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Distúrbios do Sono

Dra. Raquel Lima Verde


Otorrinolaringologia
Medicina do Sono
Sono normal
 Sono NREM  Sono REM
o Sincronização cortical o Sonhos
o Menor atividade o Dessincronização cortical
cortical o Movimentos oculares
o Hipotonia rápidos
o Atonia muscular
Sono normal
Necessidade de sono
Ontogenia do sono
Distribuição do Sono
Período do Sono
Ritmos biológicos
Fisiologia do sono

 Fatores homeostáticos – pressão do sono (S), se


acumulam durante a vigília. Em sincronia com os
fatores circadianos (C), regulam o ciclo vigília-sono.
CIDS-3

 INSÔNIA
 DISTURBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
 DISTÚRBIOS DE HIPERSONOLÊNCIA
 DISTÚRBIOS CIRCADIANOS DO RITMO SONO-VIGÍLIA
 PARASSONIAS
 DISTURBIOS DO MOVIMENTO RELACIONADO AO SONO
 OUTROS
Apneia Obstrutiva do Sono

 Episódios recorrentes de obstrução


parcial ou total da VAS durante o sono.
 Estreitamento ou colapso da faringe
(multinível).
 Fragmentação do sono
 Redução da saturação da
oxiemoglobina.
Epidemiologia

 3,7 a 26% da população geral


 2 a 4% dos homens
 1 a 2% das mulheres
 Episono: 32,8% da população geral
 40,6% dos homens
 26% das mulheres
 30 – 60 anos
 Repercussões gerais hemodinâmicas,
neurológicas e comportamentais
Eventos respiratórios
 Apneia
 Redução do fluxo aéreo em 90% ou mais,
duração ≥ 10s
 Obstrutiva
 Central
 Mista
Eventos respiratórios

 Hipopneia
 redução do fluxo aéreo em 30% ou mais,
duração ≥ 10s
 queda da SatO2 ≥ 3% e/ou despertares
Eventos respiratórios
 RERA
 Despertar associado a aumento do esforço respiratório,
duração ≥ 10s
Critérios diagnósticos AOS
• A+B ou C
A)Um dos itens:
• Episódios de sono não intencionais durante a vigília, sonolência diurna
excessiva, sono não reparador, fadiga ou insônia.
• Despertares com pausas respiratórias, engasgos ou asfixias.
• Relato de ronco alto e/ou pausas respiratórias durante o sono, por parte do
companheiro.
• Pacientes com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, depressão,
alteração cognitiva, doença coronariana, doença cerebrovascular,
insuficiência cardíaca congestiva, fibrilação atrial ou diabetes tipo 2.

B)PSG basal ou monitorização portátil apresentando:


Cinco ou mais eventos respiratórios obstrutivos detectáveis (apneia obstrutiva
ou mista e/ou hipopneias e/ou RERA / por hora de sono)

C) PSG basal ou monitorização portátil apresentando:


Quinze ou mais eventos respiratórios detectáveis (apneia obstrutiva ou mista
e/ou hipopneias e/ou RERA / por hora de sono)
Classificação de gravidade
AOS
Normal:
• IAH < 5

Leve:
• IAH entre 5 a 15

Moderada:
• IAH entre 15 e 30

Grave:
• IAH acima de 30
Anamnese

 Quadro clínico
➢ Sonolência excessiva diurna
➢ Sono não reparador
➢ Fadiga
➢ Insônia
➢ Acordar com sensação de engasgo ou
falta de ar
➢ Pausas respiratórias presenciadas
Anamnese

 Patologias associadas:
➢ HAS, DRGE, Transtornos do humor,
cardiopatia, arritmias, Dç arterial
coronariana, DM, AVC, alteração
cognitiva, etc.
 Hábitos: etilismo, tabagismo,
sedentarismo
 Medicamentos: benzodiazepínicos,
relaxantes musculares
Mecanismos associados ao
dano cardiovascular
Anamnese

 Questionários
Berlim
Stop-Bang
NoSAS
 Escala de
sonolência de
Epworth
Qual o fenótipo da AOS?

• IMC
• Idade>50 anos
• Sexo masculino
• Mulheres pós-
menopausa
• Alterações
craniofaciais
Exame físico

Circunferência Circunferência
cervical abdominal

• Davies et al., 1992: • Cintura:


➢ >43 cm Homens, > 38 cm Mulheres ➢ Homens > 102 cm
• Kushida et al.: ≥ 40 cm ➢ Mulheres > 88 cm
Cavidade oral e Oclusão
 Classificação de Angle
Orofaringe
Estagiamento de Friedman
Nasofibrolaringoscopia/Sonoendoscopia
Nasofibrolaringoscopia/Sonoendoscopia
Polissonografia
Tratamento
Insônia

 Dificuldade com o início, duração, consolidação ou


qualidade do sono, que ocorre apesar de adequada
oportunidade para dormir e resulta em prejuízo
diurno.
Critérios diagnósticos

 A. DIS, DMS, DP
 B. Sintomas diurnos: fadiga, irritabilidade, dificuldade
de concentração/memória, prejuízo na performance
social, acadêmica, ocupacional, SED,...
 C. As queixas não podem ser explicadas por
oportunidade ou circunstancias inadequadas para o
sono.
 Pelo menos 3 x por semana.
 Há pelo menos 3 meses.
 Não é melhor explicada por outro distúrbio do sono.
Fatores de risco

 Hiperexcitabilidade cognitiva e física (hiperalerta)


 Pensamento ruminante
 Tendência a reprimir emoções
 Comorbidades clínicas e psiquiátricas
 Sexo feminino
 Idade avançada
 História familiar +
Fisiopatologia
Fisiopatologia
Diagnóstico

 Anamnese
o Hábitos de sono
o Sintomas associados
(SED, fadiga, dor...)
o Presença de fatores
predisponentes e
perpetuantes.
o Presença de
hiperalerta
o Avaliação psiquiátrica
e clínica
Diagnóstico

 Polissonografia
 Diários do sono
 Actigrafia
Diário do sono
Actigrafia
Tratamento

 Higiene do sono
 “Mindfulness”
 TCCi (controle de estímulos, restrição de sono...)
 Tratamento farmacológico (sedativos/hipnóticos)
Higiene do sono
 Procure se deitar e levantar em horários regulares toda noite. Mesmo nos
fins de semana.
 Vá para cama somente quando estiver com sono.
 A cama deve ser reservada para o ato de dormir e o ato sexual.
 Evite também levar computador, tablets ou smartphones para a cama.
 Evite ficar na cama sem dormir.
 Evite cochilos durante o dia.
 Crie um ritual de relaxamento antes deitar.
 Procurar relaxar física e mentalmente pelo menos 2 horas antes de dormir.
 Melhore o ambiente do sono. O quarto em que se dorme deve ser
confortável, silencioso e escuro.
 Praticar exercícios físicos regulares preferencialmente 4 a 6 horas antes de
deitar.
 Evite o consumo de bebidas alcoólicas por no mínimo 6 horas antes de
dormir
 Evite o uso de estimulantes como café, chá preto, verde ou mate e
energéticos, no mínimo 6 horas antes de dormir.
 Evite refeições pesadas e excesso de líquido antes de dormir.
Distúrbios circadianos do
ritmo sono/vigília
Distúrbio de atraso de fase

 Alteração crônica do ritmo sono/vigília com


desalinhamento entre o ritmo endógeno e o
esquema desejado ou exigido pelo ambiente.
 Sintomas de insônia ou sonolência excessiva há pelo
menos 3 meses.
 Prejuízo significativo em áreas importantes (mental,
física, ocupacional, educacional, etc)
 Se o paciente segue seu ritmo livremente os sintomas
melhoram.
 Diário de sono e actigrafia demonstram atraso de
fase.
Distúrbio de atraso de fase

 Atraso geralmente > 2 horas


 Dificuldade de inicio de sono.
 Apos inicio de sono: duração normal.
 Dificuldade em acordar horário socialmente aceitável
 Inércia de sono excessiva.
 Maior frequência de distúrbios mentais.
 Diagnostico diferencial insônia.
 Uso álcool, sedativos, estimulantes, hipnóticos para
alivio de sintomas.
Distúrbio de atraso de fase
Tratamento

 Boa higiene do sono


 Luz
 Melatonina
Síndrome do sono insuficiente

 Sonolência excessiva diurna ou lapsos de sono.


 O TTS determinado pela história clínica, diários de
sono e actigrafia são menores do que o esperado
para idade.
 Esse padrão está presente há pelo menos 3 meses.
 Geralmente necessita de despertador para acordar e
dorme mais nos fins de semana e férias.
 O aumento do TTS resulta em melhora da sonolência.
Privação crônica de sono
Síndrome das pernas
inquietas
 Urgência em mover os membros geralmente
acompanhado de sensação desagradável membros.
 Início ou piora durante períodos de repouso ou
inatividade.
 Parcialmente ou totalmente aliviado pelo movimento.
 Ocorre exclusivamente ou predominantemente ao
entardecer ou à noite.
SPI- causas

 Primária: idiopática  Medicamentos


 Secundária:  Anti-histamínicos de
primeira geração
 Deficiência de ferro
 Bloqueadores dos
 Gravidez
receptores de
 Neuropatia - diabética dopamina
e outras (metoclopramida)
 Esclerose múltipla  Antidepressivos (ISRSs,
 Insuficiência renal SNRIs) – a exceção é
bupropiona
 Doença de Parkinson
Dúvidas?

raquelclv@gmail.com

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