalanina (Phe) no sangue e aumento da
Phe e Ácido Fenilpirúvico na urina.
- Primeira doença genética a ter tratamento estabelecido com terapêutica dietética
específica.
● Clínica
- ADNPM; Deficiência intelectual
- Comportamento agitado ou padrão autista
- Convulsões; Alterações no EEG
- Odor urinário característico (odor de rato)
● Formas Clínicas
- PKU Clássica: atividade da PAH praticamente inexistente, menor que 1% e,
consequentemente, níveis plasmáticos de Phe superiores a 20mg/dl
- PKU Leve: atividade da PAH entre 1-3%, resultando em níveis plasmáticos de Phe
entre 10-20mg/dl
- Hiperfenilalaninemia Transitória ou Permanente: atividade da PAH superior a 3%,
levando a níveis plasmáticos de Phe entre 4-10mg/dl
● Tratamento
- Consiste em uma dieta com baixo teor de Phe, mantendo-se os níveis adequados
desse aminoácido para permitir o crescimento e desenvolvimento normais.
- A dieta utilizada é hipoprotéica, suplementada por uma fórmula de aminoácidos
isenta de Fenilalanina.
- A instituição de uma dieta isenta de Phe causaria um dano ainda maior, conhecida
como Síndrome da
Deficiência de Fenilalanina, caracterizada por: Eczema grave, prostração, ganho de
peso insuficiente, desnutrição, além de deficiência mental e crises convulsivas.
CASO 06
Introdução
● A Neurogenética estuda o papel da genética no desenvolvimento e na função do
sistema nervoso
● Envolve aspectos da Neurologia clínica e da Neurociência
● A maioria das doenças neurogenéticas estão incluídas na categoria de doenças de
início tardio
DISTROFIAS/MIOPATIAS HEREDITÁRIAS
● Distrofias Musculares: Condições lentamente progressivas hereditárias
● Miopatias: Podem ser de causa hereditária ou adquirida
- Pista diagnóstica: curso clínico e história familiar
● Causadas por variantes genética que levam à alteração em proteínas necessárias
para o adequado funcionamento muscular
● Grupos musculares que necessitam de mais fibras para exercerem sua ação sofrem
mais
● Idade de início e padrões de herança variáveis
● Elevação de creatina kinase (CK) é uma pista importante.
Fraqueza e Atrofia proximal - Predomina nos membros inferiores.
Exame Físico
● Fraqueza muscular proximal, predomínio nos membros inferiores
● Envolvimento facial?
● Atrofia ou hipertrofia localizada?
● Reflexos diminuídos ou abolidos nos grupos mais envolvidos
● Ausência de alterações de sensibilidade
NEUROPATIAS HEREDITÁRIAS
● Representando cerca de 11% das causas de polineuropatia, as neuropatias
hereditárias são causadas por alterações em proteínas fundamentais para a mielina ou
axônio dos nervos periféricos
● Porções mais distais aos corpos celulares irão degenerar primeiro
- Padrão comprimento dependente
● Mais frequentemente sensitivo-motoras, mas podem ser apenas sensitivas ou
motoras.
Fraqueza e Atrofia proximal - Predomina nos membros inferiores
Exame Físico
● Fraqueza de predomínio distal em membros inferiores
● Marcha característica 🡪 “pés caídos”
● Atrofia muscular distal
● Grau variado de piora da função sensitiva
● Ausência de reflexos aquileus
● Deformidades nos pés: pés cavus ou dedos em martelo
Exame Físico
● Doença do 1o e 2o neurônio
- Fraqueza muscular distal e proximal (assimétrica)
- Atrofia muscular marcada
- Hipo ou arreflexia nos segmentos mais acometidos
- Hiperreflexia nos demais grupos
- Fasciculações (língua)
Neurofisiologia
● A ENMG será fundamental para o adequado diagnóstico das:
- Miopatias/Distrofias
- Neuropatias periféricas
- Doenças do neurônio motor
Exame Físico
Formas Puras
● Achados piramidais:
- Espasticidade, Hiperreflexia e Sinal de Babinski
● Incontinência urinária
● Redução da sensibilidade vibratória
Formas Complicadas
● Ataxia
● Convulsões
● Deficiência intelectual
● Amiotrofia
● Achados extrapiramidais
● Neuropatia periférica
● Surdez
● Anormalidades visuais
● Anormalidades da pele
ATAXIAS HEREDITÁRIAS
● Grupo de condições causadas por degeneração das vias de coordenação motora
voluntária (cerebelo)
● História familiar e dados do exame físico serão fundamentais
● Início mais precoce - Autossômicas recessivas
● Início mais tardio - Autossômicas dominantes
● A Ataxia Espinocerebelar Tipo 3, ou Doença de Machado-Joseph, de herança AD, tem
grande relevância epidemiológica no Brasil, em especial na região sul - Colonização
açoriana.
Exame Físico
● Ataxia de Marcha e de membros
● Incoordenação do olhar
● Disartria / Disfagia
● Envolvimento de outros sistemas neurológicos
DEMÊNCIAS
● Grupo heterogêneo de doenças
- Declínio progressivo de uma ou mais funções cognitivas com repercussão nas
atividades de vida diária do indivíduo
● Principais formas de demência:
- Doença de Alzheimer: formas monogênicas muito raras
- Demência Vascular: formas monogênicas muito raras
- Demência Frontotemporal: 20-40% dos casos são monogênicos
DOENÇAS NEUROGENÉTICAS DE INÍCIO PRECOCE E DOENÇAS NEUROGENÉTICAS DE
INÍCIO TARDIO
CARACTERISTICAS:
● Caracterizada por fraqueza muscular e atrofia resultante da degeneração progressiva
e perda das células do corno anterior da medula (neurônios motores inferiores) e
núcleos do tronco cerebral.
- A idade de início da fraqueza muscular pode variar do nascimento até a vida adulta
- Fraqueza: Simétrica, Proximal > distal, Progressiva.
TRATAMENTO:
Tratamento Multidisciplinar
Terapias alvo:
- Nusinersen (Spinraza®): oligonucleotídeo antisense
- Onasemnogene abeparvovec-xioi (Zolgensma®): terapia gênica
CARACTERISTICAS
● Variantes no gene DMD (distrofina) desestabilizam a fase de leitura do mRNA,
impedindo a produção de distrofina funcional nos músculos, levando à:
- Fraqueza muscular (proximal > distal)
- Perda da deambulação
- Nos estágios mais avançados: Perda da função cardíaca e Perda da função pulmonar.
● Variantes no DMD:
- Grandes deleções
- Grandes duplicações
- Variantes de ponto
● Deleções são o tipo mais comum:
- Frequentemente concentradas entre os éxons 45 e 53.
● Duchenne:
- Cursa com atraso dos marcos motores na infância
- Fraqueza proximal, rapidamente progressiva
- Dependência da cadeira de rodas até os 13 anos
- Cardiomiopatia em ~100% dos pacientes após os 18 anos
● Becker:
- Fraqueza muscular de início mais tardio
- Dependência da cadeira de rodas mais tardio (geralmente após os 16 anos)
- Cardiomiopatia é comum, mas ocorre mais tardiamente.
CARACTERISTICAS
● Clínica (sexo masculino):
- Forma Cerebral (Infantil): geralmente entre 4-8 anos; inicialmente lembra sintomas
de TDAH. com progressiva alteração de cognição, comportamento, visão, audição e
alteração motora. Evolui para disfunção total em 6 meses a 2 anos / Alterações
adrenocorticais
- Forma Adrenomieloneuropática (AMN): geralmente por volta dos 20 anos, com
rigidez e fraqueza em MMII, distúrbios esfincterianos, disfunção sexual, e, muitas
vezes, com alteração da função adrenocortical. Evolui progressivamente por décadas
- Forma Addison-only: entre 2 anos e a vida adulta (média 7,5 anos), com insuficiência
adrenocortical primária, sem doença neurológica [entretanto, mieloneuropatia pode
surgir)
DIAGNÓSTICO
● Sexo masculino:
- Achados clínicos/radiológicos + dosagem de VLCFA (ácidos graxos de cadeia muito
longa)
- Molecular
● Sexo feminino:
- VLCFA (até 80%)
- Molecular
● Escala de Loes
- < 4: estágio bastante precoce (n transplanta nessa fase)
- 4-8: estágio precoce (faz transplante nessa fase)
- 9-13: estágio tardio (nesse estágio já não é mais viável fazer o transplante)
- >13: muito tardio
● Geralmente manifesta-se nas primeiras duas décadas de vida com dificuldade para
deambular
● Fraqueza muscular: Simétrica, Distal, MMII > MMSS (membros inferiores mais
acometidos que superiores)
● Alteração da sensibilidade
DIAGNÓSTICO:
- Presuntivo: clínico e eletroneuromiográfico
- Confirmação: análise molecular
- Inicialmente: MLPA do gene PMP22
- Se normal, Sequenciamento do PMP22 ou Painel NGS para Neuropatias
TRATAMENTO:
- Multidisciplinar
- Terapias (Fisiatra / Fisio / TO)
CARACTERISTICAS
- Ataxia cerebelar progressiva
- Sinais associados: sinais piramidais; síndrome extrapiramidal distônica-rígida;
amiotrofia periférica significativa e arreflexia generalizada; oftalmoplegia externa
progressiva; fasciculações de língua e face induzidas pela ação.
DIAGNÓSTICO:
- Molecular (PCR Multiplex)
TRATAMENTO:
- Multidisciplinar
- Terapias (Fisioterapia / Fonoterapia)
- Sintomáticos
CARACTERISTICAS
- Distúrbios do movimento: Coreia
- Alteração cognitiva
- Distúrbios psiquiátricos
DIAGNÓSTICO
- Molecular (PCR Multiplex)
TRATAMENTO
- Multidisciplinar
- Terapias (Fisioterapia / Fonoterapia)
- Sintomáticos
CARACTERISTICAS
- Rigidez de MMII, bilateral, lentamente progressiva
- Marcha espástica, com ou sem espasticidade ao repouso
- Fraqueza muscular proximal leve
- Urgência urinária
● Exame Físico:
- Espasticidade
- Hiperreflexia
- Reflexos cutâneo-plantares extensores
- Sensibilidade vibratória com alteração leve distal
DIAGNÓSTICO
- Molecular (NGS +/- MLPA)
TRATAMENTO
- Multidisciplinar
- Terapias (Fisioterapia / Fonoterapia)
- Sintomáticos