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1. INTRODUÇÃO:
⇾ A DM2 é forma mais comum da doença, correspondendo a cerca de 90-95% dos casos.
2. EPIDEMIOLOGIA:
⇾ O aumento da prevalência está associado a diversos fatores, como rápida urbanização, estilo de
vida sedentário, excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, à maior
sobrevida dos indivíduos com diabetes.
- Tradicionalmente > mais prevalente após os 40 anos de idade. NO ENTANTO > nos últimos anos
> tem sido observada uma crescente incidência em adolescentes, geralmente associada a importante
história familiar, excesso de peso e sinais de resistência insulínica.
- Estima-se que cerca de 50% dos casos de diabetes em adultos não sejam diagnosticados e que
84,3% de todos os casos de diabetes não diagnosticados estejam em países em desenvolvimento >
TAL FATO > resultado de uma combinação de fatores > baixo desempenho dos sistemas de saúde +
pouca conscientização sobre diabetes entre a população geral + início insidioso dos sintomas ou
progressão do diabetes tipo 2 (doença silenciosa) > LEVA A MAIOR PREVALÊNCIA DO
desenvolvimento de complicações da doença.
OBS: Indivíduos com baixo peso ao nascer apresentam níveis plasmáticos mais elevados de
próinsulina, indicativo de maior risco para o desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2 ou de
síndrome metabólica.7 Estudos mais recentes evidenciam uma relação na forma de U, em que o
risco de desenvolver diabetes tipo 2 é maior nos nascidos com baixo peso como nos com peso
elevado (≥ 4 kg)
3. FATORES DE RISCO:
- OBESIDADE > quanto maior a circunferência abdominal e o índice de massa corpórea, maior o
risco para DM2.
- SÍNDROME METABÓLICA (SM) > A incidência de DM2 é 5 vezes maior em pacientes com
síndrome metabólica.
- Sedentarismo, história familiar de DM2, idade > 40 anos, síndrome dos ovários policísticos e
prévio diabetes gestacional
• Tabagismo > maior risco para DM2 o inverso acontece em relação ao DM1 e ao LADA.
• Crianças que nascem pequenas para a idade gestacional > maior risco para DM2
• Idade (a partir dos 45 anos), dislipidemia (colesterol HDL <35 mg/dL e/ou triglicérides >250
mg/dL).
2.1. DM TIPO 1:
- Predomina em crianças e adolescentes (pico entre 10 e 14 anos), mas pode surgir em qualquer
idade
• FISIOPATOLOGIA:
- DM1 > caracteriza-se por deficiência absoluta na produção de insulina > decorrente, na maioria
dos casos, de uma destruição autoimune indolente das células beta (DM T1A). Acredita-se que tal
processo seja desencadeado pela agressão das células beta por linfócitos linfócitos T CD8+
(processo autoimune desencadeado por um fator ambiental, como infecções virais) em indivíduos
geneticamente suscetíveis. Na maioria dos casos, a agressão inicial das células beta ocorre
indiretamente, ou seja, anticorpos produzidos contra antígenos virais acabam lesionando as células
beta devido ao mimetismo molecular entre antígenos virais e antígenos dessas células. A
velocidade da destruição das células beta é bastante variável, sendo rápida em alguns indivíduos
(principalmente em crianças) e lenta em outros (sobretudo entre adultos). Sendo assim, quando há
destruição de 90% das ilhotas pancreáticas, uma hiperglicemia permanente se manifesta.
Obs.: Somente 10 a 15% das crianças diagnosticadas com DM1 têm história familiar em parentes de
primeiro grau. O risco é maior quando o pai é afetado, em comparação à mãe. A concordância
média entre gêmeos homozigóticos fica em torno de 59%, o que reforça a importância de fatores
não genéticos no desenvolvimento da doença.
Dessa forma, 2 principais defeitos presentes nas ilhotas pancreáticas são de extrema importância
para tal processo. Fisiologicamente, as células beta pancreáticas produzem insulina, a qual facilita a
entrada de glicose nos tecidos. No entanto, em um paciente com DM tipo 2, ocorre um declínio da
massa de células Beta pancreáticas, o que leva ao processo de diminuição da secreção da insulina.
Tal fato é decorrente de uma associação de fatores genéticos + ambientais.
Assim, acredita-se que, principalmente, indivíduos obesos, apresentam um desequilíbrio nos
mecanismos controladores da quantidade de células Beta pancreáticas (replicação, neogênese e
apoptose) o que leva a diminuição de massa dessas células.
- ALÉM DISSO > há um aumento do glucagon produzido pelas células alfa pancreáticas. Devido a
isso, o fígado passa a produzir mais glicose (aumenta gliconeogênese > glucagon é
hiperglicemiante). ASSIM, a diminuição da secreção de insulina pelas células beta + aumento da
produção de glucagon pelas células alfa pancreáticas + aumento da gliconeogênese hepática >
CONTRIBUI PARA A HIPERGLICEMIA.
- POR ÚLTIMO > há ainda o processo de resistência a insulina pelos tecidos periféricos. Tal fato
ocorre em associação, principalmente, com obesidade e fatores genéticos (lipotoxicidade) +
HIPERGLICEMIA PROLONGADA (glicotoxicidade). Sendo assim, a RI da obesidade e do DM2 é
caracterizada por alterações em diversos pontos da via de transmissão do sinal da insulina (via de
sinal que culmina em ativação de mecanismos intracelulares que promovem o recrutamento de
GLUT4 para a membrana celular e, assim, internalização da glicose). Portanto, a obesidade pode
provocar redução da concentração e da atividade quinase do receptor de insulina (IR), da
concentração e da fosforilação do IRS-1 e do IRS-2, da atividade da PI3q, da atividade da Akt e do
fator de transcrição FoxO1, além da redução de GLUT4. Tudo isso culmina no não recrutamento do
GLUT4 para a membrana celular e, consequentemente, não internalização da glicose > causando
HIPERGLICEMIA.
4. QUADRO CLÍNICO:
- No diabetes tipo 2 > cerca de 50% dos pacientes desconhecem ter a doença por serem
assintomáticos ou oligossintomáticos, apresentando mais comumente sintomas inespecíficos, como
tonturas, dificuldade visual, astenia e/ ou cãibras. Vulvovaginite de repetição + disfunção erétil
podem ser, também, os sintomas iniciais.
- Não raro (em cerca de 50% dos casos), o reconhecimento da doença só é feito quando lesões de
órgão-alvo já estão presentes e são irreversíveis..
- PACIENTE TÍPICO > adulto (> 40-45 anos) + obeso + sedentário + geralmente possui outros
fatores de risco cardiovascular.
- ALÉM DISSO, paciente pode referir sintomas de franca hiperglicemia > poliúria + polidipsia +
polifagia + perda de peso. OBS: Às vezes, o diagnóstico é firmado na vigência de um estado
hiperosmolar não cetótico, principal complicação aguda do DM tipo 2.
5. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
A menos que haja um diagnóstico clínico claro (p. ex., paciente em crise hiperglicêmica ou com
sintomas clássicos de hiperglicemia e glicose plasmática aleatória de > 200 mg/dℓ), o diagnóstico
requer dois resultados anormais de GJ, HbA1c ou glicemia de 2 horas no TOTG da mesma amostra
ou em duas amostras de teste separadas.
- Glicemia de jejum (GJ) > dois valores superiores ou iguais a 126 mg/dL, obtidos em dias
diferentes, são suficientes para estabelecer o diagnóstico de diabetes mellitus.
- Níveis entre 100 e 125 mg/dL caracterizam a glicemia de jejum alterada (pré diabético) >
PACIENTES DEVEM SER SUBMETIDOS AO teste oral de tolerância à glicose (TOTG).
5.2.1. PROCEDIMENTO:
- No TOTG > PRIMEIRAMENTE > coleta-se amostra de sangue para a dosagem da glicemia de
jejum do paciente > APÓS ISSO > administra-se 75 g de glicose anidra dissolvidos em 250 a 300
mL de água > APÓS 2 H > obtém-se uma nova amostra para medir a glicemia.
- OBS: TOTG deve ser realizado pela manhã, após 8 a 14 h de jejum + 3 dias de dieta sem restrição
de carboidratos (ingestão superior a 150 g/dia).
5.2.2. INTERPRETAÇÃO:
- Hemoglobina (Hb) glicada ou glicosilada (HbA1c ou AlC) > corresponde ao produto da reação
não enzimática entre glicose sanguínea e o grupo aminoterminal de um resíduo de valina presente
na cadeia Beta da Hb > A INTENSIDADE DESSA REAÇÃO depende do nivel de glicose no
sangue (quanto maior a glicose, maior a reação).
Embora a HbA1c seja considerada representativa da média ponderada global das glicemias médias
diárias durante os últimos 2 a 3 meses (tempo de sobrevida das hemácias), modelos teóricos e
estudos clínicos sugerem que, em pacientes com controle estável, 50% da HbA1c são formados no
mês precedente ao exame; 25%, no mês anterior a este; e os 25% restantes, no terceiro ou quarto
mês antes do exame.
- HbA1c > é considerada o padrão-ouro na avaliação do controle glicêmico > devendo ser
realizada a cada 3 a 4 meses.
- DESSA FORMA > Indivíduos com > HbA 1c 6,5% > SÃO considerados portadores de diabetes.
A ADA tem recomendado como meta níveis de HbA1c < 7% (53 nmol/mol), uma vez que valores
acima desse patamar implicam elevação progressiva no risco para as complicações micro e
macrovasculares.
- ALÉM DISSO > Pacientes com valores de HbA1c entre 5,7 e 6,4% têm elevado risco de
progredirem para diabetes > podem ser chamados de pré-diabéticos.
- Na avaliação do tratamento dos pacientes, a dosagem da HbA1c deve ser realizada duas vezes por
ano em pacientes com controle glicêmico estável e dentro dos objetivos do tratamento. Uma
avaliação mais frequente (p. ex., a cada 3 a 4 meses) está indicada quando o controle glicêmico
ideal ainda não tiver sido alcançado
5.3.2. INTERPRETAÇÃO + FATORES QUE PODEM ALTERAR O EXAME:
- Ao usar a HbA1c para diagnosticar o diabetes, é importante reconhecer que a HbA1c é uma
medida indireta dos níveis médios de glicose no sangue e levar em consideração outros fatores que
podem afetar a glicação da hemoglobina independentemente da glicemia. DESSA FORMA >
Situações que encurtam a sobrevida das hemácias, como anemia hemolítica, estados hemorrágicos
etc., resultam em valores inapropriadamente baixos de HbA1c, enquanto as que aumentam a
sobrevida das hemácias (p. ex., anemias por carência de ferro, vitamina B12 ou folato) cursam com
HbA1c inapropriadamente elevada.
- ALÉM DISSO > Altas doses de vitaminas C e E levam a resultados falsamente diminuídos, por
inibir a glicação da hemoglobina, enquanto uremia, hipertrigliceridemia, alcoolismo crônico, uso
crônico de salicilato e opiáceos, por interferência na metodologia, resultam em valores falsamente
elevados.
5.5. FRUTOSAMINA:
- frutosamina > é uma proteína glicada, constituída de albumina > reflete o controle glicêmico nos
últimos 7 a 14 dias.
- Dosagem de frutosamina > feita em pacientes que apresentam condições que possam alterar os
valores de Hb glicada ou quando se quer avaliar mudanças a curto prazo no controle glicêmico (p.
ex., durante a gravidez).
5.6. GLICOSÚRIA:
- Glicose na Urina (glicosúria) > baixa sensibilidade diagnóstica > POIS > glicosúria costuma surgir
apenas com glicemias > 180 mg/dL. ALÉM DISSO > pode-se ter glicosúria na ausência de DM:
gravidez (em até 50% das gestantes), tubulopatias renais, insuficiência renal crônica e glicosúria
renal familiar.
5.9. RASTREAMENTO:
⇾ É mandatório para indivíduos com sinais e sintomas coleta de exames para confirmação
diagnóstica. » ALÉM DISSO > mesmo indivíduos assintomáticos, a presença de fatores de risco já
impõe rastreamento para diagnóstico precoce.
⇾ Se a investigação laboratorial for normal, sugere-se repetição do rastreamento em intervalos de 3
anos ou se indicado. Já na presença de pré-diabetes, recomenda-se reavaliação anual, pois nesses
casos, a resistência à insulina já está presente e, na ausência de medidas de combate aos fatores de
risco modificáveis, ela evolui frequentemente para a doença clinicamente manifestavel (30% evolui
nos próximos 5 anos).
» Se ocorrer discordância entre os exames (um positivo e o outro negativo) é necessário a repetição
do exame alterado em segunda amostra de sangue.
6. TRATAMENTO:
» Dieta prescrita para perda de, em média, 7% do peso inicial ao longo de 6 meses, ao ritmo de 0,5
a 1,0 kg/mês. O cálculo da dieta prescrita considerou um déficit entre 500 e 1.000 calorias/dia em
relação ao total necessário para manter-se o peso, com retirada preferencial das gorduras saturadas.
» Atividade física aeróbica moderada (tipicamente, caminhar rápido) por 150 minutos/semana,
distribuída em pelo menos 3 sessões (cada deve durar mais que 10 minutos e não passar de 75
minutos).
6.2.2. Intervenções farmacológicas:
⇾ O uso de metformina é menos efetivo que a mudança do estilo de vida (31% de redução em 3
anos versus 58%).
» Pacientes muito obesos (IMC > 35 kg/m2 ), com passado de diabetes gestacional, com mais
hiperglicemia (HbA1c > 6%) ou para aqueles nos quais a HbA1c aumenta mesmo com as mudanças
do estilo de vida. ALÉM DISSO > nesses pacientes, deve-se considerar o monitoramento periódico
dos níveis séricos de vitamina B12, especialmente se eles apresentarem anemia ou neuropatia
periférica.
⇾ Outras drogas não devem ser prescritas por falta de dados sobre duração do efeito, segurança ou
relação custo-efetividade.
⇾ Necessário o envolvimento do paciente e dos familiares como parte ativa de todo o processo, de
modo a desenvolver o autoconhecimento e auxiliando na tomada de decisão no tto.
⇾ A conduta nutricional deve ser definida com base em avaliação e diagnóstico nutricional, para
posterior programação das intervenções nutricionais.
» A ingestão dietética segue recomendações semelhantes àquelas definidas para a população geral:
⇾ A estratégia ideal deve envolver a combinação de exercício aeróbio (caminhada rápida, corrida,
bicicleta, natação) com exercício resistido (pesos livres, aparelhos de musculação, bandas elásticas
ou uso do próprio peso corporal) e aumento progressivo de tempo, frequência, carga e intensidade.
⇾ Sugere-se pelo menos 1 set de 10-15 repetições de 5 ou mais exercícios resistidos, envolvendo os
grandes grupos musculares, de 2 a 3 sessões por semana, em dias não consecutivos (pelo menos
150min por semana).
A partir do diagnóstico e das metas traçadas, é possível estabelecer o melhor tratamento para o
paciente. Para escolher o medicamento deve-se verificar os seguintes parâmetros:
- Os agonistas GLP-1 são drogas de uso subcutâneo que também atuam estimulando a síntese de
insulina pela célula beta e reduzindo a produção de glucagon pela célula alfapancreática.
Juntamente com os inibidores da DPP-4, estas medicações formam o grupo dos incretinomiméticos.
O mais novo acréscimo ao arsenal terapêutico do DM tipo 2 é representado pelos inibidores do
SGLT-2, drogas que bloqueiam a reabsorção tubular renal da glicose filtrada nos glomérulos…
● BIGUANIDA – METFORMINA
• Mecanismo de ação:
- A metformina não tem efeito direto sobre as células β e leva à redução da glicemia por meio de
dois mecanismos principais:
• Efeitos colaterais:
- alterações gastrointestinais (dor abdominal, diarreia, vômitos) e deficiência de vitamina B12 (deve
ser dosada 1x/ano);
*** reduz a absorção de cianocobalamina (vitamina B12) no íleo distal, e seu uso crônico
pode levar à deficiência dessa vitamina.
• Contraindicações:
⇾ Contraindicada na insuficiência renal grave, hepatopatia com transaminases acima de 3x, durante
estresse agudo (cirurgia), devendo se feita com cuidado em indivíduos > 80 anos, pelo risco de
acidose lática grave.
● GLITAZONAS (PIOGLITAZONA):
• Mecanismo de ação:
- GLITAZONAS > agonistas dos receptores ativados por proliferadores de peroxissomo gama
(PPAR-γ), expressos, sobretudo, no tecido adiposo, no qual regulam genes envolvidos na
diferenciação do adipócito e na captação e armazenamento dos ácidos graxos, além da captação de
glicose. - Sendo assim > a atuação sobre o PPAR-γ e, consequentemente, ativação desse receptor,
resulta em:
1. aumento de lipogênese e da massa do tecido adiposo subcutâneo, o que diminui os AGL
circulantes, podendo provocar ganho de peso.
2. Maior expressão da adiponectina no adipócito e aumento de sua concentração sérica. Esse fato,
juntamente com a redução dos AGL, levaria a maior sensibilidade do fígado à insulina, menor
conteúdo hepático de gordura e inibição da produção hepática de glicose.
- ALÉM DISSO > Ocorre ainda maior expressão de GLUT-1 e GLUT-4 > AUMENTA A
CAPTAÇÃO PERIFÉRICA DA GLICOSE.
- Esses efeitos atuam no aumento da sensibilidade da insulina periférica.
• Indicações e eficácia:
- Diminui a glicemia em jejum de 35-65 mg/dl e a hemoglobina glicada em até 1,4%;
• Efeitos colaterais:
- edema periférico
- Anemia dilucional discreta
- GANHO DE PESO > Tal ganho seria decorrente de deposição de gordura SC com redução da
gordura visceral, além da retenção hídrica com edema > aumenta o risco de insuficiência cardíaca
em pacientes propensos;
- HIPOGLICEMIA > quando associada à insulina ou aos secretagogos de insulina.
- Aumenta o risco de fraturas → evitar usar em mulheres pós-menopausa com risco ou diagnóstico
de osteoporose;
- Aumenta o risco de câncer de bexiga;
• Contraindicações:
- Insuficiência cardíaca classe funcional III e IV, insuficiência hepática e não utilizar em diálise.
● SULFONILUREIAS:
• Mecanismo de ação:
- PORTANTO, são mais usadas do Tto de DMT2 pois nessa patologia ainda há células B
funcionantes (diferente da DMT1).
OBS: Atuam independente da glicose → se a glicose está baixa ela irá continuar liberando insulina,
devido isso apresenta maior risco de hipoglicemia e ganho de peso (insulina é hormônio anabólico);
• Indicações e eficácia:
- HIPOGLICEMIA > principal efeito colateral das sulfonilureias > sendo mais frequente com
glibenclamida e clorpropamida.
- GANHO DE PESO > relacionado com aumento da insulinemia.
• Contraindicações:
- Também chamados gliptinas, atuam como inibidores competitivos reversíveis da DPP-4 (enzima
que rapidamente degrada o GLP-1 e o GIP)
• Nomes comerciais:
✴ Sitagliptina (Januvia): 50 - 100mg – 1 a 2x/dia;
✴Vildagliptina (Galvus): 50mg – 1x/dia;
✴Linagliptina (Trayenta): 5mg – 1x/dia;
✴Alogliptina (Nesina): 6,5mg - 12,5mg - 25mg – 1x/dia;
✴Saxagliptina (Onglyza): 2,5 - 5mg – 1x/dia.
• Mecanismo de ação:
- As gliptinas atuam estimulando o sistema das incretinas (GLP-1 e GIP) ao inibir seu metabolismo
pela DPP-4. COM ISSO > tem-se um aumento dos níveis circulantes do GLP-1 > leva a um
estímulo glicose-dependente da secreção de insulina pelas células β e inibição da secreção de
glucagon pelas células α pancreáticas > diminui hiperglicemia.
• Tolerabilidade:
- Bem toleradas
- não causam hipoglicemia significativa nem a reações adversas gastrintestinais.
- Efeito neutro no peso → não emagrece e não engorda;
• Efeitos colaterais:
- urticária, angioedema, probabilidade de pancreatite aguda (raro - apenas modelos animais) e
aumento de internações por insuficiência cardíaca (cuidar com o uso da saxagliptina em pacientes
com IC e idosos);
• Contraindicações:
contraindicadas para diabéticos tipo 1, gestantes, Lactantes, casos mais graves de IC.
● INIBIDORES DO SGLT2:
• Nomes comerciais:
✴ Dapaglifozina (Forxiga): 5 - 10mg – 1x/dia;
✴ Empaglifozina (Jardiance): 10 - 25mg – 1x/dia;
✴Canaglifozina (Invokana): 100 - 300mg – 1x/dia;
• Mecanismo de ação:
- SENDO ASSIM > As gliflozinas promovem redução glicêmica por meio da inibição do SGLT-2, o
que resulta em bloqueio da reabsorção renal de glicose no túbulo proximal e aumento de sua
excreção urinária. ALÉM DISSO, Pelo aumento da excreção renal de glicose, tais agentes
promovem ainda modesta redução de peso e, pelo efeito diurético, redução da volemia e da pressão
arterial.
• Eficácia:
- redução da GJ em 30mg/dl e HbA1c de 0,5-1,0%;
• Vantagens:
- redução de eventos cardiovasculares e mortalidade cardiovascular em pessoas com DM e
portadores de DCV, principalmente com a empaglifozina. A dapaglifozina reduziu internações por
IC, desfechos renais (melhora do clearance de creatinina) e pressão arterial;
- Redução de peso
• Efeitos colaterais:
- Aumento da propensão à infecção do trato geniturinário,
- Risco baixo de cetoacidose euglicêmica, devido a natriurese excessiva (Tomar cuidado com idosos
pelo risco de desidratação);
• Nomes comerciais:
• Mecanismo de ação:
3. retarda o esvaziamento gástrico > provoca saciedade e reduz o apetite > Permitem perda de peso.
4. melhora a sensibilidade periférica à insulina, com aumento da captação de glicose pelo músculo
esquelético e adipócitos.
• Vantagens:
- Permite perda de peso > A Liraglutida (Saxenda e Victoza) já é aprovada para uso em obesidade.
O uso se faz escalonado, aumentando a dose, e a posologia se dá por aplicação diária da caneta
(injeção);
- Redução da pressão arterial
- Aumenta proteção cardíaca.
- Raramente causa hipoglicemia.
• Efeitos colaterais:
- Gastrointestinais (náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal – pode associar um antiemético para
diminuir os efeitos);
- Hipoglicemia quando associados aos secretagogogos;
- Aumento discreto da frequência cardíaca e pancreatite (raro, com os injetáveis);
• Contraindicações:
- hipersensibilidade ao medicamento, carcinoma medular da tireóide (aumento de células C em
ratos - não descrito em humanos), pancreatite, uso simultâneo de inibidores da DPP-IV (ação
semelhante) e TFG<15ml/min/1,73m2.
» Fase 3: progressão da perda de secreção da insulina e já com perda de peso e/ou comorbidades
presentes.
▪︎ Associar aos agentes orais uma injeção de insulina de depósito antes de o paciente dormir
(insulinização oportuna).
▪︎ Receber uma, duas ou três aplicações de insulina NPH ou análogos de ação prolongada, em
acompanhamento de insulina prandial regular ou ultrarrápida (análogos) antes das refeições.
▪︎ Outras medicações podem ser mantidas em associação à insulina, como
incretinomiméticos e inibidores do SGLT2.
6.3.5. Insulinoterapia:
- A insulina é o agente mais potente para reduzir a glicemia.
- Em comparação aos fármacos orais, tem como inconveniente maior o fato de ser injetável, causar
mais hipoglicemia e ocasionar maior ganho de peso.
- Indicação de uso:
• TIPOS DE INSULINA:
1. Ultrarrápida (Asparte, Lispro, Glulisina): aplicar 15 min antes da refeição porque age +
rapidamente - forma picos insulínicos -
2. Rápida (Regular): aplicar 45 min antes da refeição porque demora + tempo p/ iniciar ação e p/
findar também (pico mais longo) - > chance
• ESQUEMAS DE UTILIZAÇÃO:
- Adição de insulina basal (NPH ao deitar ou análogos) em dose única diária, com manutenção dos
antidiabéticos orais. Aplicação deve ser feita durante a noite, na hora de dormir (bedtime).
- Indicação: controle glicêmico inadequado com a combinação de medicamentos orais e agonistas
do GLP-1RA injetáveis
‣ Uso preferencialmente próximo às 22h por conta do pico de ação ser de 6 a 8h após aplicação e
depois há a redução, se mantendo até 12 a 16h dentro do organismo > Caso aplicação seja antes do
horário recomendado, o pico de ação será na madrugada e paciente pode ter hipoglicemia;
‣ Orientar sempre a medir a GJ de manhã → caso a glicemia permaneça acima da meta glicêmica,
orientar o aumento de 2 unidades a cada 3 dias.
✴Esquema basal-bolus:
- Insulinoterapia intensiva. Administração da insulina basal (NPH ou Detemir 2 vezes/dia ou
análogos de longa ação 1 vez/dia), associada a injeções pré-prandiais de INS-R ou, de preferência,
de análogos de ação ultrarrápida.
- Essa abordagem possibilita um controle glicêmico melhor, mas tem como principais
inconvenientes a necessidade de múltiplas injeções diárias e um risco maior para hipoglicemias.
6.3.6. Metas Terapêuticas:
7. COMPLICAÇÕES DMT2:
7.1. FISIOPATOLOGIA:
- mecanismos patogênicos das lesões retinianas, glomerulares e neurais > são os mesmos > geram
alterações diferentes dependendo do local de acometimento.
1. glicosilação não enzimá-tica irreversível de fatores proteicos plasmáticos e teciduais > produtos
finais de glicosilação avançada > GERALMENTE > ligam-se ao colágeno dos vasos, contribuindo
para a lesão endotelial da microvasculatura, levando à fragilidade capilar e à obstrução
microvascular, pela formação de microtrombos.
2. ALDOSE REDUTASE > converte a glicose em sorbitol no interior das células > ACÚMULO DE
SORBITOL (diabetes) > aumento da osmolaridade celular, fazendo a célula inchar + depleção do
mioinositol celular, substância importante para o seu metabolismo e função > leva a morte celualr
(causa dano neural, principalmente neurônios periféricos > leva a neuropatia periférica > alteração
da sensibilidade de MMII e SS).
- A nefropatia diabética (ND) é uma complicação crônica do diabetes que afeta 20% a 30% das
pessoas com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) ou DM2, sendo responsável por aproximadamente
metade dos novos casos de insuficiência renal nos indivíduos em diálise e tendo sido associada a
aumento significativo da mortalidade, principalmente cardiovascular.
• NEUROPATIA DIABÉTICA:
- Acometimento das fibras nervosas periféricas > gera neuropatia periférica > SINAIS E
SINTOMAS SÃO > parestesia, dor (queimação, pontada, choque ou agulhada) em pernas e pés,
diminuição ou perda da sensibilidade tátil (fibras grossas), térmica ou dolorosa (fibras finas),
fraqueza e perda da motricidade distal, úlceras nos pés > GERA O PÉ DIABÉTICO
(COMPLICAÇÃO MACRO).
• MIOCARDIOPATIA (PRINCIPAL):
- Miocardiopatia diabética > resulta de diversos fatores > aterosclerose epicárdica hipertensão e
hipertrofia de ventrículo esquerdo + disfunção endotelial e autonômica + obesidade + distúrbios
metabólicos > pacientes evoluem com insuficiência cardíaca decorrente da alteração da função
sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo e até IAM.