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MINI CURSO DE FÉRIAS

MINI CURSO DE FÉRIAS ABORDAGEM CLÍNICA


DO PACIENTE GERIÁTRICO
ABORDAGEM CLÍNICA
DO PACIENTE GERIÁTRICO

“DOC. Ci” - Dra. Cinthia P. Rosolem


CRMV 49.987/SP
(11)9.8333-3833
mv.cinthiarosolem@outlook.com
@vet.cirosolem
Médica Veterinária formada pela UAM

Esp. Em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família


Pós Graduanda em Clínica Médica de Pequenos Animais
Pós Graduanda em Emergências e Cuidados Intensivos
Pós Graduanda em Cinotecnia
Pós Graduanda em Dermatologia Veterinária

Docente de Boas Práticas de Manejo e Fabricação


Docente APH-K9

Apoio Veterinário em Em Operações


Med. Vet. Tática, de Desastres e Catástrofes
Med. Vet. Urgência e Intensivismo
Med. Vet. Autônoma domiciliar
Socorrista

DOC
Quando um animal é considerado idoso?

Gatos Cães
• Filhote: do nascimento até 1 ano de idade • Filhote: do nascimento até 1 ano de idade
• Jovem adulto: de 1 aos 6 anos de vida • Jovem adulto: de 1 aos 5 anos de vida
• Adulto maduro: dos 7 aos 10 anos de idade • Adulto maduro: dos 6 aos 10 anos de idade
• Sênior: 10 anos ou mais • Sênior: 8 a 10 anos ou mais

Dependendo do porte do animal!


Sinais de Envelhecimento nos Animais
• Pelos grisalhos
• Patas espessas
• Perda dentária
• Dificuldade de movimentação
• Dificuldade de enxergar
• Alterações auditiva e visão
• Alterações comportamentais
• Alteração de hábitos de higiene
• Alteração do padrão de sono-vigília
Alterações Fisiológicas e
Comportamentais do Paciente Geriatra
“A consulta do paciente geriátrico deveria ser um ato de medicina
preventiva para manter um correto estado de saúde, para prolongar a vida
mediante diagnósticos precoces, para tratamento preventivo de
enfermidades e para melhorar condições de higiene, ambiente e nutrição”
“Geriatria Canina e Felina” - Salvador Cervantes Sala
Proteína p66shc;
Tem a função de apoptose de células
envelhecidas
O envelhecimento? Radicais livres;
Ocasionados por situações de estresse
Há diversos achados nos últimos 30 anos que oxidativo ou estímulos nocivos,
apontam sobre o envelhecimento, porém temos acumulam-se no interior celular e
3 que são considerados os mais importantes; acabam estimulando a apoptose

Mutação na mitocôndria;
Ocorrem mutações no genoma
mitocondrial causado por um constante
ataque de radicais livres, esse processo
causa uma perda da capacidade
regeneradora e redução da síntese de
ATP, induzindo a perda
A
Sistema digestório
Consulta
Sistema nervoso-locomotor
• apetite e deglutição; • convulsões ou alterações de comportamento;
• emese e regurgitação; • postura e marcha;
• defecação e fezes; • possibilidade de intoxicação.
• ingestão de água. Peles e anexos
Sistema cardio-respiratório • pele;
• respiração; • orelha;
• tosse/espirro; • unha.

• secreção nasal e/ou ocular; Manejo

• intolerância ao exercício; • presença de ectoparasitas;

• aumento de volume. • ambiente;


• dieta;
Sistema gênito-urinário
• banhos;
• micção;
• vacinação;
• fêmeas;
• contactantes;
• machos.
• antecedentes mórbidos
Paciência é um
Super Poder!
O Manejo
• Evitar contato brusco
• Buscar sempre um toque calmo e delicado
• Evitar sons altos
• Utilizar um tom de voz ameno
• Paciência durante palpação
• Não devemos descartar dores, cuidado com manipulação (colocar
sobre a mesa, contenção para coletas)
• Cuidado com mordidas por reflexo
Alterações Comportamentais
Intolerância a manipulação
Intolerância a filhotes ou cães jovens
Agressividade
Reatividade (luta ou fuga)
Reações a cheiros, sons, toques, aproximação
Enriquecimento ambiental
Meta:
Exercitar o corpo de forma leve
Exercitar o cérebro
Gerar uma distração

Como?
• Sensorial = estimulo de todos os sentidos!
• Cognitivo = solução de problemas
• Físico = exercitar o corpo
• Social = interação entre indivíduos, espécies, ambientes
• Alimentar = “trabalhar” ou “se exercitar” pra receber a alimentação
Animal obeso
• Porque esse animal tem obesidade?
• Tutor oferta qual ração?
• Tutor oferta alimentos humanos?
• A ração é linha sênior?
• É obesidade ou líquido?
• Tutor oferta quanto de ração?
• Há exercícios?
Porque Ração Sênior?
Grãos mais aerados facilitando a mastigação
Contém componentes como condroitina e glucosamina (saúde das articulações)
Rica antioxidantes
Nível energético mais baixo
Doenças Neurológicas
Sindrome da Disfunção Cognitiva Canina
Síndrome Vestibular Central
Síndrome Vestibular Periférica
Mielopatia degenerativa
AVC – Acidente Vascular Cerebral
Convulsão
Epilepsia
Síndrome do Tremor Responsiva aos Corticosteroides
Tetraparesia/Tetraplegia
SDCC – Síndrome de Disfunção Cognitiva
Canina
É uma síndrome neurodegenerativa crônica e progressiva, que acomete idosos e acarreta alterações
principalmente em sistema nervoso, ocasionando sinais clínicos em sua maioria comportamentais.

Sintomas;
•Desorientação
•Vagar pela casa sem rumo
•Parecer perdido dentro casa
•Olhares fixos no espaço, paredes, móveis...
•Dificuldade em encontrar coisas que encontrava facilmente antes
•Não reconhece pessoas
•Não responde quando chamado
•Parece esquecer pelo qual foi a um cômodo A SDCC acomete;
•Pouco solicita atenção do tutor
•Cumprimentos menos entusiástico 48% dos cães a partir de 8 anos
•Dormir demais 62% dos cães entre 11 e 16 anos
•Redução de atividade Praticamente 100% dos cães acima de 16 anos
•Perda de costumes (esquece aonde defecar ou urinar)
SDCC – Síndrome de Disfunção Cognitiva
Canina
Diagnóstico: Tratamento:
Se baseia na exclusão de outras doenças que • Selegilina 0,5-1,0mg/kg VO SID pela manhã
causem alteração comportamental como dores, (apresenta resultados rápidos)
encefalopatias, hipotireoidismo, neoplasias • Caso a atividade predominante for a ansiedade
intracranianas e AVCs
podemos usar inibidores seletivos da receptação
Exames detalhados: de serotonina como Fluoxetina ou Sertralina
• Hemograma (necessário desmame)
• Para o distúrbio dono x vigília podemos utilizar
• Bioquímico sérico
Melatonina ou ansiolíticos como Diazepan
• Urinálise
• Nutrição que aumente a quantidade de
• Dosagens hormonais (T4 supressão com antioxidantes, Ração Hill’s Science Diet b/d
dexametasona) (brain diet) que possui em sua formulação
• Radiografias de tórax, abdômen e tireóide ômega 3, L-Carnitina, antioxidantes e vitaminas)
• Modificações ambientais, como o uso de
• Ultrassonografia de tórax, abdômen e tireóide
rampas, alimentação ou premiações dentro de
caixas para estimular o cérebro
Síndrome Vestibular Central
A síndrome vestibular é definida na literatura de Delahunta e Glass (2009), como conjunto de sinais clínicos
em conjunto a uma doença do sistema vestibular, sendo o principal sistema sensorial responsável pela
manutenção do equilíbrio e pela orientação normal do corpo.
Podendo ter algumas causas como:
• Deficiência de tiamina (vitamina B1) que causa uma degeneração comum em gatos que são alimentados
apenas com peixe cru e cães que comem produtos industrializados. Tem como sintomas a inapetência,
perda de peso, vômitos e diarreias, quadro evolui para ataxia, convulsões e ventroflexão do pescoço.
Diagnóstico feito baseado em sinais clínicos e resposta a reposição de B1
• Doença Cerebrovascular (extremamente rara)
• Intoxicação por Metronidazol
• Meningoencefalites inflamatórias
• Neoplasias
• Traumas cranioencefálicos
Síndrome Vestibular Central
Diagnóstico: Tratamento:
Associação entre história clínica, exames físicos Não há tratamento específico
e laboratoriais.
Depende da causa da síndrome

Exames:
• Hemograma
• Análise de líquor
• Radiografia da cabeça
• Tomografia Computadorizada
• Ressonância Magnética
• Otoscopia
Síndrome Vestibular Periférica
Sintomas;
• Head Tilt para o lado da lesão
• Ataxia
• Andar em círculos
• Estrabismo posicional Nistagmo horizontal Nistagmo rotatório
• Nistagmo horizontal ou rotatório
• Síndrome de Horner (miose, ptose palpebral e enoftalmia)
• Nível de consciência normal

Otite Média Interna


Causa mais comum de síndrome vestibular periférica
Predisposição em animais que apresentam tendência a otite média e interna Estrabismo posicional
Pode ser causada por infecções bacterianas ou fúngicas, parasitas, corpos estranhos, pólipos
Poe ser aguda ou crônica

Diagnóstico: Presença de dor em bula timpânica, presença de fístula, em raio-x lauda-se otite interna
Tratamento feito com antibióticoterapia sistêmica e tópica, além de antinflamatórios e controle de dor.
Mielopatia Degenerativa
Uma doença neurológia progressiva e degenerativa que atinge a medula espinhal dos cães
Causa desconhecida, sabe-se apenas que os pacientes acometidos são portadores de uma mutação no gene
SOD1, a mutação gera problemas nas transmissões de informações do cérebro para os nervos responsáveis
pela movimentação
Há cuidados que podem ser tomados para prevenir, porém se o animal for portador do gene não haverá
muito o que ser feito
Raças pré-dispostas; Pastor-alemão, Husky-siberiano, Golden-retriever, Boxer, Pug, Corgi, Poodle, entre outras

Sintomas;
• Dificuldade de caminhar
• Falta de coordenação
• Andar cambaleante
• Andar arrastando as patas
• Fraqueza muscular

Diagnóstico indisponível pois precisa avaliar a presença do Gene


Tratamento sintomático
AVC – Acidente Vascular Cerebral
Dano causado ao cérebro devido a interrupção do fornecimento de sangue.
Infarto hemorrágico ocorrem pela ruptura espontânea de vasos devido doenças infecciosas
como riquétsias, neoplasias cerebrais, vasculites necrotizantes e coagulopatia.
Infartos insquêmicos podem ocorrer por formação de trombos sépticos, endocardioses,
septicemias, vasculites, meningoencefalites, êmbolos de ar, gordura, neoplasias, migração larval

Sintomas;
• Déficits assistemétricos
• Andar compulsivo em círculos
• Cegueira central colateral
• Ataxia
• Déficits proprioceptivos
• Convulsões
AVC – Acidente Vascular Cerebral
Diagnóstico: Tratamento:
Diferenciar afecções traumáticas metabólicas, Não há tratamento específico
neoplásicas, infecciosas, inflamatórias e tóxicas
Depende da causa da síndrome
Exames:
• Hemograma
• Bioquímico
• Caso PAS aumentada entra-se com Inibidores da ECA
• Urinálise
ou bloqueadores de canal de cálcio
• Perfil coagulação
• Aferição de pressão arterial • Casos de hipotensão indica-se fluidoterapia com
• Coprocultura coloides ou salinas
• Testes hormonais • Casos de edema cerebral recomenda-se diuréticos
• Tomografia
osmóticos
• Ressonância Magnética (RM)
• Análise de líquido cerebroespinhal (LCE) é • Não recomenda-se o uso de neuroprotetores,
inespecífica, mas importante pra excluir outras trombolíticos e glicocorticoides
causas • Craniotomia para remoção de coágulos apenas em
• Caso de aumento de PIC a colheita é pacientes que apresentam piora progressiva do
contraindicada quadro neurológico, desde que não haja
coagulopaticas
Convulsão
É sintoma!
Importante descobrir a causa!
Evento súbito de etiologia extracraniana ou intracraniana, com variação de intensidade dos sinais.
Classificações:
 Generalizada: Originada de ambos hemisférios cerebrais causando sinais simétricos
 Focalizada Parcial: Alteração no córtex cerebral, observa-se movimentos em face unilateral ou contralateral.
Variações diversas de acordo com a área do córtex afetada:
• unilateral da face ou membros
• Área occiipitotemporal: alucinações
• Área parietal: lamber ou morder partes do corpo
• Área temporal, piriforme ou límbica: sonolência, agressão, gritos, latidos e sialorréia
• Área límbica ou hipotalâmica: micção, defecação, salivação, midríase, vômito e diarréia
• Focalizada
Área motora (córtex cerebral do lobo frontal): movimentos de mastigação, pedalagem, contração de face
(simples ou complexa) com generalização secundária: Animal apresenta uma focalizada e se torna
generalizada.

Controles feito com anticonvulsivante e antinflamatórios


Buscar causa base
Epilepsia
É doença!
Caracterizada por crises recidivantes de origem intracraniana.
Acomete cerca de 0,5-5,7% da população canina
Raças mais acometidas são: Pastor Alemão, São Bernardo, Collie, Setter, Labrador, Golden
Retriever, Husky, Poodle e Beagles
Podendo acometer cães e gatos de qualquer idade ou raça
Início ocorre entre 1-5 anos de vida
Geralmente período interictal é de cerca de mais de 4 semanas
Diagnóstico feito via anamnese
Tratamento feito com agentes anticonvulsivantes como Fenobarbital, Brometo de
potássio. Sendo contraindicado o uso de primidona, ácido valproico e carbamazepina
Extracerebral ou Reativas Cerebral
Endógenas Exógenas Primárias ou Secundárias ou Lesão
Idiopáticas Estrutural
• Hipoglicemia • Intoxicações: Epilepsia • Encefalites
• Encelopatia hepática • Organofosforado/ Verdadeira infecciosas e
• Encefalopatia urêmica • Carbamato inflamatórias
• Hiperlipidemia • Plantas • Hidrocefalia
• Policitemia • Clorados • Neoplasias
• Alterações eletrolíticas • Chumbo • Trauma craniano
• Hipóxia • Micotoxinas • Malformações
• Hiperosmolar • Alterações
• Hipocalcemia vasculares
• Deficiência de
tiamina
• Doença lisossomal
Síndrome do Tremor Responsiva aos Corticosteroides
Um tipo de Meningoencefalite
Animais que tomam corticoides por toda a vida e o mesmo é retirado bruscamente, sem
desmame
Cães mais afetados são os de pelame claro, porém qualquer idade pode ser afetada

Sintoma;
• Tremores

Diagnóstico feito via eliminação de demais doenças e histórico de corticoides


Tratamento via feito uso de corticoides (prednisona) durante 6-12 semanas e retirada
gradativa
Prognóstico é excelente
Tetraparesia/Tetraplegia
Tetraparesia Tetraplegia
Capacidade parcial de realizar movimento Incapacidade total de realizar movimento
voluntário dos membros voluntário dos membros

Diagnóstico:
Diferenciais para doenças de medula espinhal, cervicotorácicas, polineuropatias, entre outros.
Botulismo também é um diagnóstico diferencial a ser pensado
Presença de protozoários

Trata-se sintomatologia e busca causa base


Orodentais
Complexo Gengivite-Estomatite-Faringite Felino
Doença Periodontal
Complexo Gengivite-Estomatite-Faringite Felino
Apresentam lesões do tipo úlcero-proliferativo na mucosa oral.
É uma doença de etiologia não completamente elucidada
Multifatorial
Acredita-se que gatos acometidos apresentam pré-disposição genética,
produzindo uma resposta imunológica exacerbada e com isso inflamação local
Agentes virais (calicivírus, herpesvírus e vírus da imunodeficiência felina),
bacteriano (Bacteroides spp., Peptostreptococcus spp.,
Fusobacterium spp., Actinobacillus actinomycetemcomitans e algumas
espiroquetas), agentes alimentares (proteína da dieta) e estresse podem estar
relacionados com o acometimento da doença.
Raças que apresentam maior predisposição: Siamês, Abissíno, Persa, Himalaia
e Birmanês

Sintomas;
• Dor oral
• Presença de inflamação em gengivas
• Odor forte
• Redução de apetite

Diagnóstico via anamnese


Doença Periodontal
Inflamação dos tecidos que suportam a dentição causada
pelo acúmulo de placas bacterianas na dentição

Sintomas;
• Presença de placas escurecidas encima dos dentes
• Hálito forte Posso escovar os dentes
• Sangramentos gengivais dos meus animais?
• Infecções secundárias
• Se não tratado pode avançar para um quadro
cardiológico

Tratamento via tartarectomia e preservação com


escovação dentária
Nefrologia e Urologia
Cistite Idiopática Felina
DTUIF (Doenças do Trato Urinário Inferior dos Felinos) – Não Obstruídos
DTUIF (Doenças do Trato Urinário Inferior dos Felinos) - Obstrução
DRC – Cães e Gatos
Glomerulonefrite
Hidronefrose
Incontinência Urinária
ITUI – Infecção do Trato Urinário Inferior
IRA – Injúria Renal Aguda
IRC – Insuficiência Renal Crônica
Infecção do Trato Urinário Superior - Pielonefrite
Urolitíase
Cistite Idiopática Felina
Inflamação das vias urinárias inferiores em que se desconhece a razão
Pode ser desencadeada por estresse, imunossupressão, alterações na rotina e ambientes, entre outros

Sintomas;
• Micção em locais inadequados
• Hematúria
• Polaquiúria
• Redução do apetite
• Excessiva lambedura em região de pênis
• Em palpação nota-se a bexiga reduzida e dolorida

Diagnóstico:
Baseia-se em exclusão de demais causas de inflamação das vias urinárias inferiores como urolitíase, neoplasia,
entre outros
Em urinálise apresenta cristalúria e piúria (pús na urina) sem presença de bactérias, além de urocultura negativa
Radiografia e ultrassom apresentam parede vesical expressada
DTUIF (Doenças do Trato Urinário Inferior dos Felinos)
Não Obstruídos
Diferente dos cães que os agentes normalmente são bacterianos associados, ou não a urolitíase
Maior risco em animais acima de 12 anos com quadro de obesidade

Em felinos dividimos em 2 tipos


 Decorrente de processo inflamatório sem agente causador (“Cistite idiopática”)
 Decorrente de agentes infecciosos (bacterianos ou virais), traumas, neoplasias de bexiga e uretra

Diagnóstico:
Alterações bioquímicas ou hematológicas aparecem somente em animais com obstrução ou o agente
causador gerando resposta sistêmica concomitante
Urinálise e cultura são importantes para diferenciar de cistite bacteriana
Radiografia e ultrassonografia são essenciais para investigar urólitos, neoplasia e anormalidades estruturais

Tratamento vide sintomatologia


DTUIF (Doenças do Trato Urinário Inferior dos Felinos)
Obstruídos
Complicação vinda dos não obstruídos
Maior tendência em gatos machos, castrados, obesos e confinados
Deve ser tratado como emergência

Sintomas;
• Disúria
• Hematúria
• Vocalização
• Letargia
• Dor
• Agressividade
• Tentativas de urinar

Diagnóstico feito via palpação, bexiga repleta, dolorida e presença de desidratação


Em ECG nota-se ausência da onda P e aumento da onda T, além de bradicardia, causada pela hipocalemia
Valores aumentados de creatinina e uréia (azotemia pós renal)

Tratamento baseia-se no controle da hipercalemia e desobstrução do animal


Após a desobstrução deve-se regular a dieta do animal para que não retorne a obstruir
Caso não seja possível a desobstrução ou tornem-se recorrentes recomenda-se a Uretrostomia Perineal
DRC – Doença Renal Crônica em Cães e
Gatos
Consequência de uma gama de afecções que resultam na perda irreversível e progressiva das
funções renais

Sintomas;
• Poliúria
• Polidipsia
• Anorexia
• Vômito
• Perda de peso
• Diarréias
• Noctúria
• Cegueira aguda
• Fraqueza muscular

Diagnóstico:
Em caráter crônico, estágio 1 em urinálise nota-se densidade urinária em <1,020
Estágio 2 ao 4 nota-se aumento sérico de creatina, uréia, fósforo e acidose metabólica. Bicarbonato
e Cálcio razoavelmente baixos. Anemia
Exames de imagem evidenciam rins pequenos e córtices renais difusamente ecodensos com perda
de limites corticomedulares
DRC – Doença Renal Crônica em Cães e
Gatos
Tratamento:
Cada paciente deve ser encarado como um paciente único, tratado e monitorado.

Nutrição;
• Restrição exagerada de sódio e proteínas
• Dietas com restrição de fósforo e alta digestibilidade
• Pacientes em estágio 4 ou crise urêmica devem ser estimulados a se alimentar com pastas palatáveis e em
pequenas quantidades durante o dia
• Pacientes estáveis, porém hiporêmicos devemos adicionar água morna ou caldos na ração
• Caso houver ulceração oral, realizar higienização
Antieméticos; em caso de quadros de vômito constante (metoclopramida)
Redução da secreção gástrica; Omeprazol
Fluidoterapia; podendo ser feita por via subcutânea para correção da desidratação com ringer lactato + vitaminas
do complexo B
Controle da hiperfosfatemia; devemos manter as quatidas de fósforo abaixo de 4,5-6md/dl nos estágios 2 a 4,
encoraja-se o uso de quelantes de fósforo como hidróxido de alumínio
Glomerulonefrite
Doença que leva a um grau de destruição ou alteração dos glomérulos renais
Uma das principais doenças que evolui para DRC
Sintomas;
•Dor abdominal
•Poliúria
•Polidipsia
•Halitose
•Prostração
•Urina menos concentrada
•Sinais neurológicos
•Êmese
•Hipertensão
•Emagrecimento
•Perda de massa muscular
•Letargia
•Pelagem opaca

Diagnóstico pode ser feito via ultrassom


Proteinúria resistente em urinálise
Microalbuminúria associada ao sedimento urinário sem sinais de hemorragia ou piúria
Em alguns casos há presença de cilindros hialinos

Tratamento com foco em eliminar a causa base


Hidronefrose
Dilatação da pelve e dos cálices renais e geralmente está associada às alterações do fluxo urinário, onde há um
impedimento do fluxo normal de urina.
Na grande maioria é causada por cálculos uretrais que resultam em obstruções parciais ou totais, também pode ocorrer
secundariamente às neoplasias, estenoses, altas cargas parasitárias ou causas congênitas.
Podendo ser uni ou bilateral e pode acometer animais de qualquer idade e sexo.

Sintomas;
• Aumento de volume abdominal
• Pirexia
• Apatia
• Anorexia ou hiporexia
• Hematúria
• Diúria
• Anúria
• Sinais neurológicos
Diagnóstico: O US dilatação da pelve e afinamento do parênquima renal
Tratamento suporte, investigar e tratar causa base
Correção hidroeletrolítica
Casos de neoplasias e perda de função renal, a nefrectomia pode ser recomendada.
Incontinência Urinária
“Passagem involuntária da urina pela uretra, sendo a causa de origem:
- Neurológica
- Bexiga
- Uretra”

Diagnóstico é feito baseado na anamnese;


1. Quando iniciou?
2. Foi pós procedimento cirúrgico?
3. É castrado? Foi castrado com quanto tempo?
4. Quando ocorre?
5. Existe polidipsia?
+ exame neurológico
Urinálise e cultura bacterinana
Ultrassonografia

Tratamento feito baseado na causa base, sendo o mais comum IMEU (frouxidão de esfíncter)
Medicamentoso: Alfa-adrenérgicos + estrogênio + análogos do GnRH
Caso haja insucesso: Procedimento cirúrgico
Atualmente em casos de IMEU Refratária é feita a aplicação de colágeno na submucosa da uretra via cistoscopia
ITUI – Infecção do Trato Urinário Inferior
Em cães uma das doenças mais comuns em idosos
Gatos apresentam em sua maioria secundária a outras enfermidades
Classificada em
1.Não complicada: não apresenta anormalidades anatômicas, neurológicas, funcionais
2.Complicada: a afecção ocorre secundariamente a afecções identificáveis (urólitos, alterações neurológicas...)

Sintomas;
• Bexiga pequena e dolorida

Diagnóstico via urinálise, nota-se presença de hematúria, leucocitúria, aumento de células de transição e bacteriúria
Urocultura quantitativa e qualitativa + antibiograma
Descartar possíveis doenças

Tratamento via antibióticoterapia + antinflamatórios


Deve ser refeita a cultura após finalizar tratamento
IRA – Injúria Renal Aguda
Queda abrupta da função renal, porém com carácter potencialmente reversível
Geralmente causada por injúria isquêmica (anestesia prolongada...), toxinas ou doenças sistêmicas

Sintomas;
• Letargia
• Anorexia
• Vômitos
• Diarréia
• Desidratação
• Úlceras orais
• Hálito urêmico
• Dor a palpação abdominal

Diagnóstico feito via bioquímico, apresenta aumento súbito de creatina, uréia, fósforo e potássio

Tratamento baseado em identificar e eliminar os distúrbios pré e pós renais


Infecção do Trato Urinário Superior - Pielonefrite
“É a colonização microbiana do trato urinário superior, geralmente por infecção ascendente, resultando na
inflamação da pelve e parênquima renal”

Sintomas;
• Poliuria
• Polidipsia
• Dor lombar
• Dor abdominal
• Febre

Diagnóstico via urinálise apresentando piúria, hematúria, proteinúria, bacteriúria e cilindros leucotitários

Tratamento via antibioticoterapia + fluidoterapia


Avaliação de possível associação de outras enfermidades
Casos mais graves requerem internação
Urolitíase
Uma das principais causas de formação de cálculos urinários
Podem ocorrer desde a pelve renal até a uretra (maioria em uretra ou bexiga)
Mais comuns são oxalato de cálcio e fosfato de amônio magnesiano (estruvita), sendo os de urato, sílica, xantina e
cistina considerados menos frequentes
Causas do acúmulo são: altas concentrações de sais na urina, retenção urinária, pH favorável e baixa concentração
de inibidores de cristalização na urina

Sintomas;
• Cistite
• Hematúria
• Polaquiúria
• Estrangúria
• Assintomático
Diagnóstico: Os cálculos de oxalato de cálcio, estruvita e sílica podem ser vistos através de radiografia, enquanto
os de urato, cistina e xantina geralmente requerem técnica de uretrocistografia retrógrada de duplo contraste
e/ou US abdominal
Tratamento é baseado na desobstrução e após o incentivo a ingestão de água
Em casos de hipercalemia mais severa devemos realizar fluidoterapia com solução fisiológica e avaliar a
Endocrinologia

DI – Diabetes Insipidus
DM – Diabetes Mellitus Cães e Gatos
CAD - Cetoacidose Diabética
HAC – Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing
HPT – Hiperparatireoidismo
Tireotoxicose ou Hipertireoidismo Felino
HTC – Hipertireoidismo Canino
DI – Diabetes Insipidus
Produção excessiva de urina
Rara em pequenos animais
“É uma doença considerada rara em pequenos animais ocasionada por uma alteração no metabolismo
da água pela síntese ou secreção deficiente do hormônio antidiurético (ADH) ou pela incapacidade dos
túbulos renais em responder a esse hormônio”

Classificada em:
DIC – Central: Síntese ou secressão inapropriada de ADH (vasopressina)
DIN – Nefrogênica: Resposividade prejudicada dos néfrons ao hormômio

Sintomas; Poliúria e Polidipsia

Diagnóstico; Urina altamente diluída porém densidade urinária <1.006 ou tão baixa quanto 1.001
Exclusão de demais causas de PU e PD

Tratamento inicial no controle hídrico do animal


DIC usa-se análogos sintéritos a vasopressina (dDAVP) dose reduzida
DIN usa-se dDAVP porém dose em 5x maior que DIC + diuréticos + restrição de sódio na dieta
DM – Diabetes Mellitus
“... é uma doença caracterizada pelo excesso de glicose circulante na corrente sanguínea ocasionando uma
série de distúrbios metabólicos. O excesso de glicose pode ser devido a produção insuficiente de insulina ou
pela deficiência na ação da insulina e ambos os processos podem ocorrer concomitantemente.”
Sintomas;
• Perda de peso
• Hiperglicemia persistente
• Poliúria
• Polidipsia
• Polifagia
• Glicosúria
• Desidratação
• Catarata bilateral (em cães)
• Esteatose
• Insuficiência renal
• Hipertensão arterial
• Postura plantígrada (em gatos)
• Infecções bacteriana como cistites e piodermites

Animais cetoacidóticos podem apresentar:


• Vômito
• Anorexia importante
• Desidratação severa
DM – Diabetes Mellitus
Tratamento;
Insulinoterapia: avaliação de glicemia e frutosamina
Diagnóstico: sérica em jejum e considerada;
• Sintomatologia ligada a hiperglicemia e glicosúria  Boa quando glicemia <234mg/dL e frutosamina
concomitantes são indispensáveis <450mol/L
 Moderada quando glicemia está entre 234 e
• Aumento de FA e ALT em bioquímico 306mg/dL e frutosamina entre 450 e 550mol/L
 Ruim quando glicemia >306mg/dL e frutosamina
• Hipercolesterolemia
>550mol/L
• Hipertrigliceridemia
Tratamento é considerado eficaz quando há ausência de
• DU <1.025 PU/PD e o paciente se encotrar em bom estado corporal
e peso adequado.
• Cetonúria
+ Terapias dietéticas e exercícios
• Deve-se avaliar comorbidades (cistite, pancreatite,
inuficiência pancreática exócrina,
hiperadrenocorticismo)x Em gatos não recomendamos exercícios e há
possibilidade do uso de hipoglicemiantes orais (30%
alcançam bons resultados com o uso
CAD - Cetoacidose Diabética
Ocorre em pacientes portadores de DM
Falta de insulina induz ao catabolismo lipídico, com o aumento da cetogênese hepática e a mobilização de ácidos graxos
livres geram uma hipercetonemia = acidose metabólica
Sintomas;
• Anorexia
• Adipsia
• Vômitos
• Diarréia
• Taquipneia
• Dor generalizada
• Distensão abdominal
• Desidratação
• Pirexia
Casos avançados: hálito cetônico, alterações respiratórias compensatórias, sonolência, torpor, confusão mental e coma

Diagnóstico feito baseado em sinais clínicos associados a hiperglicemia (500mg/dL) e hipercetonemia


Glicosúria e cetonúria são compatíveis
Densidade urinária pode estar reduzida
Elevação de hematócrito
Hemogasometria (pH sanguíneo em <7,3

Tratamento feito vi fluidoterapia parenteral com ringer lac ou NaCl 0,9%


+ controle da causa base = DM
HAC – Hiperadrenocorticismo
Síndrome de Cushing
Hiperfunção da glândula Adrenal
Alta secreção de cortisol
Temos o excesso de uso de corticoides
durante a vida do animal como principal
causa dessa disfunção

Sintomas:
• Alopecia em todo o corpo
• Aumento de apetite
• Aumento na ingestão de líquidos
• Aumento abdominal (abdômem
pendular)
• Aumento de volume urinário
• Perda muscular
• Cansaço excessivo
• Desidratação
HAC – Hiperadrenocorticismo
Síndrome de Cushing
Diagnóstico; Tratamento; Baseado na causa base
• Iatrogênico: “porque usa corticoides?
Em conversa com tutor, o mesmo • Adrenal-dependente (HACAD):
relata excessivo uso de corticoides  Adrenalectomia cirúrgica
durante toda a vida do animal  Adrenalectomia medicamentosa (causa a
destruição química completa do córtex das
Há aumento de FA e ALT adrenais para posteriormente tratar o
hipoadrenocorticismo)
Hiperlesterolemia • Hipofise-dependente (HACHD):
Adrenocorticolíticos e adrenocorticostáticos
hipertrigliceridemia • Atípico ou Aculto: Adrenocorticolíticos
Linfopenia
A terapia com Mitotane ou Trilostane ainda são as
DU <1.015 mais recomendadas, devemos avaliar a necessidade
ou não de associação
HPT - Hiperparatireoidismo
“... aumento contínuo na secresão do PTH”
HPT primário: secressão irregular pela tireóide
HPT secundário: resposta a redução sérica de cálcio ionizado (podendo ser nutricional ou renal)
Incomum em cães e rato em gatos

Sintomas; PU/PD, apatia, incontinência urinária, constipação, fraqueza e intolerância ao exercício

Diagnóstico
• HPT primário: apresenta-se com hipercalcemia persistente associada a normofosfatemis
• HPT secundário nutricional: animal apresenta hipocalcemia associada a dieta de baixo aporte de cálcio-fósforo e
corticais ósseas finas (aumento de cavidade medular)
• HPT secundário renal: animal apresenta normocalcemia a hipercalcemia associada a hiperfosfatemia

Tratamento
• HPT primário: remoção do tecido anormal da paratireóide
• HPT secundário nutricional: Intervenção nutricional, rações com bom aporte de cálcio + fósforo + Vitamina D
(suplementação com Vit D é contraindicada)
Tireotoxicose
Hipertireoidismo Felino
“... doença multissistêmica resultante da produção
excessiva dos hormônios tireoidianos ativos T3 e/ou T4
Comum em gatos idosos
Decorrente principalmente de adenoma ou hiperplasia adenomatosa em uma ou ambas tireóides e em menor
ocorrência carcinoma tireoidiano

Sintomas; Perda de peso, polifagia, polidipsia, diarreia, vômito, hiperatividade, fezes volumosas e mal-cheirosas
10% dos gatos podem apresentam letargia, fraqueza muscular, anorexia e anormalidades cardíacas

Diagnóstico via sinais clínicos + aumento de tireóide uni ou bilateral


Aumento sérico de T4 total associado a sintomatologia fecha o diagnóstico
Dosagem sérica de T4 livre por diálise, teste de supressão com T3 ou estimulação com TRH podem ser
realizados pra confirmar o diagnóstico

Tratamento: tireoidectomia , uso de iodo radioativo ou drogas antitireóidianas


HTC – Hipertireoidismo Canino
“Deficiência dos hormônios tireoidianos decorrente da anormalidade funcional ou estrutural das
tireóides”
• Primário: forma mais comum, decorre de tireóide linfocítica ou atrofia idiopática da tireóide
• Secundária: decorre da deficiência na produção de TSH pela hipófise
• Terciário: decorre da deficiência na produção de TRH pelo hipotálamo

Sintomas;
Dermatológicos: “Cauda de rato”, rarefação pilosa, pelame seco, piodermites crônicas, seborreia,
otites recorrentes, associadas a sinais metabólicos
Sinais metabólicos: ganho de peso, intolerância ao exercício, sonolência, intolerância ao frio,
bradicardia, fraqueza generalizada, doença vestibular periférica e paralisia do nervo facial

Diagnóstico: A dosagem de T4 livre por diálise é a modalidade mais conhecida

Tratamento: Levotiroxina sódica é uma das medicações prediletivas no tratamento


Gastroenterologia e Hepatologia
Cirrose ou Fibrose Hepática
Coprofagia
Doença Inflamatória Intestinal
EH – Encefalopatia Hepática
Estenose Pilórica Hipertrófica
Gastrite Aguda e Crônica
Hepatite Crônica
IPE – Insuficiência Pancreática Exócrina
Intussucepção
Lipidose Hepática Felina
Megaesôfago
Pancreatite Aguda e Crônica
Cirrose/Fibrose Hepática
Alteração na arquitetura usual hepática em nódulos regenerativos estruturalmente desorganizados
que levam a hipertensão portal
Secundária a diversas etiologias
Irreversível

Sintomas; Ascite, icterícia, vômitos, diarréia desidratação, perda de peso, poliúria, polidipsia,
coagulopatias e encefalopatia hepática

Diagnóstico: Há presença de aumento de ácidos biliares, hipoalbuminemia, aumento de ALT e FA no


início
Em estágios terminais apresentam hiperbilirrubinemia, colesterol baixo, hiperamonemia,
hipoglicemia
Urinálise com baixa densidade e cristais de biurato de amônio
RX e US mostram fígado diminuído em casos de cães e normal ou aumento nos felinos.
Confirmação via biópsia hepática

Tratamento via hidratação + antieméticos + inibidores da bomba de prótons + protetores gástricos +


coleréticos (animais com colestase) + laxantes + protetores hepáticos
Foto: Perito Animal
Coprofagia
Ingestão de fezes
Pode ser comportamental
Pode estar associada a distúrbios metabólicos ou fatores ambientais
Halitose é um dos fatores de maior incomodo dos tutores

Diagnóstico: Devemos descartar causas secundárias nutricionais (parasitismo, dieta


desequilibrada, IPE ou má absorção intestinal) ou em casos de polifagia
(hiperadrenocorticismo, DM)

Tratamento: Coprovet 500mg 1 comprimido/5kg SID durante 2 semanas


Modificação de manejo e manter ambiente limpo
Casos com deficiências nutricionais deverá ser suprida a necessidade nutricional
Doença Inflamatória Intestinal
Inflamação idiopática
Podendo afetar estômago, intestino delgado ou grosso ou estar isolada em 1 órgão apenas
Classificadas de acordo com o infiltrado inflamatório presente
• Enterite linfocítica-plasmocítica
• Enterite eosinofílica

Sintomas;
• Hiporexia
• Vômitos
• Diarréia
• Perda de peso crônicos
(dependendo do local afetado)

Diagnóstico via exclusão de outras enteropatias


Exame de imagem pode apresentar espessamento da parede intestinal
Biópsia intestinal fecha o diagnóstico (preferível por laparotomia, amostra terá todas as camadas do intestino)

Tratamento baseado em dietas hipoalergênicas + Ácidos graxos (ômega 3) + vitaminas do completo E, B12 e
Ácido fólico + Antibióticos (metronidazol) + Antinflamatórios + Drogas imunossupressoras
+ tratamento sintomático
EH– Encefalopatia Hepática
“Síndrome clínica resultante da insuficiência hepática (aguda ou crônica) ou de anomalia vascular
portossistêmica que leva ao acúmulo de substâncias tóxicas no sangue e gerando alterações em SNC”
Sintomas;
• Redução do nível de consciência
• Agressividade
• Desorientação
• Podendo evoluir pra convulsões
• Ataxia
• Amaurose (perda total ou parcial da visão)
• Andar em círculos
• Coma

Diagnóstico via sinais clínicos e aumento de amônia sérica


Perda marcante da massa hepática funcional (via US)
Confirmação de anomalia vascular que desvia o fluxo sanguíneo do sistema portal para circulação sistêmica

Tratamento: Lactulose (1-3ml/kg VO BID) + Antibióticos


Dieta com alto teor de CHO + baixa concentração de proteínas e de alto valor biológico
Tratamento da doença de base
Estenose Pilórica Hipertrófica
Hipertrofia da musculatura pilórica (porção final do estômago)
Causas: gastrite crônica, gastrite urêmica, colapso de traqueia ou neoplasias

Sintomas: vômitos crônicos pós alimentação (podem ser em jatos) e distensão abdominal

Diagnósticos via radiografia apresentando sinais de esvaziamento gástrico retardado,


dilatação gástrica com peristaltismo geralmente visível e piloro estreitado
US ou endoscopia podem apresentar espessamento da musculatura do piloro
Biópsia pode confirmar neoplasias

Tratamento deve ser feito baseado na causa base


Correção de hidratação
Nutrição parenteral associada ao jejum de 2 a 3 dias
Antinflamatórios com boa ação intestinal
Gastrite Aguda x Crônica
Inflamação da mucosa gástrica, que pode se estender para submucosa.
Sintomas: Crise aguda de vômitos (alimento, bile ou sangue), inapetência e dor abdominal

AGUDA CRÔNICA
Duração baixa, alguns dias Maior duração, 1 a 2 semanas
Causada por medicações, alimentação Relacionada a doença intestinal inflamatória e
inadequada, substâncias químicas irritantes, ser classificada como lifocítica-plasmocitária,
agentes infecciosos, corpo estranho ou reação eosinofílica, granulomatosa e atrófica
imune
 Quando não causada por Heliobacter seguir
tratamento vide Gastrite Aguda
Diagnóstico: Anamnese + RX ou US que mostrem
mucosa gástrica espessada
Casos de ulceração pode ocorrer anemia e Infecção por Heliobacter sp.
melena (pode causar lifocítica-plasmocitária)
Diagnóstico de Heliobacter é feito via bióspsia.
Tratamento baseia-se na eliminação da causa Tratamento feito como a gastrite aguda
base. associada a antibióticos com Metronidazol
Hidratação + Jejum hídrico-alimentar por 24h +
Antieméticos + Inibidores da bomba de prótons +
Hepatite Crônica
“Doenças que causam lesões inflamatórias-necrosantes no fígado, como doença de armazenamento de cobre,
predisposição familiar, tóxica, infecciosa ou idiopática”
Podendo evoluir para cirrose ou encefalopatia hepática
Nem sempre a causa está bem definida

Sintomas; poliúria, polidipsia, perda de peso, hiporexia, icterícia, ascite, coagulopatias


Alguns cães podem ser assintomáticos

Diagnóstico: aumento da atividade enzimática do fígado; ALT, FA, AST e GGT


Além de aumento de bilirrubina e hipoalbuminemia
Biópsia pode confirmar a presença de doença inflamatória e dependendo do quadro, pode mostrar sinais de cirrose

Tratamento: (vide cirrose)


via hidratação + antieméticos antioxidantes + vitaminas (vit E e Vit k1) + protetores hepáticos + especificidades de
cada quadro
• Doença de armazenamento de cobre = quelantes de cobre (D-penicilina) + vitaminas + inibidores da absorção de
cobre (gluconato de zinco)
• Doenças infecciosas = antibióticos
• Doenças idiopáticas = drogas imunossupressoras (prednisolona)
IPE – Insuficiência Pancreática Exócrina
“Perda das células pancreáticas acinares exócrinas, que produzem enzimas digestivas, levando a deficiência de
digestão e absorção de nutrientes no intestino delgado”
Causa mais comum;
 Cães: Atrofia acinar
 Gatos: Pancreatite crônica

Sintomas;
Perda de peso x apetite exagerado
Diarréia crônica
Volume fecal abundante
Esteatorréia

Diagnóstico: Dosagem sérica de TLI


Pode haver aumento de ALT e diminuição de FA

Tratamento: Enzimas pancreáticas (pancreatina ou fornecimento de pâncreas cru de bovino ou suíno (85-
110g/20kg) + dieta + suplementação (cobalamina + tocoferol)
Intussucepção
“Pregueamento do intestino em que uma porção fica por dentro (intussucepto) de outra porção
adjacente (intussucipiente)”
Tem como causas base os quadros de obstrução (completa ou parcial), quadros de parasitismo, infecções
virais, corpos estranhos, aderências e tumores.

Sintomas;
• Vômito
• Diarreia sanguinolenta
• Sensibilidade abdominal

Diagnóstico: RX ou US

Tratamento: Cirúrgico e eliminação da causa base


Pós cirúrgico alimentação pastosa + Hidratação + Antibióticos
Lipidose Hepática Felina
Acúmulo de triglicerídeos no fígado
Doença muito comum em gatos de adultos e sênior
Predisposição em animais obesos ou anoréxicos, ou que sofreram algum tipo de estresse

Sintomas;
• Anorexia
• Perda de peso
• Vômitos
• Icterícia
• Podendo haver hepatomegalia

Diagnóstico: Aumento acentuado de Fa e moderado de ALT, AST e GGT


Bilirrubina aumentada e possíveis alterações de coagulação
Pode haver hipocalemia e anemia
RX pode mostrar uma hepatomegalia
US pode demonstrar aumento de ecogenicidade hepática
Biópsia ou CAAF evidenciam hepatócitos vacuolizados

Tratamento: Tratar causa base


Retirar animal da fonte de estresse
Tirar animal do estado catabólico fornecendo alimentos por via enteral
Hidratação
Antieméticos + estimulantes de apetite
Suplementação de aminoácidos (taurina + L-carnitina + arginina + cobalamina)
Megaesôfago
Dilatação esofágica generalizada
Diferentes causas:
• Congênita (pós desmame)
• Idiopática (entre 7 a 15 anos)
• Secundária a doenças neuromusculares (miastenia grave)
• Alterações anatômicas (persistência do arco aórtico)

O principal sintoma é a regurgitação logo após alimentação ou cerca de 1h depois, comida não digerida.

Diagnóstico feito via radiografia onde é visível o aumento de volume

Tratamento suporte para correção de desequilíbrios hidroeletrolíticos e acido-básicos. Preferência por


ringer-lactato.
Manejo alimentar (evitar aspiração)
Pró-cinéticos (metoclorpramida)
Caso haja pneumonia deve ser tratada
Pancreatite Aguda e Crônica
AGUDA CRÔNICA
Inflamação do pâncreas de surgimento súbito, Inflamação contínua do pâncreas, causando
podendo ser reversível alterações morfológicas irreversíveis e
deficiência permanente da função endócrina
e exócrina
Obesidade, fatores nutricionais, alguns medicamentos, toxinas, obstrução de ductos pancreáticos
(cálculos, tumores...), traumatismos, endocrinopatias, isquemias ou infecções são fatores pré-
disponentes

Diagnóstico baseado em sintomas e histórico


RX abdominal pode indicar aumento da densidade radiográfica, redução do contraste e a presença de
granulações no abdômen cranial direito, duodeno dilatado e deslocado ventralmente ou ara direita
Hemograma é comum leucocitose e anemia
Caso haja trombocitopenia deve-se realizar testes de coagulação
Lipase e amilase pancreática específica é um teste sensível
Biópsia pancreática fecha o diagnóstico
Pancreatite Aguda e Crônica
Tratamento é baseado em corrigir os fatores pré-disponentes
Hidratação + Antieméticos + Inibidores da bomba de prótons + Analgésicos + Antibióticos

Dieta em casos agudos; Dieta em casos crônicos;


Cães: Jejum alimentar enquanto o cão estiver Deve ser de alta digestibilidade com grande
vomitando quantidade de fibras e baixo teor de gorduras
Assim que estiver disposto a comer alimentar
o quão antes
Gatos: Não recomenda-se o jejum devido ao
risco de lipidose hepática

A dieta deve ser livre ou conter o menor teor


de gordura.
Doenças Musculoesqueléticas
Artrite
DCF - Displasia Coxofemoral em Cães
DAD – Doença Articular Degenerativa ou Osteoartrite
Luxação Coxofemoral
Osteomielite
Artrites
Processo inflamatório das articulações que pode evoluir para uma osteoartrose em uma idade mais avançada

A doença se desenvolve pelo desgaste da cartilagem que cobre o interior das articulações e dos ossos,
causando perda de elasticidade que, por sua vez, gera dor e impede a mobilidade normal

Diagnóstico baseado em radiografias que pode apresentar a lise óssea e irregularidade em superfície, somado
a exame clínico, indica-se também a realização de exames laboratoriais – hemograma, bioquímico (proteínas
totais, albumina, glicose...)

Tratamento dependente da etiologia da doença


Condroitina e glucosamina = modificadores das doenças articulares
Há medicações que são usadas porém sem comprovações como a Diacereína
DCF - Displasia Coxofemoral em Cães
É uma doença de má-formação genética, com degeneração da articulação do quadril dos cães.
Com a progressão pode evoluir para DAD – Doença Articular Degenerativa
Comum em porte grande por conta do crescimento rápido

Sintomas;
• Redução da atividade
• Dificuldade de se levantar após descanso
• Claudicação intermitente ou contínua
Cães se tornam claudicantes após exercício prolongado, tem marcha bamboleante, rígida e curta
São relutantes ao exercício, preferindo manter-se deitados ou sentados, levantando
vagarosamente e com dificuldades
Em quadros crônicos, a musculatura da região pélvica e da coxa se atrofia, principalmente em
glúteos e quadríceps.
DCF - Displasia Coxofemoral em Cães
Diagnóstico feito via anamnese + exames radiográficos
RX avalia a congruência articular e sinais de osteoatrite usando a posição
radiográfica ventrodorsal padrão sob anestesia.

Há 2 tratamentos;
Conservador: utilizando AINEs + Analgésicos + Condroprotetores
Cirúrgico (alguns procedimentos dependendo do caso)
• Sinfisiodese púbica juvenil
• Osteotomia da pelve
• Substituição total da articulação coxofemoral
• Ressecção da cabeça/colo femoral
• Denervação acetabular
DAD – Doença Articular Degenerativa
Osteoartrite
Degeneração não inflamatória e não infecciosa da cartilagem articular, acompanhada por
neoformação óssea nas margens sinoviais e fibrose do tecido mole periarticular
Classificada em;
• Primária, relacionada com a idade e causa da degeneração é desconhecida
• Secundária, relacionada a doenças predisponentes (displasia, ruptura de ligamentos...)

Diagnóstico feito via exame ortopédico detalhado para detectar as articulações acometidas,
aumento de volume articular, crepitação, redução da amplitude de movimentos,
instabilidade e dor

Tratamento baseado na correção da causa primária


AINES + Analgésicos + Modificadores da doença articular (condroitina)
Luxação Coxofemoral
Articulação que mais sofre luxações em cães e gatos
Ocorre principalmente por traumas, mas pode ser consequência de displasia coxofemoral grave
A maior parte das lesões é unilateral e, devido as forças requeridas para produzir a luxação

Diagnóstico baseado no exame físico, em uma palpação é possível notar uma maior distância entre o
trocânter maior do fêmur e a tuberosidade isquiática.
Na extensão dos membros pélvicos, o membro afetado estará mais curto no caso de luxação
craniodorsal
RX em 2 posições para identificação de possíveis complicações (fraturas)

Tratamento depende do tempo do quadro


• Até 48h: Redução fechada (insucesso de 47-65%)
• + de 48h: Redução aberta (pode ser feita de diversas técnicas como, transposição trocantérica,
sutura extracapsular...)
Independente da técnica será necessário fisioterapia
Osteomielite
Inflamação do osso, dos elementos da medula óssea, de endósteo, do periósteo e dos canais
vasculares, associada a processos infecciosos (em geral de origem bacteriana, mas podendo ser
de origem fúngica também)
Bactérias Staphylococcus spp e Streptococcus spp. são os mais frequentes em animais que
apresentam feridas abertas.

Diagnóstico varia de acordo com a fase da infecção


• Aguda caracterizada por doença sistêmica e edema de partes móles, sem alterações em RX
• Crônica não há doença sistêmica, mas a infecção se manifesta em forma de fístula, abcessos,
alterações ósseas destrutivas e proliferativas progressivas
Para confirmação de diagnóstico é necessário biópsia de lesão, cultura MO e antibiograma

Tratamento baseado em Antibióticoterapia + Analgesia e compressas mornas


Oftalmologia
Catarata
Degeneração Corneal
Esclerose Lenticular
Glaucoma Primário e Secundário
Olho Azul ou Ceratopatia Bolhosa
Catarata
“Desorganização das fibras
lenticulares que culmina em perda
de transparência”
Gatos raramente desenvolvem

Diagnóstico é feito com a pupila


dilatada pela ação de tropicamida e
observa-se a opacidade que impede
a passagem que um feixe de luz
Tratamento exclusivamente
cirúrgico, sendo feita a remoção da
catarata.
Degeneração Corneal
“Alterações secundárias, caracterizadas pelo acúmulo de lipídeos e/ou cálcio”
Lesões têm coloração esbranquiçada podendo ser densas ou moderadas, com bordas
demarcadas e vasculação corneal
Podendo ser uni ou bilaterais

Diagnóstico baseado em histopatologia que revela epitélio corneal com espessura variável
Em estroma observa-se grânulos de cálcio

Tratamento feito via ceratectomia superficial podendo ser eficaz em casos de degeneração
progressiva
Dietas restritivas de colesterol parecem não reduzir a lesão, entretando suplementação
dietética com oligofrutossacarídeos de cadeia curta apresentam resultados

Prognóstico bom!
Esclerose Lenticular
Opacidade causada pela impactação do
núcleo da lente (cristalino) pela proliferação
de célula epitelial da cápsula anterior.

Diagnóstico baseado na opacidade axial ao


ser iluminado após dilatação pupilar
farmacológica
Observa-se a formação de um halo na região
central da pupila

O tratamento é desnecessário pois não há


interferência na visão
N-acetilcarnosina a 2% tópico foi capaz de
reduzir significativamente o grau de
opacidade em cães
Olho Azul
Ceratopatia Bolhosa
Formação de bolhas subepiteliais
devido a edema corneal severo com
degeneração de células endoteliais da
córnea

Diagnóstico baseado na clínica do


animal

O único tratamento eficaz é o cirúrgico;


transplante de córnea
Instilação de cloreto de sódio a 5%
podem amenizar casos leves
Cardiologia
Endocardiose
Endocardite Infecciosa
HAP - Hipertensão Arterial Pulmonar
Endocardiose
Degeneração mixomatosa das valvas mitral e/ou tricúspide
Afeta principalmente vovôs de porte pequeno

Sintomas; Tosse, cansaço, dispneia, intolerância ao exercício, ascite, edema de membros, síncopes e morte súbita

Diagnóstico:
• Sopro obrigatório (sistólico), crepitação pulmonar (edema), pulso jugular e ascite (ICC direita), cianose e ortopnéia
• RX: aumento atrial esquerdo e/ou direito, cardiomegalia, edema pulmonar, efusão pleural e ascite (tricúspide)
• ECG: Despolarizações supraventriculares e/ou ventriculares prematuras, taquicardia atrial e fibrilação atrial
• ECO: Hiperecogenicidade e espessamento dos folhetos acometidos, dilatação atrial, função sistólica preservada
em estágios iniciais de prejudicada em estágios finais.

Tratamento dependente do estágio;


• A e B1: Orientação e reavaliação a cada 6 meses
• B2: Vasodilatadores + Dieta hipossódica
• C1 e D1: Diuréticos + Vasodilatadores + Drenagem + Ionotrópico positivo
• C2 e D2: Dilatadores + Diuréticos + Ionotrópico positivo
Cirurgias: anuloplastia mitral ou valvoplastias reparatórias (novas técnicas com bons resultados)
Endocardite Infecciosa
Resultado da colonização e destruição do endocárdio por microorganismos
Associada a bacteremia persistente, imunossupressão e lesão valvar predisponente (estenose aórtica)
Pouco frequentes em cães e gatos

Sintomas inespecíficos; febre intermitente, dor inespecífica, claudicação e morte súbita

Diagnóstico:
• Sopro sistólico mitral de início subido associado a sinais clínicos, sopro diastólico em foco aórtico e arritmias
• ECG: Arritmias ventriculares
• ECO: Vegetações valvulares, regurgitação mitral e aórtica
• Hemocultura ++

Tratamento feito via controle da doença primária + antibiótico terapia


Caso aconteça ICC esquerda ou Arritmias ventriculares associadas deverão ser controladas
HAP – Hipertensão Arterial
Elevação da pressão arterial sistêmica de origem primária ou idiopática
Também podendo ser secundárias as afecções sistêmicas renais e endócrinas

Sintomas; Inespecíficos e dependentes da doença base

Diagnóstico; Sinais neurológicos agudos, AVC, convulsões, pressão arterial


sistólica/diastólica de 180/100mmHg associada a sinais clínicos ou acime de acima de
220/110mmHg isoladamente
Cuidado com “Síndrome do avental branco”

Tratamento feito com Bloqueadores de canais de cálcio + Betabloqueadores + Diuréticos


Pacientes em crise hipertensiva deve-se entrar com Nitropruciato de sódio
Teriogenologia
Doença dos Órgãos Reprodutores
Hiperplasia ou Prolapso Vaginal
Mastite
Orquite e Epididimite
Piometra – Complexo Hiperplasia Endometrial Cística
Prolapso Uterino
Pseudogestação (Pseudociese)
Prostatite Aguda e Crônica
Hiperplasia e Prolapso Vaginal
“Protrusão do epitélio vaginal para o lúmen da vagina e
através dos lábios vulvares”
Ocorre pela presença de edema vaginal decorrente da ação
estrogênica principalmente nas fases de pró-estro e estro

Diagnóstico, histórico de cio ou parto recente


Presença de massa exteriorizando-se pela vulva

Tratamento conservador
Remoção do estímulo estrogênico + Limpeza e hidratação do
tecido exteriorizado + Recolocação da mucosa vaginal
evertida
Cirurgico; em casos de animais não reprodutores =
Ovariosalpingohisterectomia (OH)
Mastite
Infecção bacteriana da glândula mamária
Geralmente ocorre no período puerperal, e na ocorrência de pseudogestação

Sintomas; Anorexia, letargia, descaso com filhotes, febre, desidratação, formação de abcessos e necrose da mama,
septicemia e choque
Por conta do processo pode haver presença de secressão hemorrágica e/ou purulenta

Diagnóstico; Trauma, má higiene e infecção sistêmica secundária


Pode se observar leucocitose com desvio a esquerda, leucopenia e aumento da concentração de proteína sérica
Leite pode ter alteração do PH e presença de bactérias e neutrófilos

Tratamento;
Conservador = internamento até a estabilização do quadro em casos graves e filhotes devem ser sepados da mãe +
Fluidoterapia parenteral (casos de desidratação e septicemia) + Secagem do leite + Antibióticoterapia + Curativo local
Cirúrgico = Debridamento cirúrgico ou Mastectomia
Em casos de abcessos e lesões extensas deve-se realizar o tratamento conservador prévio para redução de inflamação
da glândula
Orquite e Epididimite
Inflamação do testículo e do epidídimo, respectivamente, podendo ocorrer em conjunto ou
separadamente
Podem ser causadas por traumas, infecções ou reação autoimune
Sintomas;
Fase aguda: pode haver edema do conteúdo escrotal, dor, febre, letargia e anorexia
Fase crônica: observa-se aumento não doloroso do conteúdo escrotal, seguido de degeneração,
fibrose ou atrofia

Diagnóstico baseado em histórico + sintomas + palpação e inspeção em região escrotal


Biópsia aspirativa por agulha fina, avaliação seminal e US

Deve-se fazer sorologia para Brucella canis em todos os cães que apresentarem aumento testicular

Tratamento dependente da causa base.


Conservador = Antibioóticoterapia e cirúrgico (orquiectomia uni ou bilateral)
Piometra
Complexo Hiperplasia Endometrial Cística
“Inflamação supurativa e degenerativa do endométrio, caracterizada pelo acúmulo do exsudato nas
glândulas endometriais e lúmen”

Sintomas; Descarga vacinal mucopurulenta ou serumssanguinolenta, dor abdominal, prostração, anorexia,


poliúria, polidipsia, êmese, desidratação, hipertermia e choque

Diagnóstico baseado em histórico e sinais clínicos;


Pode se constatar leucocitose, leucopenia, neutrofilia, monocitose, linfopenia, hipoalbuminemia,
bilirrubinemia, hipercolesterolemia, aumento de ALT e AST.
RX ou US pode-se observar o aumento de volume em topografia uterina

Tratamento recomendado = cirúrgico, trata-se de uma emergência = ovariosalpingohisterectomia +


antibiótico terapia
Conservador antibioticoterapia + antiprogestágeno + prostaglandinas (PG) + acompanhamento
Prolapso Uterino
Emergência cirúrgica que acomete fêmeas primíparas ou
multíparas com o prolapso ou eversão de um ou de ambos
os cornos uterinos
Ocorre normalmente durante ou até 48 horas pós parto

Sintomas; Anorexia, apatia, letargia, dor, essecamento,


edema, trauma e necrose da porção uterina prolapsada
Casos mais graves = choque

Diagnóstico feito por histórico + sintomas clínicos


em caso de suppeita de prolapso parcial deve-se realizar
vaginoscopia ou palpação vaginal para um diagnóstico
definitivo

Tratamento conservador: Redução manual da estrutura


prolapsada
Cirúrgico: Laparotomia seguia ou não de ovariohisterectomia
Antibióticoterapia + fluidoterapia de manutenção
Caso necessário, tratar choque
Pseudogestação
Pseudociese
Acontece devido a uma queda abrupta dos níveis séricos de progesterona e aumento dos níveis
séricos de prolactina
Observa-se em média 60 dias após o estro ou 3-4 dias após a OH quando realizada durante diestro

Sintomas; Desenvolvimento das glândulas mamárias, secreção láctea, depressão, anorexia, vômito
e comportamento materno

Diagnóstico baseado de estro recente, OH durante diestro, terapia com progestágenos exógenos e
hipotireoidismo
Diagnostico diferencial = gestação!!

Tratamento dos casos mais brandos pode ser espontânea


Conservador: Secagem do leite
Neoplasias
Neoplasias Ósseas
Carcinoma Inflamatório
HSA – Hemangiossarcoma
Mastocitoma
Melanoma
Neoplasias Ósseas
Representam cerca de 5% dos tumores que acometem cães e gatos
Geralmente malignos
O osteossarcoma é o mais frequente
Outas neoplasias; condrossarcomas, osteocondromas,
hemangiossarcomas, fibromas, mieloma múltiplo e lipossarcomas

Diagnóstico definitivo é realizado por meio da cito e/ou histopatologia


RX: observa-se lesões líticas e proliferativas na região metafisária dos
ossos longos, aumento de volume dos tecidos moles com calcificação,
formando espículas periosteais (explosão solar)

Tratamento apenas cirúrgico, amputação do membro afetado


Carcinoma Inflamatório
É uma classificação dos tumores mamários
malignos dada após surgimento de lesões que se
assemelhem a processo inflamatórios da pele ou
glândula mamária

Diagnóstico definitivo feito através de biópsia


incisional e exame histopatológico

Tratamento; normalmente não é recomendada a


retirada cirúrgica dessa neoplasia por conta da alta
taxa de recidiva após mastectomia
Inibidores da COX-2 + Quimioterapias
antineoplásicas + Controle de dor
HSA - Hemangiossarcoma
Neoplasia maligna com origem de células do endotélio vascular que pode apresentar-se de forma cutânea
ou visceral
Mortes súbitas podem estar associadas a ruptura do tumor com perda de sangue intracavitária

Sintomas variam de acordo com a localização e tamanho do tumor, porém alguns sintomas são esperados
como;
• Anorexia
• Fraqueza
• Distenção abdominal
• Trombocitopenia
• CIVD
• Mucosas hipocoradas
• Perda de peso

Diagnóstico definitivo é feito através de biópsia incisional ou excisional do tumor primário ou de lesões
metastáticas

Os protocolos de tratamento mais utilizados são a base de Doxorrubicina a cada 21 dias durante 4 a 6
sessões, podendo ser usado como agente único ou associações
Mastocitoma
Neoplasias oriundas da transformação maligna de mastócitos, podendo se apresentar de forma cutânea
e extracutânea
Segundo tumor de maior incidência em cães
Características clínicas muito variadas e o comportamento pode variar de pouco agressivo a
extremamente maligno
Essa neoplasia pode ocorrer também em; conjuntiva, glândula salivar, nasofaringe, laringe, cavidade oral,
trato gastrointestinal e coluna
Por conta das ulcerações gastrointestinais, sintomas como vômito, melena e hematoquesia são
esperados, portanto caracterizam a síndrome paraneoplásica associada aos mastocitomas

Diagnóstico definitivo baseado na avaliação histopatológica

Tratamento inclui a excisão cirúrgica + quimioterapia/eletro/radio


Excisão cirúrgica é indicada para todos os tipos de mastocitoma
Quimioterapias antineoplásicas são indicadas após excisão de mastocitomas de alto grau
No caso de tumores mais agressivos podemos associar Lomustina + Vimblastina intercalada a cada 15
dias
Melanoma
Proliferações neoplásicas malignas provenientes de melanócitos que frequentemente acometem
os cães (raro em outras espécies)

Diagnóstico é feito via biópsia aspirativa com agulha fina e encaminhado para histopatologia

Tratamento é via excisão cirúrgica com margens livres


Em caso de lesões internas a cavidade oral ou na extremidade de membros recomenda-se
quimioterapia antineoplásica no pós operatório
Radioterapia desempenha um excelente papel em melanomas orais
Cuidados especiais com cães idosos
1.Preste atenção extra na alimentação do seu pet
2.Estimule os exercícios físicos.
3.Fique atento à higiene do seu amiguinho.
4.Invista em acessórios para facilitar o seu dia a dia.
5.Faça check-ups com mais frequência.
6.Respeite as necessidades do seu cão.
O Tutor
Como lidar?
Estão cientes de que seu mascote pode ser acometido com alguma enfermidade?
Estão cientes de que seu mascote precisa de mais atenção e cuidados?
Sabem de quanto em quanto tempo é recomendado um exame?

Nossa função como defensores do bem estar animal, muitas vezes nossa função
acaba sendo mostrar ao tutor que aquilo que afeta seu mascote tem solução, tem
tentativa ou paliativos visando sempre a qualidade de vida do animal!
... nem sempre é fácil, mas devemos tentar mesmo assim

Devemos fazer uma medicina veterinária de humanos para humanos, visando o


melhor para os animais!
Eutanásia? Quando?

A Resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de


Medicina Veterinária (CFMV) dispõe sobre procedimentos e métodos de
eutanásia em animais:

“Art. 3º A eutanásia pode ser indicada nas situações em que: I – o bem-


estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um
meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não
podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de
outros tratamentos; II – o animal constituir ameaça à saúde pública […]”.
5 LIBERDADES
DOS ANIMAIS

LIVRE DE FOME E SEDE


LIVRE DE DESCONFORTOS
LIVRE DE DOR, FERIMENTOS E DOENÇAS
LIVRE PARA EXPRESSAR O COMPORTAMENTO NATURAL DA ESPÉCIE
LIVRE DE MEDO, ESTRESSE E ANGUSTIA
“Um veterinário
muitas vezes dá voz a
quem não sabe falar, e
zela pela vida daquele
ser que não pode se
cuidar sozinho.”
- Karyne Santiago

Obrigada!!
“DOC. Ci” - Dra. Cinthia P. Rosolem
CRMV 49.987/SP
(11)9.8333-3833
mv.cinthiarosolem@outlook.com
@vet.cirosolem

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