Você está na página 1de 131

FISIOPATOLOGIA E

DIETOTERAPIA

DA DIABETES MELLITUS
Prof.(a) Ms.(a). Jaqueline Moreira
E-mail: jaquemoreira@unar.edu.br

ARARAS/SP
SETEMBRO/2021
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

O PÂNCREAS ENDÓCRINO
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

REGULAÇÃO DA GLICEMIA
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

REGULAÇÃO DA GLICEMIA
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

EFEITOS DA INSULINA NO ESTADO ALIMENTADO


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

EFEITOS DO GLUCAGON NO ESTADO DE JEJUM


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

MECANISMO SECREÇÃO DA INSULINA


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS

DM 1 DM 2

Hiperglicemia

Outros tipos DM DM Gestacional


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS

▪ De acordo com os indicadores da OMS, o mundo já vive uma epidemia de


diabetes.
▪ Em 1985, a doença atingia aproximadamente 30 milhões de pessoas. O
número aumentou para 135 milhões em 1995 e para 177 milhões em 2000.
▪ A entidade estima que a prevalência do diabetes deva alcançar 333 milhões
de pessoas em 2025. Segundo o trabalho, em 2030, o diabetes mellitus será a
segunda causa de morte na América Latina, enquanto a AIDS ocupará o quarto
lugar.
▪ Assim, o diabetes duplicará seu impacto e, em comparação aos 5% de
mortes que provoca atualmente, passará a causar 10% dos óbitos.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Percentual de adultos (≥18 anos) com diagnóstico referido para diabetes


segundo o sexo, em 26 capitais e Distrito Federal (Vigitel, 2019)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Percentual de adultos (≥18 anos) com diagnóstico referido para diabetes


segundo o sexo, em 26 capitais e Distrito Federal (Vigitel, 2019)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Percentual de adultos (≥18 anos) com diagnóstico médico referido de diabetes


segundo faixa etária, em 26 capitais brasileiras e Distrito Federal (Vigitel, 2019)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS TIPO 1

❖ Deficiência absoluta de insulina;


❖ Diabetes tipo 1 A (autoimune):
- forma mais comum: 5% a 10% casos de DM.
- presença de autoanticorpos: ICA, ISCA (GAD), IAA.
- propensos à cetose.
- vulneráveis à outras doenças autoimunes: doença de Graves,
tireoidite de Hashimoto, doença de Addison, vitiligo, anemia perniciosa.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS TIPO 1

❖Deficiência absoluta de insulina.


❖Diabetes tipo 1 B (idiopático):
✓ - etiologia desconhecida
✓ - propensos à cetose
✓ - graus variados de deficiência de insulina
✓ - ausência de autoimunidade
✓ - pouco comum
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS TIPO 1 - ETIOPATOGÊNESE

Genética x Ambiente

Processo autoimune

Destruição das células b

Deficiência de insulina
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS TIPO 2


- Resistência periférica à insulina associada à deficiência relativa ou absoluta de
insulina.
Características:

- 90% a 95% de diabetes não dependente de insulina.


- associado à obesidade→ resistência à insulina.
- excesso de gordura corporal (abdominal) → resistência à insulina.
- raramente ocorre cetoacidose.
- risco aumenta com envelhecimento e sedentarismo.
- - mulheres com história de diabetes gestacional.
- - indivíduos com HAS e dislipidemias.
- - frequência varia em diferentes grupos étnicos/raciais
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS TIPO 2 - ETIOPATOGÊNESE

Pâncreas
SECREÇÃO DEFICIENTE
DE INSULINA
Captação de glicose e
síntese de glicogênio
Hiperglicemia diminuídas

Fígado
Lipólise aumentada
Tecido adiposo Músculo
Produção hepática
de glicose aumentada

RESISTÊNCIA À INSULINA
Adaptado de De Fronzo. Diabetes 1988
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Cinética de secreção de insulina no diabetes mellitus


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG)

❖“Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é definido como qualquer nível


de intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia de
gravidade variável, com início ou diagnóstico durante a gestação, que
pode ou não persistir após o parto.”

(ADA, 2012)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Epidemiologia
❖Estudos populacionais das últimas décadas → prevalência de DMG varia de 1
a 37,7%, com uma média mundial de 16,2%.

❖Atualmente, estima-se que um em cada seis nascimentos ocorra em


mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação, sendo que
84% desses casos seriam decorrentes do DMG.

(HOD et al, 2015)


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Epidemiologia
❖ Estima-se que a prevalência de DMG no SUS seja de aproximadamente 18% →
critérios diagnósticos atualmente propostos na Literatura.

❖Embora resistência à insulina induzida pela gravidez e o DMG sejam geralmente


reversíveis após a gravidez → aproximadamente 30-50% das mulheres com
história de DMG desenvolvem diabetes tipo-2 em um período de cinco a dez
anos, especialmente se forem obesas.

(PORTH, 2010; VOET, 2013)


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Fatores de Risco
FATORES DE RISCO PARA HIPERGLICEMIA NA GESTAÇÃO
Idade materna avançada (aumento progressivo do risco com o aumentar da idade)

Sobrepeso/obesidade (IMC ≥ 25Kg/m²)

Antecedentes familiares de DM (primeiro grau)

Antecedentes pessoais de alterações metabólicas:


• HbA1c ≥ 5,7% (método HPLC) • Acantose nigricans
• SOP • Doença cardiovascular aterosclerótica
• Hipertrigliceridemia • Uso de medicamento hiperglicemiantes (ex:
• HAS corticoide)

Antecedentes obstétricos:
• 2 ou mais perdas gestacionais prévias • Macrossomia (RN anterior com peso ≥ 4kg)
• DMG • Óbito fetal/neonatal sem causa determinada
• Polidrâmnio • Malformação fetal

30
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Fisiopatologia

❖A glicose é uma molécula de grande importância para o feto e durante todo o


processo da gravidez.

❖ Uma importante adaptação metabólica materna é a redução na sensibilidade à


insulina.

❖ Essa adaptação ajuda a fornecer glicose em uma quantidade adequada para o


feto em desenvolvimento, permitindo simultaneamente o acúmulo de tecido adiposo
materno.

(VOET, 2013).
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

❖ A gestação se caracteriza um estado resistência à


insulina.

❖ Essa condição, aliada à intensa mudança nos


mecanismos de controle da glicemia, em função do
consumo de glicose pelo embrião e feto → pode
contribuir para ocorrência de alterações glicêmicas
favorecendo o desenvolvimento de DMG.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NA


GESTAÇÃO
❖ Influência do Hormônio Lactogênico Placentário:
▪ Começa a ser produzido na 12ª semana de gestação;
▪ Teores crescentes com o decorrer da gestação;
▪ Ação análoga ao GH;
▪ Forte antagonismo à ação da Insulina;
➢ Lipólise com liberação de ácidos graxos livres
• ↑resistência periférica à insulina.
❖ Além do HPL, a placenta produz cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina,
que inibem e diminuem a sensibilidade à insulina.

(PORTH, 2010).
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NA


GESTAÇÃO
❖Alterações Metabólicas:

▪ Resistência à ação periféria da Insulina (hormônios);

▪ Catabolismo acentuado → fornecimento de glicose e aminoácidos para o


concepto, requer:

➢Maior e mais rápida mobilização dos lipídios para fornecimento de energia


→ aumento da cetogênese;

➢Maior e mais rápido declínio da concentração de glicose e aminoácios;

➢Aumento da gliconeogênese hepática.


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

ALTERAÇÕES NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS NA


GESTAÇÃO
❖Alterações Metabólicas:

▪Anabolismo facilitado:

➢Elevação mais acentuada da glicemia materna → maior transferência


placentária de substâncias;

➢Maior conversão de glicose em triglicerídeos→ usados para fornecer energia


para o concepto na ausência de glicose;

➢Queda acentuada do nível de glucagon plasmático → facilita à ocorrência de


processos anabólicos (síntese de triglicerídeos e glicogênio).
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Alterações Maternas

❖1º TRIMESTRE: tendência à hipoglicemia com diminuição da necessidade


de insulina (jejum de 15 a 20 mg/dl mais baixos que não gestantes);

❖2º TRIMESTRE: rápida elevação das necessidades de insulina → tendência


à cetose e cetoacidose;
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Alterações Maternas
❖3º TRIMESTRE:
▪Início → rápida elevação das necessidades de insulina → tendência à cetose e
cetoacidose;
▪Próximo ao termo → estabilização do diabetes e tendência à hipoglicemia
(atenção para insuficiência placentária);

❖PUERPÉRIO: queda brusca da necessidade de insulina → redução abrupta


dos hormônios contrainsulínicos produzidos pela placenta.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Gestacionais

❖ABORTAMENTO: alterações metabólicas maternas → relação com os níveis


de hemoglobina glicada.
❖MORTES FETAIS TARDIAS: relação com a acidose metabólica fetal,
geralmente o óbito fetal súbito ocorre por volta de 35 semanas ou mais.
▪Hiperglicemia→ disfunção no transporte de O₂ e no metabolismo fetal.
❖ALTERAÇÕES DO VOLUME DE LÍQUIDO AMNIÓTICO: polidramnia (25%) →
↑diúrese fetal devido à hiperglicemia.
▪ILA >18 → relação com macrossomia fetal.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Fetais
Cardíacas:
❖ ANOMALIAS CONGÊNITAS:
▪ Transposição de grandes vasos
▪3 a 6 vezes maior que na população geral. ▪ Comunicação interventricular
▪ Coarctação da aorta
▪Hiperglicemia → efeito negativo na organogênese →
liberação de radicais livres → danos à vesícula vitelínica. Nervosas:
▪ Anencefalia ▪ Hidrocefalia
▪ ▪ Espinha bifída
Meningocele
Renais:
▪ Agenesia renal
Regressão caudal
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Fetais
❖DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO:

▪Macrossomia fetal:

➢Hiperglicemia → passagem transplacentária de glicose → estimula pâncreas


fetal saudável a produzir insulina → efeitos anabólicos → ↑ proteínas, lipídeos e
glicogêneo → aspecto característico do neonato.

➢Insulina → efeito semelhante ao GH → provoca crescimento e ganho de


peso excessivo → acúmulo de gorduras e visceromegalia.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Fetais
❖DISTÚRBIOS DO CRESCIMENTO:

▪Distócia de espáduas: deposição de gordura em tronco → dificuldade de


liberação do ombro no parto vaginal de feto em apresentação cefálica.

▪Crescimento intrauterino restrito: comprometimento de trocas placentárias.

▪Sofrimento fetal

▪Prematuridade: hiperdistensão uterina com o polidrâmnio, insuficiência


placentária, alterações metabólicas.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Neonatais

❖SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA: altos níveis de insulina fetal →


retardam o amadurecimento pulmonar → redução da produção de surfactante
pulmonar.

❖HIPOGLICEMIA NEONATAL: após nascimento→ interrupção do aporte


materno excessivo de glicose → a glicemia torna-se desproporcional aos níveis
de insulina → hipoglicemia se instala.

42
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Neonatais
❖HIPOCALCEMIA

❖HIPERBILIRRUBINEMIA

❖POLICITEMIA

❖RISCO DE DIABETES NA VIDA FUTURA: ocorrência do diabetes tipo 2 em


até 1/3 dos filhos de diabéticas até 17 anos de idade.

43
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS SECUNDÁRIO


❖Hipercortisolismo→ excesso de cortisol
❖Síndrome de Cushing → exposição crônica ao hipercortisolismo
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Pele

Hirsutismo

Pletora facial
Hipertricose
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Composição
corporal

Gordura abdominal e estrias Tronco e pescoço (“giba”)


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
❖ Metabolismo energético:

✓Intolerância à glicose: 30-60% dos pacientes

✓Diabetes: 25-50% dos pacientes


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E CÁLCIO

▪ Obesidade
▪ Hipertensão arterial
▪ Diabetes mellitus tipo 2
▪ Síndrome metabólica
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

VITAMINA D E CÁLCIO E A DIABETES MELLITUS

Deficiência de vitamina D

Alterações na síntese, secreção e ação da


insulina

Diabetes mellitus
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

DIAGNÓSTICO DA DIABETES MELLITUS


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DIABETES MELLITUS

Polidipsia Emagrecimento
Poliúria

Polifagia
Fraqueza
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Critérios Diagnósticos para Pré-Diabetes ou risco


aumentado de Diabetes Tipo 2
❖ Positividade de qualquer um dos parâmetros abaixo:

✓ Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl→ “glicemia de jejum alterada”


OU
✓ Glicemia 2 h após TTGO (75g) entre 140-199mg/dl → tolerância diminuída à glicose
OU
✓ HbA1c entre 5,7% e 6,4% → nova recomendação
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Critérios Diagnósticos para Diabetes Tipo 2

✓ Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl→ jejum definido como ausência de ingestão


calórica por pelo menos 8 horas.
OU
✓ Glicemia 2 h após TTGO (75g) ≥ 200 mg/dl → todos os indivíduos com glicemia
de jejum entre 100 e 125 mg/dl.
OU
✓ Glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dl → pacientes com sintomas clássicos ou em crise
hiperglicêmica.
OU
✓ HbA1c ≥ 6,5%
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE


Critérios Diagnósticos de Diabetes Tipo 2 em Crianças
Assintomáticas
Critérios:
✓ Sobrepeso (IMC no percentil 85 para idade e sexo ou peso/altura com percentual de
adequação de 120% do ideal).
Um ou dois dos seguintes fatores de risco:
✓História familiar de diabetes tipo 2 em parentes de 1º ou 2º graus.
✓Etnia/raça (americanos nativos, negros, latinos e asiáticos)
✓Sinais de resistência à insulina ou condições associadas (acantose nigricans, hipertensão
arterial, dislipidemia, síndrome de ovários policísticos ou baixo peso ao nascer para a idade
gestacional).
✓História materna de diabetes ou diabetes gestacional na gestação da criança.
Idade de início: aos 10 anos ou início da puberdade.
Frequência: a cada três anos
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

COMPLICAÇÕES AGUDAS
✓Crises hiperglicêmicas agudas

- Cetoacidose diabética (CAD)

- Estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH)

✓ Hipoglicemias
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Cetoacidose Diabética (CAD)

✓ Mais frequente em DM1, diabetes tipo 2 (estresse catabólico)


✓ Glicemia > 250mg/dl
✓Evolução rápida
✓Causada por infecções, insulinoterapia descontinuada ou inadequada, fármacos,
infarto do miocardio, AVC.
✓Cetose, cetonemia de branda a severa, acidose metabólica
✓Poliúria, polidipsia, emagrecimento, náuseas, vômitos, desidratação, dor abdominal
difusa, taquicardia, hiperpnéia e respiração de Kussmaul, hipotensão, fraqueza e
alterações mentais (estado de alerta a letargia profunda).
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH)

✓ Mais frequente em DM2, meia-idade e idosos


✓ Glicemia > 600mg/dl
✓Evolução lenta (dias a semanas)
✓Causada por infecções, insulinoterapia descontinuada ou inadequada,
fármacos, infarto do miocardio, AVC.
✓Hiperosmolaridade, desidratação grave
✓Cetose ou cetonemia leves ou ausentes
✓Poliúria, polidipsia, emagrecimento, desidratação, coma, taquicardia,
hipotensão.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

HIPOGLICEMIAS

✓Glicemia 60 mg/dl
✓ Glicemia de 50-55mg/dl → sintomas neuroglicopênicos, neurogênicos e
alterações cognitivas
✓Diabéticos tipo 1 e 2 → hipoglicemias iatrogênicas
- doses excessivas de insulina ou agentes secretagogos
- omissão de refeições ou lanches e jejum noturno
- consumo de álcool
- exercício físico
- aumento da sensibilidade à insulina
- depuração da insulina diminuída (insuficiência renal)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Patogênese das Hipoglicemias


❑ Diabetes tipo 1:
1. redução da secreção de insulina→ ausente
2. aumento da secreção de glucagon → ausente
3. aumento da produção de epinefrina→ prejudicada

❑ Diabetes tipo 2:
- Início: mecanismos homeostáticos intactos
- Avanço da doença:
1. resposta do glucagon à hipoglicemia → deficiente
2. limiar glicêmico para resposta autonômica→ reduzido
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
❖ Complicações crônicas:

Hiperglicemia
crônica

Glicação de
Compostos poliois
proteínas

Danos teciduais

Neuropatia
Retinopatia Neuropatia autonômica
Nefropatia periférica
Distúrbios
gastrintestinais,
Cegueira Falência renal Úlcera de pé, genitounirário,
amputações cardiovascular,
disfunções sexuais
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Resistência à Insulina e Complicações Crônicas

Resistência à insulina → hiperinsulinemia

✓Aumenta a síntese de VLDL e reduz HDL.


✓Aumenta o transporte de colesterol- músculo liso artérias.
✓Promove a expressão de genes envolvidos na inflamação.
✓É fator de crescimento
- aumenta síntese de colágeno.
- estimula a proliferação de células musculares lisas das artérias.
Síndrome Metabólica

✓Obesidade (especialmente visceral)


✓Intolerância à glicose (hiperglicemia de jejum, pós-prandial, DM2)
✓Dislipidemia (↑TG e LDL, ↓ HDL)
✓HAS
✓Disfunção endotelial
✓DCV aterosclerótica
✓Hiperinsulinemia
✓Resistência à insulina
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DMG


❖Há divergências em critérios diagnósticos e de rastreamento.
❖American Diabetes Association (ADA), não utiliza a recomendação da
glicemia de jejum (entre 92 e 125mg/dL) e permite o diagnóstico de DMG
apenas através do TOTG 75 g entre 24 e 28 semanas.
❖O MS, segundo o Manual Técnico de Gestação de Alto Risco do Ministério
da Saúde (2012), adota outros critérios para rastreamento e diagnóstico.
❖Em 2013, a OMS adotou, com ressalvas, os critérios propostos pela
International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups
(IADPSG).
Pelo MS (2012), GLICEMIA DE JEJUM na 1ª consulta pré natal:

< 85mg/dL e sem ≥ 85 e ≤ 125mg/dL


≥ 126mg/dL
fatores de risco e/ou fatores de risco

Glicemia de jejum entre TOTG 75g DMG

24 e 28 semanas 24-28 semanas confirmada

TOTG 75g –> 2 valores acima do normal = confirmada

Jejum até 95 / 1ªh até 180 / 2ªh até 155mg/dL


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Pela OMS (2013):

Diabetes pregresso desconhecido


(DM Tipo 2 diagnosticado na gestação)
• Diagnóstico na 1ª consulta de pré-natal
• Critérios:
a. Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dL.
b. Hemoglobina glicada ≥ 6,5%.
c. Glicemia ocasional ≥ 200 mg/dL.
Diabetes Gestacional
• Para qualquer IG
• Glicemia de jejum ≥ 92mg/dL e ≤ 125mg/dL
• TTG de 75g (teste preconizado entre 24 e 28 semanas):
≥ 92mg/dL no jejum
≥ 180mg/dL na 1ª hora
≥ 153mg/dL e ≤ 199mg/dL na 2ª hora
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS
Novas recomendações pela OPAS,
pelo MS e pela FEBRASGO (2017):

68
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Sociedade Brasileira de Diabetes (Diretrizes 2017-2018):


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Sociedade Brasileira de Diabetes (Diretrizes 2017-2018):


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

TRATAMENTO DA DIABETES MELLITUS


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus


❖Educação
❖ Planejamento alimentar
❖ Atividade física
❖ Monitorização (exames laboratoriais e domiciliar)
❖ Como proceder em emergências
❖ Medidas preventivas de complicações agudas e crônicas
❖Dieta
❖Insulinoterapia e/ou agentes orais
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus


Agentes Orais
Secretagogos Sulfoniluréias
Glinidas
Mimetizadores e análogos do GLP-1 e
Inibidores da DPP-4

Sensibilizantes Metformina fígado


Glitazonas músculo, adipócito, fígado.

Inibidores da a-glicosidase

Arcabose retarda a absorção de CHO


FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus

Insulina: Quando?
✓Diabéticos tipo 1.
✓Diabéticos tipo 2: diagnosticados recentemente com glicemias extremamente
elevadas; hiperglicemia persistente (>250 mg/dl); intolerantes à agentes orais;
cirurgias; portadores de doenças renal e hepática, alergias.
✓Grávidas
✓Diabético hospitalizado: a partir de glicemia de 180mg/dl persistente (ADA 2010)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus


❑Insulina:
Origem
✓Purificada de animais (bovina, porcina)
✓Humana (recombinante)
✓Análogos
❑Ação:

✓Ultra-rápida (análogos de curta duração)


✓Rápida (regular)
✓Intermediária (NPH, lenta)
✓Prolongada (ultra-lenta, análogos de longa duração)
✓Pré-misturadas (rápida+intermediária)
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus


❖ Perfil médio de ação das insulinas:
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus

Métodos de Administração

Caneta injetora

Injeção de Bomba de
Insulina Insulina
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Tratamento no Diabetes Mellitus

❖ Esquemas de insulinização:

▪ Convencional:
• Alimentação e atividade física estruturadas de acordo com a quantidade
de insulina.

▪ Intensivo:
• Quantidade de insulina se adequa à alimentação e atividade física.
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Métodos para Monitorar a Glicemia

Glicemia de Jejum Hemoglobina Glicada

Glicemia Pós-prandial Hb glicada Glicemia


(%) (mg/dl)
6 135
7 170
8 205
9 240
10 275
Auto monitoração domiciliar
11 310
12 345
FISIOPATOLOGIA DA DIABETES MELLITUS

Métodos para Monitorar a Glicemia


❖Níveis recomendados de Hb glicada:

✓Crianças e adolescentes:
❖Fase pré-puberal→ até 8%
❖Fase puberal→<8,5%
❖Fase final da puberdade → <7%
✓Adultos: <7%
✓Idosos: 8% ou mais (condições clínicas)
✓Gestantes:<6%
*>7%→ risco progressivo de complicações crônicas
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

OBJETIVOS

✓Atender as necessidades nutricionais individuais, considerando preferências


culturais, pessoais e o estilo de vida.
✓Favorecer mudanças em hábitos alimentares e de atividade física, que
reduzem a resistência à insulina e melhoram o estado metabólico.
✓Prevenir e tratar as complicações crônicas.
✓Prevenir e tratar as complicações agudas.
✓Atingir e manter o perfil metabólico ótimo.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Necessidades Energéticas

Eutrófico→ manter o peso corporal.


Obesos → perda de 5 a 10% peso.
-melhora glicemia
- reduz risco cardiovascular

Crianças e adolescentes:
- Atingir peso e estatura adequados para a idade.

SBD 2006 e ADA 2010


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Necessidades Energéticas
❖ Adultos:
✓ Sobrepeso e obeso I (IMC: 25,00-34,99 Kg/m2):
- 20-25 Kcal/Kg peso desejável

✓ Obesidade II e III (IMC: >35,00 Kg/m2):


- <20 Kcal/Kg peso desejável

✓ Eutróficos (IMC:18,5-24,9 Kg/m2):


- 25-35 Kcal/Kg peso

✓ Baixo peso (IMC:<18,5 Kg/m2):


- >35 Kcal/Kg

✓ Pacientes críticos:
- 20-25 Kcal/Kg peso (fase aguda)
ADA 2006; Gomes-da-Silva & Reis 2013
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Necessidades Energéticas
❖ Crianças entre 1-3 anos:
✓ 40 Kcal/2,5 cm comprimento

❖ Crianças e Adolescentes (Regra de Holiday):


✓ Até 10 Kg de peso corpóreo:
VET=100 Kcal/Kg peso corpóreo
✓ Peso corpóreo entre 10 Kg e 20 Kg:
VET=1000 Kcal + (Kg-10) x 50
✓ Peso corpóreo > 20 Kg:
VET= 1500 Kcal + (Kg – 20) x 20
*Acréscimo de 10 a 20% quando atividade física for intensa.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos
Quanto prescrever?

✓Glicemia
✓ Lipidemia
✓ Redução, manutenção ou ganho de peso corporal
✓ Tipo de diabetes
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Determinantes da Glicemia Pós-Prandial

✓ Quantidade de carboidrato ingerida.


✓ Variáveis intrínsecas ao alimento.
✓ Variáveis extrínsecas ao alimento.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Determinantes da Glicemia Pós-Prandial


❖Variáveis intrínsecas ao alimento:
✓Tipo de carboidrato (amilose x amilopectina)
✓Tipo de preparação (método e tempo de cocção)
✓Umidade
✓Grau de maturação
✓Grau de processamento
❖ Variáveis extrínsecas ao alimento:
✓Distribuição de macronutrientes da refeição
✓Glicemia de jejum ou pré-prandial
✓Disponibilidade de insulina
✓Grau de resistência à insulina
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos
50-60% do VET

Preferência:
Verduras
Legumes (fibras, vitaminas, minerais)

Frutas
Grãos integrais
Leguminosas
Dietas restritas em CHO (<130g/dia) → não recomendada.

SBD 2006 e ADA 2010


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos

Tipo de carboidrato:
Conduta tradicional

 Polissacarídeos X 
Dissacarídeos
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos

Crenças antigas:
- dissacarídeos→  abrupto da
glicemia
dexrina
polissacarídeos→ lento da
secretina/
enzimas glicemia
amilase pancreáticas
pancreática Pancreas
maltase

maltose
sacarase
Evidências atuais:
sacarose
lactase sacarose → glicemia = quantidade
lactose isocalóricas de amido
sacarose → 50% glicose + 50% frutose
glicose

Veia
✓- frutose
Porta
✓- galactose amido → 100% glicose
enterócito *Sacarose → até 10% do VET
SBD 2006 e ADA 2010
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos

A quantidade total de carboidratos é


frequentemente o determinante
mais importante da resposta
glicêmica, mas o tipo de carboidrato
também afeta essa resposta.

(ADA, 2009)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Adoçantes Artificiais

Adoçantes calóricos (4 Kcal/g) Adoçantes não calóricos


Aspartame (IDA: 40 mg/Kg) Sacarina (IDA: 2,5 mg/kg)
Sorbitol (IDA: 15 mg/Kg) Ciclamato (IDA: 11 mg/kg)
Manitol Acesulfame K (IDA: 15 mg/Kg)
Xilitol Stévia (IDA: 5,5 mg/Kg)
Frutose (não) Sucralose (IDA: 15 mg/Kg)

Nomes comerciais:
Ciclamato/Sacarina (Dietil, Sucaryl, Adocyl, Assugrin, Zerocal, Doce
menor®)
Aspartame (Finn, Gold, Aspasweet, Cristaldiet)
Sucralose (Linea, Splenda)
Acesulfame e Estévia
IDA→ Ingestão Diária Aceitável
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Adoçantes Artificiais

✓Frutose (adoçante): contra-indicado.


-  glicemia
-  TG

✓Frutose das frutas: sem contra-indicação.


- 3 a 4% do VET
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

“Diabéticos podem consumir produtos diet à vontade?


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Cuidado com os Alimentos Diet e Light


❖Light
✓Podem conter açúcar,
✓Quantidade menor de algum ingrediente.
Ex: Leite condensado light→ menos gordura, mas a mesma
quantidade de açúcar.

❖Diet
✓Um ingrediente é substituído por outro. Indicado para diabéticos.
Ex: Açúcar substituído por adoçante.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Índice Glicêmico dos Alimentos

❖DEFINIÇÃO: indica a rapidez com que o organismo transforma o alimento em


glicose. Todo carboidrato recebe um número correspondente a seu IG e quanto mais
alto o número, mais rapidamente ele é decomposto e transformado pelo organismo
em glicose.

❖Crenças

▪ Alimentos com  IG→  glicemia pós-prandial

▪ Alimentos com  IG →  glicemia pós-prandial


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Índice Glicêmico dos Alimentos


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Índice Glicêmico

Resposta glicêmica de indivíduos


Resposta glicêmica de
indivíduos normais após normais após ingestão 50 g de
ingestão 50 g de
glicose, sacarose ou frutose
carboidratos da batata e do
feijão
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fatores que interferem no Índice Glicêmico dos Alimentos

✓Frutose
✓Lactose
✓Gordura
✓Fibras
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Índice Glicêmico

Dieta com baixo índice glicêmico→ benefício modesto


Redução de 0,4% na Hb glicada

(ADA, 2009)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fibras

✓Dietas com ~50g de fibra/dia:


-  glicemia → DM1
-  glicemia, insulinemia e lipemia →DM2

✓ Barreiras para ingestão de 50g fibra/dia:


-  palatabilidade
- limita a escolha de alimentos
-  flatulência
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Qual a quantidade de fibras?


Recomendações atuais:
✓ 14g/1000 Kcal

Frutas, verduras,
legumes, cereais
integrais.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Tipo de Fibras
Especialmente as solúvies

✓Adsorvem água e formam gel.


✓Lentificam o esvaziamento gástrico→retardam a absorção de
glicose→  glicose pós-prandial.
✓Ligam-se à ácidos biliares e colesterol :  absorção → CT
✓Formam bolo fecal:
- facilitam ação normal da musculatura intestinal.
- favorecem fermentação por bactérias benéficas da
microbiota intestinal→  gliconeogênese e RI
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fibras Solúveis

Pectina
Frutas e vegetais em
geral (5-10% pectina) Frutas cítricas e maçãs (15-30% pectina)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fibras Solúveis
Farinha de aveia
Gomas
Leguminosa
s

Cevada
Linhaça
Goma guar
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fibras Solúveis
Mucilagens

Sementes de psyllium

A semente pequena, escura de cor


vermelho-marrom.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fibras Solúveis
b-glicanas

farelo > flocos > farinha de aveia Soja e feijão branco Trigo para
quibe

brócolis manga Grão de bico


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Carboidratos
❖ Situações Especiais:
✓ Pacientes críticos:
- 50% do VET (fórmula padrão NE)
- 33 a 40% do VET (fórmulas especializadas NE)
- 3 a 4g/Kg peso (NPT) – glicose

✓ Pacientes em pós-operatório:
✓ - dieta líquida e líquida restrita com ~200g/dia.
✓ - quantidade igual para refeições e lanches.
- evoluir dieta o mais rápido possível.
ADA 2008, Gomes-da-Silva & Reis 2013
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Quantidade de Lipídios
❑ Estado nutricional
❑ Fração alterada
✓ Eutróficos com lipemia normal:
- 25 a 30% do VET
✓ Eutróficos com lipidemia alterada:
- 25 a 35% do VET
✓ Obesos com lipidemia normal:
- 20 a 25% do VET
✓ Obesos com LDL-c elevado:
- 20 a 25% do VET
✓ Obesos com VLDL elevado:
- 35% do VET
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Lipídios

✓ Pacientes críticos:
- 25-30% VET
- ≤ 1,0g/Kg peso (perfil lipídico)
- NE fórmulas especializadas→ >40% do VET
- NPT: 0,11g/Kg peso/h (emulsões mistas)
- fase aguda (1º e 2º dia)→não usar lipídios

Gomes-da-Silva & Reis 2013


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Lipídios
✓Gordura saturada < 7% do VET.

✓ Ômega 3: igual ao da população normal.


- 2 a 3 porções de peixe/ semana→ 0,5g EPA/DHA/dia

✓Ingestão mínima de gordura trans.

✓Colesterol <200mg/dia

(ADA, 2009)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Por que não consumir gordura trans?

✓Aumenta o LDL
✓Diminui o HDL
✓Aumenta gordura abdominal
✓Provoca resistência à insulina
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Proteínas
❑ Necessidades de Proteínas:
- 15 a 20% VET

✓ Dietas > 20% proteína:

✓- curto prazo →  glicemia, insulinemia, apetite saciedade.

✓ - longo prazo → efeitos ingestão energética e saciedade ,


função renal desconhecidos.

✓ Dietas hiperprotéicas não recomendadas para perda de peso.


(ADA, 2009)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Proteínas
❑ Necessidades de Proteínas:

✓ Estágios iniciais da IRC (microalbuminúria):


- 0,8 a 1,0 g/Kg peso corpóreo

✓ Estágios tardios da IRC (macroalbuminúria):


- 0,8 g/Kg peso corpóreo

✓ Proteína vegetal → resultados inconclusivos.

(ADA, 2009)
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Proteínas
❑ Necessidades de Proteínas:

✓ Pacientes críticos:
- 1,0 g/Kg peso - catabolismo leve
- 1,2 a 1,5 g/Kg peso – catabolismo moderado
- 1,5 a 2,0 g/Kg peso – hipercatabólicos (função hepática e renal normal)
- >2,0 g/Kg peso – hemodiálise, queimaduras, fístulas (NE, NPT)

Gomes-da-Silva & Reis 2013


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Minerais e Vitaminas
❑ Minerais:
✓ Na+: de acordo com a pressão arterial.
✓ K+:  a menos que haja comprometimento renal.

consumo de temperos e ervas frescas


como cebola, alho, salsa, cebolinha,
coentro, hortelã, gengibre, manjericão.

Evitar: alimentos processados, embutidos, conservas (defumados, salgados, enlatados),


temperos industrializados e sopas prontas.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Minerais e Vitaminas

❑ Vitaminas:
✓ Vitaminas C, E, caroteno, cromo → não recomendada a suplementação.

❑ Quem se beneficia da suplementação de minerais e vitaminas?


✓ Indivíduos com dietas com muito baixas calorias.
✓ Vegetarianos estritos.
✓ Idosos, gestantes e lactantes.
✓ Indivíduos usando drogas que alteram o metabolismo de micronutrientes.
✓ Pacientes críticos.
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Líquidos

▪ - Oferta normal.
▪ - Limitar líquidos: doença renal.
▪ - Aumentar ingestão: desidratação.
▪ - Água pura ou mineral: sem restrição.
▪ - Refrigerantes “sem açúcar”: moderação.
▪ - Bebidas energéticas e líquidos isotônicos: não consumir.
▪ - Sucos naturais: verificar consumo de frutas.
▪ - Sucos artificiais “sem açúcar”: evitar .
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Álcool
❑ Evitar excesso de álcool
→ Aumento de triglicerídios
→ Esteatose hepática
→ Aumenta ácido úrico
→ Cetogênese e acidose metabólica
→Altera o estado mental
→Considerar as calorias: 7,1 Kcal/ Kg

Consumo moderado: 1 dose/dia (mulheres)


2 doses/dia (homens)
1 dose= 340 mL cerveja, 140 mL vinho, 42 mL bebida destilada.
ADA 2010
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Álcool

✓Consumo moderado com alimento→ efeito mínimo sobre glicemia e insulinemia.

✓Consumido com carboidratos→ aumenta a glicemia.

✓Consumo noturno→ hipoglicemia noturna e de jejum.


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

RECOMENDAÇÕES

Alimentos Industrializados

▪ Lipídios: AG saturados e trans


▪ Sódio
SBD 2006 e ADA 2010
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Fracionamento

❑ DM2:
✓ 6 refeições/dia→ controle metabólico

❑ DM1 com doses fixas de insulina:


✓ horário e número de refeições fixos.
✓carboidrato constante nas refeições.
✓insulina ação intermediária→ lanche, ceia
✓ insulina rápida desjejum→ colação
✓crianças e adolescentes→ colação + 2 lanches
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Resposta glicêmica ao exercício no DM1


✓ Controle do diabetes
✓ Glicemia e insulinemia no início do exercício
✓ Intensidade e duração do esforço
✓ Condicionamento anterior
✓ Ingestão de alimentos
✓ Glicemia>250mg/dl + cetonúria moderada ou elevada→ suspender
exercício, ↑insulina.

✓ Glicemia > 300mg/dl independente da cetonuria elevada→


suspender exercício, ↑insulina.

✓ Exercícios de alta intensidade→ hiperglicemia.


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Ajustes de Carboidratos ao Exercício

▪ Exercício planejado: redução da insulina.


▪ Exercício não planejado: ingestão adicional de carboidratos.
▪ Como determinar a ingestão adicional no exercício?
• Exercício de intensidade moderada (tênis, ciclismo, natação)→  utilização da
glicose em 2 a 3 mg. Kg-1. min-1 além dos requerimentos.

• Ex. Pessoa com 70Kg→ 10 a 15g glicose/h de atividade moderada


✓ Atividade intensa→ + carboidrato
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS
Ajustes de carboidratos ao exercício
(DM1 e DM2 usando insulina)

Atividade Glicemia Ajuste

Duração curta (≤30’), baixa < 100 mg/dl 10 a 15 g de carboidratos


intensidade (andar 800m,
ciclismo lento) > 100 mg/dl Não necessita carboidratos
Duração (30-60’) e < 100 mg/dl 30 a 45 g de carboidratos
intensidade moderadas 100-180 mg/dl 15 g de carboidratos
(tênis, natação, ciclismo 180-300 mg/dl* Não necessita carboidratos
rápido)
Duração longa (>1h), < 100 mg/dl 45 g de carboidratos
intensidade moderada 100-180 mg/dl 30-45 g de carboidratos
(futebol, jóquei, basquete, 180-300 mg/dl* 15 g de carboidratos
ciclismo extenuante)

* Possibilidade de suspender exercício.


DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações Agudas
❑ Hipoglicemia: 60 mg/dl:
▪ Diminui a secreção de insulina→ limiar de ~81mg/dl
▪ Aumento da secreção de epinefrina e glucagon → limiar de ~65 a 70mg/dl
▪ Sintomas neurogênicos e neuroglicopênicos→ limiar ~50 a 55mg/dl

Sonolência Tremores de Confusão, Perda


extremidades total da consciência,
Bocejamento
Coma.

dificuldade visão dupla


fraqueza, sensação de para raciocinar,
cansaço fome aguda mudança de sudorese
humor exagerada
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações agudas
❑ Conduta na hipoglicemia
❑ Casos leves: palpitações, tremores, sudorese e fome
▪ - Ingestão de 15 g de carboidratos (1/2 copo de suco de frutas ou de refrigerante não
dietético ou 1 copo de leite).
❑ Casos moderados: sonolência, cansaço, tontura, cefaleia, confusão mental,
transtorno de comportamento, visão turva
▪ - Dose adicional de 15 g além das 15g.
❑ Casos intensos: perda da consciência
▪ - Evitar administração oral de carboidratos.
▪ - Solução endovenosa de glicose.
▪ - Glucagon 1mg (SC ou IM).
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações agudas

❑ Hiperglicemia: jejum > 126mg/dl ou casual >200mg/dl

Poliúria Polidipsia Emagrecimento Polifagia


Fraqueza

✓ 150-200g de CHO/dia ou 45-50g a cada 3/4h:


-mantém a glicemia controlada
- evita cetose por inanição
DIETOTERAPIA DA DIABETES MELLITUS

Complicações agudas

Tratamento

1. Manter dieta habitual com alimentos de fácil digestão.


2. Aumentar líquidos.
3. Repor potássio (caldo carne, suco melão e laranja, água de coco).
4. Dieta fracionada (6 refeições)→ náuseas e vômitos.

Você também pode gostar