Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diabetes Melito
Doença metabólica que resulta da deficiência na secreção de insulina pelas células beta e/ou
resistência periférica à ação da insulina. - Hiperglicemia crônica
Classificação:
● DM tipo 1: destruição das células beta pancreáticas, caracterizada por níveis baixos de
peptídeo C.
Quando pensar? Jovem (antes dos 30 anos), magro, com quadro de início abrupto e sintomático
(poliúria, polifagia, polidipsia, perda de peso e cetoacidose diabética).
O diagnóstico diferencial entre DM1 e DM2 deve ser considerado apenas em bases clínicas (exames
complementares específicos só devem ser solicitados em casos de apresentações atípicas.
Em casos de suspeita de DM1 com apresentação atípica, é recomendado a solicitação de
autoanticorpos. O resultado positivo confirma o diagnóstico de DM1
Outros tipos:
● Latent autoimmune diabetes in adult (LADA)
- destruição lenta das ilhotas
- Defeito genético na ação da insulina
- 25 e 65 anos
- Associação com autoimunidade, anticorpo anti-GAD65
- Responde aos antidiabéticos orais
● Maturity-onset diabetes of the young (MODY)
- Herança autossômica dominante (histórico familiar de DM precoce): defeitos monogênicos na
função das células B-pancreáticas
- Idade precoce (Abaixo de 25)
- Lembra tipo 2 de início mais precoce
- Magros ou obesos
Fazer sulfonilureia (primeira escolha - responde bem: GLICLAZIDA - causa menos hipoglicemia e
tem estudo de segurança cardiovascular) ou insulina (dependendo do tipo)
Não faz metformina (o problema do mody não é a resistência à insulina, e sim uma produção que é
feita mas não é liberada)
*Glibenclamida aumenta risco cardiovascular e AVC (PIOR)
● Diabetes gestacional
● Diabetes mitocondrial
● Diabetes neonatal transitório ou permanente
● Defeitos genéticos: síndrome de resistência à insulina tipo A, leprechaunismo, síndrome de
rabson-mendenhall, diabetes lipoatrófico
● Doenças do pâncreas exócrino: pancreatite, trauma ou pancreatectomia, neoplasia pancreática,
fibrose cística, hemocromatose, pancreatopatía fibrocalculosa
● Associado a endocrinopatias: acromegalia, síndrome de cushing, glucagonoma,
feocromocitoma, hipertireoidismo, somatostatinoma, aldosteronoma
Fisiopatologia:
1. Resistência periférica à ação insulínica nos adipócitos no músculo esquelético (insulino
resistência)
2. Secreção deficiente de insulina pelo pâncreas (hipofunção das células B)
3. Aumento da produção hepática de glicose, resultante da resistência insulínica
Anticorpos ausentes, maior concordância com gêmeos idênticos, Peptídeo C normal ou elevado.
*A chamada lua de mel no Diabetes Tipo 1 pode acontecer logo após o diagnóstico. Passada a crise
inicial, após o início do tratamento, o nível de açúcar cai, os sintomas desaparecem e a dose de
insulina pode ser reduzida. As necessidades de insulina chegam a níveis muito baixos. É um período
que pode durar semanas ou meses, mas não significa cura. Não podemos suspender a insulina
nesse período. Precisamos mantê-la mesmo que em dosagens muito baixas.
DM 1B: tem maior influência genética, não está associado ao HLA, anticorpos negativos, CAD
edípica (10% dos casos)
LADA (latent autoimmune diabetes in adults)
- DM tipo 1 do adulto que não é tão abrupto = "DM1 mais leve"
- Menor velocidade de perda das células beta (destruição de células beta mais lenta)
- Adultos > 30 anos, IMC normal
- Independência de insulina por pelo menos 6-12 meses
- anti-GAD em 90%
- Forma híbrida de DM que compartilha características do DM1 (marcador de
autoimunidade) como DM2 (excesso de peso e resistência à insulina)
- Extremamente heterogêneo em suas características genéticas, fenotípicas e imunológicas,
mostrando uma ampla variabilidade na taxa de destruição das células beta pancreáticas ,
resistência à insulina e autoimunidade.
*É recomendado que pessoas adultas com diabetes e anticorpos positivos, as quais não necessitam de
insulina por pelo menos seis meses após o diagnóstico, sejam classificadas como tendo diabetes
autoimune latente do adulto
DM pós transplante
- Diminui a sobrevida do enxerto
- Aumento do risco de infecção hospitalar
- TOTG (teste oral de tolerância a glicose) melhor critério - mesmos critérios de DM - 1
ano após o TX
- HBA1C é o menos confiável isoladamente no 1 anos pós TX
- Maior risco: mais de 60 anos, obesidade, VHC, CMV, doador cadáver, DR policística prévia
Esquema imunossupressores: prednisona > 10mg -dia; Tacrolimus > ciclosporina (diminuem a síntese
da secreção de insulina; AZT e MMF não levam a hiperglicemia
- Tratamento: drogas habituais
DM neonatal
Hiperglicemia mantida < 6 meses de idade
Permanente (50%) x Transitório (50%)
Prevalência estimada em 1:90.000 a 1: 160.000 nascidos vivos
mais de 30 genes já foram relacionados ao DMN
Permanentes: ⅓ dos casos - mutações no gene Kir6.2; KCNJ11 (canal de potássio, mutação no
receptor GLUT) - respondem bem as sulfoniluréias - pode estar associado a síndrome de DEND:
hipotonia, atraso do desenvolvimento e epilepsia.
R6: é recomendado o rastreamento genético associado ao diabetes neonatal para todas as crianças com
hiperglicemia detectada antes dos 6 meses de idade, sem cauda secundária evidente.
DM lipoatrófico
- Diminuição de gordura em alguma parte do corpo
- A gordura periférica é importante para ação da insulina: Sem tecido adiposo -> não
consegue estocar glicogênio -> estoca no fígado -> aumenta gordura visceral -> aumento de
resistência a insulina
- Adquirida ou herdada, generalizada ou parcial.
*Em pessoas que apresentam perda de gordura corporal generalizada ou parcial, deve-se suspeitar de
lipodistrofias herdadas ou adquiridas. A prega cutânea em coxa < 22 mm mulheres e <10 mm
homens, sugere o diagnóstico. Em caso de suspeita de formas familiares deve ser considerada a
realização de testes genéticos para diagnóstico.
Associada ao HIV
- Adquirida (drogas ou HIV), preserva gordura do abdome e Giba, perda de gordura em coxa,
face e MMSS.
- Mesmo trocando medicações pode persistir alterações fenotípicas
- Níveis séricos de leptina: normais ou elevados; redução de adiponectina
- Os inibidores de protease de primeira geraç˜åo (nelfinavir e indinavir causam lipodistrofia por
inibir a diferenciação dos adipócitos, induzir a resistência à insulina e aumentar a produção de
citocinas pró-inflamatórias pelos adipócitos e macrófagos infiltrados no tecido adiposo.
*A adiponectina, um tipo de hormônio liberado pelo tecido adiposo, tem papel duplamente
importante na preservação da função pancreática: em pessoas magras ela protege as células beta,
responsáveis pela secreção de insulina; e, em indivíduos com obesidade, reverte danos
estabelecidos nesse tecido.
Diagnóstico:
- Diagnóstico é confirmado com 2 testes. Se os testes forem discordantes, consideramos o
alterado e repetimos.
- OU, glicemia casual > 200 mg/dL + poliúria, polidipsia ou polifagia
Interferentes na HBA1c (método HPLC):
- Aumentam falsamente:
IRC, Álcool, esplenomegalia, baixa de ferro, aumento de triglicerídeos
- Diminuem falsamente:
Anemias hemolíticas, perda de sangue, gravidez ou parto recente, hemoglobinopatia
*a repetição do rastreamento para DM e pré-diabetes deve ser considerada em intervalos de no
mínimo 3 anos. Intervalos muito curtos podem ser adotados quando ocorrer ganho de peso acelerado
ou mudança nos fatores de risco
Triagem para DM1 com dosagem de auto-anticorpos deve ser considerada para familiares e parentes
de 1 grau apenas para efeito de estudo clínico visando prevenção